A Preferida escrita por Roli Cruz


Capítulo 6
E meu dia fica cada vez melhor


Notas iniciais do capítulo

Aaah *-* Eu to tão empolgada com os reviews que eu ando recebendo!!
Obrigada a todas as leitoras fofas que comentam a cada capítulo!
E nossas boa vindas à hamiltonxdd *-*
Boa leitura!
;*



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– Foi você? – O homem perguntou.

– Não senhor. – Amani respondeu, olhando serenamente para mim.

– Então quem foi? – Eu me dirigi à sala inteira. Todos os 40 alunos que me olhavam fixamente. Ninguém se pronunciou.

Atrás de mim, pude ouvir uma tosse simulada. Virei para o professor e ele me olhava.

– Fui eu, Jennifer. – Ele disse. – Mas, qual a sua resposta?

– Eu... Eu acho o senhor... – Hesitei. Iria falar o que? “Ah, Dylan! Sabe, eu te acho muito gostoso!”. Não, nem pensar. De jeito nenhum. – Te acho curiosamente interessante. – Disse por fim.

Ele arregalou os olhos e levantou as sobrancelhas.

– Como assim, “curiosamente interessante”?

– Devo estar errada, mas achei que era apenas uma resposta. – Retruquei. Não queria que aquele momento se prolongasse muito.

Depois de um longo silêncio, ele disse para eu tirar um nome e ir sentar.

Obedeci e enquanto eu sentava, podia sentir olhares curiosos me seguindo. Incluindo o de Dylan Tunner.
Um garoto loiro chamado Thomas Lutter se levantou e continuou o jogo.

Passei o resto da aula olhando fixamente para o céu azul que se abria lá fora. Nem ouvi quando citaram minha pergunta. Por alguns momentos, eu desviei meu olhar para frente e por vezes meu olhar se encontrou com o do professor.

*

– Jura?

– Sério Jenny! Sua mãe é uma doida varrida. – Piper respirava ofegante, enquanto me contava sobre a aula de educação física que teve. Margareth tinha deixado-a toda suada e exausta, quando obrigou a coitada a dar cinco voltas no perímetro da escola.

– Eu já sabia disso. – Eu disse calmamente, enquanto tomava o pouco de coca que Piper tinha deixado no copo para mim.

– Que ela me fez correr? – Ela perguntou.

– Que ela é maluca. – Respondi.

Conversamos sobre a aula que tive com Dylan e o jogo doido dele. Piper se assustou quando eu disse que já o conhecia.

Ela ia perguntar algo, mas o sinal bateu e então fomos obrigadas a voltar para a sala de aula.

A coisa mais irritante para mim, depois de ser obrigada a ver minha mãe, era ter que assistir às aulas de história da Professora Gonçález. Era tão silenciosa e tediosa, que eu cheguei a dormir, enquanto ela falava algo sobre Napoleão.

Quando o sinal bateu novamente, anunciando a troca de aula, tive que ir para a sala do professor coxinha. Ninguém se lembra do nome dele, por isso todos o chamam de Professor coxinha. Ele não parece se incomodar isso.

A parte boa disso, é que só faltava essa aula para eu finalmente ir para casa.

– Hey! – Alguém me chamou. Ignorei. Não estava a fim de falar com ninguém.

– Jennifer! – Chamaram de novo, mas eu continuei imóvel. Então um pedaço de papel amassado aterrissou na minha mesa.

Suspirei e abri:


FESTA NA SEXTA?

MINHA CASA,

ÀS OITO.


DO SEU GRANDE AMOR,

MARK RENT.


Sorri bobamente. “Do seu grande amor”?

Olhei para o lado e vi um garoto de cabelos castanhos acenando freneticamente na minha direção.

Fiz que sim lentamente com a cabeça, e ele cometeu o erro de deixar um “Yes” escapar de seus lábios. Talvez um pouco alto demais.

– Tem algo que queira compartilhar conosco, senhor Rent? – O professor coxinha perguntou, fazendo todos olharem para o garoto.

– Não, não, senhor. – Ele se desculpou.

Finalmente o último sinal bateu e eu comecei a arrumar minhas coisas.

– Então você vai mesmo, Jennifer? – O tal de Mark se aproximou de mim, ignorando as risadinhas que apareciam a nosso redor.

– Vou. Por quê? – Perguntei, juntando as sobrancelhas.

– Nada não. – Ele sorriu, deixando suas bochechas ligeiramente coradas. – É que eu esperava que você dissesse “não”.

– Porque eu recusaria um convite para uma festa?

– Não sei. – Ele deu de ombros. – Porque você iria?

– Porque é uma festa? – Eu respondi, em tom de obviedade.

– Mas você nem me conhece. – Ele continuou, mas eu logo cortei o garoto:

– Olha Mark. Eu sou desse tipo de garota que não gosta muito de conversa, entende? – Eu esperei até ele assentir lentamente com a cabeça. – Então, fique feliz pelo fato de que eu vou até sua casa na sexta. Se falar mais alguma coisa, eu mudo de ideia. Fui clara? – Ele afirmou e eu saí.

Estava passando pelo corredor quando ouvi um barulho vindo de uma sala de aula. Cheguei mais perto e pude ver que Dylan estava acompanhado por uma garota alta e de cabelos claros. Ela estava andando lentamente até o professor, que estava sentado em sua mesa. Ele parecia querer jogar uma daquelas bombas de fumaça e sair pela saída mais próxima.

