Aki No Ame (DESCONTINUADA) escrita por SilenceMaker


Capítulo 61
Cante, sabiá, cante!


Notas iniciais do capítulo

O que eu posso dizer? Estou com um bloqueio gigantesco (tipo, gigantesco mesmo) e tudo que consegui escrever nesse grande período de tempo foi um mísero, chato capítulo. Para falar bem a verdade eu duvido que alguém tenha sentido a minha falta ou dessa história, mas enfim...



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Akita levou um tempo considerável para abrir a boca novamente (por volta de uns trinta segundos) — enquanto passavam pela janela que a moça loira deixara aberta e a fechavam. Mas foi só Aiko virar para procurar a entrada de que falara anteriormente, que o pequenino não resistiu à pergunta.

— Que voz foi aquela que você fez? — disse.

Imediatamente Aiko e Hayato fizeram um "shh" exasperado.

— Que voz foi aquela que você fez? — Akita repetiu, dessa vez sussurrando.

— Você quer dizer aquela coisa de momentos atrás? — disse Aiko no mesmo tom. — Eu consigo imitar as vozes de quase todo mundo, desde que eu a tenha ouvido alguma vez. Nem sei se é tão bom assim, mas o onii-sama disse que era bem convincente.

— Sério? — Seus olhos se arregalaram.

— É. — Aiko pareceu pensar um pouco. — Mais ou menos… Não se lembra de quando nos encontramos? Foi naquela festa do marquês sei-lá-o-quê, em Caeli.

— Lembro.

— Então, naquela ocasião eu imitei a voz de uma antiga empregada, de quando eu ainda morava em casa.

O rosto de Akita permaneceu concentrado na lembrança, até que de repente sorriu e disse:

— Então foi por isso que a sua voz me parecia estranha! Ops. — E prosseguiu novamente em um sussurro ao perceber que falara muito alto: — Eu sabia que tinha alguma coisa errada.

E Aiko ficou surpreso.

— Sabia? Como assim?

— Ah… — Akita agora estava desconcertado. — É que ela não parecia cem por cento natural. Tipo, meio artificial.

— Nossa… Acho que você é a única pessoa que já pôde dizer se eu estava imitando algo ou não. Aliás, sabia que a sua voz é uma que eu não consigo fazer igual?

— Jura?

— A sua, do Hayato e do Daichi.

Akita deu uma risadinha.

— E por quê?

— Boa pergunta, não sei. É o mesmo que perguntar "por que você respira desse jeito"? Não tem como saber.

— Que tipo de entrada estamos procurando? — perguntou Hayato, ficando nervoso com o tempo que estavam perdendo jogando conversa fora.

— Pelo que sei, deve ser alguma parede oca ou coisa do gênero.

Hayato e Akita assentiram e se puseram a procurar, dando soquinhos nas paredes e aproximando os ouvidos delas. Não passaram nem dois minutos fazendo isso e logo Akita exclamou-sussurrou:

— Achei!

— Ótimo — disse Aiko com ar de aprovação, virando-se da parede que checava. — Agora precisamos abrir isso. Será que tem um botão ou algo…?

Ignorando completamente a últma frase do Tsugumi, Akita apanhou a primeira coisa pesada ao seu alcance — um telescópio grande — e golpeou a parede oca com força. Imediatamente um buraco se abriu.

— Ou, claro, podíamos fazer isso — murmurou Aiko, mas sem objetar.

Mais alguns golpes e já havia espaço suficiente para que passassem. Através da fenda dava para se ver um novo corredor. Um a um eles começaram a atravessar.

— Ah — disse Aiko, quando estava para ir também. — Acabei de lembrar que tenho que fazer algo importante. Yuurei, vá com eles, ok? Já os alcanço.

O espectro, que por um momento havia sido esquecido devido ao seu silêncio, assentiu e seguiu os outros dois pelo buraco na parede.

— Tem certeza? — perguntou Hayato, observando enquanto o rapaz de cabelos anis se abaixava ao lado de uma mesa.

— Absoluta. Agora vão rápido.

Assim que disse isso, Aiko tirou algo prateado do bolso e se voltou para a mesa de madeira.

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— Quietos.

Jin e Mikato imediatamente pararam de falar.

Daichi empurrou os outros dois para trás de uma coluna e correu a se esconder ali também, ocasionalmente espiando por cima do ombro. Nem um segundo se passou após isso e passos começaram a se aproximar. Eram firmes e ritmados.

Quando os passos pararam, Daichi decidiu arriscar uma olhadela para trás.

Uma moça baixa, loira, e de roupas justas estava parada na frente de uma janela, apenas olhando-a. Ela não demorou muito tempo para entrar no cômodo, pela porta. Seus olhos demonstraram certa surpresa quando viu a parede destruída, mas logo se recompôs e entrou no corredor recém-aberto, seguindo os invasores. Quando seus passos se distanciaram até sumir, Daichi arriscou sair do esconderijo e espiar pela porta entreaberta.

A sala realmente estava vazia, felizmente.

