On The Road escrita por Hanna_21


Capítulo 5
Capítulo 5: Iniciação


Notas iniciais do capítulo

Sim, cheguei com um novo capítulo um dia antes do esperado, e está ENOOOOOOOOORME!! Acho que me empolguei com o número de reviews, vocês são demais!!!
Capítulo cinco, mais cinco caras!
Prontos?
Aí vai!!!!



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WAIT AND BLEED

Capítulo 5: Iniciação


Outra coisa necessária para ser roadie é, sem dúvida, senso de humor. Não dá para levar tudo a sério, nem mesmo tentativas de homicídio.


Sim, “tentativas de homicídio”.


É uma longa história...


Sacramento, Califórnia

Seis e meia da manhã


Depois de Oregon, foram DEZESSEIS HORAS de viagem. Sério. Chegamos sábado à noite, e eu desabei na cama assim que pude. Em compensação, domingo de manhã acordei cedo demais. Ainda grogue, troquei de roupa, peguei um livro que Violet colocou na mala e saí do quarto. Apertei o botão do elevador e esperei. Surgiu um cara do meu lado, mas nem me dei o trabalho de olhar para ele.


– Vai descer? – ele perguntou e então eu o olhei de cima a baixo. Ele era alto – MUITO alto-, cabelos castanho-escuros quase nos ombros, olhos esverdeados, usava jeans e camiseta preta e tinha uma quantidade considerável de tatuagens

– James Root!- exclamei.

– Não é a resposta que eu esperava ouvir – ele franziu o cenho, mas sua voz era divertida

– James Root! – repeti. Sim, quando estou sonolenta eu ajo com uma retardada

– Acho que vai descer – ele comentou para si mesmo, decidindo que eu não ia responder

– Sim – concordei, acordando para a vida e percebendo o mico que estava pagando.


O elevador chegou e nós entramos. Observei-o pelo espelho, desviando o olhar quando ele me encarava. Queria falar alguma coisa, mas algo me dizia que se eu abrisse a boca só sairia “James Root”.


Então ocorreu um forte solavanco, me desequilibrando. Apoiei no espelho e deixei meu livro cair. Ainda meio caindo, tentei pegar o livro, mas James se abaixou e o fez por mim. Estendeu-me o livro e eu o peguei.


– É um bom livro? – ele perguntou, zombeteiro. Olhei para a capa. “Como ser um bom funcionário”. Ok. Eu vou MATAR a Violet.

– Não li. Nem é meu. Foi só uma amiga querendo me sacanear – expliquei - Eu detesto auto-ajuda.

– Dois. Não entendo como algumas pessoas simplesmente seguem as instruções da droga de um livro idiota para conduzir suas vidas.

– Não é? Tem gente que gosta, mas essa coisa de “9999 passos para ser feliz” não convence.


E de repente eu estava conversando sobre livros de auto-ajuda com James. Saímos do elevador e mal reparei que estava sentada na mesa com ele. Jim é um cara inteligente, tem opiniões próprias e bem formadas, além de ser engraçado. Só me dei conta de que estava sentada com uma celebridade quando umas pessoas pediram para eu tirar fotos.


Só entendi de fato o que é assédio de fã, porém, quando vi um grupo maior correr na direção de outro cara. Não consegui enxergá-lo de longe, mas depois que as pessoas saíram, consegui vê-lo, ao mesmo tempo em que Jim acenava discretamente pra ele.


– Hey Jim – ele cumprimentou. Puxou uma cadeira distraidamente e, sem nenhuma discrição, ficou me encarando.


Certo. O que você faria se Corey Taylor se sentasse na sua frente e te encarasse?


Eu encarei de volta, oras.


Analisei as tatuagens que estavam à vista e tentei enxergar outras por baixo da camiseta branca do Run-DMC que ele usava. Observei seu corte rente e curto, quase totalmente escondido pelo chapéu preto. Os olhos azuis exibiam aquele olhar típico de curiosidade e a boca num meio sorriso.


– Não vai se apresentar? – ele perguntou, por fim

– Alexis – respondi, meio automaticamente

– Já nos vimos antes? – Corey me olhou mais de perto

– Já – respondi, achando divertido – Nos últimos dias. Backstage.

