Broken Strings. escrita por MissCaroline


Capítulo 7
Revelações.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews. A opinião de vocês é fundamental para o rumo da história, por isso cada comentário é extremamente importante para mim.
Até que esse capítulo não demorou tanto...
Boa leitura!
PS: O título do capítulo não é a toa! Há revelações e surpresas nesse capítulo ;)



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Capítulo 6 - Revelações.


Música recomendada: http://www.youtube.com/watch?v=rYEDA3JcQqw


"A perfeição não é apenas controle. É também sobre o desapego. Surpreenda-se para que possa surpreender o público. Transcendência. Muito poucos têm isso neles. “ – Cisne Negro

"Mas é do buscar e não achar, que nasce o que eu não conhecia." - Clarice Lispector

Draco a olhava um tanto incrédulo pela resposta atrevida de Hermione, sem perder a classe que tinha respondeu:

– Quanta hostilidade, Granger! - disse com um sorriso que tentava esconder a surpresa.

Ela corou com a resposta de Draco, entretanto respondeu da maneira mais digna o possível:

– Não estou sendo hostil, apenas estou dando uma resposta honesta.

Draco deu um sorriso de lado e resolveu ficar calado, pois possivelmente aquele pequeno "diálogo" poderia terminar em discussão, que era seu último desejo para aquela noite.

–X-

Ao se dar conta da onde estava Hermione pôde comprovar que realmente Draco tentava transformar aquele jantar em um encontro romântico, pois o restaurante onde estavam nem mesmo ficava em Oxford, mas sim em Londres. O lugar era discreto e refinado, bem diferente da maioria dos de Oxford que procuravam atender os universitários e seus bolsos.

Após fazerem seus pedidos e o maitre finalmente deixarem os a sós, Hermione dirigiu-se a Draco:

– Então... Quem é você? - perguntou em um tom de brincadeira

Ele a mirou e respondeu com seu conhecido tom de ironia:

– Oras, eu sou Draco Lucius Malfoy. Quem você pensou que fosse?

Ela fingiu uma pequena risada e respondeu amistosa:

– Quero saber quem de fato é Draco Lucius Malfoy.

Ele a olhou sério intrigado com a resposta de Granger e disse um tanto entediado:

– Novamente, sou Draco Lucius Malfoy. Filho único e herdeiro de Narcissa Black e Lucius Mialfoy. Acadêmico de Direito da Universidade de Oxford, jogador de pólo nas horas vagas, admirador das artes e de belas mulheres. - finalizou dando um sorrisinho.

Ela tomou um gole do vinho que pediram e meneou a cabeça.

– Isso é o que todos sabem. Quero saber quem você é de verdade! - ele a mirou incrédulo com a fala da garota e ela continuou - O que gosta de fazer, se tem amigos e quem são, quais seus interesses...

– Por acaso isso é um interrogatório com a finalidade de escolher um namorado? Está interessada em mim, Granger? - perguntou e da castanha virou os olhos entediada.

– Até onde eu saiba esse jantar é para estreitarmos nossa recém formada amizade, além do que eu tenho namorado caso se esqueceu. - finalizou séria.

– Se você diz que sou eu para discordar, porém saiba que esse quadro pode ser revertido no momento que quiser.

Ela permaneceu séria e disse direta:

– Obrigada pelo aviso, contudo você está fugindo da pergunta que lhe fiz.

– Certo, Certo. Vamos lá... Odeio alcachofras, espinafre e não gosto de me expor durante muito tempo ao sol já que como você percebeu sou muito pálido. - tomou um pouco de sua bebida e continuou - Com exceção de Pansy, odeio pessoas efusivas. Tenho um humor negro, verde e prata são as minhas cores preferidas e fazem parte do brasão da minha família. Pansy foi meu primeiro amor tanto na infância quando adolescência, foi minha primeira namorada e hoje é uma grande amiga. - disse honesto - Theodore Nott e Blaise Zabinni são meus únicos amigos. Quando criança me envolvi em uma briga por que um dos meus adorados colegas em Eton fez um elogio grandioso a minha mãe. - finalizou e viu um sorriso surgir no rosto de Hermione.

– Quem diria que Draco Malfoy pudesse ser ciumento? - brincou.

– Nem todas as coisas são como imaginamos, Hermione. - respondeu utilizando o nome da castanha pela primeira vez durante aquela noite.

