Cap. 14

Sem abrir os olhos, abracei ainda mais meu cheiroso e quentinho travesseiro. Ele cheirava a menta, algo gelado e gostoso, bem aconchegante.  Ao afundar minha cabeça anda mais nele o senti rindo? Espera travesseiros não riem ou se mechem. Mãos acariciavam meus cabelos, me deixando com mais sono ainda. Sem ligar para isso, me aconcheguei ainda mais nele.

- Isso faz cosquinha Lucy. - falou uma voz risonha.

Espera ai! Travesseiros não se mechem, nem riem, nem fazer carinho, muito menos fala com vozes risonhas. Lembrei-me de ontem, distanciando-me dele envergonhada.

- Desculpa. - disse sem encará-lo, com a cabeça abaixada.

- Ei! Não foi nada. – ele colocou a mão em meu queixo, levantando-o. - Eu que agradeço. Não me deixou dormir em um sofá e ainda me carregou até aqui, já que não me lembro de vir até aqui. Só não como fez isso... – a última parte, foi para si mesmo. - E outra, perturbei-te no meio da noite, sendo que podia contar-te meu sonho depois. – ele fez um carinho em minha bochecha com uma mão. Deitei minha cabeça nela e fechei os olhos para aproveitar melhor o mesmo. – Parece uma gatinha assim, só falta ronronar e miar. -falou divertido.

Assim que ele falou, ronronei de preguiça, sono e agrado pelo carinho, ele riu. O olhei travessa, mais meio corada. Hora da brincadeira. Ronronei mais um pouco, terminando com um miado, fino e fofo. Ele riu ainda mais com isso. Sorrindo, me olhei no espelho rapidamente. Meu cabelo estava uma juba de leão e minha cara amassada de sono. O lençol estava nas minhas coxas, meu short curto havia levantado e minha blusa do pijama estava com a alça caída. Estou um trapo!

Ajeitei minhas roupas e trancei meus cabelos, melhorando um pouco minha aparência e puxei o lençol até minha cintura. Os cabelos de Nico estavam desorganizados, mais de uma forma charmosa até. Ele estava sem a blusa do pijama e não tinha o rosto amassado

- Fiquei com calor no meio da noite. – ele pegou uma blusa enquanto eu encarava seu peitoral. Desviei meus olhos coradíssima. - Você fica linda vermelha assim. – dele riu e beijou o canto de minha boca, fiquei roxa de vergonha.

- Sobre o, ahm, beijo de ontem, er... – fiquei cada vez mais envergonhada.

- Também queria falar disso com você. – ele corou levemente. - Não me interrompa, ok? – olhou-me nos olhos, ao que assenti afirmativamente. – Quando nos esbarramos e nos conhecemos, eu fiquei encantado contigo. Não parei de pensar em ti. É a única coisa que eu tenho na minha cabeça desde o dia em que te conheci. Acho que descobri o que é o amor à primeira vista, afinal... – ele não me olhava, assim como eu não o olhava. - Fiquei muito preocupado com você no dia da parede de escalada, fiquei o tempo todo contigo. Só sai pra tomar um banho, mais nada. – ele riu e eu torci o nariz por ele só sair para isso, apesar de ainda estar vermelha. – Não comi até você acordar Lucy, estava muito preocupado e, com a profecia, isso só piorou. Os beijos... Era uma coisa que quis fazer desde que te vi. Não aguento e nem quero ficar longe de ti. – ele olhava em meus olhos. -Eu me apaixonei por você Lucy. – chegou ainda mais perto de mim.

- Eu também não paro de pensar em ti, já sonhei até. Eu caí, pois estava pensando em seus olhos negros e misteriosos – sorri. – Queria te fazer comer, mas respeitei sua vontade. Nosso beijo foi a melhor coisa que me aconteceu, mas o idiota do Percy apareceu e atrapalhou tudo. Ele que me aguarde... – disse baixo, mas vi Nico sorrindo. – Quis matar ele por nos interromper, mas descontei minha raiva nos bonecos e naquele filho de Ares metido. Trouxe-te para a cama com meus poderes ontem, apesar de me esgotar... Mas era para o teu bem. Eu não aguento ficar longe de ti, não mais. – me aproximei ainda mais dele. – Me apaixonei por você Nico di Ângelo.

Ele, então, me deu um beijo lento e cheio de sentimentos, muito carinhoso e romântico. Meus braços estavam em seu pescoço e cabelo e suas mãos, em minha cintura. Quando ele pediu passagem com a língua, suspirei. Cedi a passagem e o beijo se intensificou. Separamo-nos com leves e apaixonados selinhos, sorrindo um para o outro. Ao me levantar, seu olhar foi direto para minhas pernas.

- Er... Vou me arrumar. – corri para o banheiro.

Tomei um banho rápido e me sequei, enrolando-me na toalha para minha higiene matinal. Percebi, então, que esqueci minha roupa. Espero que ele não esteja no quarto. Corada, abri a porta e o procurei no quarto. Nada. Estava quase na porta do closet quando sinto seu olhar. Ele estava no batente da porta me olhando. Tem como morrer de vergonha? Acho que logo descubro. Tranquei-me no closet, mas ouvi um “Meus deuses, que corpo...”, corei ainda mais.

Como estava calor, coloquei um short branco, uma camiseta rosa bebe com detalhes em branco e rosa mais escuro e uma rasteirinha branca com lacinho rosa. Deixei o cabelo solto com um arquinho branco com laço rosa e passei uma maquiagem simples, gloss rosado, lápis preto e um pouco de rímel. Sorri com o resultado.

Corada, sai do closet, mas Nico não estava ali. Na sala de armas, peguei uma adaga de bronze celestial ornamentada com leves desenhos floridos em ouro imperial, ela se transformava num lindo anel. Peguei também meu colar/arco e flecha, saindo do chalé. Já no refeitório, fiz a oferenda e comi. Fui para a casa grande, ponto de partida da missão.

Mas...