Estava confortável em um manto de calor, não conseguia sentir frio, pois era quente muito quente, aconcheguei-me ainda mais em meu manto sentindo uma parte dura, um batimento acelerado, mas não era o meu. Abri meus olhos me deparando com um peito másculo e forte me segurando junto a ti, braços grossos me apertando contra ele e o perfume almiscarado e sensual como Dorian era. Tentei me mexer, mas seus braços se apertaram ainda mais ao redor de mim, enquanto sussurrava meu nome em pleno sonho, não tinha como sair e também não tinha vontade, pelo horário em seu relógio ainda tínhamos duas horas para chegar à Inglaterra, então não custava nada aproveitar seu carinho para adormecer novamente, e assim o fiz fechando os olhos.

Escutei chamarem meu nome ao longe, mas a dor no estomago foi mais forte para tentar me fazer desmaiar, o ferimento devia estar sangrando por que senti algo escorrer na blusa, quente e forte, sangue... Minhas mãos foram pegas por outras maiores, tocando gentilmente no inicio, depois a brutalidade sobre saiu a delicadeza.

-        Eva? Eva? – chamou novamente o homem.

Passando um pouco a dor consegui abrir meus olhos, e Dorian me olhava com temor, toquei meu estomago sentindo o liquido quente e viscoso manchar meus dedos, era sangue, só que não era só um pequeno sangramento parecia algo mais grave.

Tentei sentar, mas suas mãos fortes me fizeram abaixar novamente, estava sem forças para discutir com ele, mas mesmo assim afastei suas mãos com esforço, sentando em um pulo bastante dolorido, me dei conta que o avião já tinha pousado e todos olhavam pra mim com pavor.

-        Estou bem. – sussurrei levantando cambaleante.

-        Não está não. – disse mamãe brava – Vamos levá-la ao medico.

-        Nem sonhando. – reclamei quando Dorian me pegou no colo – Me solta cara! Você não tem o direito...

-        Ele faz o correto Eva, agora não questione, pois vai doer mais. – brigou a rainha mandona.

-        Não sou criança pra ser carregada no colo! – gritei me debatendo – Solta seu bruto desgraçado! Desce-me no chão! Agora!

Meus esforços eram inúteis, mas um movimento brusco fez meu coração parar, senti algo deslocando, o curativo começou a sangrar cada vez mais e tinha certeza que os pontos tinhas se soltado completamente, gritei tentando segurar o curativo enquanto Dorian segurava meus braços juntos.

-        Me solta seu animal! Droga! – gritei batendo na sua cara – Solta! Agora!

-        Como quiser. – reclamou me jogando no chão.

-        Com delicadeza sua anta! – briguei arrumando minha blusa – Falei que soltou.

Minha blusa branca estava manchada de sangue, com receio levantei-a sentindo pequenas contrações no lugar onde a bala havia ultrapassado, o curativo estava fora do lugar deixando a mostra um pequeno furo aberto, os cinco pontos que levei arrebentados ao lado do ferimento e a única coisa que se via era sangue e mais sangue saindo dali.

Tirei meu cachecol do pescoço e pressionei no ferimento, curvando-me em dor, valia a pena prestar cursos para primeiros socorros, com esforço sentei em um canto vendo todos chamarem um medico birrenta como sou reclamei vendo um vulto de jaleco se aproximar, não sabia ao certo quem era, mas pelas roupas deviam ser...