Aki No Ame (DESCONTINUADA) escrita por SilenceMaker


Capítulo 16
A mansão do visconde Khan


Notas iniciais do capítulo

Aaaahh, desculpem pela demoooraa!!! Ontem eu tinha acabado o capítulo e o login espirou bem na hora de salvar, e já era taaarde!!! Gomen!!!
Nada de pedradas!! Desculpem por quaisquer erros ortográficos, palavras erradas, esquecidas ou talvez repetidas , ok? Boa leitura! ^.^



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Após comprarem na confeitaria um delicioso bolo de morangos com muito recheio e chantily e uma cesta de bolachas de suspiro com chocolate, e esperar Akita deixar de lado uma grande torta de limão com merengue, os três foram à carruagem do visconde Khan, puxada por dois cavalos. Bethany os esperava pacientemente, ajeitando o casaquinho de renda e crochê sobre os ombros. O visconde disse com delicadeza:

— Bethany, poderia pedir ao cocheiro para partirmos?

A moça assentiu, dirigindo-se à frente da carruagem e murmurando algo para o homem sentado no banquinho externo. O cocheiro fez que sim e disse à ela que entrasse também. Ela assim o fez, logo após os três rapazes já estarem acomodados. E, assim, a carruagem começou a sacolejar pelas ruas de paralelepípedos.

Seria um erro dizer que o caminho até a casa do visconde era curto, mas também não era comprido. No máximo quarenta e cinco minutos, sem chuva nem interceptações. Cortando a cidade, havia um largo, fundo e grande rio de águas claras, onde vez ou outra podia-se ver peixes coloridos na correnteza.

A cidade foi passando lentamente. As casas foram sumindo, devagar, até que as pedras e calçadas foram substituídas por grama e uma estrada de terra que, milagrosamente, quase não levantava poeira. Hayato quase dormia, com a testa apoiada no vidro. Akita, por sua vez, brincava com as franjinhas da cortina. O visconde, quando Bethany se distraía, beliscava as bolachas de suspiros, sem querer esperar chegar em casa.

A atenção de Akita foi atraída por um canto afinado e lacrimoso. O pequeno espiou meio assustado pela janela, e arregalou os olhos ao ver, próximo a um arbusto, um pássaro. Mas ele não parecia nada bem. Agitava suas asas desesperadamente e sem sucesso, soltando uma lamentação a cada vez que o fazia. Sua asa esquerda parecia dobrada em um ângulo estranho, como... "Como se estivesse quebrada", pensou Akita, sentindo uma pontada no coração.

Porém, a carruagem passou pelo pássaro, seguindo a estrada. Akita se retesou um pouco, voltando a encostar as costas no banco. O visconde Khan mirava-o com o canto dos olhos, pensativo.

Quando menos esperaram, a carruagem parou em frente a uma grande porta dupla de madeira maciça. Era uma enorme mansão, de dois andares, a parede revestida de pedras rústicas e cortada algumas vezes por uma camada de algo semelhante a gesso, da mesma cor creme. A mansão era cercada por um jardim muito grande, de grama esmeralda bem-cortada, arbustos repolhudos, árvores altas e alguns laguinhos.

Os quatro desceram, enquanto o cocheiro agitava as rédeas dos cavalos e ia aos fundos para guardar a carruagem. Bethany foi à frente e, com uma mesura respeitosa, abriu a porta. Pôde ser visto um grande salão com um piso enxadrezado em preto em branco, com paredes também alvas e desenhos confusos em ouro. Molduras pesadas e grandes nas paredes retratavan pinturas perfeitas de muitas coisas: desde uma família de cinco pessoas a uma macieira cheia de frutas gordas e vermelhíssimas.

Um lustre largo de diamantes e outras pedras preciosas transparentes pendia do teto, seguro por uma corrente de ouro que combinava com as decorações na parede. Mesas longas recuadas às paredes continham estátuas pequeninas de cristais, algumas eram coisas semelhantes à espadas cravadas em uma pedra ou coisa assim, e outras eram penas de escrever apoiadas em um grosso livro. Algumas miniaturas de rubi descansavam em cima de panos bonitos de linho, a qual uma Akita reconheceu, com um arrepio, como sendo uma cabeça separada do corpo, pendurada pelos cabelos em uma árvore.

Algumas portas, quatro para ser exato, estavam espalhadas nas paredes laterais. Uma escada ao fundo, larga e com um tapete azulado, conduzia ao andar superior — onde estava os quartos e os banheiros , e se alargava para dar passagem aos corredores.

Quando entraram, três pessoas vieram cumprimentar o visconde. Um deles era um jovial jardineiro, de cabelos escuros e lisos, com uma jaqueta jeans amarrada à cintura. A outra era uma empregada bonita, de cabelos claros e compridos, usando um vestido comportado. O último estava tão encolhido que mal podia ser notado. Um pouquinho mais baixo que Hayato, a franja cobrindo completamente o olho esquerdo e quase ocultando o direito também. Ele usava uma roupa cinza-claro, a blusa de manga comprida um pouco grande demais.

