Broken Strings. escrita por MissCaroline


Capítulo 8
Traição.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Acho que esse é o capítulo mais longo da fic até agora, hehe.
Capítulo com bastante emoção!
Se escutarem The Scientist - Coldplay a leitura fica ainda melhor.
Espero que gostem,
Boa leitura!



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Música: http://www.youtube.com/watch?v=EqWLpTKBFcU


– Capítulo 7 – Traição.

“Uma idéia é como um vírus, resistente e altamente contagiosa. E a menor semente de uma idéia pode crescer, crescer para definir ou para destruir você.” – Inception.

Os primeiros toques do despertador ecoaram pelo quarto e fizeram Hermione acordar. Levantou-se calmamente e deu por início a sua rotina matinal. É verdade que ela nunca foi do tipo apressada, mas nessa manhã Hermione estava mais calma e lenta do que o habitual.

O jantar ocorrido na noite anterior contribuía em muito para seu atual estado de espírito. Surpreendera-se e muito como a ocasião já que havia sido proveitosa e agradável tanto para ela quanto para Draco.

Ela não conseguia compreender o motivo pelo qual Harry detestava Draco. Apesar da verdadeira intenção do loiro ter ficado clara, em instante algum ele ultrapassou a “barreira” que Mione colocou. Ele a tratou com o devido respeito e não se portou como a pessoa que Harry afirmava ser.


Foi com esses pensamentos que a garota partiu rumo à universidade, tudo estaria normal caso não reparasse nos estranhos olhares que algumas pessoas lhe dirigiam na rua. Ficou intrigada e irritada até por que nunca fez algo para ninguém, muito menos alguma coisa que pudessem julgá-la. Já estava perdendo a paciência quando viu uma grande foto sua e de Draco estampando a capa de um tablóide sensacionalista.

Exasperada e perplexa comprou um exemplar e começou a ler a notícia. Entrou em estado de choque. A tal jornalista que escrevera a matéria era a mesma que a importunou na partida de pólo. A mulher praticamente a chamou de infiel. Quem aquela mulherzinha pensava que era?

Os olhares de reprovação dos desconhecidos não eram preocupantes, afinal eles nada tinham a ver com a sua vida. Entretanto, o seu principal medo era: O que Harry pensaria? Se ele realmente reagisse da maneira imaginada ela estaria em sérios apuros.

O mais importante de tudo: Quem fora o filho da mãe que enviara a foto ao Profeta Diário? Lembrou-se de Draco e, aparentemente, sua maldita rivalidade com Harry. O loiro tinha motivos para enviá-la visto que ele demonstrou claramente que não a desejava apenas como amiga. Quem ganharia mais com o final do namoro entre ela e Harry do que Draco?

Se Mione estava em sérios apuros, Draco poderia se considerar um homem morto caso ela comprovasse que fora ele o responsável por aquilo.

–X-

Espantou-se ao acordar e deparar-se com seu pai sentado e o encarando.

– Bom dia, Draco. – disse sério.

– Bom dia. – respondeu sentando-se na espaçosa cama.

– Acredito que a sua noite tenha sido extremamente afável ou estou enganado? – perguntou esboçando o típico sorriso Malfoy.

– Mais agradável impossível. – copiou o gesto.

Draco levantou-se e caminhava em direção ao banheiro.

– Não demore. Estarei aguardando – disse sem ao menos se mexer na cadeira.

Draco voltou e olhou para o seu pai completamente surpreso com a frase.

– E por qual motivo, posso saber? – indagou arrogante.

O homem lançou um olhar furioso e apanhou o jornal que estava na mesa ao lado.

– Isso esclarece suas dúvidas, Draco? - falou erguendo um jornal.

Draco se aproximou e vacilou ao ver uma grande foto sua e de Hermione no tablóide.

Merda. Ele estava ferrado! Se ele tivesse compreendido como funcionava a cabeça da castanha, a primeira pessoa que passaria na mente dela sobre o culpado de tal atitude seria ele.

E se tinha algo que ele estava dando valor no momento era a recém confiança que a garota estranhamente depositara nele.

–X-

Por mais que doesse admitir, as palavras que a insuportável loira lhe dissera no tal brunch havia balançado-a. Precisava reconhecer que Harry gostava de Hermione e, infelizmente, mesmo que a idiota não correspondesse mais aos sentimentos dele, a ruiva sabia que conquistá-lo seria um trabalho árduo.

Andava pela casa quando encontrou Ron passando as mãos pela cabeça visivelmente nervoso.

– Bom dia, maninho. O que aconteceu para você estar desse jeito? – perguntou calmamente.

– Hermione está encrencada... E, nossa não quero nem pensar em Harry. Droga! Ainda o alertei para avisar sobre Malfoy antes... – Lamentava-se Ron segurando algo que a garota não conseguia identificar.

– O que houve com Harry? – perguntou Ginny alarmada tomando o jornal das mãos do irmão que estava tão perplexo com a notícia, e nem ao menos se assustou com a atitude da irmã.

Seus olhos corriam rapidamente pelo jornal, seu estômago começou a se contorcer, uma onda de felicidade irradiava em seu peito, tentou controlar o sorriso que surgia em seus lábios. Aquilo era maravilhoso. A idiota havia cavado sua própria cova, ela nem precisou provocar nada. Oh céus. Que notícia estupenda! Pensava Ginny.

Talvez conquistar Harry Potter não fosse uma tarefa tão difícil.

–X-

Come up to meet you, tell you I'm sorry

Vim te encontrar, te dizer que eu sinto muito

You don't know how lovely you are

Você não sabe quão adorável você é

I had to find you, tell you I need you

Eu tive que encontrar você, te dizer que eu preciso de você

And tell you I set you apart

E te dizer que eu te deixei de lado

Tell me your secrets, And ask me your questions

Me conte seus segredos e me pergunte suas dúvidas

Oh let's go back to the start

Oh vamos voltar para o começo



Os corredores de Oxford normalmente agitados e cheio de pessoas caminhando apressadas, hoje estavam mais calmos e bem silenciosos.