– Está nos perseguindo? – Corey recuou um pouco

– Acho – Jim me olhou – que ela quis dizer que trabalha na equipe.

– É – respondi – Entrei recentemente.

– Sabia que me parecia familiar. – Corey comentou, distraído.


O celular de James tocou. Lançando um olhar significativo para Corey, ele se afastou da mesa e atendeu. Corey resmungou alguma coisa. Juntei o olhar de Jim à reclamação de Corey, procurando um elo entre eles.


– Cristina? – perguntei descaradamente. Corey me olhou, descrente, acendendo um cigarro

– Como...

– Com você resmungando algo sobre “discutir a relação, não fica difícil adivinhar. – expliquei. Estava me referindo à Cristina Scabbia. Ela era namorada/noiva (nem sei) de Jim, uma das mulheres mais bonitas e espertas do rock, e vocalista do Lacuna Coil.

– Sim, é ela. – ele confirmou

– Aconteceu alguma coisa?

– Você sabe como as mulheres são – eu lhe lancei um olhar malvado e ele riu; logo entendi que ele queria encerrar aquele assunto – E então, já passou pela sua iniciação?

– Minha o quê?

– Iniciação.

– Que é isso?

– Há, parece que não. Você está cercada de filhos-da-puta que gostam de ferrar com a vida dos outros. Quando chega alguém novo na equipe, eles dão um jeito de foder bastante a pessoa pra ver se ela agüenta o trabalho. – Corey se inclinou pra frente

– Oh, bem, já me sacanearam bastante – e eu relatei o que já tinham feito comigo

– Isso não é nada. Um projetista se demitiu, depois que o deixaram preso nas ferragens da plataforma do Chris. Uma vez dos seguranças passou três dias pintado de verde. Mandaram outro bater no Mick falando que ele era um fã maníaco. Aquele lá não se deu nada bem. Deixaram um cara na Austrália, o show era no Japão. Fizeram uma garota pensar que o cachorro dela tinha morrido. Simularam uma...

– Ok, Corey, eu entendi que vou morrer. – interrompi e ele riu

– Só estou te preparando – ele pegou o meu café e bebeu. Ele agia tão naturalmente!


Jim voltou para a mesa. Percebi que era hora de eu sair dali e os outros terem uma conversa particular. Eu nunca tinha achado que Corey e James parecessem próximos, mas é meio difícil não ser próximo de um cara que trabalha com você em duas bandas. Despedi-me discretamente deles no momento em que uma garota se aproximava da mesa com uma câmera.


Eu ia jogar o livro fora, mas desisti. Ele me trouxe algo MUITO melhor que dicas para ser uma boa funcionária, no fim das contas.


Sacramento, Califórnia

Meia hora antes do show


Gritar foi minha primeira reação.


Quero dizer, não é toda hora que você abre uma porta e quase é atingida por uma labareda na altura da cintura. Segurei-me no batente da porta, vendo se estava inteira, e ouvi uma risadinha. Provavelmente do desgraçado que tentara colocar fogo em mim. Será que aquela era a tal “iniciação”?


Não, não era.


Porque quando levantei os olhos, vi a figura de um cara uns 15 centímetros mais alto que eu, largo, vestido de preto. Se cabelo era loiro e comprido, ele usava barba, e seus olhos azuis pareciam levemente maiores atrás dos óculos.


Shawn Crahan.


Clown.


Filho-da-puta!


Ele colocou uma mão no meu braço e parecia querer falar algo, mas não conseguia parar de rir. Na outra mão ele sustentava o que certamente quase colocara fogo em mim, embora eu não soubesse definir o que era. Quando Shawn se controlou, me olhou:


– Você está bem?

– Já estive melhor – eu forcei um sorriso, olhando minha blusa chamuscada

– Desculpe, achei que era o Craig – justificou-se Shawn.

– Aaaah – retruquei, sorrindo raivosamente.


