A Última Dumbledore escrita por Baggins


Capítulo 18
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, mais um pra vocês. Particularmente esse é um dos meus preferidos até agora...
ÍCARO ESSE É PRA VOCÊ!
Espero que gostem,
xx.



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- Você está bem? – Draco perguntou, me olhando de cima a baixo, e examinando meus cabelos.

- Estou, fica calmo! – Ele puxou minha cabeça e observou meu couro cabeludo. – Draco, para! – Ele não parou. – Se controla, eu estou bem! – Disse empurrando-o.

- Desculpe se não posso ficar preocupado com você! – Falou emburrado, fazendo Neville rir.

- Tudo bem, dramático! – Falei, abraçando-o.

- Ela pegou pesado dessa vez… - Neville falou. – Nunca fiquei com tanta vontade de lançar uma das Maldições Imperdoáveis nela como hoje.

- Somos dois. – Draco concordou. – Ela parecia uma doida, não que não seja, mas hoje particulamente, mostrou à todos! – Concordei com a cabeça.

- Deve ser essa a reação que recebemos dos Comensais quando eles escutam o nome do Harry… - Neville falou, e Draco se mexeu desconfortável ao meu lado. Afinal, ele também era um Comensal. Neville percebeu o que tinha falado e pigarreou. – Mas, então… Já respondeu a carta da sua mãe Bella?

- Respondi hoje de manhã. – Falei.

- Falando nisso, aonde você foi quando acordou? – Ele perguntou curioso. Eu o olhei confusa. – É que eu vi você hoje de manhã indo pra fora do Salão Comunal.

- Ah, eu fui na Sala Precisa. – Falei, tentando omitir a parte em que encontrei Draco lá e bem, a agarração começar. – Resolvi andar por ai já que era cedo, e acabei indo pra lá. Nada demais!

- Nada demais mesmo? – Neville perguntou, deve ter percebido que eu estava escondendo algo. Draco se achava indiferente à conversa.

- Como assim? – Tentei enrolar.

- Não aconteceu nada lá? – Ele desviou os olhos para Draco, que deu de ombros. – Tem certeza?

- Que foi Neville, vai ficar duvidando de mim agora? – Perguntei com tom brincalhão.

- Claro que não! – Disse ainda olhando para Draco.

- Chegamos pessoal. – Draco anunciou. E nunca agradeci tanto por chegar na sala da Professora Trelawney.

….....

- Bom dia! – Trelawney nos cumprimentou. – Quero que coloquem seus trabalhos em cima da minha mesa. – Levantei e fui entragar o pergaminho. Foi quando meu braço esbarrou no dela. Na mesma hora seus olhos ficaram vagos e agarrou meus ombros. – Cuidado… Você deve tomar cuidado. – Falou com a voz esganiçada, enquanto me sacudia. Todos na sala pareciam tão assustados quanto eu. – Não vá para a terra onde sangue foi derramado e a morte torna-se presente.

- Sobre o que está falando? – Perguntei, estava começando a ficar com medo. Do que ela estava falando? Terra onde o sangue foi derramado, mas que terra?

- Cuidado! Cuidado! – Sua voz foi sumindo. Piscou os olhos, para depois abri-los e olhar confusa para mim. – Querida, você está bem? Está branca. – Ela olhava atentamente para mim como se não tivesse falado nada.

- Estou. Eu… vou me sentar! – Falei em voz baixa.

Voltei para mesa no mesmo momento em que o Seboso entrava na sala. – Professora Sibila. – Falou com autoridade e com sua expressão de frieza. – Posso pegar uma aluna sua por alguns momentos? – Algo me dizia que a tal aluna era eu.

- Claro, diretor. – Ela respondeu com seu jeito atrapalhado.

- Senhorita Dumbledore… - Eu não disse. – Me acompanhe!

Não tive outra escolha senão acompanhá-lo. – Isso tem algo a ver com o que aconteceu na sala da Aleto? – Perguntei curiosa. – Porque se for…

- Você vai saber do que se trata logo, logo. – Interrompeu-me. Fiz careta para ele já que não pudia ver, pois estava de costas para mim. Chegamos na gárgula e ele disse a senha: - Sangue-Puro. – O mesmo estilo das senhas do Salão Comunal da Sonserina, já devia imaginar…

Assim que entramos na sala, ele dirigiu-se à cadeira do meu avô.

- Não vai se sentar? – Me perguntou.

- Não. – Ele ficou me observando por longos minutos sem falar nada. – Vai me falar porque me chamou aqui ou vou ter que descobrir sozinha? – Falei irritada.

- Mais respeito, mocinha! – Ele praticamente rosnou. E essa foi a primeira vez que o vi demonstrar emoção além de frieza. – Chamei-a aqui para mostrar-lhe algo.

- O quê exatamente? – Perguntei mais irritada que antes. Dessa vez ele ignorou.

- Lembranças. – Ele falou indo em direção à penseira. – Deve estar perguntando-se de quem.

- Demorou para perceber? – Sussurei. Ele ouviu.

- Vou mostrar-lhe uma de minhas lembranças! – Ele falou.

- O QUÊ? – Gritei de tão abismada que estava.

- Por favor senhorita, não estoure meus tímpanos. – Falou fazendo careta. – Mas sim. Você poderá ver uma de minhas lembranças. – Ele derramou o líquido na penseira e fez menção para que me aproximasse. Depois de me certificar de que não havia ninguém fora ele na sala, caminhei em sua direção. Me aproximei da penseira e fui levada por suas lembranças.

“ Estava ali mesmo, no gabinete do diretor, haviam duas pessoas além de mim: Snape e meu avô. Não pude reprimir as lágrimas de se acumularem nos meu olhos quando o vi.

