A Preferida escrita por Roli Cruz


Capítulo 27
Mudança de planos


Notas iniciais do capítulo

É gente,a Lys finalmente voltou!! O que quer dizer? Os Banners finalmente vão voltar \o/
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Aqui está a continuação da performance da Jenny com o Dylan XD
Enjoy!
Beijos!!
PS: Obrigada pelos reviews, estamos quase chegando ao 100 *o* hehe'



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O QUE? – Gritei, totalmente incrédula. Sabia que Desdêmona havia traído Otelo, mas, do jeito que ele falava... Era como seu eu, Jennifer Connor, tivesse traído ele, Dylan Turner. O que é ironia, pois, nós nem estamos juntos para começo de conversa... – Mas eu não traí! – Senti lágrimas se formando em meus olhos. – Juro pela minha alma. Eu jamais o traí.

– Então seu coração é uma coisa negra e murcha, porque você me traiu, sim.

Suas mãos começaram a deslizar dos meus ombros para o pescoço, e eu sabia que ele estava sentindo minha pulsação disparada como um pássaro batendo as asas freneticamente.

– Não! – Gritei, começando a entrar em pânico e esquecendo completamente que aquilo era o ensaio provisório de uma peça de teatro. – Eu parti meu próprio coração. Foi um equívoco! – Tentei, um tanto inutilmente, entrar na peça novamente.

– Então você queria partir o meu coração junto com o seu? – Seus dedos se fecharam em meu pescoço, e vi que ele também estava com os olhos molhados de lágrimas.

– Não, my lord. – Respondi, ainda tentando voltar à peça. Tentando pensar no que Desdêmona falaria para Otelo, afinal, ela não teve culpa. – Eu só quero seu perdão e...

– Perdão! – Ele berrou, me interrompendo. A sala não se atrevia a falar nada, tamanha intensidade que eu e ele compartilhávamos. – Como posso perdoar? Eu te amava e você me traiu com outros.

Balancei a cabeça.

Amor, my lord? Outros? – Perguntei incrédula. Mas então me lembrei do desafio que Katherine havia me dado. O primeiro da noite. Eu beijando o Amani e depois, eu beijei Nicholas... Então aquilo me esclareceu a mente. – Isso é tudo mentira e...

– Então admite que você não fez mais que mentir o tempo todo? – Seus dedos apertaram mais meu pescoço.

Engasguei.

Não! Não foi isso que eu disse. Você está entendendo tudo errado! O que eu tive com ele é que foi uma mentira.

– Tarde demais. – Ele me olhou e eu não saia diferenciar a raiva da mágoa. – Você percebeu tarde demais.

Admito que não estava entendo bem, mas não me atrevi à sair do personagem. Falei exatamente o que Desdêmona teria falado:

– Não precisa ser tarde demais. Perdoe-me e me dê outra chance. Não deixe que a gente termine assim.

Percebi seu rosto mudar. Virou a representação da tristeza e, talvez, lá no fundo, uma pontinha de esperança.

Mas então, do mesmo jeito súbito que veio, todas essas emoções desapareceram de seu rosto, dando lugar à raiva.

– Não! Você não pode brincar assim com os sentimentos das pessoas!

Com um olhar extremamente enlouquecido, ele se aproximou, tirou uma das mãos do meu pescoço para poder me prender junto ao seu corpo. Sua outra mão era tão grande que quase dava a volta em meu pescoço. Quando ele apertou, nossos corpos se comprimiram um contra o outro e eu senti uma louca onda de desejo por ele. Eu sabia que era errado e, até esquisito. Mas ele ainda era Dylan, outro professor para minha lista. E, embora eu me sentisse mal com isso, poderia jurar que em seus olhos, atrás da raiva, havia aquela vontade imensa de não ser só mais um. De ser a exceção. A diferença. De ser mais que mais um professor para mim.

Seu rosto estava tão perto do meu que dava para sentir sua respiração junto à minha pele. Seu cheiro era familiar, e foi essa familiaridade que me fez decidir. Em vez de “desmaiar”, totalmente sem vida, como Desdêmona. Puxei seu rosto para perto do meu e o beijei.

Eu o beijei com todos os sentimentos que ele me fez sentir naquele ensaio. O beijei como se fosse a primeira e última vez. O beijei como se não tivesse mais trinta e nove pessoas nos olhando curiosamente interessados. E ele correspondeu com as mesmas emoções.

Então o sinal idiota tocou.

E foi como um alarme de incêndio, Dylan se afastou abruptamente de mim e eu, ainda o encarando, podia ouvir toda a sala explodir de vivas. Até Kiara e Amani aplaudiam.

Saí de cima da mesa e ele pegou no meu pulso, para darmos uma reverência.

– Vão. Não quero que se atrasem para a próxima aula. – Ele disse, colocando as coisas em cima da mesa novamente.

Demorei para arrumar meu material de propósito. Queria falar com ele a sós.

Quando a última pessoa já havia saído, andei hesitante até ele.

– Dylan?

– Ainda não saiu? – Ele disse, ríspido.

– Eu... Como? – Eu queria poder controlar minhas emoções, queria não estar prestes à chorar litros de lágrimas.

– Como o que? – Ele me olhou seriamente.

– Como você soube? – Perguntei sussurrando.

– Soube que você entrou em um jogo e foi em uma festa, nesse fim de semana. Beijou dois garotos por causa desse jogo. – E sentou-se em cima da mesa, na minha frente.

– É verdade... – Murmurei.

– Então porque falou o contrário? – Ele arqueou uma sobrancelha.

– Porque eu estava no papel de Desdêmona. – Estreitei os olhos.

– Sinto lhe falar, mas eu não estava totalmente no papel de Otelo.

– Eu percebi isso. – Abaixei a cabeça. – Mas... Eu não te traí. – Franzi o cenho e lhe respondi, decidida.

– Mas... – Ele sorriu, sem humor nenhum. – Você acabou de dizer que isso é verdade.

– É. – Olhei no fundo de seus olhos castanhos. – É verdade sim, eu beijei dois garotos, mas mesmo assim, não te traí.

Ele me olhou com confusão.

– Mas que...

– Pra começo de conversa. – Dei um passo em sua direção. – Nós só nos conhecemos à umas duas semanas. Não? – Não o deixei responder. – Outra coisa, nós só nos beijamos três ou quatro vezes, contando com esse ensaio.

– Mas isso... – Ele tentou falar, mas eu o cortei novamente:

– E para terminar. – Olhei no fundo de seus olhos. – Nós nem namoramos. Como posso trair alguém que eu só beijei cinco vezes, no máximo?

– Eu... – Dylan me olhou como se eu fosse louca. Sabia que ele podia jurar que a errada na história era eu, mas eu consegui inverter a situação.

– Com licença? – Uma menina baixa e de cabelos ruivos entrou. – Não teremos aula hoje, professor?

– Ah, sim. Amélia. – Dylan se recompôs. – Entre, por favor. E... – Ele se virou para mim.

– Não se preocupe comigo, senhor Turner. Já estava de saída. – Peguei minha mochila e saí da sala, enquanto a próxima turma entrava.

Enquanto andava na direção da próxima aula, só conseguia pensar em uma coisa.

A pessoa que havia contado isso para ele iria sofrer. E, por acaso, eu sei exatamente quem abriu a boca para contar.


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Notas finais do capítulo

E então? Eu sei que vocês estavam esperando que ele a enforcasse kk
Eu não sou Tão má assim =D
Até o próximo!