Táticas de fuga. Bater, apanhar e lutar! Ótimo como se eu fosse capaz de fazer tudo isso, no máximo eu apanharia, mas tentaria fugir e como a pesquisa na internet não serve bem mesmo vai da forma antiga, mapas, como meu pai uma vez disse, se você não tem um GPS de verdade, faça uma bussola. E como fui treinada escoteira eu sabia viver na mata, e preparada eu conseguiria fugir pra cidade, fugir da tentação de terno.

Preparada ao anoitecer de madrugada pra ser mais sensata sai à espreita do quarto, pelo visto Dorian estava dormindo, e a minha tentação era querer ir ao quarto ao lado o ver dormir só com a calça de moletom, tocar aquele tanquinho perfeito, pode beijar seu pescoço, deslizar a boca pra baixo, e pra baixo... Ai mente perva! É melhor fugir agora senão será tarde de mais.

Consegui desligar os alarmes e puxei mais minha jaqueta contra meu corpo, e caminhei pra fora co chalé, pelos meus cálculos era mais o menos umas três horas de caminhada ao norte e logo chegaria à rodovia que dava pra cidade, pelo que ele pouco me contou essa cidade era pequena, mas tinha ônibus para a capital, e dela da pra ir direto de um vôo pra Londres, ficar escondida na casa de Harry ate achar uma solução melhor.

Pelo que pareceram horas caminhei por entre a mata seguindo a direção que minha bussola apontou cansei e sentei-me em um toco, passava das quatro da madrugada fazia duas horas que estava andando faltava só mais uma hora e estaria a salvo, mas algo parecia errado, estava muito fácil fugir assim, Dorian não facilitaria tanto, ele não seria besta o suficiente pra me deixar sair de bandeja por ai, dito e feito, escutei um barulho nos arbustos, assustada levantei colocando a mão na boca, não podia gritar, e a única coisa que tinha pra me defender era a faca que tinha roubado da cozinha na hora de sair, escondendo atrás de mim, esperei o próximo movimento.

-        Olá Eva!

-        OMG! Você! – gritei assustando-me realmente – O que faz aqui?

-        Precisamos conversar. – sorriu ELE parando a minha frente.

-        Depois de quanto tempo? Tipo o que? Algumas vezes que me tentaram me matar você não estava lá pra me ajudar. – reclamei furiosa – Agora saia da minha frente que vou pra Londres.

-        Você não pode voltar pra lá, não agora, precisamos conversar. – informou parando a minha frente – Você vai saber toda verdade agora, sem segredos, sem mentiras.

Escutei o que aquele homem dizia, minha mente se abria, as palavras eram devastadoras, tudo era diferente de mais para você pensar no conto de fadas de uma princesa, não era um paraíso era o inferno. E agora eu sabia o que tinha que fazer.

Voltei para o chalé, pensando nessas mais duas horas de volta, tempo suficiente para minha cabeça voltar a funcionar, minha mente raciocinar e eu poder trabalhar, era difícil ver tudo aquilo, escutar tudo e não saber como agir, não saber o que fazer, ser. Agora com a chuva que caia fortemente o vento acoitando meus cabelos, e os trovoes enchendo o céu avistei o chalé logo em frente e a única coisa que precisava era de Dorian, de estar nos braços de Dorian. Mas o pior de tudo era que eu não podia contar, não podia falar.

No momento que entrei por aquela porta meu mundo desabou, ele estava acordado vestido pra sair na chuva, possivelmente a minha procura, o olhar preocupado, o semblante magoado, meu coração machucado, eu precisava dele, eu amava ele. E agora eu precisava viver, e ele era a minha vida.

-        Eva. – sussurrou meu nome.

-        Eu te amo. – disse correndo pros teus braços.