O garçom chegou com os pratos requisitados e o silêncio voltou a imperar na mesa.

–X-

A maneira que Granger estava se comportando deixou Draco curioso. Primeiro ela lhe deu uma resposta hostil no carro, depois lhe fazia aquela tipo de pergunta... Ele não conseguia entender onde a garota queria chegar. Ao ouvir a questão tentou respondê-la da forma mais prática o possível, entretanto Granger lhe dera uma resposta surpreendente pela segunda vez na noite.

Quando a escutou dar aquela resposta, sentiu-se em um beco sem saída. Até então nunca uma mulher lhe perguntara aquilo, normalmente ele fazia mil elogios a elas e estava tudo ok. Às vezes nem isso, as mais fáceis caiam aos pés de Draco só pelo seu sorriso, o irônico é claro, já que os sorrisos verdadeiros do loiro eram escassos e permitidos na presença dos amigos e familiares. Agora Granger chegava e lhe fazia aquela pergunta diretamente. Pela primeira vez em muito tempo resolveu ser honesto e deu alguns detalhes de sua vida. O sorriso aberto dela ao ouvir o que ele disse e que na opinião dele era algo banal o fez, inexplicavelmente, sentir-se bem.

Que porcaria estava havendo?! Ele convidara Granger em uma tentativa de conquistá-la e não ao contrário. Precisava reverter aquela situação enquanto havia tempo.


–X-

Ao questioná-lo Hermione viu como os perspicazes olhos cinza e o sorriso sarcástico de Draco vacilaram por alguns segundos. Agilmente, ele se recompôs e a respondeu. Diferente do que esperava, aparentemente não houve mentiras ou sarcasmos. Ele parecia honesto e seguro de si. Um ponto a favor dele.

Quando parecia que ele faria uma pergunta o garçom chegara com o jantar, o silenciando.

O jantar foi feito no mais absoluto silêncio o que foi meio desanimador para Hermione, pois ela esperava que o diálogo com Draco fosse mantido.

Ela estudava a maneira como o loiro se portava, em momento algum ele estava se parecendo com a pessoa que Harry descrevera. Era inegável que ele estava tentando se aproximar dela, mas não só como amigo. Portanto, a cautela precisaria estar junta dela.

Por mais que Harry tivesse lhe dado todo aquele aviso e ela ficasse extremamente desconfiada, no entanto havia uma parte em si mesma que não conseguia acreditar cegamente no que seu namorado dissera.

Afinal, como o próprio Draco falara: Nem tudo é o que parece.

–X-

Após o garçom sair retirando os pratos, Draco encarou Hermione e disse:

– Agora é a minha vez: Quem é você Hermione Granger?

Ela deu um pequeno sorriso e respondeu:

– Correção: Hermione Jean Granger. –

Foi a vez dele sorrir e dizer:

– Certo, quem é você Hermione Jean Granger?

– Sou francesa, perfeccionista, gosto de alcachofras – ele sorriu quando ela disse a última parte – Sou órfã por parte de pai, detesto tempestades por me fazer lembrar algumas coisas ruins quando criança. Sou judia, morei alguns países antes de voltar à Inglaterra devido ao trabalho do meu pai. Como cresci em diversos lugares, pude observar de perto culturas distintas, pessoas diferentes... Foi um grande aprendizado. Meu pai é o maior exemplo que tenho. Sempre tão educado, solícito, altruísta... Foi um grande homem – disse saudosa e segurando as lágrimas que se formavam.

Draco a observava admirado pela emoção com que a garota se referia ao pai. Ele sabia dos fatos mais importantes da vida dela, porém era diferente tê-la ali em sua frente contando tudo para ele. Era como se ele já fizesse parte da zona de conforto dela. Uma parte dele ficou animada ao se dar conta disso.

Ele tocou a mão dela e disse calmamente:

– Ei, acalme-se. Seu pai deve estar em um lugar muito melhor agora. Pode ser clichê em lhe dizer isso, mas acredito que seja verdade.

Ela o olhou docemente e disse:

– Obrigada, de verdade. Eu acredito nisso também, entretanto a forma como meu pai se foi é o que mais me dói.

– Como seu pai faleceu? Se você não quiser comentar sobre isso, tudo bem...