Tradução do “Aaaah”: “ME CONFUNDIU COM O CRAIG, SEU PALHAÇO DO CÃO? ME CONFUNDIU COM O CRAIG? ÉÉÉ, OLHA SÓ COMO EU TENHO A CARA CHEIO DE ESPETOS! OLHA, DESGRAÇADO!”


– Você é a garota nova da assistência. – ele comentou

– Sim – confirmei, simpatizando mais com ele

– Bem-vinda. – sorri de verdade.

– Obrigada. Porque você queria colocar fogo no Cra...


Calei-me assim que vi um cara barbudo entrando na sala, usando uniforme da banda e segurando uma máscara cheia de espetos para todos os lados. Havia um “cinco” em seu braço.


– Oi Craig! – cumprimentou Shawn – Pronto pra mais uma?

– Uhum – disse Craig simplesmente, olhando para Shawn e esboçando um sorriso


AQUELE era o Craig!? Nossa, se eu visse aquele cara na rua, jamais diria que ele toca numa banda de rock! Ele veio andando até mim, e eu resisti à vontade de me afastar. Clown lançou um olhar divertido à cena.


– Saiu – ele disse, me entregando a máscara. Um daqueles espetos tinha soltado da máscara

– Ah. Tudo bem – eu peguei-a das mãos enluvadas dele e passei uns dois minutos tentando até conseguir consertar, sob o olhar atento de Craig. – Prontinho.


Ele pegou a máscara de volta e saiu sem dizer mais nada, com um olhar de agradecimento.


– É isso? – murmurei, meio surpresa

– “Killers are quiet”. – comentou Shawn logo ao meu lado, ainda rindo e pegando sua máscara de palhaço psicótico - Da próxima a gente pega ele – disse antes de sair e me deixar sozinha, sorrindo.

Los Angeles, Califórnia

Segunda-feira, folga

Um dia à toa em Los Angeles! Inacreditável! Passeei com Fiona, Pheebs e Jill, uma das mulheres da segurança, acompanhando-as nas compras. Não comprei nada graças ao guarda-roupa semi-novo que Violet tinha me arranjado, mas foi divertido.


Voltamos para o hotel. Eu queria dormir cedo, mas Phoebe e Fiona me convenceram a ficar conversando, tomando coca-cola e comendo chocolate até três da manhã, como adolescentes numa festa do pijama. Com direito à guerra de travesseiro e mexer nos cabelos um a da outra – elas estavam fascinadas com meu cabelo, que nem era grande coisa.


Apenas sei adormeci em algum momento...


Terça feira

Uma hora e meia antes do show

– DESGRAÇADAS! – berrei, furiosa. Como puderam fazer aquilo comigo???


Eu havia acabado de acordar com meu celular tocando Avenged Sevenfold. Assim que o peguei na mesa de cabeceira, quem ligava desligou. Era um número privado. Ao lado do celular havia um bilhete cretino, que dizia:


Querida Alexis,

É provável que você só acorde faltando mais ou menos uma hora ou meia hora antes do show. Pelo menos é o que dizia a embalagem do sonífero. Não foi boa ideia misturar com coca-cola. Esperamos que tenha dado certo.

Se acordar a tempo, venha para o show. Sua credencial está... Bem, em algum lugar. Queremos que saiba que gostamos de você e isso não é nada pessoal. Apenas rotina. Se conseguir passar dessa, certamente ganhará respeito de todos.

Beijos,

Phoebe, Fiona e o resto

PS: Esperamos que goste do cabelo.”

Assim que li a última linha, corri para o banheiro e gritei palavrões. Aquelas vadias tinham me DOPADO e DECEPADO meu cabelo durante a noite! A metade esquerda estava normal, com exceção da franja, que estava na altura das orelhas. O lado direito estava pior: elas haviam o cortado TODINHO, até a altura do meu queixo, tudo irregular. Eu parecia ter sido vítima de um cabeleireiro drogado.


Foi saindo do banheiro que eu percebi que pouca desgraça não é o suficiente.


ELAS. SUMIRAM. COM. MINHA. MALA!


Não estava em lugar NENHUM! A mala delas também não estava ali. Não fazia sentido, elas não podiam ter saído, ainda passaríamos mais uma noite ali e... Oh. O armário. O armário estava trancado!


