Jogos Vorazes - Parte Dois escrita por Katniss e Peeta


Capítulo 2
Decisões e Complicações


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, fiz de tudo para ele parecer um tanto contagiante. Falarei um pouco sobre o terceiro capítulo se vierem pedir na ask.



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                Ao chegarmos na praça, nos posicionamos cada um em seu lugar, ajudei Mag a achar o seu e me posicionei onde dois Pacificadores me mandaram.

                Logo avistei Dylan na segunda fileira, ele parecia estar meio apreensivo, seus olhos castanhos estavam mais grandes do que nunca, logo ele sorriu e se virou para prestar atenção na lendária Effie que resolveu mudar as coisas esse ano.

                - Bom, esse ano iremos começar escolhendo o tributo masculino de cada distrito e se os dois tributos do mesmo distrito ficarem vivos no final, os dois retornarão pra casa. – ela para e ajeita a peruca que esse ano estava verde-água, pigarreia e continua – E que a sorte esteja sempre ao seu favor.

                Effie se encaminha na direção do globo que continha os nomes dos garotos e um calafrio percorre a minha espinha quando ela anuncia o mais alto que sua voz permite:

                - E o nosso tributo desse ano é... Dylan Pick!

                Um único pensamento tomou conta da minha mente, eu tinha que salvá-lo, eu tinha que fazer alguma coisa, ele não poderia simplesmente viajar para a morte sozinho, eu sei, bem, eu conheço ele faz um dia, mas eu não queria perder meu futuro parceiro de caça.

                Ele sobe no palco e é cumprimentado por Haymitch Abernathy, o mentor. Eu tinha que fazer alguma coisa, eu ia fazer alguma coisa, eu tinha que fazer alguma coisa.

                - Então agora, escolheremos a nossa tributo feminino. – ela caminha o mais rápido que seus enormes saltos lhe permitem até o globo com o nome das garotas, e após remexer muito, começa anunciando – A nossa tribut...

                - Eu me voluntario, eu me voluntario! – gritei o mais alto que pude indo diretamente ao palco.

                - Mas... – fala Dylan.

                - Sem mas, a nossa tributo feminino é... – Effie coloca o microfone próximo a minha boca.

                - Gabriela Cartwright. – digo enquanto vejo Mag soltar uma lágrima.

                - É Gabriela Cartwright! – diz Effie.

                Como sempre, o prefeito lê o tratado de traição e eu e Dylan trocamos um aperto de mãos e somos conduzidos por Pacificadores em salas separadas.

                Eu queria chorar, mas eu precisava ser forte, não quero parecer uma fraca na frente de Panem inteira.

                Em seguida meu pai e meus irmãos chegam para me abraçar.

                - Querida, por que fez isso? Não quero perder a minha menina. – diz meu pai contendo as lágrimas.

                - Eu... vou vencer, por vocês, eu prometo. – falo tentando parecer corajosa, mas um nó formava-se em minha garganta.

                - Eu amo você. – diz Mark se atirando no meu pescoço bem na hora que os Pacificadores chegam e dizem que o tempo acabou.

                - Eu amo vocês também. – grito enquanto levam eles embora e o pai de Dylan - que era ferreiro - entra.

                - Olha, eu fiz isso pra você, seu símbolo. – ele me estende um broche com duas facas cruzadas.

                - Obrigada, mas o que o leva a fazer isso? – pergunto enquanto passo a mão no veludo do sofá.

                - É que talvez finalmente tenhamos uma vitoriosa para o 12 esse ano, eu estou com você. – fala ele saindo pela porta.

                Eu queria perguntar, e Dylan? Não torce por ele? Eu tinha que protege-lo na arena, fazer com que ele ganhe, ele será legal e útil para minha família, eu acho.

                Ninguém mais vem me visitar, então, dois Pacificadores escoltam-me e Dylan até o trem que nos levará direto para a Capital. Eles nos deixam sozinhos com Haymitch, nosso mentor e vão embora.

                - Por que fez isso, garota? – Dylan pergunta agarrando meu braço com força.

                Eu não poderia revelar meus verdadeiros objetivos, não quero que ele pense que estou apaixonada por ele ou coisa assim, porque eu não estou, não mesmo.

                - Eu... – não consegui terminar a frase, tentar ser forte não deu certo, comecei a derramar lágrimas e mais lágrimas, meu rosto ficou todo vermelho e inchado.

                Ele me abraçou e eu não hesitei, fiquei chorando compulsivamente nos seu ombros, eu queria me esconder agora, fugir, não existir, mas eu sabia que tinha que proteger o garoto.

                - oh, vejo que terei dos apaixonados esse ano. – fala Haymitch bebendo um gole de uma garrafa que devia ser aguardente e rindo em seguida.

                - Cale a boca. – rosnei e atirei uma faca que estava na mesa em sua direção, se instalando logo a cima da sua cabeça.

