We All Live In Yellow Submarine! escrita por Jonathan Bemol


Capítulo 14
Confissão




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/186097/chapter/14

Não demorou muito para o Capitão voltar com várias pessoas que iriam fazer parte da orquestra. Paul perguntou pra ele como havia conseguido juntar tanta gente tão rápido, e Capitão respondeu: “quando vocês cantaram Getting Better, peguei um pequeno rádio e dei um jeito de gravar a música. Então foi só ir para a cidade e mostrar a música para as pessoas. Elas logo se convenceram de me acompanhar e ajudar nessa batalha.”

                Então cada pessoa pegou o instrumento que mais lhe agradava. Logo estavam todos prontos para um “ataque”. Mas ainda havia dois problemas: não tinham um maestro, e a Banda dos Corações Solitários ainda estava presa dentro daquela bolha.

                Então Ringo lembrou que tinha um portal dentro de seu bolso. Tirou-o, desdobrou e colocou o portal na bolha de vidro. Logo os membros da banda que estavam presos conseguiram sair. Eles eram mesmo parecidos com os Beatles. Ficaram conversando com eles mesmos por um tempo, e Ringo descobriu que seu “alter-ego” se chamava Billy Shears e que ele tinha uma voz maravilhosa.

                - Para mim – disse John – estamos presos na teoria da relatividade de Einstein, ou qualquer outra teoria. De que existem vários e vários universos paralelos ao nosso, e Pepperland é um deles...

                - Certo John – interrompeu Paul – vamos acabar logo com isso. Vamos lutar!

                - Mas ainda estamos sem maestro! – disse Capitão

                - Ah, a orquestra pode se virar, improvisar. Vamos logo!

                Então todos saíram do teatro, rumo a Prefeitura.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

                Grandes jardins abertos cercavam a Prefeitura. Eram jardins enormes mesmo, maiores que vários campos de futebol. Aquele jardim estava azul e congelado, cheio de pessoas paradas e congeladas. Os Beatles, seus alter-egos, e toda a orquestra estavam em um desses jardins, a vários metros da Prefeitura. E tinha um exército enorme de Malvados Azuis se aproximando deles. Os Beatles decidiram acabar logo com aquilo, e começaram a cantar “Sgt. Pepper Lonely Hearts Club Band”.

                Como já havia acontecido antes, as pessoas começaram a descongelar e as cores começaram a voltar. As pessoas começaram a se mexer e a dançar com a música dos Beatles. Os Malvados Azuis começaram a ficar com muito medo e corriam. Alguns resistiram e continuaram a atirar. Mas a música era mais forte e estava vencendo. A orquestra parecia se sair bem sem um maestro, estavam tocando bem. Capitão conseguiu fazer com que a música fosse transmitida pelos alto-falantes espalhados por Pepperland, e logo todo país estava sendo descongelado. Os Beatles estavam felizes em estarem tocando juntos e ainda salvando pessoas fazendo isso.

                Continuaram tocando “With a Little Help From My Friends”. Capitão procurava entre os Malvados Azuis, o rei Blue Gorm, para que forçar ele e os seus soldados a abandonarem Pepperland. Procurou, e enfim avistou o rei azul. E então, tudo em volta do Capitão parou. Ele não estava acreditando no que estava vendo, seu cérebro devia ter parado pois não conseguia se mexer. Voltou ao normal e gritou:

                - Parem a música! Parem! – disse Capitão que chegou a tirar a guitarra das mãos de George Harrison. Então os quatro avistaram Blue Gorm e perceberam por que o Capitão estava em pânico desse jeito.

                Blue Gorm estava cercado de Malvados Azuis como sempre. Mas do seu lado esquerdo tinha uma árvore, e nessa árvore o Homem de Lugar Nenhum estava amarrado, como um refém. Mas o mais impressionante estava do outro lado. No lado direito de Blue Gorm, estava uma pequena mesinha e em cima dela estava Lucy, a cafeteira.

                Capitão correu desesperado para pegar a cafeteira, mas foi impedido por alguns Malvados Azuis. Então ele perguntou:

                - O que você fez Blue Gorm?! Não encoste um dedo nela!!!

                - Há há há! – ele deu uma deliciosa risada.

                - O que significa isso? – perguntou George – como você capturou o Homem de Lugar Nenhum?

                - Seus imbecis – Blue Gorm respondeu, muito feliz e risonho – na Prefeitura existe um portal que leva direto ao Mar dos Portais. Foi só puxar esse filósofo de araque pelo portal e pronto!

                - Mas eu mesmo vi – disse Ringo – e o portal por qual ele foi puxado não levava para a Prefeitura !

