Jogos Vorazes - Parte Dois escrita por Katniss e Peeta


Capítulo 9
Na arena II


Notas iniciais do capítulo

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Agarro o braço de Dylan antes que ele possa protestar e saio correndo atrás de Álex. Os galhos faziam cortes no nosso rosto, mas continuamos a correr, as aves estavam desaparecendo aos poucos, mas não antes de no mínimo nos tirarem um pedaço de carne, o que foi muito doloroso. Uma me bicou no braço, em Dylan na perna e Álex estava intacto, apesar de estar vomitando devido à corrida.

- O que faz aqui? – pede Dylan rosnando para ele.

- Escapando daquilo, Dina, minha companheira de distrito foi morta, eu estava agindo sozinho. – fala ele depois de vomitar tudo o que tinha no seu estômago.

Ele joga o arco com a aljava ainda cheia no chão e resmunga alguns palavrões.

- Por que nos avisou sobre as gralhas? Poderia ter nos deixado para morrer. – grito para ele sem nem mesmo saber o motivo.

- Quero que me aceitem como aliado. – pede ele jogando todas as armas no chão.

- Impossível! – fala Dylan rindo.

- Você... pode ficar, contanto que me dê esse arco. Você tem uma lança. Esse arco não é útil. – digo fitando o arco.

- Pegue, isso não presta para nada. – diz ele atirando-o para mim, o observo e entrego para Dylan.

- Gabriela, podemos falar... a sós um minutinho? – Dylan não espera que eu responda e praticamente me arrasta para a floresta. – Ele é um traidor. Ele mesmo demonstrou isso no primeiro dia que o vimos. Não podemos tê-lo como aliado.

- Dylan, ele é útil, é incrível com aquela lança. – falo segurando seu rosto com as mãos. – Eu prometo, confie em mim.

- Eu confio em você, nele é que não! – fala ele me olhando nos olhos.

- Se acalme, está tudo bem. – fico na ponta dos pés e o beijo.

- Desculpa interromper esse momento tão fabuloso, mas estamos na arena, precisamos nos esconder! – fala Álex bufando.

Saímos à procura de um lugar bem escondido, o bom é que quanto mais subíamos a floresta, mais fechada ela se tornava, assim seria mais fácil se esconder... e ser picado por alguma víbora.

Encontro uma árvore alta de galhos largos, suficientemente boa para nós três e um por um subimos nela.

Sentamos escorados no galho, respirando ofegantes e tomando grandes goles de água, que já estava acabando, por sinal.

Peguei algumas bandagens do kit de primeiros socorros e enrolei ao redor da perna de Dylan, que estava com um ferimento muito maior que o meu.

Comemos o que sobrou do peru e o resto do coelho, depois disso, a água acaba.

- Vou buscar água. Fiquem aqui, eu já volto. – falo descendo da árvore quando ouço três tiros de canhão.

- Viu isso? Pode... ter alguma coisa ou os Carreiristas. Vou junto. – fala Dylan se levantando aos tropeços.

- Não, você fica. Amanhã você vai, eu prometo. – digo e saio antes que ele venha atrás.

Encho meu odre e a garrafa de Dylan. Álex estava com o seu odre cheio, então nem me preocupo e volto sem fazer barulho.

Quando chego percebo que Dylan não estava lá, nem o arco, nem a faca que dei para ele.

- Onde está Dylan? – peço para Álex olhando ao redor.

- Foi caçar. Ele já vem. – diz ele me ajudando a subir na árvore.

- E você deixou? – pergunto incrédula.

- Deixei. – fala ele dando de ombros.

Então é que percebo que os olhos de Álex pareciam estar prestes a transbordar.

- Ei, aconteceu alguma coisa? – peço afastando suas mãos do rosto.

- Você não gosta de mim, não é? Percebi aquele dia no telhado que você estava com Dylan. – diz ele infeliz.