Assim que entrou, Jin e Mikato tomaram a ação como um sinal para seguí-lo e foram atrás. O ruivo estava agachado ao lado de uma mesa de madeira, observando algo em sua borda.

— O que foi? — perguntou Jin.

— 32.

— Hã?

— É o que está escrito: "32". Alguém talhou isso, e provavelmente há pouco tempo, pelas lasquinhas que ainda estão aqui.

— Quem fez isso?

— Talvez um certo bocó convencido de cabelo azul.

— 32 não era o número da sua casa? — disse Mikato, aproximando-se para ver.

Daichi estranhou a pergunta.

— Como?

— Em Immolare — Mikato explicou. — 32 era o numero que ficava na porta da sua casa, não era?

O ruivo pareceu se lembrar; assentiu e começou a pensar. Mais alguns momentos e ele pareceu ter entendido o que o número significava.

— A porta ficava do lado direito do corredor! Então… — Ele olhou em volta. — Ah, essa estante!

Daichi colocou-se de pé e foi para a sua extrema direita, espiando em volta de uma estante de madeira.

— Me ajudem aqui — disse, olhando para os outros dois. — Vamos tentar arrastar essa coisa.

E com o auxílio de Jin e Mikato, a alta estante foi afastada da parede. Atrás dela não havia concreto, como o esperado, mas sim papel. Os três ficaram surpresos momentaneamente, mas não durou muito.

— Será que cortamos? — indagou Jin.

— Vá em frente — incentivou Daichi, curioso sobre aquela parede incomum.

Jin tirou da manga seus punhais de bronze e, mantendo um de prontidão, usou a afiada lâmina do outro para fazer um grande rasgo vertical no fino papel. Quase imediatamente sua visão foi tapada por algo desengonçado e que fazia sons estalados. Antes que o mesmo registrasse o que acontecia, Mikato usou o punho de sua katana para jogar longe o objeto.

O tal objeto tinha junções maleáveis, porém era rígido. Só quando ele bateu na parede e deslizou para o chão que eles viram o que era: um esqueleto. Com o impacto alguns ossos se soltaram, mas sem dúvidas um esqueleto. Pelo tamanho parecia ser de um adulto.

— Que lindo — murmurou Mikato. — O que isso está fazendo aqui?

— Deve ser para assustar os mais medrosos — disse Jin. — Vamos. Tem um corredor atrás dessa cartolina estúpida.

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— Pelo menos não tem como perder o caminho aqui — disse Akita enquanto andava apressadamente. — Só tem um corredor, sem desvios.

— Pois é. Cuidado, tem um buraco no chão. — E puxou-o pelo braço.

— Obrigado. Ei, será que Aiko vai demorar para voltar?

— Não sei… Yuurei, você sabe?

Hayato virou a cabeça para trás após sua pergunta, fitando o espectro que não respondeu.

Os dois pararam de andar quando Yuurei o fez. Yuurei virou para trás por alguns momentos, prestando atenção em algo. Akita e Hayato esperavam em expectativa.

— Está aqui — disse o espectro do nada, surpreendendo os rapazes.

Dito e feito. Não fazia nem um segundo que ele falara aqui e logo uma bagunça de cabelos anis irrompeu pela dobra do corredor.

— Não fiquem parados! — exclamou Aiko, catando (literalmente) Yuurei pelo braço ao passar por ele. — Ela está vindo! Ela está vindo!

— Quem está vindo? — perguntou Akita, confuso e alarmado, mas segundo-o junto do albino.

— Aquela pessoa que estava guardando a sala. Ela é mais rápida do que imaginei… Aqui!

Aiko parou abruptamente de correr — quase fazendo Akita trombar, se Hayato não tivesse parado-o a tempo — e chutou uma parte da parede na altura de sua cintura. Um bloco em torno do local imediatamente afundou e a placa se deslocou para o lado, revelando um buraco escuro.

— Eu vou na frente — disse, antes de pular sem pensar duas vezes.

Hayato foi logo em seguida, vendo-se sem opções. E quanto a Akita, este hesitou por um momento, mas foi o suficiente para que Yuurei o apressasse, levantando-o sem cerimônio e o fazendo descer também. Por último, subiu também, mas não antes de, de seu bolso, cair um rolo de bandagens e acabar por chutá-lo ao mover as pernas para subir.

Aos poucos passos rápidos e leves começaram a se aproximar, e, à altura que chegaram ali, o buraco na parede já havia se fechado. A moça loira viu apenas o rolo de bandagens no chão. Ela se aproximou do objeto e olhou para a parede logo em frente. Bastou um golpe na paede para que um bloco se abrisse também. Ela pegou as bandagens e pulou para dentro, deixando que, em pouco menos de um minuto, aquele se fechasse também. Tudo que restou foi um corredor vazio, sem vestígios que alguém por ali passara.


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Notas finais do capítulo

Eu tinha planejado postar dois capítulos juntos, só que como já disse eu não consegui escrever mais nada x.x Se tiver alguma leitora que miraculosamente ainda esteja interessada nessa história, imploro para que tenha paciência -- essa autora de meia tigela aqui é meio lerdinha e demora para fazer as coisas. Obrigada por ter lido!



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