A Preferida escrita por Roli Cruz


Capítulo 32
Nem tudo são fofocas sem sentido


Notas iniciais do capítulo

Eu gostei de fazer esse capítulo. *o*
Não é lá grande coisa, embora tenha 1.300 palavras, mas, como no outro, sem ele, não teria como dar continuação à história.
E como estamos no fim, toda informação é útil *-*
Creio que o próximo capítulo seja a consulta e logo depois, a peça.
Mas não vou contá-la inteira pois... Bom... Melhor não dar spoiler. Certo?
Enfim. Enjoy! =D



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– Como você pode ter tanta certeza, Jenny? – Piper me olhava com carinho.

– Não parecia que ele ia dizer somente um “Eu Te Amo”. – Respondi. – Não é uma coisa que ele faria.

– Ele não diria para você “Eu te amo”? – Ela arqueou as sobrancelhas, surpreendida.

– Não! – Bati a mão na testa. – Não é isso. É que eu tenho certeza, que ele ia falar algo importante. Sabe?

– Bom. Mas não falou... – Piper se jogou na cama e eu a olhei.

– É. Não falou. – Respirei fundo. – E é por isso que estou tão chateada. Parece que ele não confia em mim.

– Ah, que isso Jennifer. Você sabe que ele é totalmente apaixonado por você. – Ela sorriu e me empurrou de leve, tirando um sorriso fraco de mim.

– É. Eu sei disso... Mas, se ele é realmente apaixonado por mim, porque não me contaria alguma coisa?

– Vai ver... – Ela se sentou novamente, colocando as mãos delicadas no meu ombro. – Que ainda não esteja na hora para certas coisas.

Olhei para Piper e sorri.

– É. Você tem razão.

– Eu sei que tenho. – Ela piscou com ar de vitória.

*

– Vamos! – Ouvi alguém gritando. – Precisamos de mais agilidade! Estamos a poucas horas do evento!

Sorri fracamente. Pensando que todos estavam ali, por livre e espontânea vontade. Não havia a necessidade de tudo aquilo. Estávamos fazendo um tipo de trabalho comunitário! Só que na escola.

– Incrível isso não? – Ouvi uma voz totalmente familiar, rouca e baixa, que fez meu coração quase sair pela boca. – Nós nos oferecemos para ajudar no cenário da peça, e aquela idiota da Elizabeth fica gritando para todo mundo se apressar.

Olhei para cima e o vi. Seus cabelos haviam crescido muito desde a última vez que tinha visto-o.

– Nicholas. – Sorri e levantei do chão, onde estava arrumando um cartaz.

– Oi, Jenny. – Ele sorriu timidamente. – Tudo bem?

– Não! – Respondi um pouco frustrada. – Sabe por que não?

– Não. – Ele sorriu, fazendo graça da palavra repetida. – Não sei. Não vai me explicar?

– Você é insuportável! – Bati em seu peito e ele segurou meus pulsos. – Nicholas. – Sussurrei.

– Que foi? – Ele me olhou sério.

– Você não sabe como eu fiquei preocupada! – Encarei seus olhos verdes.

– Ficou? – Ele sorriu metidamente.

MAS É CLARO! – O olhei incrédula. – Como você reagiria se soubesse, por comentários alheios, que um grande amigo seu estaria envolvido em brigas? POR CAUSA DE DROGAS, AINDA!

– Hey. Fique calma, Jenny. – Ele sorriu pacientemente. – Primeiro. Comentários alheios? Onde você ouviu isso?

– A escola inteira está falando disso! Não percebeu? – Apontei para vários alunos que estavam no palco.

– Hnn... Não. – Ele deu de ombros. – Mas continuando... Segunda coisa. Como assim, um grande amigo?

– Bom... – Senti meu rosto corar. Olhei para os lados e para o teto. – Eu... Considero bastante você...

– Uau. Isso é um grande avanço. – Ele sorriu e se sentou ao lado do cartaz que eu estava trabalhando, antes de ele chegar. – E, você acreditou mesmo que eu estava envolvido com drogas? Sério?

– É... – Dei de ombros, enquanto sentava ao seu lado e recomeçava o trabalho na cartolina. – Nem tudo são fofocas sem sentido.

– Isso é. – Ele me encarou profundamente. – Pensei que você tinha mais fé em mim.

– Fé? – Sorri. – E... Bom, você nunca mais falou comigo... – Baixei o tom de voz. – Como eu ia saber o que estava acontecendo com você?

Nicholas me olhou e sorriu ternamente, senti meu rosto corar e meu coração parecia querer pular para fora do peito. Ele abriu a boca para falar algo, mas Elizabeth passou perto e lançou um olhar feio para nós dois.

– Hey! – Ela disse, apontando para ele. – Desde quando você está ajudando com o cenário?

