On The Road escrita por Hanna_21


Capítulo 11
Capítulo 11: Madrugada


Notas iniciais do capítulo

Enjoy, guys!!!
Justificativas para o atraso no final, ok???



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“Oh God, it feels like forever”

Capítulo 11: Madrugada


Paris, França

Uma hora após o show


– Eu te avisei, não foi?


Não desviei os olhos para responder.


– Sim, avisou. - suspirei

– Pois então. – Mason riu ao meu lado.


Eu olhei de canto para ele e sorri verdadeiramente. Eu estava um tanto inquieta, porém, sem saber direito o que fazer. Suspirando, tentei afastar minha cabeça de qualquer tipo de pensamento: eu estava muito mais preocupada em observar o monumento à minha frente.


A Torre Eiffel.


A de verdade, dessa vez. Não aquela de Vegas, que Mason me proibira de ver, pois ele acreditava que em pouco tempo eu veria a verdadeira. E ele estava certo.


– Uma pena que não dê pra subir agora – ele consultou o relógio: já passava de uma e meia da manhã, e nós dois perambulando pelas ruas de Paris.

– Tudo bem. A vista compensa qualquer coisa – eu ainda observava a construção magnífica de 318 metros. As luzes deixavam tudo absurdamente mais bonito, e pra mim, aquilo era o suficiente

– Vamos, turista. Temos Paris inteira ainda pela frente. – Mason meu puxou levemente pelo pulso, e eu me deixei levar, andando propositalmente de costas para olhar a torre por mais tempo e também pra sacanear Mason.


Em Londres, depois de festejar com a galera em um pub, como Ryan avisara durante a preparação do show, lembrei-me de duas promessas que eu havia feito. Uma delas é que eu precisaria de um “guia” pela Europa, e deixaria Mason desempenhar esse papel. A outra eu fiz pra mim mesma, e é que eu tentaria desencanar um pouco daquela minha “frescura” (que não é frescura) em relação a romances. Se eu fui tão liberal na festa da Phoebe, qual era o problema de tentar me preocupar menos enquanto estava sóbria?


Sobre essa última parte de ficar sóbria, bem, eu falhei miseravelmente. Caramba, quem diabos consegue ficar sóbrio em uma festa num pub? Enfim, de qualquer fora, Mason pareceu ler minha mente e me perguntou se eu não gostaria de um passeio turístico pela madrugada londrina, e eu – e meu cérebro alterado – disse que sim, eu adoraria sair bêbada acompanhada de um bêbado às uma e meia da manhã pelas ruas da cidade. Tudo bem, nenhum de nós dois estávamos bêbados de fato, mas sabe como é. No fim das contas, porém, foi divertido, e mesmo um tanto alterada, eu me permiti fazer alguns avanços.


O que quero dizer é que deixei de me controlar tanto: se ele encostou em meu braço não quer dizer que ele vai tentar me assediar sexualmente; se ele passou o braço pelos meus ombros, não quer dizer que ele vá me beijar. Depois de tanto tempo tendo amigos homens na faculdade, eu tinha aprendido a lidar com esse tipo de contato, até que alguns deles revelaram terem interesses mais além. Agora que analisava as coisas com calma, porém, reparei que atitudes como aquelas não eram os sinais que eles davam de interesse em mim, e sim outros que eu não notara na época e associara a atitudes inocentes.


Aquilo me deixou super feliz, porque antes de Vegas, eu tinha esse tipo de contato com Mason, assim como tenho com Ryan, Tom (Ethan não, ele é meio nojento) e alguns caras da banda, tipo James e Chris, mas depois, passei a achar que toda atitude dele indicava que a qualquer momento ele poderia me atacar ou algo assim.


Ainda assim – e caramba, eu odiava esse “ainda assim” – parecia haver algo diferente ali. Talvez fosse coisa da minha cabeça. Ou talvez fosse como eu me sentia.. Não sei. Minha proximidade com os amigos antes citados não gerava aquele arrepio estranho de contato entre peles... Era uma espécie de atração, mas não era atração em si... Como se tudo estivesse ali pra acontecer, mas faltasse algo. Não sei explicar. Talvez isso não seja explicável.


