Aventuras Em Meu Ultimo Ano De Colegial escrita por Akatsuki Girl


Capítulo 5
Crush... - Primeira parte


Notas iniciais do capítulo

Eu trabalhei muito nesse cap. Escrevi e reescrevi, editei e reeditei... Não com a pressa que eu deveria pra entrega-lo antes. Então peço desculpas pela demora. Ficou dividido em duas partes, e por muito tempo considerei pular e deixar pra depois a parte da Ino. Ela é um personagem que eu amei muito escrever, e queria que saísse perfeito. Espero que gostem tanto dela, quanto eu gostei de descreve-la.

Ela é um amorzinho ♥ (só não mais amorzinho que minha Hina... Pq isso ninguém é :v hahah)

https://www.youtube.com/watch?v=ei8hPkyJ0bU (Música que inspirou o título)



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“Mas que saco!” Reclamei, fazendo Shikamaru revirar os olhos, e Chouji me olhar curiosamente. Os anos de convivência me permitiram saber suas reações sem precisar desviar o olhar da rua à minha frente.

Não tinha pressa em nossas passadas. Para qualquer um que olhasse, eramos apenas três amigos dando uma volta pela cidade, jogando conversa fora. Não podiam imaginar que estávamos em missão.

“O que houve, Ino-chan?” Chouji me perguntou, meigo, como sempre.

Como uma máscara que esconde meu coração se derretendo por dentro, Sorri de lado, um sorriso arrogante salvo para o público. Essas fofices do Chouji me derretem feito manteiga, se eu fosse mostrar o quão afetada eu fico a cada vez em que ele e o shikamaru me fazem sentir especial, ninguém me respeitaria nessa cidade.

“Não já sabe, Chouji? Ela tem algo contra rondas pacíficas. Sinceramente, faz duas semanas que tivemos um encontro com um usuário do chakra, não lembra da bagunça problemática que foi, Ino?” Shikamaru retrucou, suspirando no final de sua fala.

“Será que é querer demais, ajudar um novato perdido a controlar seus poderes?” Dramatizei mesmo. Quem sabe o universo resolve me dar uma força, e mandar um novato no nosso caminho...

“Você só quer enfeitar o relatório pra Hokage.” Shikamaru falou humoradamente. Revirei os olhos, ainda sorrindo. Isso é fato. Já odeio ter que sair do conforto de minha casa pra fazer rondas procurando usuários do chakra, não encontrar ninguém é o maior desperdício do meu precioso tempo. Em plena sexta feira!

Viramos uma esquina, e eu passei a ouvir por alto os pensamentos das pessoas que ali passavam. Tomo cuidado para não invadir demais a privacidade dos outros (não mais do que já faço com essa pequena intromissão), mas ainda sim, não consigo identificar nenhum pensamento desesperado. Ouço apenas o eco das conversas na mente das pessoas, e o que pensam no momento. Nunca me infiltrando além disso. A não ser quando levantam suspeitas.

Minha habilidade tem vários níveis de controle, e o mais básico, é quando eu me limito a ouvir apenas o que se passa na cabeça dos outros. Uso do meu chakra pra fazer as ‘palavras’ na mente das pessoas audível. Se eu distribuir meu chakra mais intensamente, e focar em ‘entrar’ mesmo na mente de alguém, posso ver suas lembranças, e até saber o que sentiam no momento. O nível mais alto é quando eu realmente assumo o controle do corpo da pessoa, e é assim que eu os impeço novatos descontrolados de causar estragos com suas habilidades.

Minha mente se bagunça quando tenho que fazer missões como essa, em que eu tenho que ouvir vários pensamentos aleatórios, e saber separar e identificar o pensamento suspeito, se tiver algum. Minha tática é: Receptar 5 pensamentos, e rapidamente descartar os que forem banais. Como alguém cantando uma música em sua cabeça, ou pensando em uma resposta pra dar pra outra pessoa, ou lista de compras... Meus alvos são: Pessoas suspeitas, que tem geralmente uma linha de raciocínio mais organizada, e planejam suas ações com cautela. E os desesperados. Ah, esses são os mais fáceis, pois só pensam em uma coisa, compulsivamente. É como quando você está apertado pra ir no banheiro, e só consegue pensar nisso. Geralmente os novos usuários de chakra pensam demais em ‘tenho que me controlar, tenho que me controlar’... Esses são os que eu foco. Foi assim que encontramos outros usuários, e reportamos para Tsunade.

