Aki No Ame (DESCONTINUADA) escrita por SilenceMaker


Capítulo 6
A casa de Hayato


Notas iniciais do capítulo

Muito bem, nada de pedradas!!! Sei que demorei um pouco para colocar esse capítulo! A inspiração só chegou hoje e a preguiça foi embora agora há pouco.



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Uns segundos de silêncio se seguiram àquela última palavra. Akita arregalou os olhos ao mirar os orbes azulados de Hayato. Estavam sombrios, davam medo. Por puro reflexo, Akita deu um tapa na mão do albino, recuando alguns passos. A última fala do outro ecoava em sua cabeça.

Hayato não notou imediatamente o que fizera o menor se afastar, mas quando se deu conta, a expressão quase doentia desapareceu, substituída pelo costumeiro ar tranquilo.

— Desculpe — disse. — Estou te assustando muito hoje. Prometo não fazer mais isso. Apresse-se, estamos perto.

— Perto do quê? — perguntou Akita, meio trêmulo, mas se aproximando.

— Da minha casa.

O que quer que seja que Akita esperava, certamente não era aquilo. Porque arqueou a sobrancelha. Mas, de qualquer modo, ele acompanhou o mais velho. Andaram mais cinco quadras antes de pararem. Os prédios foram mudando, até que chegaram ao ponto de serem claramente de gente rica. As ruas, limpinhas, bem asfaltadas e vazias, tinham calçadas claras em volta, junto com árvores bonitas e verdinhas, altas, algumas com flores.

Eles pararam na frente de um prédio com mais ou menos vinte andares, as paredes brancas tinham algumas partes em ladrilhos pequenos azuis e cinza. Os apartamentos pareciam espaçosos e não havia uma única janela que não estivesse imaculadamente limpa. O prédio era cercado por muitos predinhos — máximo quatro andares , todos no mesmo terreno. O portão era de metal escuro, que se alargava até o muro dos outros prédios.

Meio inseguro, Akita seguiu de perto o albino, que cumprimentou o porteiro simpático, que ficava em uma cabine ao lado do portão. Ele abriu-o para os dois rapazes. Ambos cruzaram o espaço até a porta do prédio em silêncio. Akita estava meio boquiaberto, olhando em volta.

Havia um caminho de concreto que ia do portão até os outros lugares. Parecia uma serpente cortando o gramado verde como esmeralda, se alargando em um círculo, para depois abrir mais vários caminhos para muitos lugares (salão de festas, piscina, sala de filmes, fitness, pracinha, parquinho, sala de jogos, sauna, etc.). No centro do círculo havia uma bonita e grande fonte, jorrando água cristalina.

Hayato passou pela fonte e seguiu reto, até a ampla porta de vidro do prédio. Entraram em uma sala com algumas poltronas e uma luminária, logo com as portas do elevador ao lado. Eram dois. Entraram no que viram primeiro. Por dentro era tudo cromado, com um espelho cintilante cobrindo o fundo. O elevador era razoavelmente grande. Hayato apertou o botão dourado de número oito.

Não demorou muito e logo as portas se abriram, revelando um corredor largo e acarpetado, com duas portas, uma em cada canto. Em cada uma havia um bonito número prateado, 81 e 82, respectivamente. Hayato encaminhou-se para o de número 81, tirando uma chavinha de dentro do bolso e abrindo a porta. Ambos entraram em um hall de entrada com um quadro de paisagem — com montanhas e um lago enevoado —, um cabideiro, uma mesinha e um pufe. O albino colocou as chaves na mesa, ao lado de um vaso de plantas. Depois pendurou a jaqueta no cabideiro.

— Pode colocar a mochila aí — disse ele, apontando o pufe. — Depois de eu lhe mostrar o apartamento, levamos suas coisas para o andar de cima.

Só quando mais um andar foi mencionado que Akita notou que era um duplex. Então não eram vinte andares, com dois apartamentos em cada, totalizando quarenta. Eram vinte andares, com dois apartamentos em cada ocupando dois andares, totalizando vinte.

Como você tem dinheiro para pagar por um lugar desses? — perguntou ele embasbacado. — Ainda mais em um bairro de luxo como esse!

Hayato riu antes de responder:

— Não é meu. É de um amigo. Ele me emprestou por uns tempos, afinal, nem vou ficar aqui até o fim do ano. Achei que seria um desperdício de tempo ficar semanas procurando uma casa, ainda mais que sou de menoridade. Daria um trabalho enorme.

— O quê? Você vai embora? — perguntou Akita, sem querer com uma voz quase desapontada. — Por quê?

O albino se surpreendeu com o tom do outro, mas disse:

— Meus negócios por aqui são rápidos. Já lhe falei, só estou procurando minha nova arma. Entende?

Não, Akita não entendia absolutamente nada. Mas a frase de Hayato lhe lembrou uma pergunta que queria fazer desde que saíram do orfanato.

— Ah! — exclamou ele de repente. — Você ainda não me disse o motivo de ter me trazido aqui!

A única resposta que recebeu no momento foi um suspiro, mas o que veio a seguir foi bem mais animador.

