Depois de uns quarenta minutos de beijos, abraços, piadas sem graça e muita conversa eu e Niall resolvemos seguir, finalmente, para a tal festa, na qual encontraríamos os outros. Enquanto íamos para o andar de baixo pegar o elevador fiquei pensando se as coisas entre nós estavam indo muito rápido, mas os lábios quentes de Niall tocando meu pescoço me tiraram de mês devaneios.

Senti seus braços passando por baixo dos meus e abraçando-me por trás, pela cintura, fortemente. Não de um jeito rude, de um jeito carinhoso que eu só havia sentido com Niall. Mas é claro que foi só com o Niall!, pensei. Eu nunca namorei na vida... Aquela vez não contou. Não quero lembrar disso. Ah, qual é Alecsandra, vive o presente, caralho!

- Allie? – ouvi Niall falar, tirando-me finalmente de meus devaneios. Percebi que seus braços não estavam mais ao redor de minha cintura e eles estava virado de frente para mim, segurando a porta do elevador. – Você tá meio desligada, não? Entra logo, baby potato.

- Hey, só porque eu pareço uma saca de batatas não precisa me chamar assim! – eu disse entrando no elevador e encostando na parede.

- Que garotinha mais enjoada você, viu? – ele disse apertando o botão que descia para o salão de festas. Niall andou até mim e segurou delicadamente meu rosto em suas mãos. – Já teve a sensação de segurar todo o seu mundo em suas mãos?

Não respondi a sua pergunta, apenas sorri e corei fortemente. Ele sorriu de lado e colocou uma mecha de me cabelo atrás da orelha, beijando-me em seguida. O elevador parou e nós descemos, fomos até o salão de festa e adentramos de mãos dadas.

Niall entrelaçou nossos dedos e beijou minha testa; senti alguma coisa vibrando no bolso do paletó e era o celular de Niall, era Louis mandando mensagens dizendo onde eles estavam. Parecia um endereço de tão grande a mensagem! Esse Louis não tem jeito mesmo, menino louco; bem como a Mandy.

Fomos até a mesa que Louis havia dito, sentamo-nos e pedimos as bebidas. Era uma cena muito legal de se imaginar. Todos ao lado dos respectivos “namorados”, digamos assim... Ah, e Josh e Jace também.

Bem, já chegaram a parar para pensar, que, um dia da sua vida, quando você estiver com trinta anos você sairá com suas amigas e seus maridos para o bar, enquanto seus filhos ficam na maior casa de todas com uma babá até às três ou quatro da manhã, comendo besteiras, brincando, bagunçando e se divertindo? Sim, eu sempre penso nisso. Na verdade, já cheguei a sonhar com meus filhos sendo amigos dos filhos de minhas amigas, e claro, com os meninos.

Também me pergunto como esses benditos garotos entraram em nossas vidas de uma maneira tão rápida e extremamente esquisita. Mas, faz o quê, o amor chega assim mesmo! E eu acho que eu estou filosofando até demais.  

Mas voltando à festa, nós estávamos conversando descontraidamente, rindo, bebendo – menos Liam e Laure, obviamente – e pirando. Na verdade, a gente tá sempre pirado, mas ok.

Não sei como, mas começou uma conversa sobre virgindade na mesa e todos começaram a falar ao mesmo tempo e a conversa continuou fluindo. Eu e Niall não abrimos a boca por um segundo sequer durante esse assunto; ele pegou minha mão e ficou brincando com meus dedos, fazendo círculos com os seus dedos nos meus.

Eu sabia que ainda iriam lembrar de minha existência e perguntar alguma coisa, e eu estava totalmente certa.

- Então Allie, você é virgem? – Harry perguntou olhando para mim e virando um copinho de tequila. Niall parou instantaneamente de brincar com meus dedos e olhou-me nos olhos, as meninas pareciam que tinham virado estátuas esperando minha resposta e os outros esperavam ansiosamente.

- Eu... bem... erm... – comecei a gaguejar, eu não sabia o que falar. – Sim. Eu sou. – e abaixei a cabeça para encarar minhas mãos nas de Niall.

- É o quê?! – perguntou Louis escandalosamente, bem na hora em que a bendita música parou. Sim, a música parou. Parecia a cena de um filme de comédia, aqueles bem idiotas, que um grupo de amigos começa a falar merda e quando um grita uma coisa comprometedora, bem alto, no meio da festa a música para. Foi exatamente assim.