“Não custa nada.” Respondi dando de ombros “Fazer relatório já é chato quando tenho que descrever nossas técnicas utilizadas, imagine se eu tiver que escrever apenas nossa caminhada chata, sem eventos.”

“Mas está realmente estranho, não acha Shikamaru-kun?” Chouji falou, olhando ao redor e tomando cuidado com seu tom de voz, pra não alertar as pessoas “Eu consigo sentir o fluxo de chakra cada vez mais constante na cidade.”

“À essa altura, deveríamos estar nos encontrando com um usuário por semana. Eu não sei vocês, mas eu quero ter o prazer de liberar minhas restrições.” Falei sem me importar com o volume da minha voz; Uma senhora que passou ao meu lado me encarou de olhos arregalados...

“Essa juventude está perdida! Falando sobre drogas de maneira tão descontraída!”

Me controlei para não rir dos pensamentos dela, mas assim que ela virou a esquina que acabamos de passar, eu soltei a gargalhada que estava presa. “ai ai..”

Se dependesse de mim, Konoha inteira já saberia que fazemos parte de um vilarejo ninja. Mas né, não cabe a mim decidir essas coisas. Só sigo ordens, e honestamente, Chouji é o melhor quando se trata disso.

Eu mal vejo a hora de largar essa missão tediosa, e finalmente começar meu treinamento de elite com a Hokage-sama!

Eu fui selecionada a dedo por ela para começar com o treinamento de jutsu médico. Usar o chakra para curar feridas é tão FODA! É como mágica! Foi o que mais me fez agradecer por ter nascido nesse lugar isolado. Toda a vez que me sinto triste por não poder trabalhar com moda em paris, eu lembro de tudo o que sou capaz de fazer, tudo o que eu ainda vou aprender, e a maravilha que é viver numa sociedade especial.

“É possível que nós não estejamos encontrando mais usuários de maneira solta assim, porque eles têm treinado secretamente.” Shikamaru falou, mexendo no celular, procurando outra música pra ouvir. É sua tática pra evitar que eu inconscientemente ouça seus pensamentos. 

Franzi minhas sobrancelhas, considerando a hipótese do que ele disse. Não é impossível, mas o clã Hyuuga é o único que, por ser milenar e ter sub-divisões, tem o porte para ter uma academia dentro de seu próprio distrito. Eles tem professores conhecedores da história ninja em todos os seus detalhes, e as técnicas do clã são passadas de geração em geração. Somente eles, tem a permissão das autoridades de Konoha pra treinar seus ninjas sem manda-los pra academia da nação do fogo. “Mas fazer isso é contra a lei.” Retruquei.

“Hm” Shikamaru murmurou “Sim, mas desde quando a lei impediu alguém de fazer alguma coisa?”

“Você me entendeu” Cutuquei ele com meu cotovelo, desequilibrando-o brevemente.

“Ai, Bruta. Depois quer falar da Sakura.”  Reclamou, retomando suas passadas, alisando suas costelas. “O que eu estou tentando dizer é que nós não devemos desconsiderar essa possibilidade.”

“Verdade, Ino-chan. O que mais explicaria nossas rondas pacíficas, com tanto fluxo de chakra na cidade?” Chouji chutou uma pedrinha, que eu observei o trajeto até chegar do outro lado da rua.

“Olha quem está ali” Comentei, ao reparar três pessoas rindo descontraidamente na quadra multiesportiva um pouco mais à frente.

O aluno novo estava gargalhando tão alto, que fez não apenas eu olhar naquela direção, mas também a maior parte das pessoas que passavam. Hinata estava mais contida, porém ria da mesma maneira, enquanto o Shino era Lambido por um cachorro Gigante. “Eu sabia que o bonitão não era um estranho completo.” Falei, reparando na intimidade da situação entre o moreno, Hinata e Shino.