Snape estava murmurando encantamentos em direção ao pulso de vovô, a mão que estava escura e queimada. A lembrança era do ano passado.

- Você cuidou bem de mim, Severo. Quanto tempo me resta?

- Talvez um ano. – Snape respondeu, de forma séria.

Vovô sorriu. – Tenho a sorte, a extrema sorte, de contar com você, Severo. – Esse fingido conseguiu mesmo enganar meu avô? Ele é mais habilidoso do que eu pensava…

Então o cenário mudou. Snape encontrava-se sentado na cadeira em frente ao meu avô.

- Você está pretendendo deixar que Draco o mate? – Espera, meu avô sabia que Draco tinha a missão de matá-lo? É claro que sabia, ele é Alvo Dumbledore…

- Certamente que não. Você deverá me matar. – Fiquei totalmente sem ação ao escutar aquilo. Então o que eu sempre suspeitei era verdade. Meu avô sabia que ia morrer logo. Mas que pessoa doentio planejaria sua própria morte?

- Quer que eu faça isso agora? – Snape perguntou com ironia. Qual é! Não é hora de brincar, seu idiota! – Ou gostaria de ter alguns momentos para compor um epitáfio?

- Ah, ainda não – Vovô respondeu sorrindo. – Acho que a oportunidade se apresentará no devido tempo. – Estava em completo estado de choque.

- Se não importa de morrer – Snape falou com aspereza. – Porque não deixa Draco fazer isso?

- A alma daquele menino não está completamente comprometida. Não permitiria que se rompesse por minha causa.

- E quanto a minha alma?

- Somente você pode saber se prejudicou sua alma, Severo. – Vovô falou calmamente. – Só peço-lhe um único favor.

Snape fez um breve aceno, concordando. – E o que devo dizer a Isabella sobre isso? – Perguntou alguns momentos depois. Ah, ele planeja a morte do meu avô e depois se preocupa comigo?

- Nada. – Vovô respondeu triste. – Pensando bem, depois que essa crise passar, que todos esquecerem de minha morte, conte a ela.

- Quer que eu diga adeus à ela por você? – Snape perguntou.

- Não, eu mesmo cuidarei disso! – Vovô respondeu.”

Não conseguia acreditar no que tinha acabado de ver. Meus olhos e ouvidos deviam estar com algum problema. Como alguém planeja sua própria morte? Quem faria isso? QUEM?

- Sinto muito. – Snape falou, seu grande erro.

- NÃO SENTE NÃO! – Gritei. – SE REALMENTE SENTISSE NÃO TERIA FEITO AQUILO!

- O que queria que fizesse? Ele pediu, quase implorou para que o ajudasse no seu desejo suicida. – Respondeu calmamente.

- SE REALMENTE SE IMPORTASSE COM ELE, NÃO TERIA DADO OUVIDOS. – Estava descontrolada. Como ele me dá uma desculpa dessa? – VOCÊ SABE COMO FOI PRA MIM FICAR ESSE TEMPO TODO SEM ELE? SABE COMO MINHA MÃE SOFREU? SABE COMO EU SOFRI?

- Tenho uma ideia. – Ele respondeu pensativo.

- NÃO TEM! VOCÊ NÃO SABE COMO É PERDER UMA PESSOA AMADA. – Falei chorando descontroladamente. – Não sabe. – Sussurei.

- Pode achar que é mentira. Mas sim, eu sei como é perder uma pessoa amada. – Ele respondeu cabisbaixo, sentando-se no chão.

- Quem você perdeu? – Perguntei.

- Lílian Evans, mais conhecida como Lílian Potter! – Fiquei sem fala por alguns segundos.

- A mãe do Harry? Você a conheceu? – Perguntei perplexa.

- A conheci. – Me assustei ao vê-lo sorrindo, afinal, não é todo dia que se consegue tirar um sorriso de Severo Snape. – Era linda. Cabelos arruivados e olhos verdes. Bondosa! – Seus olhos brilhavam quando falava dela. – Sempre fomos amigos, desde crianças. Nunca vou esquecer o dia em que morreu. – Falou com tristeza.

- Pelo menos não viu o corpo dela… - Falei baixinho, lembrando do corpo do meu avô jogado no chão frio.

- Eu vi. – Seus olhos encheram de lágrimas. – Fui em Godric’s Hollow no dia de sua morte. Cheguei antes de todos, infelizmente. Achei seu corpo jogado no quarto, enquanto o bebê chorava desamparado, sozinho. – Uma lágrima desceu por seu rosto. – Ver seus olhos sem vida… é uma coisa que sempre quis esquecer. – Olhou pra mim de forma suplicante. – Mas não consigo. A lembrança sempre volta.

Fixei meus olhos nos seus por alguns segundos e vi uma tristeza real. Ele não estava inventando tudo aquilo, ele fora apaixonado pela mãe do Harry, e talvez, só talvez ainda seja.

- É melhor eu ir. – Falei. – Tenho aula! – Ele ficou parado no chão, achei uma boa hora para ir embora.

Sai dali pensando no que tinha acabado de acontecer. Não entendia absolutamente nada, tinha testemunhado uma coisa inédita. Vi Snape demonstrar várias emoções além de frieza; Raiva, tristeza, amor. Vi uma coisa diferente nele, uma chama de vida, alguém que não tinha esperança, mas arrependimento. Não, eu não perdoei o Snape pelo que ele fez. Não, não acho que vá algum dia perdoar. Mas depois desses poucos minutos que fiquei naquele gabinete, comecei a sentir algo diferente do que só raiva. Comecei a sentir compaixão. Acredita… comecei a entender o assassino do meu avô, devo estar ficando maluca!


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews?
Até o próximo,
xx.