We All Live In Yellow Submarine! escrita por Jonathan Bemol


Capítulo 9
Mar dos Monstros - III


Notas iniciais do capítulo

E um novo personagem apareçe.



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- ... e até hoje, o povo Premican vive na carcaça do grande animal que mataram – disse John, terminando de contar uma história.

                Vagaram por dentro do monstro por várias horas. Conseguiram uma tocha que o Capitão tirou não sei da onde, e agora andavam provavelmente pelo estomago ou pelo intestino de grande animal. Não sabiam como iriam sair de lá. “Pelos fundos não” disse George, achando que seria muito nojento. Eles já haviam tentado sair pela boca, fazendo cócegas na úvula do monstro, como fez Pinóquio. Infelizmente aquele monstro não tinha úvula.

                Andavam e andavam pelo animal sem saber onde estavam. George contou histórias dos deuses indianos, John contou mais histórias que lia nos livros, e até cantaram enquanto vagavam. Era excelente cantar lá, pois o eco era ótimo. Com o tempo, não estavam mais se preocupando em sair mais, pois o motor ainda estava estragado, e teriam ainda de achar um mecânico.

                “A cólera é um cavalo fogoso; se lhe largamos o freio, o seu ardor exagerado em breve a deixa esgotada...” ouviram alguém falando esse pensamento, e outros também. “Quem será?” perguntaram, e mais a frente havia um homem bastante estranho.

                É inútil tentar descrevê-lo. Apenas pense em um homem estranho e maluco. O homem que estava recitando os poemas era exatamente como imaginou. Ele estava sentado em frente a uma máquina de escrever. Digitava e depois lia em voz alta o que digitou.

                - “Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu embriagado de harmonia”

                - Willian Shakespeare – disse John, dizendo o autor daquele pensamento.

                - Oh! – disse o homem – quem vem lá? Ou aqui...

                - Bom dia... ou noite – disse Paul confuso – somos os Beatles e estamos procurando um jeito... de sair daqui.

                - Sair daqui? Da onde?

                - Desse animal – disse George – estamos dentro... de um animal gigante.

                - Isso é errado sabia? – disse o homem – gigante é uma questão de ponto de vista. Para o animal, vocês é que são pequeninos.

                - Uau! – disse John – ele tem razão sabiam?

                - Isso também é uma questão de ponto de vista. Eles estão me olhando como se eu fosse louco. Mas é normal ser louco para o louco. Então, para o louco, os normais é que são loucos.

                Com isso John ficou mais impressionado ainda. Achou um gênio, um homem que pensava igual ele.

                - Como é seu nome? – perguntou John.

                - Eu preciso de um nome? Se eu estava sozinho até agora aqui, e não tem ninguém para me chamar, por que eu precisaria de um nome?

                - John – disse Paul – vamos continuar andando, esse homem é maluco.

                - Esse é o seu ponto de vista! – disse John.

                - Senhor – disse Ringo – você sabe como poderíamos sair desse lugar? Ir para fora?

                - Fora? Como você sabe que existe alguma coisa lá fora, se não existe uma janela para olharmos que há algo lá?

                - Nós estávamos lá fora – disse Ringo.

                - Um, dois, três, passado – disse o homem.

                - Chega, vamos embora – disse George

                - Não! Eu poderia ficar anos escutando esse homem falar! – disse John

                - Bem – disse o homem – agora que tenho companhia, e alguém para falar comigo, meu nome pode ser... Belamy?

                - Perfeito. É um nome ótimo Belamy. O que você acha... do sentido da vida Belamy?

                - Agora não sou mais Belamy – disse o homem – sou Stuart. O sentido da vida é inalcançável. A verdade é que ele não existe, pois cada um acredita em alguma coisa, por mais ignorante e boba que ela seja. Essa também é uma questão de ponto de vista.

                - E qual é o sentido da vida para você Be... quer dizer, Stuart? O que te impressiona na vida?

                - Agora sou Oxigênio. O que me impressiona na vida são os reflexos das árvores, pedras, tigres, estantes e estátuas. Tudo o que... – então ele foi interrompido.

                - Chega! – disse Ringo – eu quero ir para a minha casa. Estou ficando louco com isso! Esse homem é mais do que maluco!

                - Oxigênio – disse Paul, falando com o homem – você poderia consertar nosso motor aqui? – e mostrou o motor estragado para o homem.

                Oxigênio olhou com desconfiança para o motor, mas logo pegou-o como se fosse um brinquedo, e começou a mexer nele.

                - Não sou mais Oxigênio. Sou Winston. Do meu ponto de vista, isso está estragado.

                Continuou mexendo no motor, e em alguns instantes entregou-o de volta à Paul.

                - É isso. Acho que está bom assim. Agora continuarei escrevendo aqui.

                - Nossa! – disse Paul – não está mais quebrado nem manchado! O-obrigado!

                - Ei, de onde você é? – perguntou John ao homem.

                - Da onde? Bem... eu acho que de lugar nenhum.

                - John, vamos – disse George – só falta sairmos daqui agora.

                - Vamos conversar com Winston mais um pouco!

                - Sou Ronald agora.

                - CHEGA! – gritou Ringo – vamos ou não voltar para o maldito submarino?

                - Hã? – disse o Capitão, tinha ficado calado desde a hora em que foram devorados – é isso que vocês querem? Voltar para o Submarino Amarelo?

                - Mas é claro! – disseram todos.

                - Por que não disseram antes? Existe um jeito bem fácil de voltar sabiam?

                - Mas nós falamos que queríamos sair daqui um monte de vezes!

                - Isso mesmo – disse Capitão – vocês disseram que queriam sair, não voltar para o submarino. E disseram que queriam sair? Ficaram falando e cantando o tempo todo...

                - Qual é o jeito de voltar? – perguntou Paul.

                - Como sou o Capitão do submarino, tenho no meu relógio um botão que nos tele-transporta direto para dentro dele.

                - O QUE?! – gritou Ringo mais uma vez – por que não contou antes?!

                - Vocês estavam cantando e falando...

                - Vamos voltar para o submarino de uma vez! – Ringo estava absolutamente nervoso – O que estamos esperando?

                - Mas tem uma coisa – disse Capitão – existe uma chance de eu apertar o botão e só eu ser tele-transportado de volta. Mas acho que se vocês encostarem em mim... vai dar certo.

                - Certo, vamos então. Segurem-se no Capitão! – disse George, todos fizeram isso, menos John e aquele homem – John, vamos!

                - Deixe-me conversar mais um pouquinho, ele é um gênio!

                - Conversar com você? – disse o homem – eu estava falando sozinho, não com você. Pensando alto.

                - Venha com a gente Ronald! Você vai gostar.

                Ele pareceu pensar um pouco e enfim disse:

                - É, acho que será mais interessante do que ficar aqui. E não sou mais Ronald, sou Rodolf.

                Todos seguraram no Capitão, e ele apertou um botão em seu relógio. Todos se tele-transportaram para dentro do submarino. Estava todo iluminado, com um globo de discoteca girando em cima deles. Tocavam músicas de discotecas e haviam várias pessoas estranhamente vestidas dançando, e a cafeteira também estava se divertindo. Lá fora o mar estava muito claro e cheio de diamantes. O que aconteceu enquanto os Beatles estavam fora? Será que o motor vai funcionar? O que mais o homem-gênio vai dizer de estranho? A resposta para todas essas perguntas está no ultimo capítulo, onde aparece o George Martin.


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