Nós já havíamos visitado o Louvre, ou melhor, a fachada do Louvre, o que pra mim já era o suficiente por enquanto, porque eu finalmente me deixei convencer de que eu voltaria a Paris. Não muito longe do lugar onde show tinha sido, o Casino de Paris (sim, esse é o nome do lugar, ironicamente), passamos na frente do Moulin Rouge, onde alguns caras da equipe estavam indo, acompanhados por Sid, Mick, Corey e Chris.


Andamos por uma meia hora, e eu sentia os efeitos da noite em mim. Estava cansada e não agüentava andar muito mais. Ao contrário de Londres, onde eu estava despojada e usando tênis, as sapatilhas que eu usava naquele momento me incomodavam absurdamente, a meia-calça fina era insuficiente para proteger minhas pernas do frio (grande dia pra usar saia) e meu casaco estava me incomodando.


– Ai Mason – reclamei – Eu realmente quero conhecer Paris, quero dizer... Só ver as coisas, mas meus pés estão me matando. Estou morta. Que lugar vamos conhecer agora?

– Estamos andando nele agora mesmo. – ele respondeu, sorrindo para a noite

– Vai ter que ser mais específico que isso. – pedi.

– Estamos no Bosque de Bolonha. – eu fiquei encarando-o, esperando mais explicações – Bois de Boulogne. – ele retomou, revirando os olhos para a minha ignorância

– Aaaaah! Agora entendi.

– Está sendo irônica? – Mason analisou minha expressão

– Não, estou falando sério! Você podia ter me avisado que vínhamos pra cá! Eu nem estava prestando atenção... Vamos sentar em algum lugar. – pedi, a fim de observar melhor os arredores.


Encontramos um banquinho e nos sentamos nele. Eu parei de me preocupar com o cansaço e comecei a observar as flores pelo caminho, bem cuidadas e chamativas com suas cores exuberantes. Segurei uma risada, pensando que deveríamos parecer ou dois marginais prestes a depredar o ligar, ou um casal apaixonado. Observei o modo com que Mason segurava meu antebraço quando puxava um assunto e como eu encostava nele ao rir de alguma coisa. Droga, nós parecíamos um casal apaixonado.


De alguma forma, não sei porque, aquilo me incomodava. Será que na dava para sermos só amigos? Será que sempre tinha que haver segundas intenções em atitudes amigáveis? Ou eu simplesmente estava exagerando?


Me irritei. Argh, eu estava agindo como uma adolescente ridícula, e não como alguém que beirava os 30. Não é se fosse acontecer alguma coisa. E se acontecesse, não haveria nada demais. Somos adultos bem-resolvidos, além disso, estamos na estrada, não há espaço pra assuntos amorosos...


MAS QUE DROGA!


Ninguém está falando em assuntos amorosos.


Ninguém estava falando que vai acontecer alguma coisa.


Então PORQUE o assunto não me sai da cabeça??


Violet, a culpa é sua. Toda sua.


– Você está bem? Está com uma cara estranha – comentou Mason

– Estou bem – respondi, procurando um assunto pra esvaziar a cabeça – Você conhece esse lugar bem. Quero dizer, pelo menos parece. Londres também. – me lembrei do London Eye, a roda gigante com vista panorâmica par Londres, e como não houvera nada romântico ali. E se tinha algum lugar para haver algo romântico, tinha que ter sido lá.

– É. Cidade-Luz. O lugar dos enamorados – Mason imitou um guia turístico, fazendo gesto amplos com as mãos. A última frase me frustrou. Será que nós não poderíamos ir para um lugar sujo e bagunçado? – Eu era guia turístico em Iowa.

– Sério? – perguntei, surpresa

– Não! – ele riu por eu ter acreditado – Mas meu irmão é. Na Disney.