Hermione caminhava rapidamente a procura de Harry quando algo a puxou fortemente e a empurrou para uma sala, sem deixá-la reagir.

Virou-se bruscamente procurando o rosto do indivíduo que a atacara. Era Harry. Os olhos verdes que sempre transmitiam um carinho e amor imenso dando a impressão de conforto, hoje estavam com um brilho anormal; os lábios continuamente com um sorriso, no momento permaneciam crispados. Se ele pudesse atacar alguém apenas com o olhar, Hermione podia afirmar que estava em apuros.

Pelo comportamento do moreno era óbvio que ele havia lido a matéria de Skeeter.

– Quais são suas explicações? – perguntou erguendo o jornal. – Ou melhor, qual é a sua desculpa? Por que isso não tem explicação. Muito menos isso – disse retirando uma foto do paletó e entregando a castanha.

A garota apanhou a foto e ficou trêmula ao vê-la. A imagem foi tirada no dia do pólo, no momento em que Draco a consolou e tentou lhe beijar. Ela sabia que estavam em uma situação complicada, mas não imaginava que estivesse tão ferrada.

– Como você pode ver as imagens falam por si só, querida. - zombou.

Hermione o encarou e manteve toda a dignidade. Respondeu séria:

– Não posso negar que essas fotos dão a entender algo desagradável, entretanto caso queira me ouvir, posso explicar.

Harry deu uma gargalhada e respondeu:

– Esse é o momento em que você me diz que isso é uma montagem? Que tudo foi feito com intuito de nos separar? - ironizou.

Ela lançou um olhar fulminante e respondeu calmamente.

– Não. Esse é o momento no qual afirmo que sai com Draco Malfoy por livre e espontânea vontade, e mais, dada essa sua reação ridícula digo que não me arrependo.

Harry olhou-a completamente surpreso com a resposta e gritou:

– Que merda você tem na cabeça? Eu te contei tudo que esse bastardo imundo fez, pedi para que você se afastasse! No entanto parece que você entendeu tudo errado.

– Primeiro: abaixe seu tom de voz comigo. Isso ainda é uma conversa civilizada. Segundo: Eu possuo um cérebro e acredito que você também. Terceiro: Não subestime o meu grau de inteligência. Eu saí com Draco por que eu desejava escutar a versão dele sobre a história envolvendo a tal Laureen. - rebateu mantendo o tom frio que deixava Harry desesperado.

Ele fechou os olhos por alguns segundos em uma tentativa de acalmar-se, depois perguntou:

– Posso saber qual foi a conclusão que você chegou?

– Nem tudo é o que parece. - respondeu Mione calmamente - Acredito que você e seus pais possam ter sido enganados, assim como Draco quase também foi.

– Pobre Malfoy! Ludibriado por uma camponesa. - ironizou Harry.

– Não julgue o livro pela capa. Não se pode menosprezar a capacidade das pessoas, muito menos acreditar que conhece fielmente o caráter de alguém.

– É claro, meu bem. - ironizou - A justificativa sobre o jantar foi dada, porém o que você tem a dizer em sua defesa sobre essa foto? - indagou indicando a imagem que Mione segurava.

– Como você deve ter percebido essa imagem não é de ontem, mas sim de sábado. Mais precisamente após a nossa discussão. Draco me encontrou chorando e veio conversar comigo...

– Oh grande Malfoy! Um verdadeiro gentleman. - interrompeu e falou utilizando toda a sua ironia.


– O gentleman que você deveria ter sido naquele dia e que está me destratando agora. - disse furiosa.

– Diga-me quando os papéis entre mocinho e vilão foram invertidos, minha cara? - perguntou sério.

– Não sei nem se foram invertidos! O que importa é que Draco veio em meu auxílio...

– Pelo visto foi um grande auxílio! - zombou - Gostou do que provou?

Plaft! Harry virou a face e depois olhou para a garota completamente surpreso com a atitude dela. Nunca imaginou que Hermione fosse capaz de lhe dar uma tapa no rosto.

Mione tremia e o olhava visivelmente transtornada. Sua face estava corada e seus olhos estavam se enchendo de lágrimas. Quem a visse poderia pensar que fora ela quem levara uma bofetada.

– Por mais irritada e desapontada que eu estivesse saiba que eu nunca teria a capacidade de lhe trair. - disse apontando o dedo indicador para Harry - Sim, Draco Malfoy me cortejou. Entretanto, relacionamento é algo sério e que eu respeito, junto a amizade então... Não é por que você poderia tomar uma atitude dessas que eu também faria. - disse raivosa.

A declaração de Hermione foi como outra bofetada em Harry. Obviamente ao ver aquelas fotografias as ideias que passaram por sua mente não foram as mais deleitáveis. Porém vê-la em sua frente devastada e frágil pelas acusações que havia acusado-a fez com que Harry sentisse culpado. Afinal, em nenhum momento ele fez o mínimo possível para acreditar na garota.

Ela lançou um último olhar para Harry e saiu da sala completamente desnorteada.


Harry aprendeu que o impulso junto a raiva são fatores que realmente podem colocar as coisas em risco.

Nobody said it was easy

Ninguém disse que era fácil

It's such a shame for us to part

Oh é mesmo uma pena nós nos separarmos

Nobody said it was easy

Ninguém disse que era fácil

No one ever said it would be this hard

Ninguém nunca disse que seria tão difícil

Oh take me back to the start

Oh leve-me de volta ao começo

–X-

Draco saiu do banheiro e não encontrou seu pai no quarto. Mesmo que Lucius não estivesse mais lá, Draco sabia que seu pai não havia desistido da conversa. Uma característica que o loiro havia herdado do pai era que dificilmente cedia perante as circunstâncias impostas pelos demais. Ainda que seu pai tivesse lhe avisado gostaria de conversar com ele, Draco não fez questão de procurar Lucius. Estava próximo a soleira da porta quando ouviu uma voz grave falando:

– Não acreditava que você se comportaria como um garotinho que sabe quando faz algo errado. – zombou Lucius.

