Aki No Ame (DESCONTINUADA) escrita por SilenceMaker


Capítulo 8
Teste físico


Notas iniciais do capítulo

Desculpa, acabei colocando atrasado... é que na hora em que fui salvar, caiu a internet e não deu. Saco, né? Mas finalmente reescrevi e aqui está!!



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— Quem é aquele?

— "Aquele", quem?

— O garoto, pequenininho, parado ali. Quer dizer, é um garoto, né?

— Puxa, você descobriu de primeira? Nossa, demorei semanas para perceber.

— Tadinho...

— Tadinho nada! É um grosso! Se você fala um "oi", ele vira a cabeça e vai embora!

— Nossa...

— Pois é. Mas o estranho mesmo é ele vir para a aula...

Bom, essa conversa estimulante acontecia entre duas amigas da sala 7-B. E não eram só elas, burburinhos e cochichos corriam por todo o pátio, já que era aula de educação física. Todas as atenções estavam voltadas para uma pequenina figura, de pé, recostada na parede. Aposto que já descobriu quem era. Sim, obviamente era Akita. Ele vestia a roupa de ginástica, que consistia em um shorts de malha preto um pouquinho folgado, e uma blusa branca. Nada muito arrumado ou algo do tipo, apesar de ser uma escola carérrima.

— Venham aqui! — chamou o professor, soprando o apito irritante que trazia consigo no pescoço. Aí ele começou a explicar coisas como: "A ordem vai ser a da lista de chamada", ou "Vocês vão fazer tal coisa..."

Você provavelmente está se perguntando: "O que está acontecendo? Não estou entendendo nada!" Pois bem, pequeno coelhinho, vou explicar tudo. Mas para ser explicado, precisamos voltar um pouco no tempo.



Haviam alguns dias desde que Akita se instalara na casa de Hayato. Com certeza o susto mais memorável foi ao entrar no quarto. Imagine o quarto de hotel mais luxuoso que já entrou. Agora imagine ele dez vezes mais bonito e mais confortável. Agora imagine que ele é seu. Foi essa a sensação que Akita sentiu.

Não vou descrever tudo detalhadamente porque demoraria demais. Vou dizer apenas que era maravilhoso, e com um delicioso cheiro de canela. A mochila de Akita já estava lá, em cima da cama.

A primeira coisa que o pequeno viu foi uma cama enorme de casal, cheia de travesseiros ridiculamente macios e cobertores, que davam a impressão de estar em uma nuvem. Depois viu uma porta ao canto, a qual entrou quase imediatamente, sem observar o resto do quarto.

A porta dava para o banheiro, que era quase metade do tamanho do quarto. Tinha uma grande banheira, um chuveiro largo e quadrado em meio a um box de vidro. No centro tinha uma espreguiçadeira inclinada e estofada, e no armário ao canto haviam toalhas e produtos de banho.

A primeira coisa que Akita fez foi tomar banho, tomando cuidado em fazer o fino corte no rosto parar de sangrar. E depois, enrolado na grande toalha felpuda, foi para o quarto trocar de roupa e dormir. Nada demais, o que fazia sempre.

No dia seguinte, em meio ao torpor do sonho, ouviu uma voz animada chamando-o:

— Akitaaa! Acorde logo! Café da manhã!

Foi com grande relutância e preguiça que Akita abriu os olhos, mirando com certa confusão um rosto sorridente, que estava...

— Perto demais! — exclamou Akita com um pulo, empurrando Hayato instintivamente. — Qual o seu problema?!

Hayato riu, se afastando antes que levasse na cabeça algo realmente doloroso, e disse:

— O meu problema eu não sei, mas o café da manhã está servido lá na cozinha, não se esqueça. — Hayato levantou uma caixinha de primeiros-socorros. — Fique quieto, não vou lhe dar uma injeção. É só um curativo.

Depois de colocado o curativo por cima do corte, Hayato se levantou e ia sair do quarto, quando parou no meio do caminho e acrescentou:

— Ah, sim! Já ia me esquecendo. Hoje você vai ter que ir para a aula.

— Hã? Por quê?

— Hoje vai ter um teste físico, e ele vale metade da nota de educação física. Não vai ter outro esse ano, então, ou você vai, ou reprova de ano. É na primeira e segunda aula, apenas.

E foi só aí que saiu do quarto, fechando devagar a porta.

— Preferia que ele tivesse esquecido de falar — murmurou Akita, se espreguiçando.