Ela limpou as pequenas lágrimas e disse:

– Não, tudo bem. Meu pai fazia parte da ONG “Médicos sem fronteiras”, nós morávamos na Rússia nessa época. Como você deve saber na Rússia há uma área de grande instabilidade política, a Chechênia. O trabalho da ONG consiste em levar assistência as áreas mais isoladas, assim nos mudamos para lá. Uma herança da antiga URSS são minas terrestres. Acho que você já deve ter deduzido o que aconteceu...

Tripp só mencionara que a morte do pai de Hermione foi súbita, contudo não esperava que tivesse sido dessa maneira. Ficou boquiaberto por alguns instantes e respondeu honesto:

– Eu realmente sinto muito... Como você mesma falou o jeito como ele se foi é completamente injusto.

– Pois é... Sinto saudades do meu pai e tenho um grande medo em desapontá-lo. – confessou.

– Desapontá-lo por que, Hermione? É verdade que não nos conhecemos há muito tempo, mas é visível a diferença entre você e as demais garotas. Você é centrada e não é deslumbrada. Garotas fariam de tudo para pertencer ao nosso mundo, entretanto você é completamente normal. – confessou.

– Espero que tenha sido um elogio, Malfoy – deu um pequeno sorriso - Sou apenas assim graças a meu pai, aos valores que ele me ensinou. Por favor, não estou criticando os pais de ninguém, porém meu pai detestava esse mundo. Odiava a família da minha mãe tanto que minha mãe e seus pais cortaram relações e só relataram após o falecimento do meu pai. Meu avô odiava meu pai, ele faleceu sem se despedir da minha mãe. – contou.

– Wow... – fingiu surpresa. – Mas hoje sua família vive bem? Seus avós paternos mantêm contato com você?

– Minha mãe mudou muito com a morte do meu pai, ela está mais fria e reservada... Entretanto, apesar das pequenas desavenças minha mãe e minha avó são inseparáveis – deu um pequeno sorriso. – Grandmère tem todo o seu jeito, porém não sei o que seria de nós sem ela. – admitiu – Meus avós paternos nunca foram muito próximos por também não apoiarem o casamento dos meus pai, afirmavam que a francesa maldita só traria problemas a eles. Quando vivíamos em Paris, eles nos visitavam esporadicamente, mas depois que nos mudamos o contato diminuiu. Após o falecimento do meu pai eles até tentaram uma reaproximação, todavia quando descobriram que Grandmère e minha mãe voltaram a se falar, se afastaram novamente. Atualmente, minha avó liga no meu aniversário e datas importantes, mas não passa disso.

– Relação um tanto conturbada, não acha? – brincou Draco.

– Haha, nem me fale. – respondeu – Ao menos, eu tenho minha mãe e minha avó. Porém não sei o que faria sem elas, temos um elo muito forte.. – ela revelou

– Família é algo importante não há como negar. – reconheceu Draco.

– Já se envolveu com alguém que a sua família não aprovasse? – indagou Hermione.

Draco pensou por alguns instantes e respondeu sincero:

– Não, não que eu me lembre.

– Laureen é um nome que traz algumas recordações? – perguntou seriamente.

O loiro engoliu em seco e fez uma expressão desagradável.

– Onde quer chegar, Hermione? Diga de uma vez. – falou aborrecido.

– Fiquei sabendo do seu envolvimento com essa tal de Laureen, esteja ciente que não foram nada agradáveis as coisas que me falaram. – disse descontente.

– Uma dúvida: Potter foi quem lhe contou sobre essas tais coisas? – questionou Draco.

Hermione o mirou, mas não respondeu. Draco entendeu aquele silêncio como um sim.

– Potter sempre dizendo coisas que não sabe, ou melhor, distorcendo em seu favor. – murmurou irritado, no entanto a garota ainda o ouviu. – Não nego que me envolvi com ela, porém não pense que fui um canalha que a abandonou.

– Explique-se. – foi a resposta de Hermione.