— Algum de vocês sabe se Takeshi terminou as tarefas de casa? — perguntou o visconde.

O jardineiro e a empregada olharam diretamente para o garoto, que se sobressaltou muito. Com os olhos enchendo-se de lágrimas, ele gaguejou nervosamente:

— S-sim, a-acho... t-talvez...

O visconde Khan deu um suspiro, dizendo:

— Ele te chantageou de novo?

O garoto se assustou de novo.

— Não! — exclamou, quase desesperado. — Ele não fez isso!

Mas o visconde não se convenceu nem um pouco.

— É claro que chantageou — disse. — Minha nossa... por que isso sempre acontece?

Foi o suficiente para o garoto, pois ele se desfez em lágrimas, abafando solucinhos na manga da blusa. O visconde afagou a cabeça dele, falando em um tom tranquilizador:

— Não se preocupe. Não vou deixar Takeshi maltratá-lo por isso, está bem?

O garoto assentiu, embora não parasse de chorar.

— Ray — falou o visconde, virando-se para a empregada. —, procure no quarto de Takeshi, quando for limpá-lo, qualquer coisa suspeita. E não se esqueça de trazer para mim se encontrar.

A moça assentiu, correndo a abraçar o garoto pelos ombros e, com o auxílio de Bethany, levá-lo até a cozinha para tomar um chá forte.

— Vincent — o visconde Khan chamou o jardineiro. — Vá ao jardim procurar nos arbustos coisas de Takeshi, ele sempre os esconde lá. Se puder verificar o lago também, eu agradeceria muito. Provavelmente ele vai querer envenenar Ayumu, então procure algo do gênero.

Vincent atendeu prontamente o pedido, saindo da mansão pela porta, disposto a verificar cada folhinha de cada arbusto até o fim do dia.

— Takeshi é meu sobrinho — contou o visconde aos garotos que ainda estavam no mesmo lugar. — E Ayumu é seu criado pessoal. Vive sendo, hum... torturado. Da última vez encontrei-o pendurado de cabeça para baixo em um precipício aqui perto. Mas, apesar disso, quando sugeri trocar de criado, Takeshi negou. E quando insisti, ele chegou a me ameaçar de morte, acreditam?

Akita arregalou os olhos, espantado. "Q-que medo...", pensou ele, encolhendo-se ligeiramente atrás de Hayato.

— Venham, vou apresentá-los a ele — convidou o visconde, subindo as escadas.

Nesse momento, Akita teve se conter para não dizer que não precisava conhecê-lo. Eles viraram à esquerda. O corredor tinha diversas portas de cada lado, o piso inteiro de madeira escura. O visconde parou na frente da terceira porta à direita, batendo algumas vezes. A única resposta que obteve foi o silêncio. Desistindo de bater, ele encostou o rosto na porta e disse em tom bem audível:

— Sugiro que abra logo, ou terei de arrombar a porta.

Uns momentos depois, o som distante de uma cadeira se arrastando pôde ser ouvido, e a porta finalmente abriu. Takeshi era uns cinco centímetros mais alto que Hayato, os cabelos loiro-alaranjados cobrindo o pescoço e os olhos castanhos mirando o visconde com certa confusão.

— O que foi agora, tio Theo? — Takeshi perguntou.

O visconde Khan apenas apontou Hayato e Akita, meio escondidos pelo batente da porta.

— Tá, e o que quer que eu faça? — disse Takeshi desinteressado.

— Que não deixe Ayumu em lugares perigosos — respondeu o tio, aproveitando a deixa para dar uma bronca. — Sabe como ele tem medo de altura.

O sorriso que Takeshi deu, quase malévolo, deu a entender claramente que ele tinha total consciência do medo de Ayumu.

— Você tem, por acaso, alguma experiência com assassinatos, Takeshi-san? — indagou Akita de repente.

Com toda certeza Hayato não esperava aquilo, e nem o ruivo, porque ambos arregalaram os olhos. Apenas Theo não se surpreendeu, mirando Akita com certa curiosidade. Takeshi voltou os olhos para o tio, como se buscasse instruções de como reagir. O visconde parou uns segundos, quase pensativo, para então dar um sorrisinho de canto de boca.

— Vamos para aquele salãozinho perto da cozinha — disse ele por fim. — Lá poderemos conversar à vontade. E vou querer uma resposta para sua ausência nas lições de casa, Takeshi.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha ficado bom!!! Quis colocar mais alguns personagens nesse capítulo, e eles vão ficar mais um tempinho aí, ok? Mais uma vez, não tenho previsões do próximo capítulo. Se algo ficou confuso, pode colocar no review que eu respondo, certo? Kissuss!!! ♥.♥



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