Bruderlichkeit escrita por keca way, Duda_


Capítulo 3
Revolta!




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- Trecho de Nach dir kommt Nichts -

Alemanha

 

Simone estava terminando de preparar o café da manhã, logo Bill acordaria e, como conhecia o filho muito bem, sabia que ele estaria morrendo de fome.

 

Ela fez tudo o que o filho mais gostava, principalmente o bolo de chocolate com cobertura granulada, que Tom também costumava gostar muito. Ultimamente Simone estava se sentindo muito feliz, há tempos não conseguia dar a devida atenção para o filho, já que ela era uma estilista famosa e requisitada em toda a Europa. Graças a isso, tinha se tornado uma mãe muito ausente, mas agora tinha mais tempo para curtir a companhia do filho porque, assim como o Bill, ela estava de férias. Porém, não era apenas isso que a deixava feliz. Estava radiante com a volta do Tom para casa, finalmente teria seus dois filhos perto dela novamente.

 

Mesmo não sabendo qual seria a reação deles, ela mantinha esperanças de poder juntá-los novamente. Desde a separação, eles nunca mais se falaram e Simone sentia um pouco de mágoa vindo de Bill quando se referia ao irmão, irmão esse que ele dizia não ter, pois o odiava por ter partido. Isso deixava Simone extremamente chateada, sabia que parte de tudo isso fora culpa dela, mas agora eles teriam a chance de conversar e quem sabe se reconciliar, já que costumavam ser grandes amigos quando mais novos.

 

Simone estava distraída com seus pensamentos e nem ao menos se deu conta da presença do filho, que já se encontrava sentado à mesa, observando-a fixamente.

 

- Daria tudo para saber o porquê de tanta felicidade! – Bill disse com seu característico sorriso meigo, ao qual ninguém resistia.

 

Simone se assustou, mas logo sorriu se voltando para o filho.

 

- Você me assustou mocinho! – disse sorrindo, depositando um beijo em sua testa. – Aonde você vai tão cedo? Já está todo arrumado... – disse examinando o figurino do filho, que ela mesma tinha desenhado.

 

- Eu vou só tomar meu café-da-manhã e depois ir pra casa do Georg! A gente vai ensaiar um pouco.

 

- E vocês já arranjaram um guitarrista?

 

- Não, está difícil por enquanto... Acho que o Ge vai tocar guitarra e depois a gente acha um baixista... Mas algo me diz que não vamos precisar esperar muito! – explicou sorrindo.

 

Simone apenas sorriu da alegria do filho e começou a colocar as coisas na mesa para que Bill se servisse, se sentando logo em seguida para tomar café com ele.

 

- E então mãe, você não vai me dizer o porquê de tanta felicidade? – disse e, logo após, deu uma mordida enorme em seu bolo preferido, feito especialmente para ele.

 

- Ah! Você sabe... – disse meio sem graça, sabia que esse assunto ainda era delicado para Bill, ele não conseguia aceitar de jeito algum a volta do irmão gêmeo. – É que seu ir...

 

- Ah! É por isso! – Bill disse desanimado, sem deixá-la terminar a frase.

 

- Bill, eu já te disse que eu não quero que você destrate seu irmão...

 

Bill não disse nada, apenas continuou a comer com a cara fechada.

 

- Não está sendo fácil pra ele também, vocês acabaram de perder um pai...

 

- Ele nunca foi meu pai! – disse seco, sem olhar para a mãe.

 

- Eu sei disso, assim como eu nunca fui uma mãe para Tom...

 

- Isso é diferente, a escolha foi dele...

 

- A culpa não foi dele, eu não quero que você o culpe! – disse um pouco alterada, olhando insistentemente para o filho.

 

Bill não disse nada, mas sentiu um nó na garganta, fazendo uma grande tristeza preencher sua mente, lembrando todo o ocorrido há dez anos. Bill se levantou e sem olhar para mãe, se dirigiu a porta da cozinha sem terminar seu café.

 

- Você já vai? Não vai terminar seu café?

 

- Perdi a fome! – disse seco, enquanto girava a maçaneta da porta.

 

- Bill vê se não demora, tá? Eu vou buscar seu irmão mais tarde no aeroporto e quero que você esteja aqui pra recebê-lo.

 

- COMO ASSIM?! – gritou sem conseguir esconder sua surpresa. – Ele não viria só na segunda?

 

- Seus avós resolveram que seria melhor pra todos que ele viesse o mais rápido possível...

 

“Pra todos quem? Porque pra mim o melhor seria que ele ficasse por lá mesmo...”, pensou Bill irritado.

 

- Que seja! – disse dando de ombros, interrompendo-a novamente.