– Você tem um irmão? – não consegui evitar a pergunta imbecil.

– Um mais velho, e uma irmã mais nova. E você? – percebi que era a primeira vez que trocávamos informações pessoais

– Não, filha única.

– Ah.

– Quantas vezes você já veio aqui?

– Com a banda? – ele indagou

– Tanto faz. – respondi, a curiosidade borbulhando

– Cinco, seis vezes – ele deu de ombros – Depois das duas primeiras vezes, qualquer lugar vira casa com facilidade. Estou nessa há um tempo.

– Quantos anos de estrada? – emendei o assunto

– Que interrogatório é esse? – Mase me olhou com curiosidade

– Sei lá, eu faço isso com todo mundo – retruquei, dando de ombros. Eu realmente fazia aquilo com todo mundo, mas com Mason os assuntos sempre tinham sido muito banais. Violet tinha razão mesmo. Eu não o conhecia direito... E pelo visto, valia a pena fazê-lo. – Vamos andando? – perguntei, me levantando

– Ok... – ele se levantou e me seguiu - Então, são... – ele parou por alguns instantes e fez algumas contas nos dedos – Sete anos. Desde o “Iowa”. Foi um processo e tanto, esses caras mudam pra caramba. As gravações...

– Espera, gravações? - interrompi, em choque

– É, ué. – Mason me olhou de um jeito esquisito

– Você também trabalha com eles em estúdio? – perguntei, aumentando o tom de voz

– Sim. Eu achei que você sabia disso! – ele exclamou, visivelmente surpreso

– Nãão! – ri, ainda incrédula com a informação

– Mas isso é meio óbvio, Alexis. Se eu cuido da bateria do Joey e carrego instrumentos... – ele comentou, ainda rindo

– Tá bom então, desculpe! Mas esse emprego está me deixando meio lesada. Eu me sinto com 20 anos de novo... Sério. – eu disse, reparando no meu comportamento consideravelmente mais infantil ultimamente

– Isso acontece com todo mundo. Também me sinto assim. Fiona e Ryan tem sua idade e agem como se tivessem 16 anos. – Mason zoou, sem se conter – Os próprios caras são assim também. Eu acredito piamente que o Corey ainda tem 10 anos! – eu ri do comentário, me lembrando da última foto que tirara de Corey, usando a máscara de Craig como luva. Sim, ele parecia ter 10 anos.

– Mas voltando ao assunto... Putz. Ficar no estúdio com eles. Que demais. – suspirei, imaginando o processo de gravação

– Eu prefiro a turnê, se quer saber. Não consigo ficar muito no estúdio. Mas é engraçado o processo. O Jim e o Paul ficam um tempão sem trocar uma palavra, só tocando baixo e guitarra, as vezes violão, e saem com uma melodia prontinha.

– Isso é a cara deles. Conte-me mais! – pedi, achando tudo aquilo simplesmente muito legal (não disse que eu estava mais infantil?)

– Sem dúvida. Não é muito seguro ficar perto do Sid, parece que alguma coisa sempre está prestes a explodir. E o Craig é mais legal lá.

– Craig?

– Sim.

– CRAIG?

– Sim! Eu sei que é estranho, mas é só dar corda pra ele e puxar os assuntos certos que ele se mostra um cara muito legal. – aquela era uma noite de surpresas, pelo visto!

– Nunca imaginaria isso. – disse, ainda captando a mensagem

– Ninguém imagina...Ah, e o Corey chega com as letras simplesmente do nada. Às vezes para de fazer o que está fazendo, senta no chão e começa a escrever.

– Quem dera eu tivesse inspiração assim. – resmunguei, enquanto passávamos debaixo de uma ponte.

– Ah, é. Você é letrista, né? – ele perguntou, caminhando do meu lado

– Sou. Mais ou menos, na verdade. Eu mais ajudo que componho de fato. – respondi, me lembrando de Liam, as lâmpadas, seu cabelo azul e suas letras ruins. Eu devia àquele cara, de boa.