Draco virou-se e pôs se a encarar o pai:

– Estou atrasado. Acredito que a conversa pode esperar. – falou e já ia virando as costas quando Lucius respondeu:

– Quem diz que a conversa pode esperar sou eu. Se afirmei que o esperaria para conversarmos é por que, de fato, iremos conversar. – disse arqueando as sobrancelhas. – Escritório, agora. – falou Lucius caminhando até o recinto.

Sem ter outra alternativa, Draco seguiu o pai. Fechou a porta do local e indagou diretamente o pai:

– Gostaria de saber o porquê de tamanha urgência com essa conversa.

Lucius sentou-se na cadeira e deu uma risada irônica.

– Eu o julgava mais inteligente. Ou você está sendo cínico?

Draco continuou a mirar o pai seriamente sem ao menos se abalar com as críticas.

– O dom da clarividência ainda não faz parte das minhas qualidades. – respondeu apático – Então se puder deixar claro o que realmente quer, eu agradeço. Enfim, eu ainda preciso ir para universidade.

– O que você quer com a namorada do Potter? – perguntou Lucius finalmente.

Draco deu um sorriso irônico e replicou:

– Não sabia que o senhor estava tão preocupado com a minha vida sentimental, achei que essa tarefa cabia a minha mãe – zombou – Além do mais, o grande Lucius Malfoy dando ouvidos a essa porcaria? – indicou com a cabeça o tablóide sobre a mesa de carvalho.

– É fato que isso é um lixo, entretanto preciso reconhecer que algumas vezes há publicações com algo concreto. – respondeu.

– Deveria repensar melhor sobre isso, pai. – disse Draco.

– Talvez. – rebateu Lucius – Porém, não respondeu o que perguntei antes: O que você quer com Hermione Granger? – falou seriamente.

– Acho que isso é apenas entre eu e ela, pai. – zombou o garoto.

– Chega! – disse Lucius levantando-se e dando um forte tapa sobre a mesa. Caminhou rapidamente até Draco e o encarou com os olhos brilhando tamanha fúria. – Pare com essas gracinhas, Draco. Eu sei que você odeia os Potter tanto quanto eu, entretanto envolver-se com uma mulher comprometida é algo que até mesmo eu não admito. Hermione Granger não é sua! Afaste-se dela por bem, Draco. Afinal, não queremos ver a bela Miss Granger em apuros não é mesmo? – disse Lucius perigosamente.

Draco manteve-se sério e respondeu o pai no mesmo tom:

– Engraçado ouvir isso por que se bem me lembro Potter não teve a mesma consideração há alguns anos. O namoro de Hermione e Potter está por um fio. Granger confia em mim e gosta da minha companhia. Não será Potter e muito menos o senhor que irá mudar isso.

– Não subestime o meu poder, Draco.

– Não subestime a minha capacidade de manter Granger afastada de você e Potter, pai.

– Tem noção da briga que está comprando por essa garota? Acredita que vale mesmo a pena?

– E quem disse que estou comprando uma briga? Principalmente, quem afirmou que é por causa dela?

Lucius balançou a cabeça e disse calmamente:

– Elizabeth, ainda?

Draco virou-se rapidamente afim de não encarar o pai. Não respondeu a pergunta.

– Tudo isso por causa de Elizabeth? Ainda gosta dela? – Draco continuava sem olhar o pai. – Estou lhe questionando, Draco. – disse Lucius gentilmente.

O garoto voltou a olhar o pai e estava apático.

– Eu gostei de Elizabeth. Contudo, isso já faz muito tempo. – afirmou aparentemente forte.

– Não sou a melhor pessoa para dizer isso, Draco. Todavia fique sabendo que vingança não é a melhor solução. Isso é passado. Não deve ser remexido. – murmurou a última parte lembrando-se de algumas memórias.

– Talvez. – respondeu Draco vagamente. – Enfim, preciso ir a universidade e...

– Certo, vá então. No entanto, lembre-se do meu aviso, Draco. Sem Hermione Granger, Elizabeth e muito menos vingança. – pediu o patriarca.

– Até mais, pai. – respondeu Draco e saiu a passos rápidos do escritório.

Lucius balançou a cabeça e pensava preocupado. Draco caminhava em busca do seu próprio covil.

–X-

Qualquer empregado de confiança sempre visa o bem estar de seu patrão. Por isso quando Leopold viu a namorada do herdeiro da família para qual trabalhava estampando uma matéria desagradável no Profeta Diário apressou-se a comprar o jornal para alertar o garoto Potter sobre a encrenca a qual seu nome estava, indiretamente, ligado.

Entregou o jornal ao jovem e viu como Harry ficou enfurecido. O garoto pediu que ele se retirasse o que o senhor fez com agilidade. Minutos depois notou como Harry saíra de casa feito um furacão e levava o envelope pardo que recebera antes.

Trabalhar por mais de duas décadas com aquela família fez com que ele aprendesse a lidar com os patrões. O mordomo sabia muito bem como Lily Potter provavelmente reagiria com a matéria, portanto ele estaria fazendo do mundo um lugar mais pacífico caso não deixasse que ela visse o jornal. Assim a melhor alternativa seria relatar o ocorrido a James que era muito mais diplomático e saberia como lidar com a situação, por que Leopold viu como Harry saiu da residência e isso indicava problemas.

Andava silenciosamente pelos corredores da mansão quando uma vasta cabeleira ruiva surgiu. Lily saia de seu quarto e dirigiu-se a Leopold:

– Bom dia, Leopold.

