Amor Sulista escrita por Nynna Days


Capítulo 24
Daniel Gonzales


Notas iniciais do capítulo

Penultimo capítulo, meus vampiros favoritos. E nele tem uma GRANDE SURPRESA. BJS.



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O sol bateu lentamente em meu rosto, fazendo o restante do meu corpo se esquentar. Um sorriso habitual cresceu em meus lábios enquanto eu tateava o outro lado da cama, procurando o corpo que tanto me fazia companhia. Meus dedos escorregaram por uma superfície lisa e eu virei a cabeça lendo as palavras tão elegantemente escritas.

Você sabe onde me encontrar.

Aquele sorriso cresceu. É, eu sabia. Satisfeito, coloquei meus braços atrás da cabeça, deixando os pensamentos rodarem por minha mente. Aquele tinha sido o melhor mês de férias da mina vida. Não só porque eu estava numa beça praia no Rio de Janeiro, mas por estar ali com Dinnie Ray.

Olhei ao redor do quarto parcialmente destruído por nossa falta de paciência de chegar a cama. A espuma fugia do colchão. Penas pulavam dos travesseiros. Metade da cortina estava no chão. Os lençóis rasgados. A mobília jogada. Se Dália não fosse tão amiga de Ray, iria matá-la por destruiu uma das suas casas de praia.

Sem me surpreender muito, conclui que se Dália visse aquilo, riria e diria que era pouco perto do que ela faria. Nos primeiros dias, quando acordava e olhava para o corpo ainda desacordado de Dinnie Ray ao meu lado, pensava que estava sonhando. Mas se fosse realmente um sonho, eu nunca iria querer acordar.

Com um suspiro, joguei o restante das cobertas para longe de mim e me levantei. Primeiro vesti minha samba canção quadriculada. Então, respirei fundo, sentindo o cheiro doce e forte de Dinnie Ray entrando por minhas narinas, até alcançar e reanimar os meus músculos.

Olhei por cima dos ombros para a porta de vidro para conferir que realmente estava sozinho. Com passos calculados, fui até o fundo do armário e puxei a pequena caixinha quadrada do bolso de uma das minhas camisas. Abri a caixa, deixando a vista o pequeno e delicado anel de noivado.

O anel que eu daria a Ray.

Não agora, claro. Ainda mais com essa confusão com meu pai se indicando como o Senhor da área Norte. O cara era maluco. Uma maluco possessivo. Mas, mesmo sendo tudo e isso e ter tentado me matar, Ray ainda era amarrada a ele, pelo passado. Eu teria um momento certo e lhe pediria a mão. Nem parecia que nos conhecíamos a apenas 4 meses. Parecia uma vida. Depois de tudo o que passamos, era quase uma vida.

Guardei o anel no lugar que estava e troquei de roupa. Pus um short vermelho e continuei sem camisa, andando em direção a praia, onde eu sabia que encontraria Ray. Ao sair da casa de praia, dei de cara com um lindo mar azulado e limpo. Respirei fundo, sentindo a maresia entrando em meus pulmões. A areia fazia o peito do meu pé coçar. E fazia cocegas.

Encontrei Ray a alguns metros dali, em cima de rochedo, olhando para baixo, para o mar. Seu olhar estava tão longe e concentrado, assim com a sua mente. A tirei dos pensamentos, com um abraço. Seu riso cantante encheu a minha audição e ela se virou me beijando. Começou lentamente, até que ela entreabriu os lábios e eu aprofundei, deixando minha língua vagar por sua boca. Ela se pressionou mais em mim e suspirou.

Não seria novidade se fizéssemos amor ali. Tínhamos feito em tantos lugares inusitados. O apetite de Ray tinha dobrado nessas férias. E eu não estava falando de sangue. Ela passou a mão por minha barriga exposta. Fechei meus olhos com força, aproveitando a sensação das suas unhas deslizando por minha pele. Ela inclinou sua cabeça para frente e passou a língua em meu pescoço. Se eu ainda tivesse pulso, ele teria aumentado.

“Ray.”, sussurrei com a voz rouca.

“Hum”, ela murmurou em minha pele.

“É melhor parar.”, gemi quando suas presas roçaram em minha pele. A segurei com força pela cintura, respirando forte. Com toda a minha força de vontade, me afastei. “Vamos nadar.”

Dinnie Ray riu e olhou novamente para a água embaixo de nós. Coloquei meu braço em volta do seu ombro e a puxei para perto de mim. Um sorriso apareceu em seus lábios. O meu foi um eco. Então, de súbito ela se soltou do meu abraço e deu uns passos para trás. Eu já sabia o que ela faria, mas toda vez que isso acontecia, eu ficava apreensivo.

Ela olhou divertida para mim e começou a correr em velocidade humana até a ponta do rochedo e pular na água. Fiquei olhando para a água cristalina, até que o seu corpo emergiu. Bati palmas e ela riu.

“Venha, Daniel.”, ela me chamou e começou a nadar de costas.