– Acho que você seria uma ótima compositora, se tentasse de verdade. – Mason disse, me olhando de lado

– Se você diz – ri, sem graça com o elogio

– Na verdade – ele continuou, e eu detectei a mudança na voz dele. Apreensão. Ansiedade. Necessidade urgente de dizer aquilo, sei lá porque. Ele parou de andar e eu fiz o mesmo, aguardando que ele continuasse – Acho que você se daria bem em qualquer coisa na vida.


A conversa estava tão legal que meus pés não doíam mais, e eu queria mais e mais saber sobre Mason, sua vida, por onde ele já havia passado, os processos de gravação e coisas do tipo. Mas então ele puxou o assunto proibido. Não tinha sido de forma direta, mas por baixo das cantadas propositalmente baratas, eu percebera que Mason não era bom com as palavras como aparentava ser.


Ele ficou ali, me olhando, parado como um dois de paus. No meio da travessia debaixo de uma ponte.


– Sério mesmo, Mase, que entre todos os lugares bonitos que passamos nas últimas horas, você escolhe debaixo de uma ponte pra isso? Um túnel? – não resisti e soltei, tentando quebrar o clima

– Anti-clichê é o que há – ele retrucou, com as mãos nos bolsos, ainda parado. Me virei de frente pra ele

– E então...? – conduzi o assunto. Estava na hora de resolver aquilo logo.

– Então que quero saber se toda essa andança está surtindo algum efeito. Se todos esses lugares bonitos – ele riu nervosamente – te tocaram de alguma forma.


Mason mal parecia o mesmo. Não sei explicar, mas aquele nervosismo todo era estranho. Eu não tinha observado isso antes, mas quando ele fiava ansioso, ele de fato agia daquele jeito, só que muito, mas muito discretamente.


– Mase... – comecei, mas ele riu de novo

– Eu conheço esse “Mase”. Então me deixe falar antes. Só quero saber se há a mínima, a mais minúscula chance de alguma coisa acontecer. Não interessa o quão pequena seja. Só quero saber se há chance. Porque pelo que percebi, você realmente ao sabia muita coisa sobre mim para dizer “não” tão de cara. – ele soltou tudo de uma vez só, me olhando nos olhos.

– Eu... Mason, eu não sei, ok? Não sei. Não sei como julgar se tem chance ou não. Me sinto estranha, sei lá, não acho que role... Uma química. É uma expressão muito ridícula, mas acho que é isso que acontece, talvez simplesmente não role química, e então...

– O problema é “química”? – ele fez aspas no ar, e eu desviei os olhos.

– É. Acho.

– Química? – ele repetiu, sem acreditar. Fiquei impaciente

– Então... – ele começou, e eu interrompi, empurrando-o leve e amigavelmente pro lado

– Olha aqui, Mason, eu...


Mas antes que eu pudesse terminar, ele segurou meus ombros contra a parede do túnel de forma leve e gentil, e quando percebi, seus lábios já estavam de encontro aos meus. Foi um beijo doce e urgente ao mesmo tempo. Quando me dei conta, minhas mãos estavam na frente de sua camiseta, puxando-o mais pra perto.


Eu queria mais.


Mas ele se soltou e me olhou nos olhos, sério. Muito sério. E visivelmente chateado.


– Da próxima vez, pense nisso antes de dizer que não há química entre nós – ele disse, e saiu andando na minha frente de forma rápida e precisa.



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Notas finais do capítulo

Então, people. Espero que tenham gostado do capítulo, porque o proximo é um capitulo q eu tenho em mente desde antes de postar a fic. mas vai demorar um pouco pra sair, infelizmente
De novo, a razão do atraso foi a escola, claro. Provas, provas e provas. sabem como é.
Não me matem, please!!!
still, I'm here!
espero que tenham gostado! o q a alexis vai fazer com essa historia agora, hein??
erros, me digam!
reviews???