O lugar era escuro, o sol parecia não chegar até o lugar onde estavam. O beco parecia nunca ter fim, e as tendas e barraquinhas em tons de cinza deixava tudo com um ar mais tenebroso do que era.

- Lugar bacana esse. – disse Ryan sarcasticamente.

- É o melhor lugar para se comprar armas. – Sean comentou.

E de fato, era mesmo. Todas as barracas tinham algum tipo de arma ou munição em exposição e tudo não chegava ao preço que vendiam em um lugar legalizado.

Os dois amigos andaram um pouco pelo lugar, que estava bem cheio para a época e para o horário. O sol nem tinha nascido direito, talvez por isso o lugar parecesse tão sinistro.

- Bom, já que estamos aqui, é hora da barganha. – disse o ruivo, com um sorriso divertido no rosto.

Seguindo suas próprias palavras, Ryan e Sean se separaram. Cada um levava uma mochila no ombro, para carregar as armas que comprassem, no rosto apenas um olhar decidido e nada mais do que sério para que não se destacassem perante os outros compradores.

O moreno foi o primeiro a parar em uma das barracas, e perguntou ao homem quais eram as ultimas novidades.

O vendedor, um homem de aproximadamente 35 anos, com uma barba mal feita e cabelos pretos em um tom sujo, que combinavam perfeitamente com o lugar, mostrou-lhe uma arma de calibre 50. Parecendo muito um fuzil que o garoto se lembrava de ter visto em um programa científico, como a ultima invenção do mundo de combate ao crime. Só era para chegar no final daquele semestre, e não no começo do ano como era o caso.

- Este aqui acabou de sair, temos alguns contatos que conseguiram fabricar essas belezinhas antes do lançamento oficial. – disse o vendedor com um orgulho promiscuo.

- Quantas você tem a venda? – perguntou o moreno.

- De quantas você precisa? – o vendedor perguntou.

- Quero uma dúzia. – disse Sean sério. O homem riu.

- Ok, garoto, estou acostumado com pedidos maiores, mas eu faço um desconto para você. – disse o homem.

- Ótimo. – disse Sean, dando a ele o dinheiro que tinha avaliado a compra.

Os ajudantes do vendedor levaram as caixas com as armas e as balas para o carro do moreno, que agradeceu com um aceno de cabeça e passou para as próximas lojas.

Os dois amigos tinham combinado que Sean compraria às armas grandes e Ryan as pequenas. E foi isso o que eles fizeram, enquanto Sean escolhia fuzis e armas de calibre alto, Ryan escolhia revolveres de fácil esconderijo e de fácil uso.

O ruivo andou por alguns instantes, e parou em uma barraca especializada em armas pequenas. Ryan experimentou varias delas, avaliando desde o modo como atiravam até o quanto era rápido sacá-las e reabastecê-las.

Ryan acabou escolhendo três modelos em especial, e os comprou sem muitas negociações. Pegando um numero pequeno de carga e levando as caixas até o carro.

Os dois amigos se encontraram depois de alguns minutos mais andando, compraram 5 tipos de armas, e muita munição, caso precisassem.

Saíram dali, indo em direção a praia, onde iriam encontrar Ben e as garotas. Eles esperavam que aquele dia, tivesse ondas perfeitas para distrair suas cabeças antes do grande dia.

*********

O sol brilhava forte no céu sem nuvens, mesmo ainda sendo cedo o calor já era alto e demais para qualquer um aguentar. Não havia ondas no mar, apenas algumas ondulações, para o azar dos três garotos que já estavam na água há algum tempo.

Eles estavam estirados sobre suas pranchas, apenas se equilibrando quando pequenas ondas passavam. Nenhum deles queria fazer algum esforço para pegar ondas tão pequenas quanto aquelas. Ficaram ali até o calor ser insuportável, e mergulharam na água por um momento para se refrescar antes de remarem até a areia. Achando suas garotas deitadas em toalhas de praia, sob as sombras refrescantes dos coqueiros que circundavam a praia.

Elas pareciam absortas em seus próprios pensamentos, quando eles chegaram. Tanto é que foi a presença dos garotos que as despertou, fazendo-as sorrir quando eles se aproximaram.

- Então, compraram tudo de que precisamos? – perguntou Brianna.

- Sim, guardamos tudo em um lugar secreto, separado da organização para não levantar suspeitas. – disse Ryan, lançando um olhar cúmplice com Sean.

- Podemos não falar de negócios hoje, afinal temos que relaxar o máximo possível antes de matarmos Lucius. – pediu Megan.

Todos concordaram, achando aquela uma brilhante ideia.

- Sean, você poderia passar protetor nas minhas costas? – perguntou Leah, inocentemente.

O moreno sorriu, ao olhar para ela. Pegando assim o frasco do creme, e vendo sua namorada se deitando de barriga para baixo.

Ele espremeu o frasco, já que o protetor estava quase no final. A loira se contorceu com a sensação do creme gelado em sua pele quente, mas relaxou com o toque do moreno.

- Arrumem um quarto. – disse Ryan.

- Só se você for primeiro, afinal alguém precisa ver a resistência da cama antes de irmos. – Sean rebateu, arrancando uma careta do ruivo. O moreno riu.

- Ei, Ryan, já que você ainda esta tão animado em falar, por que não vai bater um papo com o atendente da lanchonete e pega algumas bebidas para nós? – perguntou Brianna rindo.

- Acho que esta me confundindo com a Leah, Brianna querida. – o ruivo falou.

- Sabe o que é Ryan, estou muito ocupada com o Sean agora. – respondeu Leah, arrancando uma risada e um longo beijo do namorado.

- Quer saber, acho que é uma boa ideia eu dar uma volta. – disse Ryan. – Afinal ver vocês nessa melação é demais para o meu estomago.

Sean riu, contra os lábios de Leah. Enquanto o ruivo arrastava sua morena pela areia quente até o quiosque, mas em vez de pegar os pedidos dos amigos. O casal deu a volta na pequena lanchonete e continuou sua caminhada pela praia. Eles tinham muito que conversar sobre a morte de Lucius, já que mesmo com as confirmações de Megan, Ryan ainda não estava contente e continuava preocupado com sua garota.

Ele havia feito uma promessa a ela no dia em que se conheceram que não seria como todos os outros e que a protegeria mesmo que fosse contra ela própria. Ryan a amava, e não faria diferente, ele precisava se certificar de que ela estaria bem para a próxima noite e não a deixaria sair de casa em hipótese caso o resultado de seu vasto questionário fosse algo ruim.

- Acho melhor algum de nós ir ao quiosque, já que pelo visto o casal ternura vai demorar séculos para voltar. – disse Leah rindo.