“Eu nunca vi a Hinata rir desse jeito.” Chouji comentou, entretido “Ela parece bem feliz.”

“Porque a gente parou mesmo?” Shikamaru reclamou com seu tom de voz entediado.

Nem reparei que eu tinha parado de andar, mas continuei estática mesmo depois da reclamação do Shikamaru. Tinha algo sobre aquela cena de camaradagem entre Hinata, Shino, e o bonitão, que me fez sentir uma forte nostalgia. Em qualquer outra ocasião, eu andaria até lá e puxaria papo para tentar matar minha curiosidade, e descobrir quem era aquele ser de tatuagens vermelhas. Mas eu senti que fazer isso, seria como me intrometer num momento intimo.

Olhando pra eles... Eu lembrei do dia em que eu realmente senti que eu poderia contar com Shikamaru e Chouji, e confiar neles completamente.

 

‘O Sasuke-Kun é tão lindo, né, Ino-chan?’

“Ugh... – arremessei uma Kunai – Vai ser fácil! – Arremessei outra, acertando o peito do alvo – Elas disseram.”  Lancei mais uma, acertando em cheio a cabeça do boneco feito de palha, usado no treino de arremesso. “Porque caralhos eu fui aceitar aquela aposta?”

“Pra que toda essa agressividade?” Shikamaru perguntou ironicamente, apoiando seu ombro numa arvore, e se escorando na mesma.

“Tem algo de errado, Ino-chan?” Chouji perguntou, após lamber seus dedos sujos de salgadinho.

“O que vocês estão fazendo aqui?” Olhei ao redor novamente, checando pra ver se tinha mais alguém. Não tinha. E eu sinceramente esperava poder passar um tempo sozinha, aquela manhã não começou bem pra mim.

Mesmo já se passando 5 meses desde que eu voltei da academia, com esses panacas como meus parceiros de equipe, continuo usando as técnicas de arremesso, e Taijutsu, para espairecer quando tenho a mente cheia de pensamentos frustrantes.

Não me levem a mal, Shikamaru e Chouji são bem legais. Só não acho que me entenderiam tão bem quanto...

Acho que ninguém é capaz de me entender.

“Asuma-Sensei disse que podíamos encontrar você aqui, e pediu para usarmos essa oportunidade para treinarmos juntos, e nos unir como equipe.” Chouji falou, e logo em seguida virou o saco de salgadinhos em sua boca, terminando de vez com o pacote.

“Eu não quero treinar agora. E Asuma-sensei não deveria mandar vocês aqui num horário como esse.” Sinceramente, quem treina às seis da manhã? E como o Sensei sabia que eu estaria aqui?

“Você, aparentemente. E já se esqueceu que enquanto não completarmos um ano de formados, o Terceiro Hokage vai ficar nos obervando pela bolinha maluca de chakra dele? Asuma-sensei estava com ele quando viu você vindo pra cá, e mandou uma mensagem pra gente.” Shikamaru se desencostou da arvore e se aproximou de mim, pegando uma kunai que estava presa À sua cintura e lançando em direção ao boneco. Sua kunai fincou-se à 2 centimetros da minha

Ops... Eu falei aquilo alto?

“Sim, e falou de novo.” Shikamaru me olhou, com uma sobrancelha arqueada “Você realmente não está bem, está?”

Suspirei. “Pelo visto eu estou mais estressada do que pensava.”

“O que houve, Ino-chan?”

Por algum motivo, a forma como Chouji fez aquela pergunta, me fez sentir segura. Como se ele realmente se importasse comigo; “É complicado...”

Chouji sorriu, e se sentou, gesticulando para que eu fizesse o mesmo, olhei pra Shikamaru, e vi que ele tinha uma expressão pensativa no rosto, mas logo ele também se sentou e cruzou as pernas, estilo borboleta. Acabei imitando-o e dando um tempo com meus arremessos.

Após alguns segundos de silencio, eu acabei relaxando, e Shikamaru finalmente falou o que estava em sua mente.