O biquíni preto se destacando na pele pálida perfeita. Ela mordeu os lábios e piscou para mim, entrando na água de novo. Ela apareceu uns metros longe de onde estava antes. Percebendo para onde ela estava indo, dei uns passos para trás, imitando seus movimentos anteriores e pulei na água.

Os curtos segundos de distância entre meu corpo e água, fizeram com que a adrenalina pulsasse contra meus ouvidos. A água gelada foi bem convidativa em meu corpo. Quando voltei a superfície e olhei ao redor, percebi Dinnie Ray quase do outro lado. Ela sorriu para mim e continuou nadando. Eu a segui, sentindo o sol bater preguiçoso em minha costas nuas.

Ela parou de nadar e subiu a superfície, entrando em uma caverna , do outro lado do mar. Se um humano estivesse nadando no meu lugar, já teria morrido afogado. Essa era uma das vantagens de ser um vampiro. Segundos depois, eu estava saindo da água e entrando na caverna. Encontrei Ray encostada na parede, olhando para mim com os olhos vermelhos brilhantes, como duas pedras de rubi. Caminhei até ela lentamente, então a lacei em um beijo.

Bati com as suas costas na parede com força e continuei a beijando. Sua mão se prenderam em meu cabelo, puxando meu rosto para mais perto. Segurei sua nuca com cuidado e minha outra mão percorreu sua perna macia , a colocando em volta da minha cintura. Me pressionei com força, e Dinnie Ray jogou a cabeça para trás, gemendo. E tudo isso porque ainda estávamos de roupa.

O som de um coração batendo, nos fez parar. Fiquei um pouco surpreso. Não era comum humano desse lado da praia. Olhei para a entrada da caverna e esperei alguém entrar. Dinnie e eu ficamos congelados pelo som. Qualquer um que entrasse, veria que estava atrapalhando algo. Tão subitamente como o som começou, parou. Levantei minha sobrancelha para Ray, que ainda não tinha tirado o olhar da caverna.

“Não foi nada, Ray”, assegurei.

“Tem razão.”, ela concordou e balançou a cabeça lentamente. Então voltou a encarar os meus olhos cinzas e sorrir. “Onde paramos?”

Eu ri e me inclinei para beijá-la mais uma vez. Suas unhas se cravaram em minha costas, mas pareceu um carinho para mim. Novamente o barulho de um coração nos interrompeu. Dessa vez encarei a entrada da caverna rosnando. Quem quer que estivesse ali, estava me atrapalhando muito. O barulho aumentou e eu dei um passo para trás, me afastando de Ray, pela rapidez e altura do som.

Parecia que vinha de um de nós dois. Fechei meus olhos forte e balancei minha cabeça. Aquele barulho estava me deixando maluco. Assim que abri os olhos, encontrei os de Ray arregalados e vazios. Olhei para trás de mim e não vi nada além da escuridão da caverna. A boca de Dinnie estava aberta, como se ela descobrisse algo, muito estrondoso. Quando seus olhos se focaram em mim, foram para dizer.

“Temos que sair daqui.”

Então saiu correndo. Fui logo atrás dela, atiçando meus ouvidos para ver se encontrava alguma coisa ao nosso redor. Nada. Dinnie Ray pulou na água e nadou com uma rapidez que eu só alcançaria em muitos anos de experiência. Em minha mente, se passavam milhares de possibilidades. Engoli a seco e a segui.

Ela saiu da água e correu em velocidade vampírica para a casa de praia. Fiquei parado tentado descobrir qual era o problema, mas nada vinha a minha mente. Corri atrás dela, preocupado. Ao chegar na casa, a encontrei remexendo em tudo ao seu redor, procurando por alguma coisa. Quando ela chegou ao armário, me pus a sua frente, te impedindo. Se ela se empenhasse em procurar o que fosse no armário acharia o anel.

“O que houve, Ray?”, perguntei.

Ela levantou os olhos para mim, e eles estavam marejados. Antes que eu dissesse mais alguma coisa, ela me abraçou. Sem entender nada, a abracei de volta, um pouco hesitante e passei a mão por seu cabelo castanho molhado. Ela afundou o rosto em meu peito e eu pude sentir as lágrimas descendo por meu peito.

Peguei seu queixo e puxei seu rosto em direção ao meu, vendo um sorriso sonhador em seus lábios. Fiquei confuso e abri minha boca para perguntar o que estava acontecendo, então ela olhou para o lado e se afastou de mim. A observei pegar o celular, mas antes que ela pudesse discar algum número, tomei o celular de suas mãos e coloquei-o no alto.

“Daniel , me devolva isso.”, ela ordenou pulando par alcançar. Parecia uma criança pequena querendo seu brinquedo de volta. Me segurei para não rir.

“Me conte o que está acontecendo primeiro.”, eu disse.

Ela parou de pular e se sentou na cama, com uma expressão derrotada. Me senti um pouco mal por fazer aquilo a ela. Abaixei meu braço e me sentei ao lado dela. O sorriso sonhador voltou quando ela encarou meus olhos cinzas. Era como se ela tivesse presa entre a felicidade e a surpresa.