– Bom dia, Mrs. Potter. - respondeu nervoso.

– O que houve Leopold? - indagou séria.

Era justamente por isso que Leopold buscava rapidamente a ajuda do patrão. Lily era perspicaz e sempre se dava conta quando ele estava escondendo algo.

– Por acaso Mr. Potter ainda se encontra em casa, senhora? - questionou sem responder a pergunta da ruiva, como se ela nem tivesse existido.

– Acredito que James esteja na biblioteca, ele irá mais tarde para a empresa. - respondeu - O que deseja com James? E sei que está fugindo da pergunta, por favor, responda!

– Não é nada, senhora... - Lily interrompeu perguntando:

– O que é isso que segura com tanta força?

– Ah é apenas um tablóide sensacionalista. - desconversou

– Posso olhá-lo? - perguntou Lily, porém o tom era mais uma ordem do que um pedido.

Leopold sem alternativas entregou a bomba para Lily. Calmamente, ela esticou o jornal e voltou-sua atenção a manchete. Sua face foi tomando a cor de seus cabelos, suas mãos tremiam tanto que deixou o jornal encontrar o chão, seus olhos brilhavam perigosamente.

– Onde está Harry? - perguntou furiosa

– Harry foi para a universidade há algum tempo, senhora. - respndeu temeroso

Lily massageou as têmporas e deu um longo suspiro.

– Diga-me... Ele ao menos está informado sobre isso?

– Sim. Harry leu a notícia e partiu visivelmente alterado, senhora. - contou de uma vez antes que Lily se enfurece ainda mais.

– Certo... - ela falou aquilo mais como se fosse para ela - Por isso estava procurando James, não? - questionou.

– Sim. Eu imaginava como essa informação deixaria à senhora desgostosa e decidi alertar Mr. Potter. - admitiu.

Mesmo sabendo e não duvidando das boas intenções de Leopold, Lily se enfureceu.

– Leopold sabe como odeio mentiras. Não gosto que tentem esconder as coisas de mim, mesmo que acredite que seja para o meu bem! Estou desapontada. - despejou Lily sem escutar a justificativa de Leopold. Ela apanhou o jornal que estava em seus pés e desceu as escadas rumo à biblioteca.

Entrou feito um furacão pelo local e começou a falar:

– Eu sabia que essa garota não era para Harry. Eu sabia! – exclamava.

James abaixou as folhas que tampavam sua face, retirou os óculos e perguntou calmamente a Lily:

– O que houve agora?

– Isso foi o que aconteceu. – respondeu jogando o jornal sobre a mesa de James, que o apanhou e pôs se a ler.

– Que diabos é isso? – questionou James exasperado.

– Agora você concorda comigo? – perguntou Lily ironicamente.

James passou as mãos pela cabeça e falou:

– Isso é terrível... Harry deve estar furioso.

– É inadmissível que o nome da nossa família esteja ligado a esse tipo de escândalo. – gritou Lily.

– Lily essa não é a ocasião ideal para seus ataques. – pediu James.

– Ataques, James? Oh céus... Essa garota está jogando o sobrenome da nossa família no lixo e atingindo a reputação de nosso filho e quem está tendo faniquito sou eu? – respondeu alarmada.

– Controle-se, Lily. Você sabe que também odeio ver a nossa imagem relacionada a esse tipo de notícia, principalmente agora com esses malditos relatórios. – murmurou a última parte.

– O que está havendo? Essas planilhas já não haviam sido verificadas? – apesar da futilidade, Lily procurava sempre estar ciente sobre os assuntos da empresa.

– Estamos sendo roubados, Lily. – respondeu James dando um sorriso gélido – Há um bom tempo posso afirmar.

– Como assim? – perguntou perplexa - Você sempre elogiou o trabalho de Riddle, James.

– Riddle além de roubar conseguiu nos enganar por um bom tempo. – respondeu irritado e continuou. – A companhia está por um fio, Lily. A empresa que há gerações pertence a minha família irá à falência se eu não conseguir salvá-la. Administrador de merda que sou...

Lily caminhou até o marido e o abraçou.

– Não fique assim, querido. A culpa não é sua... Todos nós fomos enganados por Riddle. Tenho certeza que você conseguirá encontrar uma solução para isso, Jay. Você sempre conseguiu. – disse carinhosa.

– Eu não sei, Lily. As circunstâncias são mais complicadas agora. – reconheceu James. – Agora ainda há essa questão entre Harry e Hermione... Péssimo momento para acontecer isso.

– É inaceitável que Harry continue se relacionando com ela. A garota o traiu e o desmoralizou perante todos. – disse Lily irritada.

– Também estou desapontado com Hermione. Entretanto Harry rompendo com Hermione, de certa forma, estamos nos desenlaçando de Vivienne e pior, perdemos o apoio de um grande nome no mercado internacional. Precisarei reivindicar moratória aos credores... Estamos em um início de recessão, companhias estão afundando. Você sabe que Vivienne é extremamente influente e tem negócios espalhados pelo mundo afora caso Harry termine de maneira brusca com Hermione, ela será a última pessoa a nos apoiar nessa posição.

– Você está dizendo que Harry deve continuar com Hermione ainda que ela o tenha traído, Jay? – indagou chocada.

– Não é uma solução que me agrade, todavia é a mais prudente. Harry junto a Hermione é a garantia que teremos Vivienne ao nosso lado.

– Mas...

James sacudiu a cabeça e interrompeu Llily.

– É tudo o que podemos fazer por hora. Ligue para Harry e peça que assim que ele saia da faculdade, venha imediatamente para casa.

– Acha mesmo que Harry se tornará cúmplice dessa tramóia, Jay? – questionou Lily de maneira cética.

