Jogos Vorazes - Parte Dois escrita por Katniss e Peeta


Capítulo 21
De dor para amor


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde gente, a Gabi voltou (chorem), fiz mais um capítulo e espero que gostem, beijinhos.



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A noite espalhava seu manto negro sobre o céu róseo, os pequenos pontinhos brilhantes faiscavam no céu se assemelhavam aos meus olhos úmidos.

                - O que eles vão fazer com minha família? O que eles irão fazer com Dylan? – me perguntei em voz alta me aconchegando em um canto do telhado. – Eu não devia ter dito aquilo, não tudo aquilo e em público.

                - Você fez o certo. – diz uma voz conhecida. – Eu estou com você. – diz a voz mascarada pelas sombras.

                Então Dylan sai da escuridão.

                - Dylan, você... – uma enxurrada de lágrimas sai dos meus olhos e corro abraça-lo. – Você está aqui. Você está comigo, como...?

                - Eu sempre estive com você. Acho que a Capital levou um tapa na cara com o que disse e me mandaram para não deixar apenas seu distrito com um tributo. – diz ele afagando meus cabelos.

                - NÃO. ELES NÃO PODIAM FAZER ISSO! – grito enquanto choro.

                - Calma, nós vamos ficar bem, eu prometo. – diz Dylan entrelaçando seus dedos nos meus.

                - O bebê, ele... – falo com nós na garganta.

                - Eu sei. – diz ele.

                Então eu começo a chorar, chorar mais, solto tudo o que estava entalado, tudo que fazia meu peito arder de dor, o beijo com Will, tudo o que aconteceu na Capital, pois agora eu o tinha ali, no meu lado, me protegendo, indo para a arena amanhã mesmo comigo, certamente tentando morrer por mim. Eu tinha certeza de que Dylan iria me deixar depois que contei sobre o garoto do distrito 2, mas ele apenas me abraçou mais forte, chorando comigo, dividindo a dor que eu sentia.

                - Gabriela, amanhã entraremos na arena, seja lá o que estiver nos esperando, saiba que eu vou lutar para mantê-la viva – fala ele pondo as mãos no meu rosto. -, e se acontecer alguma coisa comigo, por favor, me prometa que não vai fazer nenhuma loucura, prometa, eu te amo, eu te amo muito. – diz Dylan.

                - Mas... eu não vou deixar tocarem em você. – digo soluçando, prometendo para mim nunca deixa-lo.

                - Minha garota com as facas, não vale a pena morrer por mim. – diz ele com um sorriso enquanto lágrimas lhe escorriam do rosto.

                - Não Dylan, por favor, não me deixe, eu só... eu só tenho você. – falo o abraçando.

                Ele sorri e seca suas lágrimas depois as minhas.

                - Olhe, não chore, como disse para Caesar, você é forte, não chore, amanhã os pesadelos retornarão, então venha aqui e durma, deixe tudo levar os pensamentos da arena, eu estou aqui, eu vou protege-la. – diz ele se sentando no chão.

                - Dylan, eu te amo. – falo deitando com a cabeça no seu colo.

                - Eu te amo. – ele fala com um sorriso enquanto faz carinho no meu rosto.

                Fecho os olhos e tento tirar tudo da cabeça, Snow, Capital, Arena, apenas senti-lo ali comigo, sua respiração regular perto de mim.

                Dylan passa seus dedos macios pelo meu rosto, fazendo o contorno de cada linha, primeiro ele acaricia minhas bochechas e o contorno dos lábios e assim sobe para os olhos e por um momento sinto aquela sensação de estar em casa ao seu lado.

                Abro os olhos e o encontro sorrindo para mim, me sento ao seu lado e coloco a cabeça em seu ombro.

                - A noite está linda. – comento.

                - Você é mais linda que ela. – fala ele pegando minhas mãos.

                - Não faz ideia a falta que fez. – digo agora segurando as suas mãos.

                - Eu também senti, colhi flores pra você como todas as manhãs, as deixei em um vaso do lado da sua cama e imaginei como seria se ainda estivesse do meu lado. – fala ele me prendendo com seus olhos castanhos.

                - Eu sempre estive com você. – falo sorrindo e o beijo, matando a saudade que antes me corroía por dentro.

                - Gabriela? – pede ele se afastando para que ficássemos olho a olho.

                - Uh? – pergunto.

                - Você gostou de beijar o outro garoto? – indaga ele deixando os olhos castanhos enormes.

                - Na verdade, eu o beijei pensando em você, eu estava sozinha, Haymitch havia me dado as costas, Effie havia feito o mesmo, mas eu nunca, nunca vou preferir outro beijo a não ser o seu. – falo tirando seus cachos dos olhos.