- Álex... eu não sei o que falar. – admito.

- Não precisa falar nada. – ele me olha enquanto fala.

Compulsivamente e incapaz de ver essa dor nos seus olhos, o beijo. Não era como beijar Dylan, calmamente. O beijo de Álex era impulsivo e urgente. Então ouço o barulho das folhas, indicando que alguém estava vindo e me deparo com Dylan fitando essa cena.

Me afasto de Álex, começando a explicar, mas Dylan interrompe.

- Acho que nossa aliança termina aqui. – diz ele pegando as suas coisas.

- Dylan, espera, não, por que vai me deixar? Você prometeu que não me deixaria aqui sozinha! – falo quase derramando litros de lágrimas.

- Você me deixou agora, não posso mais protegê-la, Álex toma conta disso por mim. – ele solta meu braço que estava segurando o seu e caminha na direção oposta.

Começo a chorar no chão, não me importando com o barulho. Com raiva de Dylan, com raiva dos jogos, com raiva da minha vida. Álex tenta vir me fazer para de chorar, mas eu o odeio também, suas palavras não cessam o rio de lágrimas que apenas Dylan com seguia fazer parar.

Álex fez com que Dylan me deixasse, eu não iria perdoá-lo. Não hoje.

Pego meu saco e durmo no chão.

- Gabriela, suba aqui, por favor. – fala Álex repetidamente.

Eu fico calada, apenas as lágrimas escorrendo em silêncio. Ele simplesmente desiste e vem se deitar no chão ao meu lado. Usa a mochila como travesseiro e se cobre com agulhas de pinheiro.

- Se precisar de alguma coisa, eu estarei aqui. – diz ele e logo adormece.

Observo os rostos dos três mortos de hoje. O garoto do um, a garota do dois e o garoto do nove, menos três, só restam onze tributos para matar.

Então eu adormeço e um sonho doce toma conta de mim. Eu e Dylan na floresta do Distrito 12, de mãos dadas caminhando pelas árvores. Conversando, rindo, felizes. Isso dura até de manhã.

Eu acordo e Álex estava em pé na minha frente me olhando.

- Por favor, me desculpa? – ele pede sinceramente.

- Sim, isso não tem nada a ver com você, desculpa por ontem. – falo ajeitando os pertences na mochila.

Eu estava completamente arrependida.

- Desculpa, desculpa mesm... – ele começa falando, mas então, sangue começa escorrer da sua boca e se ajoelha caindo no chão.

No mesmo momento agarro a faca e jogo na direção do agressor. A garota do onze, que cai com a faca enterrada no meio do crânio.

- Álex? Álex? – grito chorando.

- Vai vencer? Vencer por mim? – ele pede com dificuldades em falar. Uma faca atravessando logo abaixo de seu pescoço.

- Vou, vou vencer por você. – falo derramando as lágrimas em seu rosto.

Ele sorri e suas pálpebras se fecham lentamente, então o seu canhão e da garota soam. Derramo mais algumas lágrimas e me levanto. Deixo a lança na sua mão e dou um beijo na sua testa. Pego a outra faca da garota e saio chorando pela floresta. Eu estava sozinha, como sempre estive na vida, mas dessa vez, mais sozinha que nunca!

Consigo parar de chorar depois de alguns quilômetros, então começo a colher folhas de menta e as mastigo com força, descarregando ali toda raiva, ódio, medo que eu sentia. Agora sim eu era um ser vazio.

O dia passa rápido, subo em uma árvore baixinha, mas não consigo dormir, fico acordada a noite inteira. Álex se fora. Dylan estava por aí sozinho como eu ou se juntara com alguém?

Os rostos aparecem no céu, o de Álex e o da garota que eu matei.

Assim o dia se finaliza, com o sumiço de Dylan e a morte de Álex. Eu fui ingênua, se não fosse por mim, os dois estariam ao meu lado agora.


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Notas finais do capítulo

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