 

Simone respirou fundo e não se ofendeu com a atitude do filho, por mais que ela achasse que Bill estava errado e quisesse que ele desse uma chance para que tudo voltasse a ser como antes, compreendia-o muito bem.

 

- Bill, por favor, tenta fazer um esforço... Eu não quero a convivência dessa casa ruim... Certo? – vendo que ele relutava em dar uma resposta continuou - Por mim?

 

Bill sabia que não conseguiria dizer não a sua amada mãe, ele somente respirou fundo e disse rapidamente:

 

- Eu vou tentar.

 

- Bem, já é um começo – falou sorrindo.

 

- Tô indo mãe... Os garotos estão me esperando – Bill abriu a porta e saiu para o jardim, logo Simone pôde ouvir o portão se abrir e em seguida bater, tamanha a violência do filho.

 

Ela sabia que não seria nada fácil, principalmente para Tom, mas faria o possível para que pelo menos a convivência não se tornasse insuportável. Até porque Tom teria que continuar com eles de qualquer maneira, mesmo que não quisesse, pois eles eram a única família que lhe restava após a morte do pai.

 

Bill saiu rapidamente de casa, estava mais frio do que imaginava, sentia o vento bater em seu rosto, parecendo facas afiadas cortando sua pele delicada. Ele colocou suas mãos no bolso do casaco e continuou andando em passos rápidos, encolhendo um pouco sua cabeça, tentando se esquentar em vão.

 

Muitas coisas em relação ao irmão passavam pela sua cabeça. Flashes da infância invadiam sua lembrança e, por um instante, ele sentiu ódio de si mesmo por pensar em tudo aquilo. Quando deu por si já estava em frente ao portão da casa do amigo, que não era muito longe da sua.

 

Bill apertou a campainha e logo a mãe de Georg veio até o portão, permitindo a passagem do amigo de seu filho.

 

- Bom dia querido! O Ge e o Gustav estão te esperando na garagem...

 

- Bom dia! – disse sorrindo antes de se dirigir a garagem, enquanto a Sra. Listing se dirigiu para a porta da cozinha.

 

Bill entrou desanimado na garagem. Gustav e Georg acharam aquilo estranho vindo de Bill, já que o garoto era a animação em pessoa.

 

- Hallo! – Bill disse sem ânimo, sentando em uma cadeira que havia em um canto da garagem, perto de onde Gustav montara sua bateria.

 

- Nossa, Bill! Aconteceu algo...?

 

- É... Uhm... Não exatamente...

 

- Então você está com algum problema, não está? – Gustav disse se aproximando de Bill seguido por Georg. Eles conheciam muito bem o garoto e sabiam quando algo não estava bem.

 

- Ele volta hoje! – disse olhando para o nada, mas os dois que agora estavam ajoelhados na sua frente já sabiam ao que Bill se referia – Eu estou completamente sem reação... Já faz dez anos... Como do nada ele volta... Depois de dez anos? – algumas lágrimas começaram a brotar nos olhos de Bill.

 

Georg e Gustav abraçaram o amigo ao mesmo tempo, somente eles sabiam o quando Bill sofreu com a separação do irmão, já que ambos costumavam ser os melhores amigos dos gêmeos, assim como Andreas.

 

- Não fica assim Bill, você deveria estar feliz por ele voltar! – Georg disse sorrindo, se separando do abraço ao mesmo tempo de Gustav.

 

- O Ge tem razão! – Gustav afirmou sorrindo também.

 

- Como vocês querem que eu esteja feliz? – disse olhando diretamente para ambos – Não depois de tudo... Não depois de tudo o que ele me prometeu, não depois de todos esses anos... Eu não posso aceitar isso!

 

- Bill apesar de tudo ele é seu irmão...

 

- NÃO! EU JÁ NEM CONHEÇO MAIS ELE... EU NEM SEI SE AO MENOS VOU RECONHECÊ-LO. NÃO FORAM DEZ MINUTOS, NEM DEZ DIAS, FORAM DEZ ANOS! DEZ ANOS! – Bill se levantou correndo e saiu em direção ao portão abrindo-o desesperado e correndo sem rumo.

 

Georg tentou correr atrás do amigo, mas foi impedido por Gustav.

 

- Ele precisa ficar sozinho... você o conhece. Não se preocupe, ele não vai fazer nenhuma besteira... Logo ele volta.

 

Georg respirou fundo e concordou com o amigo, não tinha mais nada a ser feito a não ser esperar...

 

 

Review do próximo capitulo:  ...“Tom eu sinto muito!”

                                            “Não sinta! Eu não preciso da sua pena...” ...


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Notas finais do capítulo

Agradecemos a todos os que estão lendo... Estamos muito felizes pela quantidade de reviews em tão poucos capitulos...
Obrigada mesmo e não deixem de madar seus review.. eles são muito importantes ;D

bjos