Jogos Vorazes - Parte Dois escrita por Katniss e Peeta


Capítulo 8
Na arena


Notas iniciais do capítulo

E as coisas começam a esquentar haha. Espero que gostem, beijos.



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Acordamos às 4:00 horas da manhã, seu calor me confortava enquanto eu distinguia os pontinhos brilhantes das estrelas embaixo das nuvens. Elas me lembravam de Dylan, tão brilhantes e belas, tentando freneticamente se tornarem visíveis.

Dylan! Ali do meu lado, dentro de um saco de dormir. Seu braço musculoso me protegendo, sua voz calma dizendo que tudo ficará bem. Seu calor era o único que me deixava aquecida, apesar das grossas camadas de roupas. Ele é tão calmo e sereno, enquanto eu sou selvagem e agressiva. Fico pensando no que Leo dissera, será mesmo que ele me ama? E Leo, morreu para me salvar.

Meus pensamentos são interrompidos pela insígnia da Capital no céu, logo apareceram os tributos já mortos, doze no total: a garota do um que foi explodida antes mesmo do soar do gongo, ambos os tributos do três, a garota do quatro, os dois tributos do seis, a menina do oito, a garota do nove e ambos do dez.

Álex estava vivo, ele me mataria? Nos tornaríamos aliados? Eu provavelmente não conseguiria mata-lo se fosse necessário, mas eu tenho Dylan aqui comigo, ele prometeu que não vai me deixar sozinha, espero que isso dure bastante. Que ele não se esqueça tão cedo. Porque eu o amo. Eu vou protegê-lo. Se depender de mim, ele estará vivo quando os jogos terminarem.

- Você está tremendo. – tiro a jaqueta que era dele e a devolvo.

- Não, eu estou bem. – diz ele ainda batendo os dentes.

Então eu a coloco em torno de nós dois e a fecho, já que era grande o suficiente, poderia caber dois Dylan naquilo.

- Você está com frio. – digo para ele

- Agora não. – ele fala sorrindo.

Um peru selvagem estava logo abaixo de meus pés, e já deve imaginar o que aconteceu com ele. Uma facada a cima do olho e ele já estava morto, enquanto tiro suas entranhas e suas penas, Dylan colhe algumas plantas que ele sabia que eram comestíveis, assim temos uma ótima refeição. Guardo o que sobrou da ave no saco e me empoleiro na árvore novamente.

- Quanto tempo? – pede Dylan.

- Quanto tempo pra que? – indago confusa.

- Para que nos achem? Para que os Idealizadores dos Jogos mandem algo para nos machucar? – ele diz fitando o sol que nascia.

- Não sei, quem sabe um dia, hoje teve o banho de sangue, já foi bom para eles. – falo me aconchegando novamente no saco de dormir.

Aproveito e mudo de assunto.

- Foi bom ter te conhecido. – falo arrumando meu cabelo com os dedos.

- Eu te segui. – diz ele. – Para a floresta de manhã.

- Você me... Seguiu? Por quê? – seus olhos fixam-se nos meus e aquele calor percorre meu corpo inteiro.

- Faziam três dias que eu estava de olho em você. – diz ele sorrindo.

- O que? – eu rio enquanto falo. – Por que não seguia aquele monte de garotas que corriam atrás de você na escola?

- Ficou observando isso? – pede ele piscando.

- Não, foi só... coincidência ter visto isso. – falo desviando o olhar.

- Eu não gosto de garotas que correm atrás. Nenhuma provou que gosta de mim até agora. – fala ele ainda rindo.

- Então é só porque você é bonitinho? – peço rindo.

- Eu não sou bonitinho. – ele tenta falar sem sorrir.

- Verdade, não é. – digo séria e ele ri.

- Obrigada. – diz ele.

- Pelo que? – peço ainda mais confusa que estava há alguns minutos.

- Por estar aqui comigo. – fala Dylan.

Ele se inclina e de leve encosta seus lábios nos meus. O mundo não existe mais, a arena sumiu, os pássaros se calaram, os uivos cessaram, só estávamos eu e ele. Apenas nós dois. No alto de uma árvore. Juntos. Beijando-nos.

Pergunto-me o que meu pai falará sobre isso, tenho certeza que as câmeras estão focadas em nossos rostos. Eu queria me afastar, seria certo eu ceder aos encantos do filho do ferreiro? O que me seguiu para a floresta? O que me manteve quente em um saco de dormir? O que me protegeu? O que está me beijando nesse exato momento? Não sei. E se ele quiser vencer sozinho? Não quiser dividir o dinheiro e decidir me matar? E se ele morrer? Eu vou ter me apegado, vou ficar fraca e vulnerável. Mas aqueles lábios quentes e macios no encontro dos meus faziam com que todos esses pensamentos se esvaíssem de minha mente.

Eu não queria soltá-lo, queria que ele ficasse aqui comigo para sempre. Mas finalmente me solto das suas mãos macias.

- Você tem que dormir um pouco. Vou ficar de vigília. – digo sabendo que meu rosto estaria vermelho.

- Não, pode dormir, eu ficarei. – ele fala e decido dormir.

Deslizo para dentro do saco, o calor refletindo ao meu corpo, enquanto o sono não vem, sinto suas mãos colocando meus cabelos atrás da orelha e acariciando meu rosto gélido, então, minhas pálpebras se fecham e estou dormindo. Sem pesadelos. Sem sonhos. Apenas uma face radiante em meio à escuridão enevoada da minha mente. Dylan.

Acordo já é de manhã, o sol nascendo e a floresta silenciosa, vez ou outra um canto de algum pássaro.

- Deveria ter me acordado, você ficou a noite inteira sem dormir. – falo saindo de dentro do saco.

- Tudo bem, veja, consegui matar um coelho. – diz ele sorridente me estendendo o animal já assado.

- Mas você não tem armas! E... Como o assou? – peço ajeitando os cabelos.

- Haymitch me mandou a faca que você me deu. Acendi uma pequena fogueira dentro do tronco oco de uma árvore, assim ela fica menos visível.  – fala Dylan.

- Então ele mandou? – olho a faca que fora minha e por um momento morro de ciúmes por não ter recebido nada.

- É, venha comer. – ele me dá alguns pedaços de coelho e plantas.

Como sem hesitar.

- Desculpe-me por ontem. – diz ele abaixando a cabeça.

- Tudo bem. – sento do seu lado cuidando para não cair da árvore e dou um beijinho na sua bochecha quente.

Ele sorri e me abraça se aproximando cada vez mais do meu rosto. Eu fecho os olhos e no instante em que íamos nos beijar, Álex aparece esbaforido da mata.

- Fujam. – grita ele com o arco no ombro correndo ao nosso lado.

Só então é que vejo gralhas negras com bicos de ferro cheios de sangue.


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Notas finais do capítulo

E aí, como ficou?



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