Draco a olhou irritado, pela “ordem” de Hermione e respondeu:

– Conheci-a em um verão enquanto cavalgava pela propriedade do meu pai, esta que fica próxima a dos Potter. Laureen era encantadora, aparentemente ingênua e dócil. Contou-me que era filha de um casal que trabalhava na casa dos Potter e que vivia ali durante muito tempo. Saímos algumas vezes e acabou que nos envolvemos. Em nenhum momento eu a forcei fazer algo que não desejava ou lhe fiz promessas infundadas. Desde o início ela sabia que o nosso envolvimento era algo curto, coisa de verão. No entanto, ela começou a fantasiar e até forjou um teste de gravidez. Certo dia ligou-me aos prantos contando que fora expulsa de casa pela “gravidez”, tentei entrar em contato com os pais dela, mas não fui aceito. Descobri que os pais dela mudaram-se do condado por vergonha da filha, meses depois finalmente fui recebido e contei toda a verdade a eles, inclusive sobre o falso exame. Segundo eles, a última notícia que tiveram da filha foi que havia perdido o tal bebê. Desde então nunca mais tomei conhecimento sobre esse assunto. – finalizou.

Hermione procurava alguma hesitação, gesto em falso ou palavra que denunciasse que o loiro mentia, porém era em vão, mas ainda assim havia algo que não fora esclarecido.

– Certo, eu entendi. No entanto, como Harry ficou sabendo disso?

– Então você admite que foi Potter quem lhe deu essa falsa informação? – deu um sorriso irônico ao mesmo tempo em que a garota corava percebendo o erro que havia cometido - Potter ficou sabendo desse assunto, pois Laureen procurou os pais dele contando a versão absurda que estava grávida e que eu a deixei.

Hermione o olhava e afirmou:

– Isso é tão confuso. Cada um dizendo uma coisa - murmurou a última frase.

– Estão tentando lhe confundir, é diferente. - disse o loiro.

– Agora eu preciso descobrir quem está dizendo a verdade. - respondeu enigmática.

– Com o tempo você a encontrará, Granger. Fique tranquila. - disse Draco sorrindo antes de bebericar sua bebida.

–X-

Pequenas gotículas de chuva respingavam na janela. Sentado próximo a ela, Harry mirava a paisagem com uma expressão perdida.

Escutou algumas batidas na porta e murmurou um entre. Nem se deu o trabalho de ver quem entrava.

– Filho está tudo bem?

Virou-se e encontrou seu pai o olhando preocupado.

– Oi pai, está tudo bem. Por que não estaria? - perguntou apático.

– Talvez pelo fato de você esteja se portando como um Zumbi - respondeu sarcástico - Você some e quando volta para casa só fica dentro desse quarto.

– Já disse que estou bem, pai - respondeu indiferente

– Eu sou seu pai, Harry. Além de pai, sou seu amigo. - sentou-se em frente ao filho - O que está acontecendo, meu filho? Você não é assim, estou preocupado.

Pela primeira vez desde que o pai começou a falar, Harry o encarou.

– Estou confuso - murmurou - Acho que estou perdendo Hermione e não sei o que fazer. - admitiu

– Como assim, filho? - indagou James incrédulo - Vocês estavam bem até o final de semana passado...

– Estávamos. Naquele dia discutimos por causa de Pansy...

– Você contou a ela sobre Pansy? - perguntou James alarmado.

Ele sabia do antigo envolvimento de seu filho com a herdeira dos Parkinson. O patriarca dos Potter não tinha uma opinião relevante sobre Pansy. Portanto, a relação que seu filho possuía com a garota era indiferente e um segredo entre ele e Harry. Pois caso Lily soubesse, provavelmente, ela faria um escândalo a respeito já que era visível seu desagrado em relação a garota.

– Não, não. Lógico que não. - respondeu Harry rapidamente

– Então por que discutiram?

– Hermione estava conversando com ela. Eu pedi a ela para que se afastasse de Pansy afirmando que não era uma boa influência. Ela ficou furiosa e disse que não era uma criança para aqueles tipos de conselhos.

– Com razão, filho. Você sabe que Hermione não é o tipo de mulher que acredita nessas justificativas tolas. Entretanto, ela suspeitou de algo?

– Não. O pior foi que depois disso, eu acabei beijando Pansy. - disse e seu pai fez uma cara de espanto - Estava no banheiro e aconteceu... Eu não sei o que ela tem, mas eu não consigo me controlar. Droga!

– Isso é desejo, tesão. Sua relação com ela sempre foi isso se não estou enganado, certo?