“Eu também acho algumas coisas problemáticas demais pra se lidar. Por isso eu prefiro evitar conflitos, e discussões. Simplesmente acho que não vale a pena o esforço. Mas, Ino, eu me sinto bem ignorando os meus problemas. Eu estou sempre em paz, e satisfeito, sabendo que as coisas vão acontecer da maneira que tem que acontecer.” Ele sorriu, e uma parte de mim queria naquele momento já me abrir, e talvez tirar um pouco do peso da minha mente.

Ainda sim eu não tinha certeza se era o melhor a se fazer.

Eu não queria que eles pensassem algo ruim de mim. Não quando nós aparentemente teríamos que passar o resto da vida como uma equipe.  “Dá pra perceber que o seu estresse não vai passar em uma hora descontando sua fúria num boneco indefeso. O que foi que ele te fez Ino?” Com isso eu acabei rindo. Nunca pensei que Shikamaru fosse capaz de ser engraçado daquela maneira.

“As vezes falar sobre as coisas que me incomodam, me faz sentir melhor.” Chouji disse, gentilmente, e me estendeu um pacotinho de dentadurinhas doces que ele acabou de abrir “E comer. Comer também me faz sentir melhor. Tenta. Talvez te ajude.”

Eu mordi meu lábio inferior, encarando o pacotinho que ele estendeu em minha direção. “Eu não sei se vocês entenderiam.”

“Tenta.” Disse Shikamaru, apontando com a cabeça em direção ao saquinho de doces. “Talvez se nós conseguirmos entender uns aos outros, nós funcionaremos melhor como uma equipe.” Ele sorriu mais uma vez “Talvez seja por isso que o sensei nos mandou até aqui.”

Eu respirei fundo e fechei os olhos. Pode ser melhor conversar com eles sobre isso de uma vez. Talvez um dia eles consigam digerir essa informação.

Quando eu abri os olhos novamente, dei de cara com o pacotinho de dentaduras na minha frente, e o sorriso do Chouji ainda no mesmo lugar. Sorri de volta e peguei o doce que me foi oferecido. Mastiguei o máximo que pude, aproveitando aquele tempo pra pensar numa maneira de expressar o que estava na minha mente.

Não consegui pensar em nada.

O jeito é ser direta e reta. “Eu fiz uma aposta com uma das garotas da escola pra ver quem conseguia ficar com o Sasuke primeiro.”

“... “

Chouji e Shikamaru se encararam, depois olharam pra mim, e repetiram isso por no mínimo 5 vezes antes que eu me irritasse e arrancasse o pacotinho de doces da mão do Chouji e começasse a comer freneticamente. Pode não ajudar a me sentir melhor, mas certamente ajuda com o nervosismo.

“Tá...” Shikamaru falou “E? Você e mais quantas garotas se apaixonaram pelo Sasuke? Qual o grande problema? Ele te disse algo áspero que te fez sentir triste e inferior?” Rolei os olhos

“Não...” Shikamaru arqueou uma sobrancelha “ok, ele disse, mas eu não tenho uma crush no Sasuke. Quero dizer... Eu achava ele bonitinho e tudo o mais, mas aquela atitude dele de ‘sou melhor que todos vocês’ cansa rápido minha beleza. Uma dica pra vocês garotos, se quiserem que alguma garota goste de vocês, elogie-a.”

Chouji sorriu e Shikamaru rolou os olhos.

“Qual o problema com a aposta então?” O moreno quase-sempre-entediado perguntou.

“... A Sakura...”

Mais uma vez os dois se entreolharam, e me encararam como se eu estivesse falando numa língua estrangeira. Foi minha vez de rolar os olhos, e suspirar.

Shikamaru sacodiu a cabeça, e falou decisivamente “Porque você não nos conta essa história a partir de um ponto que a gente consiga entender?”

Dei de ombros “Eu não sei por onde começar.” Quando Chouji abriu a boca, eu levantei a mão “E se você falar do começo eu jogo esse pacote na sua cabeça.”

Ele pareceu nervoso, mas soube encobrir bem “Aah... Eu só ia perguntar se você pode me dar um desses, eu ainda quero”

Suspirei “Desculpa por ter pego, estava nervosa.”