– Ele não tem alternativa. Ou ele segue com isso, ou estaremos falidos. Acredito que Harry não jogará nosso patrimônio de maneira infantil.

Lily maneou os olhos e disse:

– Deixo claro que não apóio isso. Irei fazer o que pediu. Pense bem como vai explicar isso a Harry. – saiu batendo a porta bruscamente.

Parece que a revolta de Harry iria custar um preço alto demais para os Potter.

–X-

Por uma sorte do destino Hermione não teria aulas conjuntas com Draco e nem Harry. Já bastavam os olhares de reprovação de seus colegas, no caso das garotas que invejavam sua posição. As mesmas se perguntavam como uma garota sem graça e, aparentemente, sem atributos a oferecer conseguira conquistar os solteiros mais disputados da elite britânica.

Farta das miradas dessas pessoas Mione procurou um refúgio e lembrou-se da biblioteca. Grandes partes dos alunos da universidade não davam a mínima para o local, logo lá ela estaria a salvo.

Sentou-se na ala mais isolada e escura do recinto. Vários livros empilhados sobre a mesa ocultavam a sua pessoa dando o sossego que ela buscava.

Dedicava sua atenção a um grosso livro de Direito Romano quando escutou a cadeira a sua frente ser puxada. Não se deu o trabalho de ver que se acomodava próximo a ela.

– Hermione?! - chamou uma voz doce e baixa.

Sem outra alternativa Mione interrompeu sua leitura e virou-se para ver quem a chamava.

– Oi Pansy. - respondeu a castanha apática. O dia estava sendo uma merda e ela não estava a fim de posar de simpática. Voltou sua atenção ao livro.

– Você está legal, Hermione? - questionou Pansy como estivesse dialogando com uma criança.

– Por que não estaria? - respondeu sem olhar Pansy.

– Talvez por que estivesse sendo acusada de adultério diante de toda a Inglaterra por um tablóide sensacionalista. - ironizou a loira.

Foi o suficiente para Mione fechar o livro com tudo produzindo um estrondo consequentemente ganhando olhares de reprovação dos pouquíssimos estudantes ali presente e de Madame Pince, a bibliotecária.

– Olha aqui Pansy se você veio me acusar de adultério, fique sabendo...

– Heeeey! Calma aí, Granger - disse Pansy erguendo as mãos para o alto - Vamos com calma. Não, eu não acredito que você tenha traído Harry. Draco é um charme, mas não creio que ele tenha te seduzido, ou melhor, que você tenha se deixado levar pelas artimanhas dele. Além do que o Profeta Diário é sensacionalista, Skeeter é uma louca que se aproveita das situações para criar histórias e essa coisa vender.

Hermione a olhou e a loira devolveu o olhar sério. A castanha rendeu-se.

– Obrigada, Pansy- murmurou. - Sabe... É que estou cheia dessas pessoas me lançando olhares como se eu realmente tivesse traído Harry. Eles nem sabem da história e ficam aí conspirando. - desabafou.


– Entendo perfeitamente, Hermione. Já passei por isso várias vezes. – confessou a loira e Hermione surpreendeu-se. – Houve uma época conturbada em que eu necessitava sair constantemente a fim de esquecer algumas coisas, assim acabava sendo fotografada com várias pessoas e em lugares diversos. O jornal anunciava que a cada dia eu tinha um namorado novo, portanto acabei sendo taxada de promíscua e convenhamos que eu não sou o tipo de garota que toda sogra sonha em ter. – zombou.


Hermione ouviu o relato da loira e ficou chocada. Não imaginava que Skeeter e seu jornal pudessem ser tão diabólicos.


– Isso é terrível, Pansy. Sinto muito. –falou para loira que soltou um muxoxo.


– Não sinta, por favor. – pediu Pansy – Sinceramente, eu não mudaria em nada o que fiz ou deixei de fazer. Sei que nada daquilo que aquela vaca escreveu é verdade, logo não tenho motivos para ficar mal. Acho que você também deveria fazer isso, Hermione.


Hermione esboçou um pequeno sorriso.


– Obrigada. Porém, o que me deixa curiosa é como ela descobriu onde eu estava e, principalmente, como ela conseguiu aquela foto?


– Não está achando que é Draco, não é? – perguntou Pansy chocada.


– Harry e Draco se detestam por algum motivo que eu não sei. Draco deixou claro que se eu não estivesse namorando ele teria “investido’’ em mim. Além disso, quem mais ganharia com o fim do meu namoro? – falou decidida.


– Não, não, não. – disse Pansy exasperada e balançando a cabeça freneticamente. – Sei que Harry e Draco têm vários problemas, no entanto eu conheço Draco e por mais motivos que ele tenha para fazer isso sei que ele não seria tão cruel. – disse defendendo o amigo.


Hermione estreitou os olhos e perguntou:


– Por que Draco teria motivos para isso? Afinal, por que esse ódio mútuo?


Pansy virou os olhos percebendo que havia falado besteira e disse:


– Olha Hermione isso é um assunto sobre o qual apenas Draco deve lhe contar. Por mais que eu seja sua amiga isso não me dá o direito de sair e contar a você. Porém, saiba que Harry e Draco se odeiam por uma razão plausível. No momento adequado você saberá disso, fique tranquila.


Mione olhou para Pansy e fez uma expressão deixando clara que não estava satisfeita com a resposta, mas percebeu que a loira não contaria.


– Tudo bem. Eu não posso fazer você me contar. Só que esse sentimento todo está me deixando em um fogo cruzado. – disse frustrada – Isso me confunde por que eu não sei a quem pertence a razão. Harry é meu melhor amigo há anos, mas confesso que Draco é uma pessoa agradável.


Pansy deu um sorriso vago e disse.


– Em uma ocasião como essa o único conselho que posso lhe dar é que siga seu coração, independente do que os outros estejam falando.