– Sim - admitiu - Não é que eu goste dela. Pansy sabe ser insuportável quando deseja. Porém há uma parte amável nela, pouca, mas há. Antes de começar a namorar Hermione não nego que sentia falta dela, contudo depois foi desaparecendo.

– Pois Hermione tornou-se sua namorada e supriu sua carência - afirmou James - Você precisa decidir quem você quer, Harry. Ou ficará sem ambas - alertou.

Harry ficou pensativo e refletiu rapidamente sobre o que seu pai falara.

– Eu gosto de Hermione. Gosto muito, e não suporto a idéia que ela possa viver bem sem mim. - falou contrariado - Após a partida, eu vim para casa, pois estava irritado com a derrota. Sei que foi algo imaturo da minha parte, mas eu odeio perder para o Malfoy. Recebi uma mensagem de Ron e decidi ir ao brunch. Chegando lá a primeira imagem foi ver Mione cercada de Pansy, Draco e seus amiguinhos. Aquilo feriu meu ego de uma maneira inimaginável. Depois esbarrei em uma ruiva muito bonita, flertei com ela e em alguns minutos de conversa descobri que a tal era Ginny, a irmã de Ron. De repente, Hermione surgiu e começou a se comportar de um jeito que vi poucas vezes. Estava ciumenta e sarcástica.

James riu ao escutar o pequeno discurso do filho. O garoto o olhou sem compreender a risada do pai.

– Desculpe-me, filho. É que estou imaginando como você deve ter ficado, isso deve ter sido hilário - o garoto o olhava perplexo - Primeiramente, é óbvio que Hermione estava cercada dessas pessoas. Ela foi a essa festa para se distrair. Eu duvido que ela seja do tipo de garota que se tranca em casa e fique chorando após discutir com o namorado. A situação não deve ter sido nada agradável para ela também, afinal ela deve ter lhe visto flertando com Ginny. Assim como você, ela teve o ego ferido. A reação dela foi normal e controlada, eu diria. Mulheres com ciúmes são extremamente perigosas. - afirmou James arrancando um pequeno sorriso de Harry -

– Após isso tivemos uma conversa na qual ela afirmou o que você disse, contou que estava com ciúmes ao me ver com Ginny. Afirmou ainda que o que tínhamos era algo sério e que não terminava do nada. Aproveitei e contei a ela sobre o que eu havia sentido ao vê-la bem e sem mim. Ela afirmou que eu precisava aprender, pois ela viveu muito tempo sem mim, disse ainda que eu não deveria construir minha felicidade em torno de uma pessoa e que sim eu visasse minha felicidade para depois desejar um futuro a dois. Nos abraçamos e perguntei se aquele era o nosso fim, ela disse que não podia afirmar por que também não sabia. Disse que independente se o nosso namoro não desse certo, ela continuaria me amando, pois sou melhor amigo antes de ser namorado.

– É complicado isso já que nem você, nem ela afirmam se o relacionamento acabou. Como pai confesso que fico triste caso vocês realmente terminem, porém talvez essa não seja a hora certa para vocês. Quem sabe em um futuro próximo... Pelo menos, aparentemente, o desejo dela é que a amizade entre vocês continuem caso vocês terminem. Isso é reconfortante para um homem - confessou

– Eu não quero só a amizade dela, pai. Quero Hermione junto comigo como um casal que sempre imaginei que seríamos. - respondeu Harry exasperado - Como senão bastasse há o Malfoy correndo atrás dela. Seamus me contou que os viu sozinhos uma sala de aula conversando. Procurei-a e a confrontei sobre isso e ela não negou e nem confirmou. Disse que ambos são colegas e só, porém não acreditei e contei sobre Laureen a ela.

– Harry, você precisa tomar cuidado. O que sabemos é apenas a versão de Laureen. Os pais dela sumiram e nunca ficamos sabendo de nada através deles. Admito que o garoto Malfoy não me desce, mas fazer uma acusação dessa é algo grave. Além disso, você nem tem certeza se Hermione está se envolvendo com ele.

– Você sabe como Malfoy é, pai. Ele sempre teve inveja de mim - disse arrogante - A confissão de Laureen é o que basta.

– Estou lhe dando um aviso. Na vida nem tudo é o que parece. - afirmou James repetindo a frase que certo loiro usou a alguns quilômetros dali.

Levantou-se e deixou Harry mirando a chuva e tentando refletir sobre a conversa findada.

