POV Edward

Lutava contra Dimitri e apesar de toda a sua técnica de luta eu vencia, por poder prever todos os seus passos seguintes. Mesmo sendo uma máquina de guerra, ele precisava de rever todos os seus ataques mentalmente, para os poder executar. Pouco evoluído e capacitado, diria eu, se não tivesse a lutar tão arduamente para conseguir contra-atacar toda aquela força.

Novamente, nós estávamos em vantagem em relação a eles, nós tínhamos um motivo mais forte do que a vingança que eles tanto ambicionavam, nós lutávamos para proteger alguém que amávamos, pela segunda vez, esse era o motivo para estarmos ali, frente a frente com eles.

Novamente era uma das minhas filhas que eu estava ali para proteger, não a iria abandonar, ela já tinha sofrido demais para toda uma eternidade de vidas, o que ela me tinha mostrado fez-me lamentar, eternamente, ter abandonado as buscas.

Deu-se a primeira baixa, Maria, uma das guardas Volturi. Aquilo até podia ser bom, mas tínhamos de nos manter firmes para que a vantagem apenas aumentasse para nós e a batalha não tomasse o rumo contrário.

POV Emmett

Com quantos é que eu estava a lutar?

Sei lá, mas também não importava, apenas tornava o jogo mais excitante.

Eles queriam a minha irmãzinha, mas eles que se lixem, ninguém lhe toca!

Ela mudou as nossas vidas e não estou a falar como aqueles lamechas que dizem palavras ocas, belas, mas vazias, despojadas de verdadeiros sentimentos…

Crystal era uma miúda muito especial, daquelas que o seu simples sorriso, enche o nosso coração. Podiam dizer que era uma menina difícil, mas isso era porque despertavam o seu lado mais rebelde, essas pessoas não entravam na lista das seus preferidos. Sabem como é! Nem todos podem ser bonitos, divertidos e fofinhos como eu… ahahha.

Ela era a razão principal de eu estar a lutar.

Foi a primeira pessoa a quem a Rose chamou amiga sem ter de fazer um esforço, ou por estar em público. Havia ali um sentimento verdadeiro, ela fez a minha Rose ser mais alegre…. Tinha muito a agradecer a Crystal…

Nós íamos acabar com eles, podiam ter a certeza.

POV Seth

A raiva consumia-me.

Eles iriam todos morrer. Não podia deixar nem um escapar, depois do que eles fizeram à minha mãe!!! A minha mãe…

E agora queriam levar a Crystal também…

Eu já a havia perdido para Paul, mas tinha sido consequência dos meus próprios actos. No entanto, eu não a iria perder para os Volturi, isso não!!

Eles iriam transformá-la num monstro que ela nunca quis ser, aquele monstro que encontrei naquele hotel e que desapareceu mal ela viu o que esse monstro havia feito. O desespero nos seu olhar era uma imagem que eu nunca iria esquecer, mesmo que eu vivesse uma eternidade.

Senti uma pancada na cabeça da qual não estava à espera e percebi que a batalha se estava a descontrolar para o nosso lado.

Explodi tomando a forma de lobo e atirando o atacante surpresa para quilómetros dali e voltei a atacar o antigo oponente, que sem os seus poderes, que estavam a ser bloqueados por Bella, era mais fraco que a maioria dos outros guardas.

Era hoje que eu iria acabar com aquele maldito Alec.

POV Crystal

A batalha era bem longe de casa, já estava a correr há uns bons dez minutos e os barulhos ainda me pareciam muito distantes.

“ Devem ter planeado o local de modo a que quando eu lá chegasse, se eu lá chegasse, a batalha já tivesse acabado.” Mas algo me dizia que não, algo me dizia que a batalha estaria tudo menos acabada, quando eu lá chegasse.

Mesmo ao longe, os ruídos mostravam que a luta estava a ser muito violenta. Ouviam-se rugidos e impactos de grande brutalidade.

Estava a ficar com medo, não por mim, mas por eles.

POV Carlisle

- NÃOOOOO!!! KATE!!!!!!!!

Ouviu-se aquele grito dilaceram-te vindo de Tânia.

Havíamos perdido Kate. Mais uma morte a lamentar, novamente uma Denalli.

U não queria esta batalha, mas nunca entregaria a minha filha àqueles monstros, preferia morrer!

Não me arrependia, nem por um momento de a ter transformado.

Ela tinha-me dado algumas dores de cabeça, mas qual é o filho que não dá?

Depois de tudo isto acabar, ela poderia acabar o ensino secundário e ir estudar astronomia para Oxford, como havíamos falado antes de ela ir para La Push com Paul.

Ela teria um bom futuro e seria feliz…

A batalha estava cada vez a ficar mais acesa…

Havíamos sofrido mais baixas, porque eu já lutava com mais do que dois guardas Volturi e Esme, que estava ao meu lado, também.

Tinha medo de perder alguém, a minha família não aguentaria, Crystal ficaria destroçada e cheia de remorsos, e, mesmo eu, não aguentaria.

A minha família era o bem mais precioso que eu possuía e poderia uma dia vir a possuir, eles eram tudo para mim.

POV Crystal

Já estava perto, podia sentir os cheiros intensos e os ruídos.

Corri apenas cerca de dois quilómetros e entrei na clareira onde a batalha estava a ser travada.

Ninguém reparou na minha presença, estavam todos muito concentrados nas suas lutas.

Todos lutavam, pelo menos, com três guardas. Os Volturi mais importantes, Aros, Caius, Marcus, assistiam à guerra que era travada à sua frente, sem sequer piscarem os olhos.