                Ele sorri.

                - Quando eu te conheci meu primeiro pensamento foi “nossa, ele é lindo”, o segundo foi “ele é irritante” e o terceiro foi “eu estou apaixonada”, não sabe o quão confuso isso foi. – digo rindo.

                - Confesse, você me amou desde que me viu, não é? – fala ele fazendo cosquinhas na minha barriga e me abraçando.

                - Claro que não, eu te odiava. – digo rindo.

                - Me amava, um pouquinho, mas me amava. Eu sempre gostei de você, o jeito como todos a achavam perigosa, como você não sorria, eu pensei que nunca teria chances, na verdade, pensei que você seria uma eterna solteirona. – fala Dylan me dando um beijo.

                - Não, depois dessa de achar que eu seria para sempre uma solteirona eu não vou dizer que te amo, não vou dizer que notava até como seus cabelos balançavam no vento quando você chegava na escola, muito menos que até já fiquei te espiando passar na rua pela janela do meu quarto. E menos ainda que vi quando beijou Delly. – falo tentando ficar séria.

                - Espera, olhar meus cabelos balançarem? Me espionar da janela? Beijar Delly? – pede ele rindo - Eu pensava que antes de entrar nos Jogos era uma pessoa ao menos um pouco livre, mas agora que me contou isso vejo que estava errado.

                - Eu não gostei daquele beijo. – falo me esforçando ao máximo para continuar séria.

                - Não foi dos piores. – diz Dylan gargalhando.

                - Eu não te amo mais. – digo me afastando dele sorrindo.

                - Ei, vem cá, eu também não gostei, foi horrível, você beija melhor que ela. – fala ele tentando me puxar para perto de si.

                - Não me convenceu. – digo erguendo a cabeça.

                - Não? – pede ele agora sério.

                - Não. – teimo.

                - Ok então. – ele se levanta e sai pela porta.

                Fico parada um tempo, depois saio gritando por ele. Então em um movimento brusco ele aparece e me encosta na parede ficando frente a frente comigo, o que me provoca um susto e grito muito alto.

                - Schhhhhhhh. Não grite. – sussurra ele segurando minhas mãos.

                - Mas eu nã... – começo, mas ele me corta e me beija com rapidez, calmamente solta minhas mãos e coloca as suas em meu pescoço. Aquela sensação quente, aquele frio na barriga me perseguindo.

                - Nunca mais diga aquilo. – fala ele.

                - Nunca mais. – falo sorrindo e novamente ele me beija com ferocidade.

                A parede gelada contribuía para que o frio na barriga se tornasse mais intenso, meus olhos estavam fechados, mas ao mesmo tempo o enxergando em minha mente, minhas mãos que ele soltara estavam nas suas costas, o lugar no meu peito que era composto pela saudade agora se preenchia com o calor que ele me proporcionava.

                Coloco as mãos no seu peito para afastá-lo.

                - Não sabe o tamanho da saudade que eu sentia disso. – falo sorrindo.

                - Não vai mais, agora estou aqui com você. – diz ele com um sorriso.

                Eu o abraço, eu não sabia como reagir, o que fazer perto de Dylan, isso parecia um sonho, suas mãos macias entrelaçadas nas minhas novamente, seus cachos castanhos nos olhos e os seus músculos perto do meu corpo, aqueles braços largos e delicados me protegendo enquanto sussurrava palavras de conforto.

                - O garoto, aquele Will, ele não é seu aliado na arena, é? – pede ele acariciando minhas mãos.

                - Na verdade, é sim, eu tinha planejado agir como uma carreirista, até você chegar. – falo.

                - Você não é como eles, você é uma caçadora, não uma matadora. – diz ele firmando seus dedos em minhas mãos.

                - Eu sei, mas precisarei matar se quiser que a gente volte para casa. – digo olhando no fundo dos seus olhos calmos.

                - Não seja quem você não é, Gabriela. – fala Dylan me dando um beijo atrás da orelha.

                Isso me atingiu como uma bofetada na cara, o mundo realmente começou a fazer sentido, mas meus olhos já estavam escurecendo. “Não seja quem você não é, Gabriela.” Alguém havia me dito isso. Alguém que morreu por mim. Então meus joelhos amolecem e ele me segura.

                - Gabriela, está tudo bem? – pede ele alarmado.

                - Est... – não consigo terminar a frase, meus olhos se fecham e desfruto da escuridão, de uma memória do passado, há muito tempo esquecida. 


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Notas finais do capítulo

xoxo



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