Mione piscou os olhos e novamente agradeceu a Pansy pela ajuda e pelas palavras de conforto.


Talvez uma amizade com Pansy Parkinson não fosse tão ruim assim.

–X-


Sentados em um banco afastado de todo o frenesi dos demais universitários, Harry e Ron discutiam sobre o ocorrido.

– Eu não consigo entender como Hermione pôde ter feito isso comigo. - repetia Harry pela enésima vez.

O ruivo olhava o amigo de maneira descrente e disse:

– Harry, você mesmo disse que talvez ela esteja falando a verdade. Não se contradiga agora.

– Eu não estou me contradizendo Ron. Ainda que Hermione não tenha me traído é um absurdo que ela tenha saído com Malfoy! - exclamou nervoso.

– Concordo contigo, cara. Porém sejamos realistas, caso você tivesse avisado-a antes sobre Laureen talvez nada disso estivesse acontecendo. - preponderou Ron

– Obrigado, Ron. - ironizou Harry - Estou me sentindo muito melhor.

– Por nada. Sou seu amigo e não alguém que fica alisando sua cabeça, portanto não vou ficar te iludindo. - respondeu enérgico - Nessa história não há um culpado já que tanto você quanto Mione estão errados. - reconheceu o ruivo.

Harry abaixou a cabeça e por mais que detestasse reconhecer Ron estava com a razão. Parte da culpa pertencia a ele, se ele tivesse alertado Mione mais cedo...

– O que você irá fazer agora? - questionou Ron.

– Não sei. Preciso organizar minhas ideias e ter uma conversa decisiva com ela. Tanto eu quanto ela devemos ser honestos e reconhecer se ainda resta um futuro para nós. Eu não gostaria de terminar, principalmente por um motivo desses. - contou o moreno.

– Espere a poeira abaixar. Você já viu no que deu a "conversa" de vocês. Ambos estão com os nervos a flor da pele e nada de bom sairá desse diálogo. Acho que você deveria ficar afastado por alguns dias. - aconselhou o amigo.

– Eu vou tentar conversar com ela amanhã. Afinal temos um compromisso amanhã. Sei que Hermione vai estar presente, estaremos diante de desconhecidos ela não irá fazer cena e muito menos irá me dar um gelo. - disse de forma prepotente.

– O que vocês têm amanhã? - questionou o ruivo.

– A típica festa de máscaras de Cormac McLaggen. Ele é ex-namorado de Hermione e a avó dela é amiga da família dele. Duvido que ela decline o convite.

– Não acha que é muito arriscado? - disse Ron duvidando do plano do amigo.

– É a minha última aposta. - disse Harry dando de ombros. - Você irá, não é? Estou contando contigo.

– Ah, Harry... Sabe que eu não sou o maior adorador desses eventos. - disse Ron.

– Ron, você é praticamente meu irmão! Preciso de sua ajuda, além do que Hermione não irá querer falar comigo se você não a persuadir....

– Eu quebro o seu galho só dessa vez. - brincou o ruivo arrancando um sorriso do amigo - Mas levarei Ginny comigo. Ela será minha companhia e é uma forma dela espairecer.

– Tudo bem. Eu peço a Cormac para acrescentar o nome da sua irmã na lista.


Sorriram cúmplices e mal imaginando o que a tal festa aguardava para eles.


–X-


Caminhava rapidamente pelos corredores procurando uma conhecida cabeleira castanha. Já estava ficando irritado, buscava Hermione já há algum tempo e até o momento não obtinha sucesso. Ele sabia que Oxford era imensa, mas até agora nenhum sinal dela. Foi quando trombou em Pansy.


– Pan? O que você faz aqui? – perguntou surpreso.


– Eu ainda estudo aqui, sabe?! – zombou a loira


Draco sorriu e respondeu:


– Digamos que eu nunca te vejo.

– Idiota. - disse Pansy dando um leve tapa no braço do amigo – Como anda sua vida após os adoráveis boatos? – ironizou.


– Você acha que eu me preocupo com isso? – questionou arqueando a sobrancelha.


– Bom, você eu acredito que não, no entanto Hermione sim. – replicou Pansy que percebeu a agitação de Draco ao mencionar o nome da envolvida.


– Conversou com Hermione, Pan? – perguntou em um tom mais sério.


– Acabei de falar com ela. – disse e o encarou com uma expressão curiosa. – Não sabia que estava tão preocupado com reação dela. Você não se importa com nada... O que está acontecendo?


– Calma aí, Pansy. Só questionei se você a tinha visto, não vamos tirar conclusões precipitadas. – disse sério.


– Sei. – fez uma expressão duvidosa – Ela é o seu novo jogo, não é? – questionou a loira direcionando um olhar melancólico para isso.


– Acredite no que quiser. – respondeu enigmático. – Como ela está?


– Ela não está acostumada com esse tipo de situação. Lembro-me de que Vivienne comentou que ela nunca fez questão de se envolver com muitas pessoas, tenho certeza que jamais esteve envolvida em escândalos. Ela é diferente de nós. – respondeu cruzando os braços – Vocês deveriam conversar, ela acredita que você tem algo por trás disso.


– Como? – perguntou surpreso


– Draco, ela é ingênua, porém não é burra. Na concepção dela você é a pessoa que mais lucraria com isso, além do que ela sabe que você e Harry se odeiam, mas ainda não desconfia do motivo. Posso falar que ela está irritada e ao mesmo tempo curiosa a respeito disso, ela é inteligente e logo lhe cobrará respostas. Você está pronto para dá-las? - indagou Pansy utilizando um tom sério, algo que raramente fazia.


– Ainda não é hora dela saber disso. – respondeu sem querer adentrar no assunto. –No tempo adequado ela saberá.