“E ainda está, pelo visto” Shikamaru respondeu, sarcasticamente.

Percebi que seu humor era do tipo ácido. Shikamaru usa muito de ironia e sarcasmo, mas de alguma forma, ele consegue não ser ofensivo. Eu gostei. E a maneira na qual ele falou aquilo, me fez sorrir. Serviu como incentivo pra continuar falando. “Eu não sei como explicar, mas vou tentar.” Fechei os olhos e respirei fundo pra tomar coragem.

“Eu e Sakura costumávamos ser melhores amigas.” Abri os olhos novamente, vendo a surpresa dos dois. “Antes de eu descobrir sobre a natureza do chakra, antes de completar 12 anos e ser mandada pra academia ninja... Eu e ela eramos mais grudadas que cachorro e carrapato.” Fiz uma careta assim que a frase saiu da minha boca “Ok, comparação nojenta, ninguém era um parasita, mas nós realmente éramos muito unidas.”

Assim que se eles se recuperaram do choque, fizeram um sinal positivo com a cabeça, e a seriedade em suas faces me deram a coragem pra seguir em frente com a história. Eles pareciam entender o quão importante isso é pra mim. Porém, Chouji timidamente levantou a mão, como se esperasse minha permissão pra fazer perguntas. Eu ri da sua atitude, e o concedi a permissão que esperava. “Se era amiga da Sakura, porque apostou com ela?”

“Ah, eu não apostei com ela.”

Chouji estava confuso, eu pude ver pela sua expressão facial, transparente como cristal. “Não? Mas só vocês duas brigam constantemente pela atenção do Sasuke. As outras garotas geralmente vão falar com ele enquanto vocês não estavam perto. Vocês são realmente assustadoras!”

Eu ri da sua expressão de assustado, eu lembro que realmente perdia a linha quando começava a discutir com a Sakura... Ainda perco. “Sim, mas ela ENTROU na aposta. Eu tinha apostado com uma tal de Mei, mas assim que Sasuke jogou o primeiro insulto na direção dela, a garota desistiu. Se a Sakura não tivesse decidido ir atrás do Sasuke também, eu já teria desistido dele faz muito tempo.”

“E porque você continuou então?” Shikamaru perguntou, e eu suspirei.

“Os momentos em que brigávamos por ele, eu tinha a atenção dela. Nossas discuções tiravam a sua atenção do Sasuke, e a fazia olhar pra mim, nem que fosse pra uma troca de insultos besta... Nem que fosse por alguns segundos...” Murmurei, melancolicamente, e pela cara do Shikamaru... Ele entendeu.

“Ah” Ele murmurou, e eu sorri tristemente.

“’Ah’ o que?” Chouji perguntou confuso. “O que houve?”

Eu ri, e sacodi a cabeça “Eu... Meio que... Tenho ciúmes da Sakura. Não dela ficando com o Sasuke, mas do Sasuke tomando meu espaço...”

Só então Chouji entendeu “Aaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhh” Ele disse, sacodindo a cabeça pra cima e pra baixo, como um bonequinho.

Mais uma vez, ele me fez rir, e eu senti meu coração se derreter um pouco e abrir mais espaço pra eles.

“Porque vocês brigaram?”

Eu franzi o cenho “A gente brigou porque eu fui babaca. Eu deveria ter conversado direito com ela sobre a minha aposta com a Mei, ao invés de provoca-la...” Lágrimas encheram meus olhos ao lembrar das coisas que eu disse pra Sakura. “Eu fui tão... tão idiota...”

