Zacky POV

Depois de uma viagem torturante chegamos em casa. Minha mãe veio sorridente ao meu encontro e fez várias perguntas sobre uma garota, e eu não tinha a menor ideia do quo ela estava falando. Só enrolei, era morena, olhos castanhos, etc.
Subi para o meu quarto e tomei um banho. Acho que fiquei uma hora de baixo da água quente pensando no que eu havia feito na noite passada.
Beijar o Brian... Foi uma coisa esperta ou mais uma burrada de Zachary Baker? Ser o primeiro homem que ele beijou. Isso era uma honra, não posso negar.
"Mas foi a força Zacky!" Cala a boca, não importa!
E se eu fiquei com vontade de ver ele irritado de novo? Por que eu fiquei. Só tenho que aprender a não me magoar com as coisas que ele diz.
Saí do banho e Matt me esperava sentado na minha cama.
– Posso conversar com você? É sério. – Odeio quando ele fala sério.
– Claro, o que foi?
– Você gosta do Benji?
– Não! Por quê?
– Ufa... – Ele pareceu aliviado. – Eu fiquei com ele.
– Tá zuando?! Você também tá nessas?! – Tive que rir da cara dele.
– Não brinca okay? Eu entrei em desespero ontem quando ele me chamou.
– O quê vocês fizeram?!
– Nada de mais bobão. Ele me beijou, daí eu o empurrei e disse que não queria fazer isso por que eu não tinha certeza se vocês estavam juntos, ou se você gostava dele.
– Uma pena. Perdeu uma oportunidade e tanto. Bom... – Olhei para cima e suspirei, rindo.
– O que você fez Zee?!
– Eu beijei o Brian a força. – Sorri e ele caiu na gargalhada. – E eu vou fazer de novo, por que é engraçado. E ele vai se ver comigo!
– Você não presta!
– É o que todos dizem!
– Vou ligar pro Johnnão vir aqui, ele precisa saber disso! – Matt pegou o celular.
– É, ele precisa!

Brian POV

Cheguei em casa e falei que estava com uma menina, e então não teve nenhuma pergunta. Subi direto pro meu quarto e fui ao banheiro, escovar os dentes.
O que eu tinha feito cara?! Mas a culpa não foi minha, foi do Zacky. Toda do Zacky.
Aproveitei que estava no banheiro e tomei um banho. Acho que toda a poeira que tinha naquela casa estava grudada no meu corpo. Eu suo quando fico nervoso e bom, eu fiquei nervoso a noite toda.
Saí depois de uns quarenta minutos e me joguei na cama, só de cueca mesmo e abracei meu abajur. Eu senti saudades filho!
Eu estava bem belo, apenas de boxer, com a cara enfiada do travesseiro quando a Kenna entrou no quarto. Lá vem ela e as bobagens dela. Eu mereço, só pode.
– Que bundinha Brian. – Ela disse. Me virei e sentei. Ela estava sentada na cadeira do computador.
– O... Brigado? Sua tarada.
– E então? Como foi a noite com a garota morena de olhos extremamente verdes? Aposto que ela era uma gata! – Sorriu sacana.
– Vai à merda Kenna! Foi horrível! Espera, como você sabe?
– Mas você é uma anta mesmo, sorte que é bonito. – Revirou os olhos. – Eu não sabia, mas obrigada. – Girou na cadeira, rindo.
– SÉRIO?!
– Não, eu sabia sua anta! O Matt me contou! – E agora ela ria mais ainda.
– Odeio vocês. – Deitei de novo, mas de barriga para cima.
– O Jimmy veio aqui ontem.
– E ai?
– Perguntei se ele queria ficar, você não estava, mas eu sim. Daí ele riu e disse que vinha hoje.
– Você não deixa passar uma né?
– Eu gosto de assustar vocês. A cara de pânico dele foi legal. – Ela riu. Você é irmã do Zacky, não minha Kenna. – Mas e aí? Como foi a noite?
– Péssima, quase fui estuprado, quase fiz xixi nas calças e quase morri do coração.
– Com o sonho que você teve e do jeito que você acordou meu bem, você não seria estuprado.
– Você nem sabe se eu sonhei com ele.
– Sei sim.
– Como você sabe então, se eu não contei? – Fiz careta.
– Eu sei agora bobão. – Fez careta e saiu do quarto.
Nossa Haner, eu acho que você é uma anta mesmo.