– Então meu amigo prepare-se por que talvez esse momento chegue antes que você imagine. – respondeu dando um tapinha nos ombros de Draco. – Biblioteca, seção aos fundos, mesa mais afastada e encoberta por livros. Boa sorte. – deu um beijo na bochecha do loiro e saiu andando.


– Pan – chamou o Draco fazendo a loira dar um giro para encará-lo – Obrigado. – respondeu honesto.


Ela sorriu e disse com um sorriso vago:

– Ela não é Elizabeth, contudo consegue ser melhor do que ela. - saiu caminhando rapidamente pelo local deixando Draco intrigado com a afirmação.


–X-


A paz que reinava na biblioteca quase nunca era quebrada, afinal o local ficava praticamente as moscas, exceto pelos poucos acadêmicos e da bibliotecária. Porém, estes eram tão silenciosos que davam a impressão que o local estava inabitado. O tempo nublado tão característico da Inglaterra combinava com o estado de espírito de Hermione. Junto ao clima estava a ausência de sol, aliado ao lugar onde ela se encontrava, o local estaria em uma escuridão senão fosse pela pequena iluminaria sobre a mesa gerando uma penumbra.


Os livros em cima da mesa já não estavam sendo mais tocados desde que Pansy se fora. O diálogo que Hermione travara com Pansy servira para acalmar um pouco seu ânimo, mas não completamente. Havia ainda a grande dúvida sobre quem enviou as fotos para Harry. Ela não podia simplesmente chegar e perguntar para o moreno como ele se interou daquilo. Bom, Harry não lhe responderia, mas talvez Ron sim. Aliás, ela precisava justificar aquela confusão toda ao ruivo. Levantou-se de supetão e começou a organizar os livros rapidamente para devolvê-los em seu lugar adequado quando alguém segurou sua mão e disse:


– Por que ser tão brusca? Você é a sabe-tudo de Oxford deveria tratá-los com mais carinho, não acha? – retirou o livro da mão dela.


– O que pensa que está fazendo, Draco? – perguntou desconfiada.


– Cuidando do patrimônio universitário, o que acha? – respondeu olhando-a como se fosse doida.


– Estou sem tempo para suas gracinhas, Malfoy. Diga o que quer ou caia fora. – roubou o objeto da mão do loiro e virou-se para guardá-lo na estante.


– Você. – respondeu fazendo Hermione quase deixar o livro cair de sua mão.


– O quê? – perguntou exasperada. – Enlouqueceu, Malfoy? – preparava-se para um discurso quando foi interrompida por Draco.


– Quero falar com você seria a frase, no entanto você não deixou eu terminá-la. Não acha que está muito presunçosa? – perguntou zombeteiro.


– Cale a boca. – respondeu dando um olhar fulminante – Não inverta uma oração nesse caso, comece-a com um sujeito e depois use o predicado. – respondeu com a sua típica pose de sabe-tudo.


– A sabe-tudo está de volta. – respondeu fingindo bater palmas.


– Vaza. – passou por ele e apanhou o outro livro.

– Por que tanto estresse, Hermione? – perguntou sarcástico.


– Você ainda não me viu estressada, se tivesse provavelmente não estaria aqui – respondeu colocando o livro com aspereza na estante.


– Tpm, Hermione? – perguntou irônico.


Ela se voltou contra ele e o encurralou na estante, surpreendendo o loiro.


– Olha aqui Malfoy, o meu dia não iniciou muito bem e acho que você sabe por que não é mesmo? – perguntou irônica – Você está começando a me irritar, então faça o favor de dizer logo o que deseja antes que eu cometa um homicídio, entendeu? – perguntou esboçando um sorriso de escárnio.


Draco a mirava admirado, porém aproximou-se do rosto dela e respondeu inclinando sobre o ouvido da garota.


– Granger, ambos sabemos que se eu quiser reverter essa situação ela ocorrerá facilmente, assim quem deve se acalmar é você. Por mais que a ideia seja tentadora para alguns homens, eu não consigo apreciar mulheres no comando.


A face de Hermione tingiu-se de todas as colorações possíveis com a declaração, entretanto o puxou pelo colarinho.


– Se ainda deseja conservar seu membro inferior e procriar, não fale besteiras.


– Falar apenas? – disse dando um sorriso de lado. – E fazer?


– Hã?! – perguntou Hermione sem entender.


– Isso. – respondeu o loiro puxando Hermione e dando um beijo avassalador.


Hermione pega de surpresa ainda tentou findar o beijo, mas foi em vão. Logo suas mãos que antes puxavam o colarinho de Draco agora estavam mais ocupadas despenteando os cabelos do loiro. O beijo começou intenso, porém agora surpreendentemente era calmo e doce como se aquilo acontecesse há anos. Enquanto uma mão de Draco segurava Mione gentilmente pela cintura, a o outra acariciava as costas dela. Quando o ar se fez necessário, a garota deu um leve empurrão e abriu os olhos como se estivesse saindo de um transe.


– O que você fez? – afastou-se e levou as mãos a testa – Isso é... errado. – falou, porém sem a convicção necessária.


– Nós no beijamos já que você correspondeu – respondeu Draco dando um sorriso de lado – Errado? – andou até ela - Acha mesmo que isso é errado? – disse ao pé do ouvido de Hermione fazendo com que ela se arrepiasse. – Responda Hermione. – falou buscando a boca dela.


– Chega, Draco. – empurrou-o – Isso foi um momento de insanidade e é errado. – falava como se fosse uma criança. – Nós somos... – buscava uma palavra adequada – amigos, e amigos não se beijam, Draco. – respondeu tristemente.


– Por que tenta fugir do inevitável, Hermione? – questionou Draco com a sua habitual voz rouca. – Você gostou do meu beijo, não quer admitir e anseia por mais. – disse sensualmente.