Isso significava que TUDO estava lá dentro. Mas era um daqueles armários que você só abre de dois jeitos: ou com a chave, ou usando Mick Thomson. E eu não tinha nenhum dos dois. Olhei para o relógio. Uma hora e vinte minutos antes do show. Dava tempo. Era só pegar um táxi e...


Minha credencial. Eu precisava da minha credencial! Eu não entraria no backstage sem ela. Comecei uma busca desenfreada por cada cantinho do quarto: atrás das cortinas, debaixo da cama (onde achei um all-star preto de cano extra-alto), no banheiro... Não era possível que elas escondido no armário também. Elas tinham que deixar alguma brecha.


A adrenalina corria pelo meu corpo. Verifiquei as horas: uma hora para o show. Liguei para a recepção do hotel e pedi um táxi ali em frente com urgência, e que me avisassem quando ele tivesse chegado.


Continuei a busca, e nem acreditei quando, depois de vinte minutos procurando, achei minha credencial escondida dentro do frigobar, atrás de uma barra de chocolate. Ponto pra mim! Agora era só descer e...


Havia mais um detalhe. Eu estava de pijama. E minha mala estava no armário! Não havia tempo para achar uma camareira com as chaves dali; teria que dar muitas explicações. O telefone tocou: meu táxi havia chegado. Olhei para as minhas roupas. Blusa branca e short curto e azul escuro. Definitivamente pijama. Não tinha outra opção. Suspirando, peguei os tênis e a credencial, desci correndo pelas escadas, deixei a chave do quarto no hotel e entrei no táxi, meio gritando o endereço e meio colocando os tênis complicados.

Quarenta minutos antes do show

– CHRIS! – berrei. Havia acabado de chegar e, pra minha sorte, a tempo de ser útil e mostrar que eu era uma boa funcionária (sem ler o livro): Chris estava no corredor, a dois metros de mim. Precisava chegar até ele antes que outra pessoa o fizesse e me deixasse sem nada pra fazer.

– Você foi atropelada ou algo assim? – ele perguntou, rindo da minha situação

– Algo assim – retruquei, ofegando – Vem, você tem que se arrumar.

– Eu sei, mas, WOW, O QUE HOUVE COM SEU CABELO? – Chris teve uma crise de risos

– Chris...

– Isso é PIJAMA?

É, caralho! – vociferei, e ele entendeu que aquilo era sério, mas não parou de rir. Eu estava xingando demais naquele dia.

– Ok, vou me comportar – ele prometeu


Chutei a porta da sala onde estavam todos se arrumando. Corey, Jim, Joey e Clown apenas me olharam com curiosidade; os roadies, porém, pareciam ter visto um fantasma. Então, Corey começou a rir descontroladamente.


– Impossível – murmurou Ethan. Ele era um veterano alto, de cabelo negro no meio das costas, preso num rabo baixo com mechas verdes na frente, olhos amendoados e pele bronzeada

– Passem a grana! – Corey exclamou, e eu vi todos os presentes passarem notas para Corey e James

– Achei que você não teria coragem de vir de pijama – comentou Tom, um cara da minha idade que tinha seis anos de estrada; seus cabelos eram castanhos e arrepiados, ressaltando seus olhos verde-água

– É, mas eu vim, não é? – eu disse, sarcástica – Agora vocês vão parar com essa palhaçada?

– Bem... – Phoebe se entreolhou com os outros – Acho que nada é mais justo, né?

– Perfeito. Tire o olho, Fiona. O Chris é meu. – comentei, quando vi Fiona chegando perto de Chris – Fique ali com o Joey – murmurei só para ela ouvir

– Vocês ouviram? Eu sou dela! – exclamou Chris, rindo enquanto eu o puxava para a outra sala, onde as coisas dele estavam – Jim, eu quero minha parte depois!

– Vocês apostaram sobre eu conseguir ou não?

– Faz parte da brincadeira.

– Ótimo.


Ouvimos um assovio atrás de nós. Virei-me e vi Jim me atirando algo, que consegui agarrar a tempo. Era a camisa xadrez que ele estava usando por cima de outra, cinza.