- Shhhhh, merda! – eu disse. – Cala a boca Louis. Cacete, problemático. Sim, eu sou vigem. – completei quando o DJ colocou outra música para tocar. Na hora em que eu confirmei minha afirmação as meninas soltaram o ar que parecia que estavam prendendo e Niall relaxou ao meu lado.

Eu sabia que era errado mentir daquele jeito, eu sabia! Mas eu não podia dizer a verdade, até porque aquilo significou alguma coisa para mim na época, mas não agora. Passado, certo? Não precisava lembrar-me dessas coisas logo agora.  Eu estava ali, com meus amigos e meu namorado. Era tudo que eu queria.

- Quer dançar, Allie? – perguntou-me Laure em pé com as meninas em minha frente.

- Ahn, claro! – eu disse sorrindo. Eu precisava fazer uma coisa que eu gostava, pelo menos hoje. – Vão indo que eu encontro vocês lá.

- Ok, nós vamos pra perto do bar. – disse Mica piscando um olho e sorrindo de lado.

Eu ri e sorri de lado para ela. Essas meninas não tem mesmo jeito, como assim?! Safadas nem um pouco, né?

- Niall, eu vou dançar com as meninas, tudo bem? – perguntei em seu ouvido.

- Claro meu amor, tudo bem, vai lá. – ele disse sorrido. Entreguei o paletó para ele e saí em direção ao bar.

Fui abrindo caminho entre as pessoas dançando ali – que eram muitas por sinal – e finalmente cheguei ao bar. Vi Laure sentada naqueles banquinhos legais e altos virando uma Cherry Coke goela abaixo enquanto Emma estava com uma Death For Pink na outra mão. Emma não era muito de beber, só quando eu a influenciava. A mesma coisa Mica e Mandy, só se eu influenciasse. Elas não queriam ficar bêbadas sozinhas.

Saindo desses pensamentos segui andando até elas. Dei um beijo na bochecha de Laure e peguei a bebida de Emma, que me levantou o dedo do meio para mim. Eu amava aquele troço! Death For Pink é uma das bebidas mais viciantes da vida, e como o nome já diz, ela é letal. Se você tomar três desses seguidos, você pira. Experiência própria.

Larguei o copo da bebida e puxei Laure e Emma para a pista onde as meninas estavam. De lá eu podia ver nossa mesa, e eu tive uma ideia genial. Como de costume puxei Mandy para dançar comigo. Começamos a dançar na batida da música eletrônica que tocava – provavelmente Atronomia, do Tony Igy – e percebi que Louis e Niall olhavam para nós.

Falei para Mandy, que dançou com mais intensidade, e eu igualmente. Eles não tiravam os olhos de nós e quando percebi Niall encontrou meus olhos. Eu sustentei o olhar de Niall o maior tempo possível e depois desviei os olhos para as outras meninas. Só tinha Laure no bar e as outras haviam sumido, talvez estivessem no banheiro ou sei lá.

Quando me dei conta a música havia mudado e Glad You Came, do The Wanted, começou a tocar. Eu e Mandy cantamos e dançamos loucamente durante toda a música. Às vezes eu olhava para a nossa mesa e via Niall sorrindo e comentando alguma coisa com Zayn ou Louis.

Depois de um tempo dançando mais um pouco fui até o bar e pedi um appletini e voltei à mesa. Quando eu estava quase sentando-me ao lado de Niall senti ele puxando-me para sentar em seu colo. Não protestei nem um pouco e sentei-me em seu colo.

Ele passou os braços ao redor da minha cintura e beijou meu ombro, fazendo-me estremecer. Logo depois as meninas voltaram e sentaram-se. Nós conversamos durante horas – muitas, muitas horas – e então decidi voltar ao quarto.

- Niall, vou pro quarto, ok? – falei em seu ouvido e esperei por uma resposta.

- Vou com você.

- Se quiser pode ficar, não me importo. – eu disse sorrindo.

- Não, tudo bem, eu vou com você. – respondeu-me sorrindo.

- Ok, vá chamar o elevador. Eu tenho que alertar o Harry sobre a Mica. – eu disse olhando para os dois.

- O que tem ela? – ele perguntou seguindo meu olhar.

- Bebeu demais.

- É, deu pra perceber... – ele disse pausadamente. – Ok, vou indo.

Niall saiu andando e eu fui até Harry.

