Cheguei em frente á porta da casa dos Johnson e bati. Demorou uns 10 segundos para que alguém abrisse a porta branca. Era Andrew.

– Lola, o que foi? O que faz aqui tão cedo? - Ele indagou.

Eu não agüentei e chorei em prantos no ombro dele. Ele me abraçou e me trouxe para dentro de casa.

– Lola, fale, o que aconteceu? - Ele disse.

– Mi... Minha... A. Avó...

– Sua avó o que Lola, sua avó o que?

– E-ela... Morreu... - Eu fiquei encarando ele por um bom tempo, mas ele não falou nada, apenas me deixou chorar e me confortou nos seus braços.

– Meu Deus, meu filho, o que aconteceu? - Perguntou a Sra. Johnson descendo as escadas apressadamente. - Ouvi os barulhos lá de cima!

– Mãe... A avó da Lola... Morreu. - Ele disse.

A Sra. Johnson fez uma cara de surpresa, depois de indignada, depois de pensativa e finalmente disse:

– Oh minha querida... - Ela disse chegando ao sofá. - Não fique desce jeito... Quer que façamos alguma coisa por você?

– Não, não precisa. - Eu disse choramingando.

– Que é isso... Eu tive uma idéia! Claro, por que não? Nós organizamos o enterro de sua avó, e depois, você vem morar aqui com a gente!

– Não, imagina, isso ia ser demais, por favor, não, não precisa!

– Claro que sim, querida! Venha morar conosco.

– Bom, se vocês insistem tanto... - Andrew riu e sua mãe também.

A Sra. Johnson foi fazer umas ligações para preparar o enterro. Eu fiquei na sala, com Andrew.

...

3ª Pessoa:

Sua idiota! - Disse Brian. - Por que convidou ela para morar com você? Era para ela ter ido morar com Jennifer!

Eles estavam no meio da floresta, o lugar perfeito para uma reunião.

– Eu pensava que assim iria ser mais fácil matá-la! - Disse a Sra. Johnson.

– Mas o plano não é esse! Nós a levamos até a casa de Jennifer e a matamos lá!

– Bom qual é a diferença? Você pode matá-la nos dois cantos.

– É, mas na sua casa tem o seu filho e o idiota do seu marido!

– Detalhes, detalhes, o importante é que você a mate! - Ela disse com convicção.

– Claro, se o plano é esse, hora mais!

– Agora se me der licença, tenho um enterro para ir.

– Da velha?

–Sim.

– Estarei lá.

– Estarei esperando por você. - Ela deu uma piscada.

– Eu também. - Ele retribuiu.

...

1ª Pessoa:

A hora do enterro havia finalmente chegado, era ao ar livre, a decoração branca, os convidados bem-vestidos, muitas pessoas conheciam minha avó, o enterro estava perfeito.

O padre começou falando, Andrew estava do meu lado, a Sra. e o Sr. Johnson logo em seguida. Minha mãe não apareceu. Nem meu pai.

– Agora chamamos sua neta, Lola Hall, para dizer umas palavras. - O padre disse.

Eu me levantei e fui até o palco.

– Minha avó realmente era uma pessoa maravilhosa. - Eu comecei. - Ela me acolheu em sua casa nesses últimos dias e foi muito bondosa comigo. Estava comigo nos momentos maus e bons. - Avistei o homem. Sim, o homem da floresta, do carro, e do restaurante atrás de uma árvore, observando tudo. Como podia? - A-ahn... É... - Comecei a falhar e saí do palco. - Desculpe, foi só isso.

Fui até minha cadeira e me sentei. Andrew perguntou:

– O que foi isso?

– No fim você verá.

...

O enterro finalmente acabou e sai em disparada atrás do homem. Ele continuava no mesmo lugar, comecei falando, Andrew logo atrás de mim:

– Que é você? Por que está atrás de mim? O que eu fiz? Por que matou minha avó? Por que está fazendo tudo isso? Qual o seu nome?

– Brian. - Ele disse e foi embora.

Andrew chegou por trás de mim e disse:

– Se acalme, olha, vamos até meu tio, ele vai descobrir o que está escrito na arma.

A arma. Ai meu Deus! A droga da arma! Ele tinha roubado, ou melhor, Brian tinha roubado. Mas ele não fora tão esperto, eu tinha os símbolos gravados no guardanapo.

– Tudo bem. Vamos.

Andrew pediu um táxi que nos levou até o tio dele. Chegamos lá em questão de minutos. A casa era velha e cheia de antiguidades. Por todo lugar. Andrew se sentou na mesa onde seu tio estava. Ele era careca, meio gordinho, e usava óculos circulares. Mostramos o guardanapo para ele.

– Ora, mais essa é fácil. - Ele disse. - Está em búlgaro. Quer dizer Jennifer e Brian 134.

Jennifer, minha mãe. Brian, o homem.

Ele só podia tá de brincadeira.