Mas ela continuava indo para perto dele.

Antes de eu ter tempo para impedir a mim mesma, entrei na sala e ambos pularam quando me viram. De relance, vi nos olhos do homem que ele estava aliviado por não estar mais sozinho com a garota.

– Jennifer? O que você está fazendo aqui? – Ela perguntou. Acho que seu nome é Kiara. Sempre achei que esse era nome para cachorra. Não estava tão enganada assim no final das contas.

– Engraçado, au au. Eu ia perguntar a mesma coisa para você. – Eu fingi inocência, enquanto ela ficava vermelha de raiva. Eu quase podia ver as fumaçinhas saindo pelo seu nariz e orelhas.

– Não se atreva a me chamar assim! Sua lombriga ressecada! – Ela retrucou, fazendo o professor se levantar e ficar no meio das duas.

– Hey! Calma aí vocês duas! – Ele nos olhava bem no fundo dos olhos.

– Tudo bem. Eu só queria perguntar sobre aquele dever que o senhor deixou para mim. – Eu sorri inocentemente.

– Eu não vou gastar minhas forças com alguém que vale tão pouco! – Kiara estreitou seus olhos castanhos para mim. Depois virou e foi até a porta.

– Já vai tarde. – Eu disse enquanto ela fechava a porta.

– Obrigado. – Dylan deu um meio sorriso.

– De nada. – Respondi. – Mas eu estava falando sério. – Eu fui até a cadeira que ficava de frente para ele e me sentei.

– Falando sério? – Ele indagou, juntando as sobrancelhas.

– Sobre o dever de casa. – Esclareci. – Bom. Eu sei que você não passou nenhum dever, mas eu ainda te devo uma explicação.

– Sobre...?

Suspirei:

– “Curiosamente interessante?” – Eu o lembrei da minha descrição, mais cedo.

– Ah! – Ele sorriu. – Eu tinha me esquecido. O que isso quer dizer?

– Que você é muito novo para estar aqui. – Eu encarei fixamente seus olhos castanhos.

– É... – Ele desviou meu olhar e sorriu fracamente. – O que os contatos não fazem.

– Eu preciso ir. – Eu sorri e me levantei. – Você não vai embora?

– Sim. – Ele voltou a olhar para mim. – Você tem carona para voltar?

– Não, na verdade. – Admiti.

– Quer me esperar e ir comigo? – Ele perguntou normalmente, como se estivesse perguntando: “Quer pipoca?”

– Ah... Eu não sei não...

– Vamos. Eu não sou um pedófilo. – Ele brincou.

– Como posso saber? – Estreitei os olhos, sorrindo também.

– Vamos. – Ele pediu. – Não vai matar ninguém.

– Tá. – Aceitei. – Mas é bom você saber que eu não me responsabilizo por certos danos.

– Como assim? Vai atacar meu carro? – Ele sorriu, enquanto arrumava seus cadernos e papéis na bolsa.

– Não. – Disse. “Vou atacar seu coração” Pensei, sorrindo maliciosamente enquanto ele não estava olhando.

– Vamos? – Ele pegou uma chave e foi até a porta.

*

– Eu sei onde você mora. Minha tia morava lá, antes de se mudar para a Bolívia. – Ele disse, assim que eu expliquei como chegar à minha casa. – Sabe. Você me salvou Jennifer.

– Como?

– Aquela menina. Kiara? – Ele perguntou e eu assenti. – Então. Acho que ela queria me comer vivo.

– Acho que ela queria estar no seu colo, isso sim. – Eu murmurei.

– Isso é jeito de falar com seu professor? – Ele sorriu.

– Ah. Qual é! Conheci você antes de saber que era meu professor. – Eu retruquei, fazendo-o rir.

– Mesmo assim. Agora eu sou.

– Dylan. Você me vê como só mais uma aluna? – Perguntei-lhe, fazendo-o ficar sério novamente.

– Não. – Ele respondeu.

– Então. Não precisamos ser tão formais fora da sala de aula. – Eu sorri para ele afetuosamente.

– Você gosta de mitologia? – Ele perguntou de repente.

– Um pouco. Por quê?

– Já ouviu a história de Calipso?

– Sim. – Eu estava confusa. Como o assunto mudou tão rapidamente?

– Então você sabe que de tempos em tempos, as Parcas mandam um herói para a ilha dela...

– E ela se apaixona sempre por todos. Mas os heróis nunca vão poder ficar com ela. – Eu completei. – O que tem isso?

– Bom. Digamos que eu me sinto mais ou menos como Calipso agora. – Eu o olhei. Totalmente perplexa. E Dylan agora estava corado. – Chegamos.

– Obrigada. – Agradeci e abri a porta para descer. – Então... Vejo você amanhã? – Perguntei.

– A não ser que nós nos encontremos por aí. – Ele sorriu.

– Hnn... – Eu murmurei. - Eu conheço um ótimo lugar. A propósito, conheci você lá! – Eu disse.

– Parece um ótimo lugar para encontrar alguém por acaso.

– É. – Concordei. – Vou lá sempre que escurece. Quem sabe a gente não se vê por aí? – Eu sorri e dei as costas, entrando no prédio.


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