Com um sopro de coragem para sair da cama que parecia com uma nuvem, ele deu um pulo em direção à mochila, catando o uniforme. Após vestir-se e lavar o rosto — é, o cabelo dele também não embaraçava de jeito nenhum —, Akita desceu as escadas. Ao entrar na cozinha, encontrou Hayato fazendo suco no balcão.

— Finalmente desceu — falou o albino. — Pode pegar qualquer prato, os dois são iguais.

Ao lado do balcão tinha uma mesa alta, retangular, com quatro bancos de espaldar baixo igualmente altos. Akita se sentou no primeiro banco que alcançou, vendo-se na frente de um café da manhã completo, com torradas, ovos, bacon e waffles com mel.

— Ah, desculpe pela aparência do waffle e dos ovos — apressou-se Hayato a dizer. — Eu acordei mais tarde hoje, então tive que fazer com um pouco de pressa.

Akita não achou motivos para o mais velho se desculpar, estava tudo com uma aparência tão explêndida que até dava dó de comer.

— Só não se enrole muito — disse Hayato, servindo o suco nos copos. — Já não está muito cedo.

— Certo, certo...

O pequeno respondeu sem entusiasmo, levando uma garfada de waffles com mel à boca. Quando sentiu o gosto, até esqueceu-se de que estava de boca cheia. Era tão bom, que você se pergunta se pode ir comendo a caminho da escola. "Se ele fosse uma garota, daria uma boa esposa...", pensou Akita, sem querer imaginando Hayato de avental, cumprimentando quem quer que seja ao entrar em casa, com um beijo de... "Não! Qual o meu problema, caramba?! Volte ao normal!"

— Algum problema? — perguntou Hayato, ao ver que Akita congelara no lugar, imerso em pensamentos.

— Hum? — disse Akita, pego de surpresa. — Não, nada. Só me distraí um pouco, deixa para lá.

O resto do café-da-manhã se seguiu em silêncio.



E foi assim que Akita acabou indo para a aula. Sim, aquela era a aula de educação física.

Enfim, o teste físico começou com salto em distância. Era bem simples o lugar, uma linha feita no chão com giz e uma fita métrica presa ao chão, correndo por três metros ("Ninguém pula essa distância!", reclamou um dos alunos). A ordem seria de chamada, mas como ia pelo sobrenome, Akita teve de esperar um pouco. Quando chegou a sua vez, o pequeno se dirigiu deveras entediado e desinteressado para a linha, dando uns passos para trás para dar mais impulso. Deu uma corridinha rápida e saltou com leveza e habilidade por cima da linha, ultrapassando em muito a faixa dos três metros.

O professor, chocado e boquiaberto, disse ao garoto para ficar parado no mesmo lugar onde caíra, para que pudesse medir a distância. Depois de alguns minutinhos, o professor declarou, pasmo:

— S-s-seis metros e meio!

Completamente alheio à perplexidade dos colegas, Akita pensava consigo mesmo: "Estranho, dessa vez eu fui menos... Por quê, será? Hum, acho que escorreguei na hora de pular..."

E assim seguiu-se o teste físico, passando pelo salto em altura (dois metros e cinquenta), pela corrida de 100 metros (5,67 segundos), pelo teste de flexibilidade (bom, quanto foi exatamente eu não lembro, mas sei que foi humilhante), pela a medida de altura (um metro e cinquenta) e de peso (quarenta e dois quilos). Passado tudo isso, Akita se mandou para o vestiário. Nem queria saber se os resultados tinham sido bons ou não, só queria se livrar dos outros rapazes na hora de se arrumar. Nem tinha suado, então só precisava trocar de roupa.

Resolveu, depois de colocar o uniforme normal, ir para o esconderijo nos fundos ver as flores de cerejeira. Estava com particular vontade de observá-las naquele dia.

Ao chegar lá, não conseguiu deixar de ver, escondido nas sombras da parede do canto, uma pessoa. Na verdade era um rapaz, e não deu para vê-lo direito. Akita só viu cabelos rebeldes e escarlates, da cor de sangue, escondendo parcialmente o olho direito, mas deixando o esquerdo completamente visível. Seus orbes eram de um tom de verde que beirava ao cítrico, mas estavam voltados para o chão. Não dava para ver seu rosto. Akita sentiu um formigamento curioso no olho esquerdo. Mal assimilou tudo e o rapaz sumiu... sem ruído, sem vestígios, como se nunca tivesse estado ali.


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Notas finais do capítulo

Nem sei se ficou bom, espero que sim!! Quando der eu posto um novo capítulo, mas não prometo datas. Kissuss!!! ♥.♥



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