–X-

Como em qualquer cidade há sempre uma área mais violenta e que é evitada pela maior parte da população. Em Oxford esse local ficava afastado do grande centro. Era cercado de edifícios desgastados, casebres e aparentemente pessoas de caráter duvidoso.

Devido a má fama do local as pessoas se esquivavam do lugar. Portanto, em determinado horário era quase inexistente a presença de carros nas ruas. Porém naquela noite um taxi estacionou em frente a um beco da onde se enxergava uma pequena porta e um velho prédio comercial.

O homem saiu do carro, levantando a aba de sua capa de chuva e tentando ajeitar o chapéu afim de que não o reconhecessem. Afinal, o que diriam se soubessem que Ron Weasley foi visto naquelas redondezas.

Andou a passos rápidos e silencioso. Bateu três vezes e disse a "senha" do dia.

A porta foi aberta por um homem negro de aproximadamente 1,90m. O indivíduo encarou o ruivo e disse:

– Veio gastar o que não tem, Weasley?

Ron disse raivoso:

– A minha dívida já foi paga. Pelo que eu saiba o negócio de vocês se mantém por causa de pessoas como eu.

O homem deu uma risada e respondeu:

– Foi uma brincadeira, Weasley. Como você disse seu déficit já foi pago, portanto seja bem vindo. Baby G vai ficar feliz ao saber de sua volta - disse

Ron entrou e notou que tudo estava como da última vez. O local continuava tão atraente quanto antes. Diversas máquinas no final do corredor podiam ser vistas. Nos cantos havia algumas portas que o ruivo sabia que davam a salas onde ocorriam partidas do seu maldito vício: poker.

O homem começou a andar, abriu uma das portas e disse:

– O bom filho a casa torna. - deu um sorriso estranho revelando os asquerosos dentes amarelos.

–X-


Agradável. Essa era a palavra que poderia ser utilizada para descrever o jantar. Podia-se afirmar que tanto Draco quanto Hermione estavam satisfeitos pela noite. Logicamente, o loiro estava um pouco desapontado por acreditar que aquela saída poderia render frutos maiores, entretanto precisava reconhecer que ainda não estava na hora adequada. Aos poucos, ele teria Granger junto dele. De uma maneira em que nem Potter, nem ela percebessem.

Levou Hermione até a casa dela. Nada de emocionante aconteceu, trocaram um singelo beijo no rosto e nada mais. Porém Draco compreendeu que o jantar serviu para quebrar o clima de desconfiança que pairava sobre eles.

Entretanto, o mais importante naquela noite foi que finalmente Hermione estava entendendo que no mundo em que vivia o que mais importava eram as aparências.

E nem sempre podemos nos deixar levar por elas.

–X-

A imprensa britânica e seus tablóides sensacionalistas sempre deram o que falar no Reino Unido. Fosse das mais banais tarefas até um digno escândalo, os paparazzi continuamente estiveram presente e revelaram para o público o cotidiano de suas celebridades.

Por mais que a família Malfoy, Potter, Parkinson e até mesmo Granger/Chevalier não fossem o ideal de celebridade para aquele tipo de jornalismo, não podia se negar que quando possuía o material devido de uma destas famílias do Jet set, a tentação em utilizá-lo era imensa.

Sim, tentação. Afinal, a imprensa sabia muito bem com quem estavam lidando e tinha certeza que eles não eram o tipo de pessoas que gostavam de ver seus nomes estampados nas manchetes de tablóides. Portanto, qualquer notícia que levasse o nome de qualquer membro da alta sociedade deveria ser muito bem escrita e as insinuações costumeiras desse tipo de jornalismo precisariam ser omitidas ou se fossem utilizadas necessitariam serem muito sutis. Pois nenhum membro da imprensa possuía insanidade suficiente para publicar uma notícia que manchasse a reputação desses indivíduos.

Rita Skeeter era a insuportável jornalista do Profeta Diário, um famoso tablóide e que normalmente “obedeciam” as regras ao escrever sobre a vida dos membros da elite bretã. A loira era conhecida pelas matérias indesejáveis e as mais ácidas a respeito da vida daquelas famílias. Não poupava ninguém e usava quaisquer meios para descobrir sobre escândalos a respeito daquela gente já que como a jornalista afirmava: “Os podres dessas pessoas é o que me sustenta!”