– Desde que isso virou uma coisa “comunitária”. – Ele respondeu com um meio sorriso, que fez a garota ficar vermelha de raiva. – Vem cá, você não tem mais nada para fazer, não? Quem disse que você precisava ficar ralhando com cada alma bondosa que aparece aqui? Vai arranjar algum pano para cortar ou algo assim. – E, com um aceno de desdém, Nicholas se virou para o cartaz e começou a trabalhar.

Elizabeth, ainda vermelha, saiu bufando e pisando forte no chão. Olhei incrédula para Nicholas. Desde quando ele tinha tanta autoridade?

– Nick?

– Sim? – Ele respondeu, ainda sem tirar os olhos da cartolina.

– Desde quando você tem tanta autoridade assim? – Sorri e dei-lhe um empurrão de leve com o ombro.

– Bom... – Ele me olhou e sorriu. – Quando se estuda em mais de uma escola, por um tempo... Dá pra ver o interior de muitas pessoas, consequentemente, pensar em algo que vai machucá-las internamente. – Então deu de ombros e voltou toda sua atenção para o trabalho.

Olhei o moreno, boquiaberta. Seu cabelo havia crescido muito. Como era liso, estava cobrindo parte de seus olhos, na altura do queixo.

– O que foi? – Nicholas olhava para mim, meio sem graça.

– Nada não. – Sorri.

– Fala. Por favor. – Ele continuou me fitando. Dei de ombros:

– Ah... Nada de mais. Só que... – Suspirei. – Acho que estava com saudades de você.

Acha? – Ele riu e pintou a minha bochecha com a canetinha vermelha.

Acho. – Confirmei, riscando seu nariz de preto.

– Ok. Ok. – Ele ergueu os braços como se fosse se render. – Não quero chegar em casa todo manchado. A Lee me mata.

– Lee? Lee Kennedy? – Perguntei.

– É... – Ele se mexeu, visivelmente incomodado.

– Pensei que você nunca namoraria com ela. – Ri, mas aquilo não tinha nada de engraçado. Ele mesmo havia me dito isso.

– É... – Nicholas evitou meu olhar. - E eu pensei que você nunca namoraria o Dylan.

– Mas... Você sabe sobre meu histórico, e desde que nos falamos, você sabe como eu e ele...

– Como vocês dois são tão perfeitos juntos? – Ele me olhou, e eu não sabia decifrar sua expressão. – Obrigado por tentar explicar, mas, do mesmo jeito que você soube sobre história das drogas, eu soube que vocês estão juntos. Felizes e juntos. – Ele meio que cuspiu as palavras, enquanto pegava sua mochila e saía da sala.

Fiquei olhando para a porta, enquanto Nicholas passava por ela.

– Nem tudo são fofocas sem sentido. – Repeti para mim mesma.

*

– Esquece isso. – Piper me falava pelo celular, depois de eu ter contado sobre a estranha reação do garoto comigo. – Você sabe que o Nicholas não bate muito bem da cabeça.

– É... – Sussurrei. – Mas isso não quer dizer que não tenha me magoado...

– Hey, Jennifer. – Ela me chamou pelo primeiro nome, completo. Isso é um milagre. E isso quer dizer que ela está preocupada. – Você está muito tensa, querida. – Ela falou calmamente. – Relaxa, porque amanhã é o grande dia, minha Desdêmona!

Ri com o comentário.

– É... Você tem razão, Piper. Tenho que me concentrar. – Concordei.

– Hey. Não é amanhã, que você tem consulta com o psicólogo? – Ela perguntou.

– Meu Deus! Vai chover! – Eu ri.

– Por quê?

– Porque você não errou! – Expliquei, ainda rindo – Você não falou “psiquiatra” em vez de “psicólogo”.

– Que seja. – Ela pareceu irritada. – Não é amanhã?

– É. – Confirmei, arqueando uma sobrancelha. – Por quê?

– Ah. Nada não. – Podia imaginá-la dando de ombros. – Só estava te lembrando. É a última consulta do ano. Não é?

– É...

– Está se sentindo melhor? – Piper perguntou.

– Como assim? – Franzi o cenho.

– Ah... Você se sente mais leve, desde que começou à ir no consultório?

– Não sei... – A verdade, é que eu nunca tinha pensado nisso. – Acho que... Estou a mesma coisa. Eu pareço diferente?

– Acho que mais calma...

– Bom. Que seja. – Dei de ombros. – Tchau. Preciso ensaiar pela última vez com o Mark a cena de Otelo.

– Sério? O Mark é o seu Otelo? – Ela riu, fazendo o telefone chiar.

– Mas é claro que não! – Respondi, me sentindo ofendida. – O Dylan é o meu Otelo. Desde o primeiro ensaio.

– Ok. Que pena que ele não está na peça de amanhã. – Piper lamentou. Fui forçada a concordar.

– Bom... Vou lá. Amanhã vai ser um dia corrido e, quanto mais eu ensaiar, mais eu me sinto segura.


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Notas finais do capítulo

Sim, ficou um pouco sem nexo o final desse capítulo. Mas prometo recompensá-los com o próximo *o*
E então???? (perguntinha de sempre) Bom? Ruim?
Beeijos!!!



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