                - Muitos mistérios assombram o Mar dos Portais...

                 Capitão tentou correr até a cafeteira novamente, mas os azuis o seguravam.

                - Calma capitãozinho – disse o rei azul – agora tenho uma proposta para você Capitão, na verdade para todos vocês! – e todos ficaram calados para ouvirem – Sim. É o seguinte: saiam daqui, não voltem nunca mais para Pepperland e então entregarei a vocês a cafeteira e esse filósofo. Caso vocês queiram ficar aqui e lutar, bem... – então Blue Gorm pegou um grande martelo.

                - Não! Você não vai quebrá-la de jeito nenhum! – gritou Capitão desesperado.

                - Então ta. Vocês vão ir embora?

                - Vamos! Me entregue a cafeteira e todos iremos partir!

                - Não amorzinho! – gritou a cafeteira – não faça isso!

                Curiosamente esse tempo todo, o Homem de Lugar Nenhum refletia e falava seus pensamentos:

                - “Amor não é se envolver com a pessoa perfeita...”

                - Por que!? Eu não vou deixar que ele te quebre! – gritou Capitão.

                - Por que eu... – a cafeteira gaguejava – eu... eu... eu te trai meu bem!

                - Você o que?!

                - “...aquela dos nossos sonhos...”

                - Isso sua máquina de café – disse Blue Gorm – vamos, conte toda a verdade.

                - Eu quis derrubar o Submarino Amarelo, eu estava trabalhando como agente-duplo para os Malvados Azuis.

                - Como? – perguntou Paul – você nunca tentou nos matar ou quebrar o...

                Então todos pararam e perceberam.

                - Você estragou o motor do submarino! – disse o Capitão

                - Sim – ela respondeu – essa foi a primeira tentativa de fazer com que vocês não chegassem em Pepperland. Eu mesma sugeri para navegarmos pelos Jardins de Algas. Eu sabia que tinha um polvo dormindo por lá, e que vocês iriam implorar para descer e apreciar a vista. Quando vocês desceram e me deixaram dentro do submarino, sai de meu lugar e consegui jogar café naquele motor, que não era muito resistente e logo estragou.

                - “Não existem príncipes nem princesas...”

                - Isso era apenas uma parte do plano. Depois que vocês entraram, quem sugeriu aquela oficina, que na verdade era um grande monstro?

                Por mais incrível, John prestava mais atenção no Homem de Lugar Nenhum, que continuava a falar aquelas frases. John tinha certeza que o homem queria dizer alguma coisa.

                - “É encarar a outra pessoa de forma sincera e real...”

                - Depois que vocês foram engolidos, eu me comuniquei com Blue Gorm. Recebi o dinheiro que queria e também o endereço. O endereço do Céu de Diamantes, onde eu sempre quis ir, e você Capitão, nunca me levou. Chegando lá, dei uma festa.

                - “...exaltando suas qualidades...”

                - E então vocês voltaram. Eu tive de armar um plano muito rápido na minha cabeça, para me livrar de vocês. Mas não tive nenhuma idéia. E você me jogou para fora do submarino. Pensei em ficar lá fora, mas então os azuis uma hora ou outra iriam mandar me procurar. Decidi voltar com vocês mesmo. Eu pensei que vocês iriam desconfiar de mim, mas não. São muito idiotas.

                - Desconfiar? Por quê? – perguntou Ringo.

                - Ora, o imbecil me jogou pra fora do submarino! Eu nunca iria voltar.

                - “...mas sabendo também de seus defeitos....”

                - Depois quando vimos aquele portal que levava ao Mar dos Portais, implorei para que ficássemos no Céu de Diamantes. Assim, não iríamos atrapalhar o reinado dos Malvados Azuis. Mas o Capitão queria continuar. Então eu percebi que vocês iriam chegar em Pepperland de qualquer jeito. Apressei vocês para que não sentissem falta do filósofo ai, e até pedi para pararmos naquele restaurante.

                Ela fez uma pausa, mas depois continuou:

                - E agora estou aqui, Capitão. Mas me arrependo de tudo! Deixe que ele me quebre! Salve Pepperland! Esqueça o nosso amor!

                Capitão, arrasado com todas as confissões da cafeteira, enfim disse:

                - Não, eu não vou desistir de você! Eu te amo mais do que...

                - AH FAÇAM-ME O FAVOR! – disse Blue Gorm – chega dessa lenga-lenga, vou descer o martelo em todos!

                Ele pegou o martelo, e bateu na cafeteira. Mas aquela batida doeu 300 mais no coração do Capitão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "We All Live In Yellow Submarine!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.