A Preferida escrita por Roli Cruz
Notas iniciais do capítulo
Espero mesmo que vocês gostem dessa fic!
Ela é feita com todo o amor e carinho! ^^
Boa Leitura
- Porque você veio parar aqui? – Ele olhava serenamente para mim, como se entendesse completamente o que se passava por minha cabeça.
- Seguinte, eu preciso ser rápida, ok? Tenho assuntos a serem tratados e eu não posso demorar. – Cruzei os braços e me forcei a olhar para a janela do consultório.
- Como quiser. – Ele sorriu, encostando-se na grande poltrona marrom que tinham colocado ali.
- Meu nome é Jenny Connor, tenho 16 anos, estudo na Empire High School e não faço a mínima ideia do motivo pelo qual me colocaram na sua lista de pacientes. – Falei rapidamente, encarando o grande relógio branco que estava pendurado em uma parede igualmente branca.
- Não faz ideia do porque está aqui? – O doutor repetiu, arqueando uma sobrancelha e se inclinando, para apoiar os cotovelos nas pernas.
- Não. – Insisti. Ele me encarava fixamente, mas eu não sabia decifrar sua expressão.
- Já que você não sabe, ou não admite o motivo de estar aqui. Eu vou lhe explicar. – Ele se levantou e foi até a janela. Eu sabia que não podia contrariá-lo, então esperei para o jato de mentiras (e algumas verdades, admito) que cairia sobre mim. Mas em vez de jogar na minha cara o quanto fui má este ano, ele simplesmente disse:
- Jennifer, todos os professores falam de... – Ele escolhia cautelosamente as palavras. – Algumas reclamações sobre você no conselho de classe. E todos, sem exceção, pedem demissão exatamente três dias depois disso. E somente os professores homens reclamam. Por acaso você tem algo contra o sexo masculino? – Em outra ocasião, eu teria me rachado de rir, mas agora o doutor falava sério, quase me fazia acreditar que estava preocupado comigo. Quase.
- Não, doutor. Não tenho problema nenhum com seu sexo. Muito pelo contrário. – Dei um meio sorriso.
- Então como me explica a demissão de... – Ele foi até sua mesa e pegou um monte de papel. Provavelmente todos falando sobre mim. – Vinte e três professores em dois anos? – Ele arregalou os olhos, provavelmente muito surpreso. – Isso é, praticamente, um professor por mês.
- Ora doutor. – Sorri maliciosamente. Aquela sessão estava perto do fim, eu sabia disso. - O que posso fazer se a escola só coloca professores bonitos? Quando eles colocarem um cara de setenta e poucos anos para ensinar educação física, prometo que não faço nada para ele sair. Pelo contrário. Ajudo o velhote a subir as escadas até a quadra. – Meu olhar denunciava a brincadeira por trás das minhas palavras.
Eu já estava me preparando para levantar e sair pela porta, quando o doutor sentou-se novamente na minha frente, encarando-me com certo brilho no olhar. Eu não sabia o que aquilo representava até ele me perguntar:
- E o que você faz exatamente para fazê-los se demitir?
- Bom... – Eu não ganharia nada contando, mas eu queria ver a cara de surpresa que ele iria fazer. Seria muito fácil, afinal ele é novo, tinha o que? Uns 25 anos? – Isso é arte de mestre se você me entende. – Eu cruzei minhas grossas pernas morenas e encarei fixamente os olhos castanhos do cara. – Quando o professorzinho é novo, assim como você...
Ele arqueou as sobrancelhas e sorriu:
- Como eu? Eu sou novo?
- Claro que é! – Tentei parecer irritada. – Mas, continuando. Quando o professor que eles colocam é novo e, de preferência bonito, meus sentidos se aguçam, entende? Eu sinto como se eu precisasse dele.
- Então você...? – Ele insistia.
- Então eu faço eles se apaixonarem por mim. Sabe, isso é muito fácil. – Eu concluí, pegando minha bolsa para sair.
- Jennifer! Calma. A sessão ainda não acabou. – Ele fez eu me sentar de novo. – O que eu ainda não entendi, foi o porquê dos homens pedindo demissão. – Ele passava a mão no queixo, pensativo.
- Ainda não descobriu? – Arregalei os olhos. – Sinceramente, senhor psicólogo, pensei que você era mais inteligente que isso.
- Então me explique. – Ele me olhou confuso, como se fosse impossível eu saber de alguma coisa.
- É simples. Um professor não pode namorar uma aluna. Isso é... Como eles falam? Contra as leis morais. – Eu disse com tédio visível na voz. O doutor ainda me olhava com confusão. Ficamos em silêncio por bastante tempo, até ele finalmente se pronunciar:
- E, agora? Você está na reta final do ano letivo, faltam dois meses para as aulas acabarem. Já tem um professor substituto?
- Não sei. – Respondi mexendo na bolsa. – Mas quando eu souber, ligo para você na hora e aviso, ok?
- Se você insiste. Vou esperar pacientemente por sua ligação. – Eu o olhei com uma sobrancelha levantada.
- Tá falando sério?
- Sim. Porque não? Agora, - Ele levantou e foi abrir a porta. – acho melhor deixar você cuidar de seus assuntos particulares.
Levantei e andei até ele, estendi a mão por educação, mas ele se inclinou e depositou um beijo na minha bochecha. Eu andei atordoada para o corredor e quando estava indo na direção da saída, pude ouvir a voz do doutor soar lá do consultório:
- Juízo Jennifer!
- Juízo? Quem em são consciência me mandaria ter juízo? – Murmurei, passando pela secretária que sorriu e acenou para mim. Saí na rua e peguei meu celular na bolsa. Havia uma nova mensagem:
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