A Preferida escrita por Roli Cruz
Notas iniciais do capítulo
Outro capítulo. Aproveitem =D
Definindo uma festa de segundo ano:
Ao meu redor, estão vários corpos ao som, de eletrônica. Mais da metade da festa está bêbada. Eu não. Ainda não comecei a encher a cara.
O dono da casa, Mark, eu não o vejo em nenhum lugar.
Faltam vinte minutos para dar oito horas da noite e eu fico pensando se não chamei gente demais. Acho que o terceiro e o segundo anos inteiros estão dentro dessa pequena casa. Por enquanto eu fico aqui, sentada no sofá, observando tudo. Mas quando eu me soltar, ninguém me segura.
- Aah! Ela veio! – Eu ouvi uma voz rouca perto de mim. Olhei para o lado e vi o Ninguém da detenção.
- Ainda está sóbrio? – Eu estreitei os olhos.
- Nem uma gota de álcool nas minhas veias. Pode ter certeza que sim. – Ele se empoleirou no braço do sofá. Ao meu lado. - O que está fazendo aqui, sozinha? – Ele me encarou com seus olhos verdes contornados de preto por causa do lápis.
- Eu sei porque você está aqui. – Eu o olhei superiormente e ele levantou as sobrancelhas.
- Ah, é? Porque então?
- Você não vê a hora de eu ir me embebedar, até não conseguir mais ficar em pé e depois fazer algo inusitadamente estúpido e constrangedor. Então você vai se aproveitar do meu estado precário, e fazer alguma coisa comigo. – Eu terminei cruzando os braços. E olhando para a massa de corpos que se misturavam no meio da sala.
- Bela suposição. – Ele sorriu maliciosamente. – Você me deu algumas idéias. Mas sinto te falar, princesa. Não é por isso que eu estou aqui.
- Então é por quê? – Eu perguntei secamente.
- Surpresa. – Ele chegou mais perto, sentando-se no estofado.
- O que você está fazendo? – Eu fui para o lado.
- Aproveitando até algum jogador bêbado do time de futebol vir aqui, e te roubar de mim. – Ele deu de ombros.
- Me roubar de você? – Eu ri. – Você não está falando sério, né?
- Porque eu brincaria com isso?
- Não sei...
- Hey! Jenny! – Alguém me chamou do outro lado da sala.
- Não falei? – O garoto ao meu lado saiu do sofá e deu lugar para um casal.
Levantei e fui até o garoto que tinha me chamado.
- Andy!Você veio! – Eu sorri para ele e elevei minha voz por causa da música.
- Não falei que vinha? – Ele sorriu de volta e me abraçou.
- Ah. O amor é lindo! – Piper vinha com três copos de plástico, equilibrados nas mãos delicadas dela.
- Que é isso? – Perguntei.
- Bebida, minha querida. Para aguentar certas pessoas por aqui, eu preciso de uma boa dose de álcool. – Ela respondeu, fazendo-me pegar um copo e entregando outro para Andrew.
- Bom. Acho melhor eu ir andando. – Eu me virei, mas pensei melhor e voltei a olhá-los. - Andrew, sabia que Piper já morou na África?
- É mesmo? – Seus olhos brilharam e ele olhou para Piper.
Eu deixei os dois conversando animadamente ali. Com a quantidade de bebida que tinha na casa, era difícil que eles ficassem sóbrios até o fim.
Subi as escadas para o segundo andar. Quanto aos quartos, Mark foi esperto. Trancou todos e só deixou o banheiro aberto. Eu entrei nele e passei as mãos pelos meus cabelos castanhos e reforcei o lápis de olho.
Estava lavando as mãos para tirar alguma coisa grudada nelas quando duas meninas entraram no banheiro.
- Saia! – Mandou uma delas. Eu perguntei uma coisa muito inteligente, como “HÃ?”. Mas então vi que a segunda garota estava ficando verde. Devia estar enjoada, pois quando eu saí do banheiro, vi de relance que ela estava vomitando tudo o que tinha bebido naquela noite, e mais um pouco.
Saí de lá e desci novamente.
Eram oito e meia, quando eu já tinha tomado três copos de uma bebida forte, que descia rasgando minha garganta.
Eu estava ligeiramente mais alegre e me divertia com qualquer besteira que as pessoas falavam.
Eu enchi mais um copo com a tal bebida e fui até onde Andrew e Piper estavam. Só quando cheguei perto o suficiente, foi que vi a cena dos dois se engolindo.
- Arrumem um quarto! – Eu tive que gritar por causa da música, que à essa altura, já passava do volume máximo.
- Quer um beijo também? – Andrew se desgrudou da minha amiga e me olhou sorrindo.
- Credo! – Eu fingi nojo e os dois riram.
- Você já bebeu bastante, né? – Ele perguntou.
- Uhun. – E então para provar meu comentário inteligente, virei outro copo.
- Quero ver como vamos chegar em casa. – Piper finalmente se pronunciou.
- A gente chama um táxi. – Eu balancei a mão em um gesto de que não ligava.
- Agora dá licença? - A negra me enxotou de lá, falando que ainda não tinha terminado com meu amiguinho. Eu sorri e saí de pressa.
Fui até o sofá que tinha sentado antes e sentei do lado de um casal que se beijava loucamente.
- Finalmente você bebeu? – Uma voz rouca chegou perto de mim.
- Você estava esperando por isso, não? – Eu sorri fracamente para o moreno na minha frente.
- Depende. – Ele se sentou assim que o casal finalmente parou de se beijar e levantou.
- De que?
- O que vamos fazer agora? – Ele me deu um sorrisinho malicioso.
- Hey. – Eu estreitei os olhos e tentei vê-lo direito. – Qual seu nome mesmo?
- Por que quer saber? – Ele fechou a cara, fazendo-me revirar os olhos.
- Qual o seu nome, guri? – Eu insisti.
O garoto suspirou e me encarou.
- Eu só vou te falar, porque você está bêbada e não vai se lembrar disso na segunda.
- Que seja. – Eu dei de ombros e cheguei mais perto.
- Nicholas. – Ele sussurrou no meu ouvido.
- NICH...? –Eu o olhei, incrédula.
- Shhh! – Ele tapou minha boca com sua mão antes que eu concluísse seu nome.
- Mas... – Eu me livrei de suas mãos. – O que tem de mais nesse nome? Porque você não gosta dele?
- Nada. Eu só não gosto. Ponto final. – Ele se esticou no sofá, colocando uma perna sobre a mesa de centro.
- Hey. Nicholas. – Chamei.
- Hun?
- Quer jogar verdade ou desafio? – Eu perguntei e um sorriso malicioso surgiu no rosto do garoto.
- Só nos dois?
- É. Porque não? – Eu dei de ombros. – Mas os quartos estão trancados...
- Hey, princesa. – Ele chamou com um sorriso divertido. – Até parece que eu não sei abrir uma porta com grampos de cabelo.
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E então?
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