Então, me surpreendendo, ela se inclinou e me beijou mais uma vez. Sua mão deslizou por meu braço e antes que ela tomasse o celular de mim, me levantei. Meus olhos arregalados. Dinnie Ray sorria como uma criança que tinha acabado de aprontar alguma coisa. Ela começou a bailar até onde eu estava e sua cabeça pendeu para o lado. Seus círios bateram com força. Franzi as sobrancelhas. Era raro ver esse lado menina em Ray. Foi aí que eu tivesse certeza que tinha alguma coisa errada.

“Não adiante fazer essa cara para mim”, a repreendi. Seu sorriso se desmanchou, assim como o restante de sua pose e ela voltou a ser a mesma Ray que eu conhecia.

“Me devolva esse telefona, Daniel Gonzales.”, ela disse com a voz forte, como se fosse um comando. Eu apenas sorri, como se fosse uma criança fazendo alguma coisa bonita. Ela estreitou os olhos para mim. “Eu vou pegar, por bem ou por mal.”

“Caí pra dentro, amor.”, a chamei. Pela firmeza com que ela colocou as mãos na cintura, diria que ela realmente estava pronta para cair para dentro. “Espere.”, a detive. Sabia que não tinha chance se ela resolvesse vir na minha direção com a força. “Só me diga o que está errado e eu te devolvo o celular.”

Ela suspirou forte, sabendo que eu não desistiria. Sorri por ter ganho. Ray abriu a boca, no mesmo momento em que o celular tocou. Olhei para o visor e o nome de Luanne brilhava com força. Dinnie aproveitou esse momento que eu abaixei a guarda e tomou o celular da minha mão. Ela correu para o outro lado do quarto e eu comecei a correr atrás.

“Alô.”, ela atendeu e subiu em cima da cama. Eu subi logo atrás e ela conseguiu me dar uma volta, fingindo ir para a direita e indo para a esquerda. “Pode falar , Luanne.”, ela riu.

Eu ri de volta e antes que ela pousasse seu pé no chão, consegui agarrá-la pela cintura e puxar seu corpo para a cama. Ela parou em cima de mim rindo. Então, em outra mudança súbita de humor, seus olhos se arregalaram e ela arfou. Se afastando de mim, se sentou na cama, respirando forte. Novamente aquela batida de coração soou pelo quarto.

“O quê?”, Ray arfou. “Você só pode estar enganada. É -é impossível.”, ela gaguejou. Então lágrimas silenciosas deslizaram por seu rosto. Ela balançou a cabeça com força com as palavras de Luanne. “Não pode ser possível, Luanne. Quero dizer, só fui eu. Era para ser só eu.”, ela fungou com força e mais lágrimas desceram de seu rosto. “Estou voltando agora mesmo. Não tem conversa. Como você quer que eu fique tranquila depois de uma notícia dessas?”

Mais silêncio enquanto Luanne falava mais algumas coisas. Dinnie Ray passou as mãos pelo rosto com força, tirando as lágrimas e assentindo, conformes as palavras eram ditas. Ao final era repetiu que estava voltando e desligou o celular antes que Luanne começasse a protestar de novo. Abri a boca para perguntar o que tinha acontecido, mas ela já tinha aberto o armário e começado a fazer as malas. Fiquei alguns segundos parado , assistindo, até que me levantei e toquei seu ombro. Ela tremeu de baixo do meu toque e parou de mexer nas roupas. Eu tinha até esquecido que ela não poderia mexer ali. Estava mais preocupado com o que estava acontecendo com ela naquele instante.

“Ray, o que está acontecendo?”, perguntei para ela. Parece que a minha voz ativou um tipo de alarme nela que a fez voltar a arrumar as malas. “Ray, olhe para mim.”, ela continuou de costas puxando as roupas do armário. Não sei o que deu em mim, só a segurei pelo ante braço e a fiz virar para mim. “Dinnie Ray Dallas, eu exijo saber o que está acontecendo com você. O que aconteceu naquela caverna que te deixou tão desesperada em ligar para Luanne? E o que houve para você querer tanto voltar depois de falar com Luanne?”

Ela me olhou de cima a baixo e suspirou, derrotada. Largou tudo o que estava fazendo e se sentou novamente na cama, com o rosto entre as mãos. Me ajoelhei a sua frente e toquei sua perna. Ela levantou os olhos para mim. Eles estavam marejados de novo.

“Não tenho tempo de te explicar tudo, Daniel.”, ela disse. Então pegou meu rosto entre as suas pequenas mãos e aproximou nossos rostos. Ela deu um pequeno sorriso. “No avião eu digo o que aconteceu em Seattle. Já o que aconteceu na caverna...”, ela hesitou. Seu olhar sonhador e seu sorriso aumentou. “Basicamente, descobri que estou grávida.”


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Notas finais do capítulo

E agora? Bem, ainda temos o último capítulo que será narrado por...
LUANNE.
E NELE TERÁ TAMBÉM UMA GRANDE SURPRESA.