Ao perceber minha tristeza, Chouji me deu o saquinho de doces de volta, e eu, mais uma vez sorrindo do seu gesto, aceitei o doce e mastiguei para tentar me recompor. O doce ajudou a descer o nó na minha garganta. “Quando eu voltei da academia ninja e passei a frequentar aquela escola, eu não sabia que ela, assim como quase todas as garotas de lá, tinha uma paixonite pelo Sasuke. Ela nunca me falou nada. Então quando eu disse pra ela que eu estava confiante de que ia ganhar a aposta... A Sakura falou que talvez eu não era a única capaz de atrair ele. Que isso não era algo que se apostava...” Dei de ombros. “Quando ela falou que eu não era a única capaz de atrair ele... Eu achei que ela estava duvidando da minha capacidade. Eu falei: Quem além de mim teria o charme necessário pra conquista-lo? A Mei?... Ela me disse... Que talvez aparência não era tudo... E que ELA talvez poderia conseguir ficar com o Sasuke.” Eu pausei na minha fala, porque de repente uma dor indescritível apertou meu peito, eu não consigo entender o que deu em mim pra fazer o que fiz... Pra dizer o que eu disse... “Eu a chamei de Testuda pela primeira vez naquele dia... Eu sempre fui a única que a dizia que aquela era a sua característica mais bonita. Eu a dizia: ‘você não deve esconder um rosto tão lindo como esse’, Eu nunca menti. Mas ao usar sua insegurança contra ela, eu acabei colocando uma distância imensurável entre nós.”

Eu não a levei a sério. Eu ri na cara dela... eu a magoei. E fui muito orgulhosa pra voltar atrás com minhas palavras e pedir desculpas. “Eu achei que ganhando a aposta seria a melhor maneira de provar pra Sakura... EU NEM SEI MAIS O QUE EU QUERIA PROVAR!” Fui surpreendida pelo meu próprio grito. De olhos arregalados, notei que tinham lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Chouji abriu outro saquinho de doces e estendeu em minha direção. Eu olhei pra baixo, e percebi que durante meu discurso eu acabei esvaziando o pacote, não da melhor maneira possível... Observei os doces espalhados pelo chão por alguns segundos, antes de secar minhas lagrimas, fungar, e continuar a história “Sakura já não queria mais saber de mim. Era tudo ‘Sasuke, Sasuke, Sasuke.’... Todas as vezes em que nos juntávamos para lanchar, ela só fazia falar dele... E aquilo me irritava cada vez mais.” Fechei os olhos mais uma vez e respirei fundo. Quando abri novamente, evitei olhar o rosto dos meus parceiros de equipe.

“Eu... só não aguento mais, perder a atenção que antes era direcionada à mim... Antes EU era tudo o que a Sakura via. Agora ela só da atenção para as pessoas quando elas a irritam. Ao chama-la de Testuda, Testa de Marquise, Cabeçuda, ou nomes depreciativos como esse... EU tenho a atenção dela novamente. Por mais... breve que seja. E por mais que ela me olhe com nada além de raiva...  Ao menos ela me olha, e não fica sonhando acordada com o Sasuke...”

Hoje de manhã, enquanto arrumava alguns vasos na floricultura, eu vi a Sakura passando, com o maior sorriso que eu já havia visto em seu rosto. Eu nunca a vi sorrir daquela maneira. Ela estava feliz, animada. A primeira vista, eu também fiquei feliz, pois fazia um tempo desde que eu a vi sorrir, mas então eu lembrei que um sorriso como aquele jamais seria direcionado a mim novamente... “Hoje eu me dei conta de que talvez eu tenha estragado a melhor amizade que eu já fiz.”

E lá estava, minha infantilidade exposta. Eu obviamente não contei TUDO o que tinha para contar, no momento, eu sinto que somente essa parte da história explicaria o que eles estavam tentando entender. Só esperava que eles não me achassem uma idiota por causa das minhas criancices. Não tive coragem de olhar pra eles novamente...

“Você agiu como o famoso garoto irritante, que puxa o cabelo da garota que gosta pra chamar atenção” Eu ri com a comparação do Shikamaru.

“Basicamente.” Quando olhei pra cima, ele estava sorrindo docemente pra mim, e eu não me senti tão idiota quanto achei que me sentiria.

“Você disse que pra conquistar uma garota, tem que elogia-la. Você está se contradizendo, Ino!” Shikamaru brincou, me fazendo rir.