– Não vai querer passar o resto da noite de pijama, certo? – ele disse, entrando na sala de novo. Eu sorri, agradecida, e passei os braços pela camisa grande demais, com Chris com o braço em meus ombros.


Quinze minutos antes do show


– Tudo ok aqui? – Mason chegou dentro da sala onde estávamos eu e outros roadies, nos preparando para sair e acompanhar a banda antes de entrar - Mick, Paul, Joey, Chris, Corey, Craig, Clown, Jim... – ele contou de longe - Onde está o Sid? SID! – berrou Mason pelo corredor, mas ninguém o ouviu

– Sid chegou atrasado – aviou Ryan

– Faz só uns cinco minutos que ele chegou – completou Fiona

– Em cinco minutos dava para ele ter se arrumado, feito o show e ido embora. Aonde ele foi que demorou tanto assim para chegar? – Mason indagou

– Não sei, Neil deveria estar com ele. Por isso nem nos preocupamos. – comentou Ethan

– Tá, e cadê os dois? – perguntou Mason, cruzando os braços

– Mase! – chamou alguém da porta. Era Bruce. Ele tinha a altura do Jim e era mais largo que Mick, careca, tinha a pele pálida chega de tatuagens escuras. Encantador, em resumo – Venha cá um instante. – Mason saiu resmungando


Todo mundo ali se entreolhou. De todos nós, Neil era o mais velho e mais experiente. Ele era um bom roadie – fazia a função dele e ainda arranjava tempo para ajudar os outros.


– Eu não vi Neil aqui – comentei, estranhando

– Nem eu – disse Ryan, trocando um olhar apreensivo com os outros

– Relaxem, galera – disse Ethan

– O que houve? – perguntei. Havia algo estranho ali.

– Ethan, é sério. Não deveria estar acontecendo – disse Tom

– Se descobrirem, vão demitir a gente! – Pheebs alertou

– Ooooh, não, não, não! – exclamei, atraindo olhares– ESSA era a “iniciação” do Neil? Trazer o Sid a tempo?

– Não exatamente... – disse Ryan, em pânico

– O que vocês fizeram com ele?

– Fiquei sabendo que Sid ia sair. Aí eu apostei com Neil que ele não era capaz de ir sozinho com o Sid, sem seguranças nem nada, e trazê-lo de volta. – explicou Tom – Como ele é o queridinho do Jullian, não teve problema com isso e saiu com o cara!

– Só que ele devia ter chegado há mais ou menos uma hora! – disse Fiona

– E cadê ele?

– Neil?

– SID!

– Esse é o problema: não sabemos!

– COMO ASSIM? – segurei o tom. Senso de humor, lembra? - Vocês disseram que ele tinha chegado há cinco minutos!

– A esperança é que ele chegue em cinco minutos. – Ethan informou

– MAS... Aaaargh! Vocês estão aí nessa calma?

– Fica quieta, Alexis! – alertou Phoebe, e eu ia abrir a boca quando vi Corey se aproximando

– Onde está o Sid? Perguntei isso para um monte de gente e ninguém me responde. Jullian disse que ele ia se atrasar, mas eu não vi aquele filho da mãe até agora – ele perguntou, recostando-se na porta. Fez-se silêncio mortal ali

– Sid... Está na... Aaam... Sala de emergência – inventei

– O que aconteceu? – Corey alarmou-se

– Bateu a cabeça na porta do táxi – nossa, que mentira ridícula!

– Mas é claro que ele bateu a cabeça na porra da porta do táxi – riu Corey, engolindo a história. Ele ia se virar para sair, quando todos nós vimos, atrás dele.


Sid.


A alguns metros da sala, sozinho no corredor.


Se ele entrasse ali e Corey perguntasse sobre sua cabeça, estávamos fritos.


– COREY! – berrou Fiona, de repente – TEM ALGO NO SEU ROSTO!

– O quê?

– É, VENHA CÁ! – exclamou Phoebe, puxando Corey pelas e mexendo nele

– Vou ver se Sid está bem! – lancei um olhar significativo para Ryan e saí


Sete minutos antes do show

Corri para fora dali, colidindo propositalmente com Sid, empurrando-o para a direção oposta. Estava com tanta pressa que quase o derrubei.