Ela fitava o chão e mexia os pés incessantemente enquanto o loiro afirmava aquilo. Draco era arrogante, prepotente e sexy. Normalmente, ela odiaria aquelas características em um homem, no entanto com ele era uma tarefa fracassada. O fato dele, aparentemente, ser frio e inabalável parecia que a atraia ainda mais. Era inegável que ela havia gostado do beijo. Ele a tratou delicadamente, mas não como uma boneca quebrável. Ela havia gostado da sensação que aquele beijo havia proporcionado, contudo era errado. Harry ainda era seu namorado, ou não. Ainda que não fosse, ela mal conhecia Draco e se envolver rapidamente com alguém não fazia parte de suas regras. Por que sim, Hermione Granger possuía regras para si própria.


Draco percebeu como ela ficou inquieta com a sua afirmação. Ele havia gostado do beijo e queria repeti-lo, mas também sabia como Granger era teimosa e orgulhosa. Ela não iria ceder tão facilmente. Porém, espantou-se ao ver como ela ficou confusa ao ponto de não conseguir disfarçar.


– Draco, você viu o que Skeeter publicou... Harry está furioso comigo. – disse com os olhos brilhando por causa das lágrimas - Discutimos por que ele me chamou de adúltera, Draco. Falei que eu jamais faria isso, mas olha o que acabamos de fazer. – passou as mãos tentando refrear as lágrimas – Como posso encará-lo agora?! Que merda, Draco! Isso é horrível. Eu traí meu namorado que ainda por cima é meu melhor amigo. – sentou-se e colocou suas mãos sobre o rosto.


Ele puxou a cadeira mais próxima e sentou-se ao lado dela.


– Hermione, acalme-se. É do feitio de Skeeter escrever esse tipo de coisa, Potter deve entender isso. – passou a mão pelos cabelos dela enquanto ela ainda chorava.


Ela levantou a cabeça e revelou a face completamente vermelha e tomada por lágrimas.


– Você não entende, Draco. Eu o traí, eu fui contra os meus princípios. Que tipo de pessoa eu sou? Não dei valor ao meu namorado. Que droga. – disse nervosa.


Draco ficou quieto e não disse mais nada, apenas segurava a mão dela transmitindo apoio e mostrando que estava junto dela. Aos poucos os choros e os soluços foram diminuindo e ela voltou a falar.


– Desculpe-me por ter dito isso a você.


Ele segurou o rosto dela e disse calmamente:


– Tranquilize-se. Você falou e eu resolvi escutar, não há nada demais nisso. Agora, respire e fique calma. – abraçou-a fortemente.


– Eu sinto muito, Draco. – ela murmurou, afastou-se a fim de mirá-lo e continuou - Você é encantador, mas eu tenho uma história com Harry.


– Você o ama? – perguntou sério e com os olhos transmitindo algo que Hermione não conseguia identificar.


Ela piscou várias vezes e meneou a cabeça como se houvesse entendido errado.


– Ele é meu namorado, Draco. – riu como se aquilo fosse ridículo.


– Eu perguntei se você o ama, Hermione, não qual era o seu tipo de relacionamento com ele. – respondeu de maneira dura.


Ela tentou se desvencilhar do braço de Draco, no entanto não conseguiu já que ele a segurava firmemente.


– Responda Hermione, por favor. – pediu o loiro.


– É claro que eu o amo. – respondeu de súbito, no entanto sem encarar o homem.


– Diga isso olhando para mim. – disse seguramente. – Você ainda o ama?


Ela ergueu o rosto e encontrou o duro olhar de Draco. A expressão de Draco era impassível, sem demonstrar nenhum sinal de preocupação ou arrependimento, porém ao mirar os olhos cinza dele encontrou algo que não esperava. Eles transmitiam algo incomum, dor ou algo do tipo. Não esperava que Draco pudesse estar dessa maneira e, principalmente, que ela pudesse ler seus sentimentos de maneira tão precoce.


– Eu, eu – gaguejou e viu os olhos de Draco brilharem – Eu o amo. – disse repentinamente.


Ele a soltou e falou:


– Precisa aprender a mentir, Hermione. – deu um sorriso.


– Não estou mentindo. – falou irritada. – Eu o amo.


– Você está se enganando, é tudo que posso lhe dizer. Deveria repensar nisso. – beijou a face dela – Vejo você amanhã.


Ela o olhou sem entender o porquê da frase e questionou:


– Amanhã?


– Festa de mascáras de McLaggen. Até lá. – deu um sorriso e andou até sair do campo de visão de Hermione.


Ela continuou parada e refletindo no que tinha acabado de acontecer. Será que ainda amava Harry? Ou ela estava se enganando como Draco afirmara? E o mais importante: O que realmente Draco significava para ela?


Tantas dúvidas e nenhuma resposta.


I'm going back to the start

Eu estou voltando para o começo

–X-

Notas:

A história se passa em 2010, ano que a crise financeira começou a dar seus primeiros sinais na Europa por isso que o James fala em recessão.

– Recessão(via Wikipedia) Em economia, recessão é uma fase de contração no ciclo econômico, isto é, de retração geral na atividade econômica por um certo período de tempo, com queda no nível da produção (medida pelo Produto Interno Bruto - PIB), aumento do desemprego, queda na renda familiar, redução da taxa de lucro e aumento do número de falências e concordatas, aumento da capacidade ociosa e queda do nível de investimento.

Moratória: dilatação de prazo concedida pelo credor ao devolver para o pagamento de uma dívida.

Em simples entendimento, o pagamento da dívida é prorrogado, os juros que seriam cobrados acabam sendo congelados. Porém, caso o prazo da moratória vença e o credor não pague, ocasionando o chamado calote, os juros voltam a tona e são cobrados.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Finalmente, tivemos o primeiro beijo entre Draco e Hermione!!!
O próximo capítulo promete muuuitas emoções!
Os reviews e a opinião de vocês são fundamentais para essa história.
Bom carnaval a todos!
Beijão,
Carol.