Escolhas escrita por yellowizz


Capítulo 16
Capítulo 15 - Raptada


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez considerem... Eu não demorei a postar. Obrigada a todos os comentários recebidos sobre os dois últimos capítulos e em sinal de agradecimento aí vai mais um capítulo.



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A casa tinha apenas três cômodos com quase nada de móveis, mas tudo em bom estado. Seguimos em silêncio até um dos quartos onde havia apenas uma cama de casal, uma cômoda pequena de cor branca e uma poltrona coberta por um lençol, Damon continuava segurando a minha mão e assim que a porta do cômodo foi fechada e trancada por ele eu me arrependi amargamente de ter aceitado vir até ali.

- O que estamos fazendo aqui? – perguntei com a voz firme, mas baixa.

- Eu não posso deixar que faça isso Elena. – ele disse olhando no relógio de pulso que usava.

- Quer me impedir de casar? – gargalhei.

- Estou impedindo. – arregalei os olhos diante da sua resposta.

Então como num flash tudo se encaixou. A porta trancada, Damon conferindo o horário, a sua maneira tão tranqüila de me trazer até aqui.

- Você não pode fazer isso. – balancei a cabeça reprovando sua atitude.

- Já estou fazendo. E eu não ligo se você vai me odiar para sempre, eu não posso deixar que passe o resto de sua vida ao lado de alguém que te enganou por tanto tempo. – ele parecia tranquilo demais, confiante demais.

- O que ganha com isso? Que diferença isso faz pra você? – gritei. – Está fazendo isso porque não suporta ver o seu irmão tomando um rumo melhor na vida antes de você! – minhas palavras eram duras, mas pareciam não afetá-lo.

- Não seja idiota! Não vê o que está fazendo? – sua voz estava gélida.

- O que eu estou fazendo? – frisei. – Isso é sequestro, não sabia? É um crime! – sibilei irritadíssima. – Socorro! – gritei o mais alto que pude na esperança de que alguém me ouvisse.

- Fique quieta, não sou nenhum psicopata para tanto escândalo. – ele pediu firme, seus olhos faiscando de raiva.

- Alguém me ajude! – gritei mais uma vez ignorando-o.

Eu tinha que tentar sair dali. Não que eu estivesse realmente feliz por estar a caminho do meu casamento que eu pretendia não fazer acontecer, mas Damon havia me tirado do sério. Ele tinha passado dos limites e se achava que me teria presa ali naquela casa estragando os meus planos, oh, ele estava estupidamente errado.

Eu precisava socá-lo até ele pedir para parar. Droga, por que ele tinha que agir desse jeito? Por que simplesmente não poderia estar lá assistindo ao casamento como padrinho ao lado de Sara? Eu estava furiosa com Damon. E não conseguia esconder isso. Estava com raiva por ele ter usado o seu charme e seu sorriso torto para me convencer a segurar a sua mão, por ele ter ficado em silêncio até se trancar comigo dentro desse quarto, por ele conseguir me deixar assim, tão fraca, tão entregue a tudo o que ele fazia.

Comecei a gritar e bater na porta o mais forte que pude. Eu tinha que me manter longe dele e precisava fazer isso agora. Senti que minhas mãos que antes batiam incessantemente na porta foram presas, abaixadas e colocadas atrás de minhas costas, como se faz quando as pessoas são algemadas. Meu corpo foi empurrado e meu rosto encostou-se levemente na madeira. O hálito de Damon em minha nuca levemente exposta fez um arrepio ligeiro passar por mim e eu senti que seu corpo estava colado ao meu tão mais perto quanto pôde.

- Pare de gritar. – ele sussurrou.

Prendi a minha respiração inconscientemente diante de sua voz tão baixa ao pé do meu ouvido. Eu não conseguiria resistir por muito tempo e por saber disso é que Damon adorava me provocar.

- Você sabe o que é que você está fazendo. – ele continuou. – Está escondendo o que você acha que ninguém vê.

- Então o que é que você vê? – perguntei tentando manter a minha voz ainda firme.

Agilmente ele virou o meu corpo para o seu fazendo com que minhas costas meramente nuas pelo detalhe do vestido fossem de encontro à madeira da porta. Deixando as minhas mãos livres das suas não tardei em tentar empurrá-lo socando-o no peito.

- Me diga, Damon. – minha voz saiu mais baixa.

Minhas mãos que antes socavam seu peito coberto pela camisa de tom escuro agora estavam timidamente pressionando-o, era como se involuntariamente eu desejasse sentir seu corpo sob minhas mãos. A verdade era que não tinha nada de involuntário nisso. Eu queria senti-lo arrepiar-se com os meus toques, sentir o seu coração bater acelerado como ele me fazia sentir, mas eu era uma tola por achar que conseguiria surtir o mesmo efeito, ele nunca estaria assim em minhas mãos, ou pelo menos era o que eu achava antes de perceber a sua respiração descompassada bater sobre meu rosto.

Senti que meu corpo foi bruscamente puxado para mais perto do seu por seu braço que envolvia a minha cintura. Minhas mãos subiram ao seu rosto e o toque o fez fechar os olhos. Não tinha desculpas, não havia como fugir do que eu sentia. Era cruel demais o que ele me fazia sentir, me deixando confusa, mas ao mesmo tempo tão segura em seus braços que eu parecia não querer sair.

- O que você quer? – ousei perguntar.

E eu não precisei nem insistir na pergunta. Seus lábios encontraram os meus com uma vontade tão grande como eu nunca havia visto. E dane-se se aquilo era errado ou não, eu estava correspondendo da mesma maneira urgente que ele.

Meu batom já deveria estar muito ferrado, mas quem liga? Damon desceu seus beijos até o meu pescoço e eu suspirei com o toque puxando seus cabelos negros levemente. Droga, ele me deixaria marcas! Empurrei-o e ele pareceu ficar irritado quando se afastou.

- Me deixe ir. – pedi ofegante. – Por favor.

Puxei seu rosto levemente para mim dando-lhe um beijo rápido. Eu precisava manter distância ou começaria tudo outra vez. Mas eu não consegui. Damon voltou a me beijar entrelaçando seus dedos pelos fios de meu cabelo me puxando mais para si o quanto ainda fosse possível.

- Espero que esteja fazendo a escolha certa. – ele disse com os lábios meramente abertos encostados aos meus.

Então ele se afastou completamente, deixando-me escorada na porta analisando a sua expressão indecifrável. Levou sua mão até a fechadura libertando-nos do quarto. Damon havia me deixado fazer a minha escolha então eu decidi que era hora de sair dali e voltar para o meu casamento.


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Notas finais do capítulo

Particularmente adorei esse capítulo. Espero que vocês também tenham gostado. *u* Comentem, beijinhos.