– Wow, eu tenho que trocar de roupa, que... – ele argumentou, assustado. Aproveitei para continuar empurrando

– Sid, só colabore comigo e entre AQUI! – eu o empurrei para a sala de emergência. Pela milésima vez, a sorte estava ao meu favor: estava vazia. Bateram na porta. Ryan.

– Diga que pegou as coisas– pedi, em pânico

– Vai logo, o Mason está enlouquecido, e Craig e Jim estavam vindo nessa direção! – ele me entregou um cabide com roupas e saiu. Eu olhei para o DJ.

– O que está... Heeey!! Você é a garota do corte de cabelo! – exclamou Sid alegremente

– Sim, sou. Não dá pra explicar, mas se você puder trocar de roupa tipo AGORA vou agradecer muito. – pedi. Sid me olhou de novo, ainda com um sorriso no rosto. Pegando o cabide, tirou a camiseta e começou a se trocar na minha frente. Eu desviei os olhos e me sentei numa maca.

– Então eles aceitaram a minha sugestão! – ele comentou, enquanto colocava aos jeans e ajeitava aquelas coisas que ele usava nos joelhos

– Preciso que... O quê?

– Eles aceitaram minha sugestão!

– FOI VOCÊ... – controle-se! – Foi você quem sugeriu que eles cortassem meu cabelo?

– É, eles estavam sem ideias... Pode me ajudar aqui? – ele pediu, se referindo aos botões da camisa, enquanto ele trocava de tênis apenas com os pés.


Peguei a camisa dele com certa violência. Sid pegou o lado não-cortado do meu cabelo, preso num rabo baixo e frouxo. Tentei me distrair observando suas tatuagens. Apanhei a jaqueta ao lado, enquanto ele colocava uma espécie de capuz que ele usava por baixo da máscara.


– Se perguntarem se você bateu a cabeça na porta do táxi– eu disse enquanto abotoava a jaqueta – Diga que sim.

– Eu não bati a cabeça na porta do táxi.

– Você veio como para cá?

– De táxi.

– Então pronto. AGORA você bateu a cabeça no táxi – retruquei, olhando em seus olhos claros, o nariz a centímetros do dele – Faça esse favor a todos nós.

– Ok – Sid sorriu maliciosamente. Larguei a frente da jaqueta.


Ouvi um barulho e olhei para o lado, vendo Mason parado na porta, com os olhos arregalados, ofegando.


– Dois minutos – avisou antes de sair. Bufei e vi Sid colocando a máscara.

– Vai lá, Ratboy. – eu disse quando ele ajeitou a máscara. Sid me segurou pelos ombros e vi algo reluzente. Olhei a tesoura que ele segurava enquanto ele a aproximou do meu rosto. Fechei os olhos e senti o metal frio perto do queixo. Então sua risada abafada encheu meus ouvidos. Abri os olhos e ele colocou algo em minha mão.

– Gostei do pijama! – Sid disse, saindo correndo.


Eu olhei o que estava em minha mão. Era a tesoura e... Cabelo. MEU CABELO! Procurei um espelho ali, e quando o achei, olhei meu reflexo. Sid tinha cortado o outro lado do meu cabelo, um pouco acima de onde o elástico o prendia. Ou seja, ficou mais ou menos na mesma altura do outro lado. Sorri. Ele tinha me feito um favor. Pelo menos eu não teria que passar o resto da noite daquele jeito. Além disso, não ficara tão ruim. Era só ajeitar com um corte decente. Não era como se estivessem tentando me matar.


Ok, pessoas com tesouras na altura do meu pescoço parecem estar tentando me matar... Mas faz parte.



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Notas finais do capítulo

E ENTÃÃÃO?
Gostaram do capítulo? Finalmente ela conheceu todo mundo!
e que aperto, hein?
Gente, eu não tive tempo de revisar o capítulo, por favor, ME AVISEM SE ACHAREM ALGUM ERRO!!!
quero reviews!!!
Muitos beijos e até o próximo!