- Harry. – eu chamei, mas parece que ele não escutou. – Harry!

- Ai meu Deus, oi! – ele disse.

- Vem aqui. – eu disse chamando-o com o dedo; foi bem estranho.

- Ah não, vem você aqui.

- Harold!

- Ok, já vou! – ele disse levantando-se. – Que foi?

- A Mica já bebeu demais, leva ela pro quarto.

- O quê? Por que? – ele perguntou aflito.

- Ela tá bêbada! – eu disse. – Leva ela pro quarto, por favor.

- Ok, vou subir com ela. – ele disse olhando para ela. – Tem razão, ela tá meio alterada mesmo.

- Eu disse. – falei olhando para ele. – Ah, e quanto chegar no quarto enfia ela debaixo do chuveiro. 

Harry não falou nada, só balançou a cabeça positivamente. Com isso saí andando pela pista de dança até estar no elevador. Niall estava de costas para mim com o ombro encostado na parede, as pernas cruzadas e as mãos no bolso me esperando.

Passei meus braços por baixo dos seus e encostei a cabeço em suas costas. Senti seus dedos entrelaçando-se nos meus e um leve beijo em cada uma. Ficamos assim por mais alguns segundos até a porta do elevador se abrir. Soltei suas mãos e entrei no elevador, apertando o número oito.

Niall me abraçou de lado pelos ombros e deu-me um beijo na cabeça. O elevador estava silencioso, mas era um silêncio reconfortante. Eu estava com Niall, e eu me sentia bem ao seu lado. Não preciso de mais do que sua presença comigo para me sentir bem.

Ele começou a cantarolar uma música que logo identifiquei sendo The Man Who Can’t Be Moved, do The Script. Será que ele sabia que eu amava essa música? Mas, como? Eu não havia dito isso, havia? Não importa, eu amo essa música.

As portas do elevador abriram e eu saí puxando-o pela mão. Quando chegamos à porta do quarto me dei conta de que o cartão estava no paletó de Niall, então virei-me para ele e fui pega de surpresa sendo pressionada gentilmente na porta pelo corpo de Niall, uma mão de cada lado da minha cabeça e seu rosto próximo do meu.

Ele abriu a porta do quarto com o cartão e eu andei até a cama sentando-me na ponta para tirar os sapatos. Niall levantou meu rosto pelo queixo fazendo-me olhar em seus olhos, e beijou-me. Senti os lençóis da cama tocando minhas costas e Niall estava em cima de mim, beijando-me ferozmente.

Entrelacei minhas pernas em sua cintura fazendo nossos corpos ficarem mais colados ainda; suas mãos subiam e desciam pelo meu corpo me deixando arrepiada e meus dedos brincavam com seus cabelos.

Quando ficamos sem ar parti o beijo e o olhei nos olhos. Por que aqueles olhos tinham que ser tão... azuis? Estonteantes, lindos. Eu me perdia sempre que olhava diretamente em seus olhos.

- Allie.

- Sim?

- É verdade? – perguntou-me com a voz baixa.

- O quê? – perguntei levantando uma sobrancelha.

- Que você é virgem?

Hesitei um pouco, mas lhe dei a mesma resposta de mais cedo.

- Sim.

- Não minta pra mim, Allie. – ele disse enquanto tirava meu cabelo do rosto.

- Tudo bem. – eu disse respirando fundo. – Eu não sou virgem mais virgem. É uma longa história que eu gostaria de te contar amanhã, se não for muito incômodo.

- Claro que pode contar amanhã. – ele disse. – Vamos dormir, certo?

- Ok, vamos dormir. – eu disse enquanto ele deitava-se ao meu lado na cama. – Deixa só eu trocar de roupa e...

- Não, dorme assim mesmo. – ele disse puxando-me para perto.

- Deixe pelo menos eu tirar o vestido. Eu não consigo dormir assim. – meio que implorei para ele, que afirmou com um breve movimento de cabeça. Sentei-me na cama e abri o zíper do vestido e o joguei na poltrona. Vi Niall tirando os tênis e senti o paletó sobre meus ombros. Coloquei-o direito e peguei um par de meias de bichinhos que estavam ao lado da cama e as vesti.

Niall deitou-se na cama novamente e eu deitei-me em seu peito sentindo-o subir e descer; também conseguia escutar seu coração batendo calmamente, o que me fez pegar no sono imediatamente sem hesitar.