Johnny POV

– Dessa vez eu tenho que ir. – Sorri ao ver a cara brava dele.
– Claro, depois fala de mim né.
– Jimmy, eles me chamaram e eu disse que ia. Além do mais, eu não quero que eles me vejam com você. – Vesti a minha camisa. Ele me olhou chocado.
– Por quê? Qual o meu problema?
– Você fala da gente, mas é igual. – Ele ficou ainda mais bravo. – E não vem com esse papo de que não é gay por que não é passivo, faça-me o favor né!
– Mas...
– Mas nada James! – O olhei bravo.
– Tá... – Cruzou os braços.
– Agora levanta e se veste, por que eu não vou deixar a chave do meu apartamento com você.
– Por quê?
– É como você disse ontem, a nossa relação é só física. Eu não confio em você.
– Poxa, eu confio em você. – Tentou me abraçar, mas eu saí.
– Mas eu sou confiável, meu amor. E se veste de uma vez que eu tenho que ir.
– Eu tenho que ir na Leana. – Falou mais pra ele mesmo do que pra mim.
– É vai lá pegar uma doença. – Revirei os olhos.
– Ciumento. Eu vou pro Brian okay? Não precisa sentar na frente da televisão e comer sorvete.
– Eu não sou uma garota James, se você quer ir na Leana vai, eu não me importo. – Dei os ombros.
– Okay, se é assim. Eu vou indo. – Selou nossos lábios e logo já deixava o apartamento.
Terminei de me arrumar e caminhei lentamente até a casa do Baker, queria ficar sozinho algum tempo, pensar na vida, afinal, olha onde eu fui me meter.
James Sullivan, você é um cretino. Me usa, e usa pra caramba, e depois vem com esses papinhos de gays, Brian e Leana. Na frente dos outros age como se nada fosse nada, e como se me odiasse e tivesse nojo de mim, o que, sejamos sinceros, não é verdade.
Ficar perto dele é bom, é ótimo, mas ele me estressa, ele e esse jeitinho detestável dele.
Ah, até pensar no James me estressava.
Apertei o passo e cheguei à casa dos Bakers algum tempo depois, quando pensar na vida já me estressava. Toquei a campainha e esperei eternamente, até que uns dois minutos depois eles atenderam. Cumprimentei Baker pai e Baker mãe, e subi para o quarto do Baker filho. Eu adoro o sobrenome deles.
– E ai anão? Por que a demora? – Matt disse. Me joguei na cama.
– Eu estava com preguiça.
– Aham, sei... – Zacky disse.
– Agora que o Johnny chegou, vamos chamar o Benji pra beber alguma coisa? – Matt disse.
– Beber? Já tô ligando. – Zacky pegou o telefone.


– E o quê ele fez?! – Benji perguntou rindo. Já estavam todos alterados.
– Ele me colocou pra dormir no sofá!
– Ih, vocês nem casaram ainda! – Joel, que veio junto, falou e Zee concordou, sempre rindo.
– Eu já tô com dor de tanto rir! – Matt disse. – Eu já nem sei do que eu tô rindo!
E eles riram mais ainda, e eu sobrando ali no meio.
– Garotos, eu vou indo, amanhã tem que trabalhar.
– Por que Jojo? Fica ai! – Matt disse, abraçado a garrafa de cerveja.
– Nah, eu vou indo. Até amanhã suas bixas.
– Até seu viado! – Zacky falou alto demais quando eu estava saindo do bar. Eu apenas ri e acenei.
Já era tarde e me deu um puta medo de ir sozinho pra casa, mas eu fui porque eu sou muito macho. As ruas para o meu edifício eram muito escuras, e o estava frio. Eu apenas abracei meu corpo e apertei o passo, querendo chegar em casa o mais rápido o possível.
Ouvi umas risadas atrás de mim e olhei para trás. Haviam vários caras estranhos, rindo e se batendo. Andavam na mesma calçada que a minha, e o que estava na frente me olhou e falou algo para outro garoto.
Fudeu.
Caminhei mais rápido, mas sem começar a correr, por que acho que demonstraria medo e isso seria ruim. Meu coração já estava acelerado e minha caminhada estava desengonçada.
Senti alguém colocar a mão na minha boca e me puxar para um beco que havia ali, me arrastando até a parte mais escura dele. Me debati, até a pessoa me prender entre seu corpo e a parede.
– Você tá louco de andar da rua essa hora? E sozinho?
– James?
– É seu babaca, sou eu! Você sabe o que esses caras fazem com os gays Johnny? Eles espancam, até você ficar paraplégico!
– Calma Jimmy!
– Calma Johnny? Imagina o que podem fazer com você e esse tamanho todo!
– Hey, não ofende tá bom? Você que é grande demais. O que você estava fazendo por aqui?
– Estava te esperando, eu chamei no interfone e você não atendeu então eu esperei.
– Pensei que ia pro Brian...
– Eu fui, mas voltei pra dormir aqui. – Deu os ombros.
– Dormir? Na minha casa?
– Sim. Agora fica aqui que eu vou ver se os caras foram embora.
Ele caminhou até a entrada do beco e eu me abaixei, ficando agachado no chão, caso algum dos idiotas aparecessem. Ficou lá por um tempo e voltou, me ajudando a levantar e me abraçando.
– A barra tá limpa. Vamos?
– Você... Conhece algum deles? – Perguntei com receio.
– Não, eles não gostam de mim, pensam que eu e o Brian somos um casal. – Eu gargalhei.
– Vocês parecem mesmo, com a cara de passivo de Haner. – Ele riu. – Mas por que você foi lá? Eles poderiam te bater.
– Eles não faziam isso, eu sou assustador. Sério, eles têm medo de mim.
– Eu também tenho às vezes. – Ele fez careta.
– Vamos? Estou com sono.
– Vai dormi mesmo lá em casa?
– Sim. E não vem com frescura, eu prefiro a sua casa a minha.
– Então vamos cara assustador.
– Vamos baixinho viado.
– Não gostei.