Portanto quando a intolerável mexeriqueira recebeu uma mensagem afirmando que Hermione Granger - a nova namorada de Harry Potter – estava jantando em Londres com Draco Malfoy - o inimigo de infância do garoto de ouro - foi um prato cheio para Rita.

Na manhã seguinte uma grande manchete estampava o Profeta Diário com os seguintes dizeres:

Por um fio?

No último sábado quando ocorreu à habitual partida de pólo, esta que tem como tradição o início da temporada festiva da alta sociedade britânica, o famoso e querido Harry Potter (18) apresentou a desconhecida e bela Hermione Granger (18). O relacionamento apesar de ter sido divulgado recentemente vem de longa data.

Apesar de nunca ter sido mencionada em nosso jornal podemos afirmar que a garota não é uma mera mortal como muitos imaginam. Segundo relatos, Hermione Granger provém de duas importantes famílias, uma francesa e uma inglesa, além de sua família possuir um recente passado conturbado. Isso é o que posso relatar no momento, entretanto já dei duas dicas significativas.

Aparentemente desconcertada com os inúmeros flashes, Miss Granger mostrou-se reclusa e tímida com o assédio, não respondendo a nenhuma das inúmeras perguntas. Harry, famoso pela sua amabilidade, ficou enfurecido com o tratamento da imprensa em relação a sua namorada e revelou um lado desconhecido para com os jornalistas. Retirou-se rapidamente junto a namorada com uma feição séria e desgostosa.

Entretanto, o que não imaginávamos é que a “doce” Miss Granger pudesse se mostrar tão simpática com ninguém mais do que Draco Malfoy. Sim, queridos leitores, vocês leram corretamente; Miss Granger foi vista em um canto recluso com o nosso querido bad boy.

É de se espantar que a Miss Granger tenha tido uma agradável conversa com o inimigo de infância do Garoto de Ouro. Será que a francesa não está a par dos fatos da vida de seu próprio namorado?

Fontes confirmam que nesse mesmo evento houve uma desavença entre Harry e sua namorada, ainda revelam que nosso amado Draco foi consolar a namorada de seu rival.

Desde então o que se sabe é que o namoro de Harry e Hermione não é mais o mesmo já que nem na universidade ambos não têm sido vistos juntos como de costume.

Contudo, parece que Miss Granger já possui um substituto em seu coração. Ontem aqui mesmo em Londres, em um famoso e exclusivo restaurante, Draco Malfoy e Hermione Granger foram vistos juntos e pareciam não se importar com a presença dos demais, ambos eram só sorrisos um com o outro.

Segundo nossas quentíssimas fontes, o jantar foi feito de maneira tranqüila e uma calma sobrenatural pairava sobre ambos, quem os visse afirmaria que eles eram um digno casal.

Se você ainda não acredita que tal olhar a foto abaixo? Porém caso eu fosse Harry Potter, não faria isso.

Segue um conselho ao nosso amado Garoto de Ouro: Que tal escolher melhor as namoradas? Ou então as afaste das más companhias! “

Rita Skeeter

Foi com essa notícia e um envelope pardo que Harry foi acordado por seu afobado mordomo.

Seus olhos brilhavam perigosamente, o jornal tremia em suas mãos devido a raiva que sentia. Olhou a foto com extremo nojo. Nela estavam Hermione e Draco sorrindo como se fossem um casal.

Rasgou rapidamente o envelope direcionado a ele e deparou-se com uma imagem ainda pior. Draco estava perigosamente perto de Hermione e quase a beijando-a. Um pequeno papel caiu do envelope, apanhou-o e leu:

Sutis cortesias, querido Harry. Espero que siga meu conselho.

R.S

P.S: Achei que uma humilhação fosse o suficiente por hoje. Portanto, a fotografia enviada é um bônus a você.

Para o moreno, Hermione acabava de jogar toda a amizade e o sentimento dele no lixo. Pobre Hermione, ela não sabia do poder do sentimento despertado em Harry Potter.


-X-



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Notas finais do capítulo

Aos poucos estamos descobrindo sobre o passado dos protagonistas. Como podem ver todos eles possuem algum tipo de problema, passado ou segredo conturbador.
Aguardo os reviews para saberem se estão aprovando o desfecho dessa fic e o que estão esperando!
Grande beijo,
Carol.