“Está tudo bem, Ino-chan. Tenho certeza de que a Sakura vai te perdoar, é só você conversar com ela...” Chouji falou, com um sorriso determinado no rosto, me fazendo sentir inspirada, e confiante. Ele estava certo, eu fui idiota, mas a Sakura é do tipo de pessoa que não guarda rancor. Ela explode, se irrita, briga... Mas no final das contas, uma vez que o alvoroço passa, ela sempre deixa a raiva pra trás.

A companhia da Sakura era o que mais me animava pra ir pra escola, e eu sabia que ela sentia o mesmo. Eu vou me desculpar, e a gente pode voltar a ter nossa amizade de volta.

Comi mais um dos doces, sorrindo animadamente, de repente não estava mais com vontade de atacar o boneco de palha com todas as minhas forças.

“Melhor agora?” Shikamaru perguntou, sua posição relaxada, com as pernas esticadas e peso do corpo jogado para trás, sob seus braços, demonstrou sua falta de julgamento. Ele não estava ligando se eu fui idiota ou não. Se tinha alguém que eu achava que não entenderia esse tipo de atitude, seria o Shikamaru. E pelo o visto... Ele não liga. Eu sorri em sua direção.

“Estou sim.” Quando olhei pra cima, o sol estava brilhando mais forte, e começou a aquecer minha pele. “O que acham de irmos todos pra minha casa, e tomarmos um chá?”

Chouji bateu palmas animado “Chá! Tem de Jasmim? É o meu favorito!”

“Tem, tem sim!” Olhei pro Shikamaru que novamente parecia pensativo... “E você, o que acha Shikamaru?”

Retribuindo meu sorriso sincero, ele se levantou e estendeu a mão em minha direção “Eu acho que é a melhor ideia que você teve hoje. É muito melhor do que ficar gastando nossas energias arremessando objetos num boneco indefeso;”

Gargalhei, pela primeira vez sentindo que talvez ter aqueles dois como parceiros de equipe, seria uma das melhores coisas que me aconteceu.

“Nothing compares to… a quiet evening alone...” Pulei de susto quando a música alta quase estoura meus timpanos. “Caralho, Shikamaru! Quer me matar do coração?” Tirei o fone dele do meu ouvido o devolvi. 

“Eu achei que você ficou presa nas lembranças de outra pessoa de novo. Sei la, tentando descobrir quem era esse moreno que você quer tanto conhecer.” Ele colocou o fone estupidamente alto de volta no seu devido lugar, e passou a assoviar no ritmo da música.

Neguei com a cabeça, antes de responder: “Não, eu não invadi as lembranças de ninguém.” Olhei novamente os jovens na quadra, que agora pareciam estar se preparando para ir a outro lugar. Talvez deveríamos fazer o mesmo. “Estava só me lembrando de algumas coisas.”

“Está tudo bem, Ino-chan?” Chouji perguntou, me deixando ainda mais sentimental... Meu coração se aqueceu novamente, e eu não consegui evitar o sorriso carinhoso que eu dei em sua direção. Meu gordinho favorito retribuiu o sorriso facilmente, fechando os olhos.

“Está sim. O que acham de largar essa caminhada chata e ir tomar um chá na minha casa?”

“Chá! Tem de Jasmim?”

Wow, dejavú...

Eu ri e concordei com a cabeça. “Sim, Chouji. Minha mãe faz questão de renovar sempre o estoque agora que sabe que é o seu favorito.”

“Sua mãe é a melhor Ino! ... Depois da minha. Mas é a segunda melhor!”

“E a minha, Chouji?” Shikamaru perguntou de implicância, pois sabia que isso deixaria Chouji sem graça.

“A-a sua... A sua também é muito legal Shikamaru-kun. Nós somos o trio com as melhores mães!”

Shikamaru riu, e começou a caminhar na nossa frente, acabei seguindo-o, só pra variar um pouco. O caminho da minha casa é automático, Shikamaru já sabe sem nem precisar pensar em que rua entrar. Me permiti andar atrás dele, apreciando um pouco mais as lembranças que inconscientemente havia enterrado.

Carinhosamente, voltei a relembrar tudo o que passei pra chegar até aqui.

 

 


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Notas finais do capítulo

:P

Reformulei as habilidades da Ino, e vou trabalhar mais ela futuramente.



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