Desviei o olhar deles e percorri todo o espaço com os olhos, tentando localizar os que lutavam por mim.

Todos eles estavam com dificuldades devido a terem muitos adversários.

Vi Esme um pouco aflita e decidi ir ajudá-la.

Ao ver-me entrou em pânico.

- FILHA, NÃO DEVIAS ESTAR AQUI!!!!

Ignorei o seu comentário e comecei a lutar contra Jane, que devia ter os poderes bloqueados por Bella. Visto que lutava corpo a corpo.

Com um soco atirei-a ao chão e antes que conseguisse reagir saltei-lhe em cima e arranquei-lhe a cabeça primeiro e, em seguida, desmembrei-a e despedacei-a.

Estava a saborear a minha vitória sobre aquela cabra, quando oiço gritos de Rose.

Um vampiro estava a segurá-la enquanto o outro tentava arrancar-lhe a cabeça.

Todos os outros não a podiam ajudar, estavam cercados. Emmett tentava, desesperadamente, livrar-se dos que o cercavam, mas sem sucesso.

Mesmo sabendo que assim atrairia a atenção dos Volturi que não sabiam que eu estava ali, corri para a ajudar. Ataquei aquele que lhe estava a tentar arrancar a cabeça e o ouro ficou tão surpreso com a minha aparição que Rose se conseguiu libertar e dar cabe dele.

Quando ambas acabámos de os despedaçar, trocámos breves sorrisos, porque quando olhámos à nossa volta vimos que iríamos perder.

O desespero começou a tomar conta de mim.

Eles não podiam ter este fim, não era justo. Não eles…não a minha família.

A solução!

Eu sabia como acabar com aquilo. Prometi a mim mesma que só o faria se visse que nós iríamos perder.

Corri por entre as pessoas que lutavam.

Ninguém reparava em mim, de tão concentrados que estavam, parecia que estava a usar o manto da invisibilidade do Harry Potter.

Corri até Aros, Caius e Marcus, e perguntei-lhes:

- Se eu deixar de ser deles, a batalha termina, certo?

Aros sorriu-me e olhou aprovadoramente para os irmãos.

- Foi o que eu disse, então é verdade.

- Ok, então parem isto.

Aros sorriu vitorioso, ele tinha vencido.

Foi até mais perto do local onde todos estavam a lutar e proclamou:

- Acabou, meus amigos!

A batalha cessou imediatamente.

Vi todos os rostos a olharem para mim, vi os olhos de Paul a olharem-me cheios de angústia.

- Crystal, volta imediatamente, para casa! – ouvi Carlisle gritar.

Estava toda a tremer… Eu amava-os tanto, eu amava tanto Rose, a sua personalidade tão característica e o seu instinto maternal, Carlisle, meu pai, Esme, minha mãe, Emmett, o meu comediante, Jasper, o meu confidente, Alice, a minha louca de estimação, Bella, até ela eu amava, Edward, meu irmão, Nessie, a pequena protegida, Jake, o durai sensível, Seth, o meu grande amigo e Paul…Paul, o grande amor da minha vida…

Tinha acabado... Tinha tudo acabado…

- Sim, acabou. – tive forças para dizer.

Soube que tinha de ser naquele momento, não podia esperar mais.

- Desculpem, eu amo todos vocês…- sussurrei.

Toda a tremer e com as forças finais que me restavam tirei o punhal das calças e num único golpe, apunhalei o meu coração. Não seria mais de ninguém, nunca poderia ser uma Volturi, e nunca mais voltaria a ser uma Cullen, ou será que morria como uma Cullen… esperava que sim…

Ouvi gritos de várias pessoas que amava.

Senti lágrimas a escorrerem pela minha cara, era muito doloroso deixá-los…

Ouvi um uivar muito sofrido, superior a todos os outros.

Não tinha realmente existido um último beijo…

E, então, tudo desapareceu.

Fim

POV Narrador

Eva fechou o livro com lágrimas a serem derramadas sobre o mesmo.

Ela não sabia o porquê, mas aquela história tinha-lhe tocado particularmente, e tinha-lhe deixado a sensação de se lembrar de tudo aquilo.

Parecia que ela conhecia aquela rapariga, Crystal era familiar, assim como os outros, mas ela era mais.

Uma sensação de inquietude invadiu-a, ela sentiu a necessidade de contar aquilo a alguém, mas a quem?

Os seus pau estavam sempre ocupados e as suas amigas gozavam com ela, sempre que ela lhes falava dos livros que lia. Elas diziam que não percebiam como é que uma rapariga tão popular como ela, era capaz de passar séculos numa área que mais ninguém frequentava, da pouco frequentada biblioteca.

Mas ela gostava daqueles livros, mesmo que ninguém da sua idade conhecesse o famoso Harry Potter, ou as Crónicas de Nárnia, ou mesmo o Crepúsculo, entre outros, ela delirava com eles.

Mas aquele livro em questão, que ela havia encontrado numa das prateleiras mais altas, com o estranho título “Só Podem Estar A Brincar Comigo!!!”, sem autor, tinha realmente tocado em algum ponto adormecido do seu cérebro. Ela tinha a certeza que conhecia aquela Crystal! Ia fazer um pesquisa para ver se encontrava alguma coisa.

Os seus grandes olhos azuis percorreram a parede em busca do relógio digital.

Este dizia que eram 19:45 do dia 22 de Março de 2036.

“Só podem estar a brincar comigo! Vou chegar atrasadíssima ao jantar!”

Fim