O efeito do botão “Amizade Amigávelmente Amigável” estava passando. Os Beatles não estavam mais cantando mas continuavam muito próximos e educados. Mas o efeito parecia continuar firme e forte na cafeteira Lucy, que estava muito agradável com todos, principalmente com o Capitão.

Navegaram pelo muito Céu de Diamantes. Podiam ver os grandes prédios de cristal abaixo deles. Era um país de luxo. Até que viram um Portal.

O Portal era parecido com um buraco negro (se você nunca viu um buraco negro, eles são parecidos com o Portal que estava em frente do submarino). Era negro, assustador e obscuro. Também era grande, mas o submarino teria de passar apertado por ele mesmo assim. Todos estavam com medo de entrar.

- Amorzinho! – disse a cafeteira com medo – não vamos entrar ai! Parece muito perigoso! Por favor vamos dar meia-volta!

- É – concordou George – é muito assustador...

- Isso – disse Lucy, a cafeteira – vamos esquecer Pepperland e levar uma vida ótima aqui no Céu de Diamantes.

Era uma boa idéia. Capitão podia viver no Céu de Diamantes com Lucy, pois parecia um lugar excelente para morar. Poderia deixar os Beatles em outro lugar ou país para ter mais privacidade com a cafeteira. Os dois venderiam os poemas do Homem de Lugar Nenhum e com o dinheiro comprariam um apartamento de cristal. E Capitão poderia trabalhar fazendo entregas com o submarino, assim poderia sustentar os dois. A vida seria perfeita!

Mas então lembrou-se de Pepperland, dos prédios, construções e de todas as pessoas que ficaram congeladas esperando que ele voltasse com a salvação. Com esses pensamentos, Capitão tomou sua decisão:

- Senhores – disse ele com uma voz heróica – vamos navegar pelo Mar dos Portais, sair vivos de lá, e salvar Pepperland!!!

Deu um grito, e o submarino entrou no Portal, que os levou ao Mar dos Portais com toda a força. Capitão se arrependeu muito da sua decisão assim que viu como era o Mar dos Portais.

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É incrível como as pessoas podem e gostam de complicar coisas simples. Um exemplo é a matemática. Ela já foi a matéria preferida de todos os alunos, pois era fácil. 2 + 2 = 4. Simples e fácil. E aparece a “subtração”: 5 – 3 = 2. Também muito simples e fácil. Até que aparecem também as continhas de Multiplicação e Divisão. Ai fica mais complicado. Também aparecem raízes quadradas, números negativos, frações, trigonometria, equações de não-sei-quantos-graus, inequações, teoremas e tudo mais. Pronto, uma coisa simples e fácil se tornou complicada.

A mesma coisa acontece no Mar dos Portais. A lógica é a seguinte: você entra em um portal, e sai em outro, que fica em outro lugar. Simples. Mas agora imagine um fundo branco, e nesse fundo completamente branco, existem milhões, bilhões de portais iguais ao que estava na frente do submarino. Cada um desses portais te leva para um lugar totalmente aleatório do Universo. Por isso mesmo o Mar dos Portais é o mais assustador de todos. Pessoas já ficaram trancadas e perdidas para sempre lá dentro sem saber qual o portal certo para voltarem para casa.

- Meia volta! – gritaram Ringo e John para o Capitão – vamos voltar! Olhe só isso!

- C-c-erto! Vamos voltar – ele virou o submarino, mas o portal por qual tinham entrado não estava mais lá.

- Estamos perdidos! – disse George – nunca mais faremos um álbum ou qualquer outra coisa...

- O que faremos agora? – perguntou Paul – temos de achar o portal certo, mas se entrarmos em um... provavelmente nunca mais poderemos voltar.

Todos ficaram pensativos e perdendo a esperança rapidamente. Paul falou com o Homem de Lugar Nenhum “O que acha? No bilhete do prefeito, disse que saberíamos qual é o portal certo, mas os portais são todos iguais. Qual a diferença entre eles?” então o homem respondeu:

- Definir é limitar. Ora jovem, quantas diferenças você achar que existem.

Todos estavam preocupados. Não sabiam o que fazer. Então Ringo disse:

- Tenho uma idéia! – pegou um cano que estava jogado dentro do submarino desde o primeiro capitulo e pediu para Capitão abrir a porta. Ringo saiu do submarino, com Capitão indo atrás dele.

- Bongo, o que você vai fazer?

De perto, os portais não eram grandes. Dava para passar uma pessoa de cada vez por dentro deles. A gravidade era estranha no Mar dos Portais. Ringo estava em pé em cima... do nada. Chegou perto de um portal, e colocou o cano dentro dele. Em seguida retirou-o.

- Viram? – disse ele – poderíamos não entrar completamente nos portais, mas só... dar uma “olhada”. Até encontrarmos o certo.

- Excelente Bongo! – disse Capitão – desçam todos, vamos procurar o portal que leva ao Mar Esverdeado. Quando encontrarem avisem e passaremos por ele!

Todos saíram do submarino e começaram a dar uma “olhada” nos portais. Até o Homem de Lugar Nenhum largou de sua máquina de escrever e saiu para ver os portais. A cafeteira ficou no submarino como sempre.

John colocou a cabeça em vários portais. Em um ele saiu em uma sala de jantar, cheia de pessoas que estavam nascendo e morrendo. Literalmente. Em outro saiu em um belo jardim. E em outro ele saiu no Mar dos Portais mesmo, só que em outro lugar. Muitos portais faziam isso.

Paul experimentou vários portais também. Saiu em um deserto com areias azuis, em um templo na Índia ele presumiu, e também num quarto onde um casal estava... “se amando”. Capitão também saiu em um estúdio de gravação onde estavam os Beach Boys, num funeral e também em vários jardins e florestas.

Ringo estava um pouco animado também. Viu o Homem de Lugar Nenhum entalado em um portal, e perguntou pra ele:

- O que você sabe sobre portais?

- Portais? – disse ele com cara de bravo – nunca ouvi falar deles, nunca escrevi sobre eles, e nunca li sobre eles nas minhas enciclopédias.

O homem foi puxado para dentro do buraco. Ringo olhou dentro do portal para ver onde o homem tinha ido e viu que aquele buraco levava a outro portal naquele mar. Então não se preocupou com o homem. Ringo olhou por alguns instantes o portal que o homem havia sido sugado e resolveu pegar o portal. Sim, o baterista pegou o portal e com as mãos dobrou-o até ficar pequenininho e o guardou no bolso.

George assim como os outros, estava ficando cansado. Tinham procurado por muito tempo, mas não encontraram o portal certo. George olhou mais alguns portais cada vez mais desanimado. Até que viu uma coisa estranhamente estranha.

- John! Paul! Capitão! Venham aqui! Todos!!

Todos chegaram perto de George, e ele apontou o que tinha visto. Capitão disse espantado: “Esse pode ser o certo...” e todos ficaram olhando abismados aquele portal que não era negro e escuro, mas sim verde.