(I)

Aquele abraço aconchegante, os bracinhos pequenos me rodeando os ombros de forma carinhosa. Oh... Se eu soubesse que era tão bom assim, teria feito de tudo para conseguir esse abraço antes.

- Ran... Por que está aqui? - Perguntei com um sorriso nos lábios, deixando bem claro que eu não reclamava, e que sim estava surpreso.

- Meu pai veio trabalhar aqui perto uns dias... Decidi vir te ver....

- E tudo bem? Mesmo?

- Sim, o avisei que iria ver um amigo.

Aquilo era realmente possível? Por deus.... O mundo estava conspirando à meu favor. Já estávamos sentados no sofá, eu ainda o abraçando pela cintura, deixando-o mais perto. Não sabia o que fazer no momento, eu nunca recebia visitas, e ainda mais uma como essas..... 

- Quer algo, Ran? Um suco.. Chá..? - Oferecí sem graça, afrouxando os braçs em torno dele.

- Iie... Obrigado, Ijuu. - Ele sorriu doce, os dentinhos grandes exibidos de forma infantil.

- Certo.... Bem.... O que quer fazer? - Recebi um sorrisinho sem graça como resposta, o olhar dele baixou e o abraço que eu recebia foi apertado. Sorri um tanto sem graça com o aperto, mas logo respondi com um beijo demorado em sua testa. - Tem certeza que não quer nada, pequeno?

- Não...

- Hn? Então o que quer?

- Quero ficar aqui.... Pertinho de você... - Um arrepio percorreu meu corpo, nunca pensei que ia receber um pedido tão simples e tão inesperado. Não pude fazer nada mais que abraçar-lo com mais força, ainda que sem machucá-lo, puxando-o para perto de mim.

- Assim..?

- Uhun... Assim está bom.... - Sua voz calmada, o cheiro do seu perfume. Levei minha boca até seus fios loiros, e apoiei alí, fechando os olhos ao sentir seu cheiro gostoso me inebriando. Cada vez mais eu sentia aquele sentimento me encher, de novo, bem como conversávamos pela internet.

- Ran... - Chamei baixo, não querendo assustá-lo. 

- Nani, Ijuu?

- Posso te contar um segredo? - Eu sentia um nó na garganta, queria falar logo e ao mesmo tempo tinha vergonha e medo de uma provável rejeição por medo. 

- Pode.... - E assim eu levei uma das mãos ao queixo dele, erguendo-o delicadamente, fazendo-o com que me fitasse. 

- Eu sou apaixonado por você, Ran.

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(R)

O que? Eu ouvi direito? O qu.... Oh, eu provavelmente fiquei rosa demais naquela hora, só me lembro de olhar fixamente em seus olhos, que exbanjavam sinceridade. 

- A-apaixonado...?

- Me desculp-

- Não! Não precisa..... - Suspirei pesado, com medo de contar a ele o que eu sentia. O porque de querer ele perto assim... O porque de não querer tomar nada, de não querer que nada tocasse minha boca..... Além da dele. Ele me olhava nos olhos, o cenho franzido e um início de sorriso ameaçando se formar, e logo não aguentei.... - Eu te amo, Ijuuin-san....! - As palavras saíram de modo rápido de minha boca, e num tom um tanto desesperado. As sobrancelhas dele se ergueram e o olhar ainda fixo ao meu agora era terno, deixando que um sorriso surgisse nos lábios. 

- Meu pequeno... - Ele me abraçou com aqueles braços que eu tanto amei, meus olhos se fecharam quando comecei a sentir os beijos que ele deixava sobre minha bochechas, cabelo, testa...

Lentamente eu ergui meu rosto, deixando que minha boca ficasse mais insunuada, ainda que um tanto inconsiente do que fazia, mostrando que queria um toque alí.

(I)

Eu selava seu rosto de modo carinhoso, suas bochechas e todo o resto, aquela pele macia que me fazia arrepiar e querer cada vez mais perto. Ao ver que ele erguia o rosto, mordi meu próprio inferior antes de qualquer outra ação, e logo depois de ter certeza do que ele queria, não pude me segurar e selei meus lábios aos dele de forma forte e intensa, ainda que sem movê-los.

Estava com medo de suas reações, então esperei até que ele começasse a entreabrí-los para encaiá-los num beijo perfeito. Senti os fios da minha nuca arrepiarem ao sentir sua mãozinha me tocando alí, enquanto o beijo já tomava forma. meus lábios se moviam aos dele com carinho, e depois de alguns segundos, passei minha língua por seu inferior, pedindo passagem para intensificar o beijo, e logo fui respondido com um toque macio de sua língua na minha, entrelaçando-as de modo lento. Minhas mãos estavam em sua cintura, o trazendo para mim, sem mais, pois logo ao final do beijo, eu teria vergonha de tê-lo tão perto.

E depois de alguns minutos, o beijo terminou com selos demorados e suspiros. Não afastei demais meu rosto do dele, apenas o deixei numa distâcia na qual podía vê-lo.

- Que beijo gotoso... - Disse e logo vi seu rosto corado. Ri baixo e lhe selei a ponta do nariz.

- F-foi sim.... - Sua voz saiu um tanto falha e baixa, o que me fez sentir muita ternura.

Eu nunca imaginei que o teria. Sempre foi meu desejo mais secreto e profundo. E agora, espero que o tenha para sempre, porque minha vida se resumiu nele nesse exato momento, logo depois desse primeiro beijo que lhe dei.

Psiu, Ran-chan, eu amo você.