                - Ei, garotinha, você quase me acertou, maus modos hein? – fala ele bebendo mais um gole do líquido.

                Me afasto de Dylan e vou passar um pouco de água gelada no meu rosto quando duas pessoas engraçadas e coloridas aparecem.

                - Somos Cart e Meg, vamos ser sua equipe de preparação e agora venha, entre no seu cômodo.

                Eu entro um pouco hesitante e eles me examinam e soltam gritinhos de frustração.

                - E esse tanto de pelos nas pernas? E essa sobrancelha? – eles começam um processo doloroso removendo todo tipo de pelo do meu corpo.

                Ao acabarem eu me sentia como aquele peru que eu havia caçado hoje de manhã, sem penas.

                - Seu estilista vai deixar você maravilhosa, mas antes, vamos fazer essas unhas. – diz Cart.

                Eles me arrumam, lixam as minhas unhas e cortam as pontas do meu cabelo – que por sinal estavam até na cintura -, me passam uma loção refrescante e me colocam dentro de um roupão fino.

                - Gostou, querida? – pergunta Meg.

                - Quem vai ser meu estilista? – pergunto fechando o roupão constrangida.

                - Peter. Ele é novato, é muito... normal. Não tem cabelos coloridos... – murmura Meg – Nem tatuagens douradas... – completa Cart.

                Eu simplesmente fico sentada enquanto eles me colocam no meu antigo vestido e prendem o broche das facas perto do ombro esquerdo. E Peter chega, é um homem alto e loiro, olhos verdes e calmos, ele me examina de longe enquanto fala:

                - Podem nos deixar sozinhos agora – e dá um leve aceno para Cart e Meg que saem em seguida.

                - Olá. – falo aliviada por ele não ser cirurgicamente alterado como todos os outros estilistas dos Jogos que assisti.

                - Oi, Gabriela, sou Peter, e vou ser seu estilista. – diz ele se sentando em uma poltrona de couro – Nancy será a estilista de seu amigo e vamos colocar as roupas em vocês somente quando chegarem na Capital para o desfile. Vejo que Cart e Meg fizeram um ótimo trabalho em você, pode ir descansar, Effie avisará quando chegarmos.

                Ele me conduz até outro quarto, enorme e com uma banheira branca e reluzente, disse para eu ficar à vontade e me mostrou como pedir comida no pequeno alto falante.

                Tomo uma chuveirada fria e coloco um pijama verde claro. Guardo meu broche e durmo durante duas horas, sendo acordada por leves batidas na porta.

                Levanto ainda sonolenta e a abro. Dylan estava lá.

                - Oi. – falo recobrando os sentidos.

                - Oi. – diz ele – Posso entrar?

                - C-claro. – falo e vou no banheiro me vestir.

                - O que você quer? – pergunto um tanto confusa.

                - Eu precisava vir falar com você, não consegui dormir, fique pensando em vo... no por que de ter feito aquilo.

                Fiquei sem palavras, elas fugiram de mim, se esconderam e eu fiquei paralisada.

- Desculpe, acho que não quer falar sobre isso, não é? – diz ele já se levantando para ir embora.

- Não, desculpe, eu só... não entende que eu precisava fazer isso? – pergunto olhando para as flores que estavam levemente secas na cômoda.

Dylan me olha atentamente e para, esperando que eu continue.

- Eu precisava, eu tinha que fazer isso! – praticamente grito olhando pra ele.

- Não preciso, eu estou bem! – diz ele imitando o tom de voz em que falei isso na floresta quando recusei a sua jaqueta.

Agora eu estava confusa, eu não o amo né? Claro que não, pensamento bobo, como eu poderia?

Ele esperava que eu falasse alguma coisa, mas desiste e eu apenas o fito enquanto sai pela porta.

Pedi pão com manteiga e cubos de queijo no pequeno auto falante e a comida aparece imediatamente.

Comi enquanto revivia memórias, mamãe, papai, Mark, Mag, Dylan, Dylan e Dylan. Tentei bloquear meus pensamentos, mas Effie faz isso enquanto chega no meu quarto.

- Venha, se arrume, hoje será um grande, grande, grande dia! – fala ela.

Coloco um traje verde escuro e botas marrons, faço um rabo no alto da cabeça e vou para a sala de jantar tomar um café antes de adentrarmos a artificial Capital.

Dou um bom dia de mau gosto e como alguns pãezinhos em silêncio.

- Como foi a noite, docinho? – pede Haymitch bebericando em uma taça de vinho.

Isso foi tudo o que eu podia suportar, odeio que me chamem assim, eu odeio tudo, estou odiando isso, eu queria estar feliz protegendo Dylan, mas estou confusa e infeliz.

Não respondo e saio da sala, voltando para o meu quarto.

Vou para o chuveiro e permito que a água quente leve de mim todas as memórias, todos os problemas, todos os rostos, me fazendo esquecer Dylan por alguns minutos.


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Notas finais do capítulo

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