— Está bem — falou Hayato. — Mas vamos para a sala, é mais confortável conversar lá do que nesse hall apertado.

Akita seguiu o outro até a sala. Quase se esqueceu o que tinha falado um segundo antes. Era alta, obviamente, porque eram dois andares. As paredes beges subiam até o teto um pouco mais claro, por perto tinha uma espécie de sacada do andar superior, com a proteção de vidro. Embaixo tinha uma porta de vidro, e ao lado duas poltronas fofas de couro branco, com um criado mudo no meio. Dois metros adiante, na frente, havia a mesma coisa. Um grande lustre de brilhantes pendia do teto. Tinha uma estante com livros ao canto, e do outro lado tinha um corredor.

Hayato se sentou em uma poltrona e fez um sinal para que o pequeno fizesse o mesmo. Após acomodados, o albino falou:

— Quer que eu lhe conte toda a verdade?

Akita assentiu.

— Ótimo — suspirou Hayato. — Para começo de tudo, eu não sou um adolescente normal.

— Isso eu já sei.

— Fique quieto e me escute até o fim. Você me perguntou antes se eu sempre ando armado. Sim, sempre. Por quê? Porque eu sei onde andam os perigos: em toda parte. E sei como identificá-los, ou pelo menos a maioria deles. — Ele respirou fundo antes de prosseguir. — Eu fazia parte de uma organização do submundo, que agora faliu. Ou ao menos fingi ser parte.

— Hã?

— Sou um mercenário. Mas não trabalho apenas por dinheiro, pode ser por favores também. E, além disso, tenho um tipo de sangue diferente. Não aquela baboseira toda de "A negativo" ou coisa do gênero. Quer dizer que eu posso fazer coisas que outras pessoas não podem, como transformar uma outra pessoa em uma arma, por exemplo.

Os olhos de Akita se arregalaram.

— Eu sou o único ser vivo que pode fazer isso — continuou Hayato. — Mas não pode ser com qualquer pessoa, tem que ser com alguém também com o sangue diferente. E é aí que você entra.

Aos ouvidos de Akita, aquilo soou um pouco como encrenca.

— Como assim? — perguntou ele.

— Vou ter que explicar então? É que você tem esse sangue diferente, de transformação. Então, quando eu disse que vim aqui atrás de alguém assim, estava basicamente atrás de você.

— E como sabe que sou eu? Nunca notei nada de diferente.

— É assim mesmo. Se eu nunca estive aqui para ativar essa habilidade, então é normal que ela não se manifeste. E como eu descobri? Fácil, minha marca sempre reage à sua presença.

— Que marca?

— Todos que têm esses tipos diferentes de sangue têm uma marca. A minha fica no ombro.

Hayato se virou e tirou a blusa. Akita sentiu o rosto queimar. Mas viu uma coisa parecida com uma tatuagem negra atrás do ombro direito dele.

— Mas não são todos que podem vê-la — disse Hayato. — Mesmo que a pessoa não tenha esse tipo de sangue diferente, alguns tem uma aura forte, então podem ver. No seu caso, você enxerga por causa de... ah, você sabe. A sua ainda não aparece porque sua habilidade ainda não foi ativada.

Akita não se movera um centímetro desde que a conversa iniciara. Estava pasmo. Como que ele esperava que se acreditasse em uma coisa absurda dessas? Mas ele não conseguia desconfiar de Hayato, ou melhor dizendo: não conseguia deixar de confiar nele.

— E, respondendo à sua pergunta inicial — continuou o albino, recolocando a blusa e olhando para o menor —, eu te trouxe aqui porque tem mais gente que descobriu sobre você. Quem? Não sei. Mas deve ser uma organização, cujo fato de eu e você termos nos encontrado seja problemático. E existem inúmeras assim. Por enquanto não posso deduzir qual seja. Por um tempo, é bom que fique aqui.

Pela primeira vez na conversa Akita respirou devidamente. Ele não sabia que podia segurar a respiração por tanto tempo.

— Então — disse Akita por fim, meio constrangido em falar aquilo —, você quer dizer que, bom... eu e você estamos... como é que se fala? Hum... ligados...

— Pelo destino — completou Hayato, sem hesitação. — Exato. E mais uma coisa. Pelo que eu ouvi, de rumores lá na organização que estive por um tempo, dois anos para ser preciso, existe, além de você, mais um que eu posso transformar em arma. Mas eu não faço a mínima ideia de quem seja ou onde esteja.

— E em que arma eu posso me transformar?

— Sei lá, não sou vidente. Mas torça para que seja algo legal e forte.

— Como vamos descobrir?

— Só tentando para saber. E não, não vamos fazer isso por enquanto. Vou esperar até que haja uma situação de extrema necessidade. Agora vamos ver o resto da casa? Preciso te mostrar o quarto que vai ficar.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso. Não me mate! Não sei se consegui explicar bem, porque eu sou péssima no quesito "explicar", se é que me entende. Até o próximo capítulo! (Que provavelmente vou colocar essa semana.)
Kissuss!!! ♥.♥



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