Vampiros De Antigamente, Sedutores escrita por Veneficae


Capítulo 13
Dica 7: Ande sempre com maleta de primeiros socorr




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Acordei meio... nua.

Pouco da camisola havia sobrado para tampar minhas “partes estratégicas”. Meus braços estavam arranhados, sangrando, como pernas e a boca. Dava para ver claramente marcas da sua mão por todo meu corpo e até em lugares que eu nem sabia que existia - modo de falar. Eu ainda podia sentir o tapa que Jackson havia me dado quando recusei seu primeiro beijo, ardia.

Nunca odiei tanto esquecer de tomar banho com água benta ou... óleo de verbana. Ele só havia conseguido algo de mim porque estava hipnotizada.

Seus poderes me assustavam.

Pela primeira vez a perspectiva de estar com um vampiro me amedrontou de um modo intenso, tão intenso ao ponto de quase me deixar em panico. Tinha sido horrível.

Acho que seria melhor se ele tivesse me transformado.

Me enrolei com um dos lençóis pendurados no teto que havia sobrado. O quarto estava destruído, surpresa eu ainda estar viva.

Deveras.

Desci as escadas e pude encontrar todas as sete noivas na sala de estar. Seis estavam sentadas e Alisha distribuía as garrafinhas com sangue.

Quando Pistic me viu, parecia infeliz.

Já Lowa e Assumi ficaram horrorizadas do modo que eu estava.

De repente, sem perceber, elas vieram até a mim e então como magia eu já estava com vestido parecido com a delas - só que vermelho escuro, como o de Zara.

– Jackson está cada vez pior. - Tehera me fez sentar numa das cadeiras e começou a cuidar dos meus ferimentos. Havia uma maleta de primeiros socorros ao seu pés.

– Nunca pensei que vampiras teriam medicamentos , esparadrapos e band-and.

Desde que Jackson começou com isso... bem, compramos uma maleta.

– Como foi? - perguntou Lowa.

– Bom né? - disse Assumi.

– Horrível.

Até Alisha derrubou o prato.

– Zara, pega uma compressa de gelo. Essa menina está febril. - ela veio até a mim e segurou meus ombros por trás.

– Essa menina está delirando. Por mais que eu odeie... por mais que todas nós odiamos ele, bem, Jackson é perfeito.

– Não acho. - eu me sentia nauseada. - Não me lembro de nada, só de ter gritado.

– É, ela gritou bastante.

– Mas é claro, Katrina. - como eu havia decorado todos os nomes. - Ele me machucava. Um bruto.

Lowa parecia prestes a desmaiar.

– Acho que vou tomar um ar.

– Vou também. - nisso foi Tehera, Assumi e Pistic para fora do castelo.

– Umpf, frescas. Alisha, vou arrumar o quarto. - e então Zara também se foi.

Olhei para Alisha, que nem parecia ter se mexido atrás de mim. Parecia ver algo além do que aquela discussão. Olhava sem foco, tipo Alice Cullen.

– Alisha?

– Que?

Despertou.

– Tudo bem.

– Hum...

– Onde está Jackson?

– O que?! - ela parecia alarmada. - Jackson! Onde?!

– Alisha!

– Aah, desculpe. - olhou para uma das janelas da sala de estar. - Acho que você tem visita.

– Visita? Pensei que essa ilha fosse inacessível.

– Sim, mas só para os que não são parentes. Acho que um “amigo” seu está com um parente de Jackson.

– Quem são?

– Ritchie e um tal de Jarex.

Meu cérebro parecia ter dado a ignição.

Fiquei alarmada.

– Onde? Onde?! Alisha! - agora eu apertava seus braços com toda minha força. - Me diz!

– Estão escondidos no calabouço, suponho. Sinto a mente deles. - ela me explicou. - Sou uma original, filha ligada a um dos descendentes do Conde Drácula. Posso fazer e sentir coisas que um vampiro ou vampira normal não é capaz.

– Jackson também é?

– Não.

Então essa era a ligação de Jackson e Alisha.

Ele tinha medo dela.

– Por favor, Alisha. Me deixa vê-los.

– Por que eu faria isso?

– Por favor! Você é boa!

– Ao ponto de trair meu vampiro?

– Alisha...

* Suspiro impaciente*

– Ok, ok, mas rápido. Vou distrair as outras por um tempinho, só tem 10 minutos.

– 10? Só?!

– Isso ou nada. Ela são vampiras, não jumentas com presas.

– Essa foi boa.

Alisha revirou os olhos.

Ela pegou meu braço e me puxou para a ala mais afastada do castelo, a Ala Oeste (Bela e a Fera. Há. Só agora que percebi e olha que nem tive a intenção). Desci quatro lances de escada, entrei num túnel, mais dois lances de escada, passei por cinco portas de ferro e entrei no calabouço.

Ao lado tem quatro celas de prisão.

Numa delas havia um rombo enorme, saída para a liberdade. Também havia duas sombras. Uma mais alta do que a outra.

– Rex! - chamei. Correi até ele, mas seu rosto estava deformado... ainda. Metade dela estava com cara de um lobo azul bem escuro e suas unhas ainda pareciam garras.

Rich estava ao lado dele, parecia surpreso me ver ali.

– Charlote... - parecia horrorizado com o estado em que eu estava, toda arranhada e com cortes se curando.

– Rich. - abracei-o.

– O que meu irmão foi fazer...

– Tecnicamente ele é primo dela também, como você - disse Alisha,

Os dois acenaram com a cabeça.

– Olá, Isha.

– Reat.

Que intimidade.

Nem eu o chamava de Reat, só Layla e... agora ela.

– Charlote?

Era Rex totalmente humano.

– Então essa era a coisa em comum entre você e Rich?

– Também. - sorriu, mas logo parecia assustado ao me ver machucada... e pelo vestido vermelho.

– Hum... o vestido é vermelho mesmo, não é sangue.

– Nosso acordo está totalmente acabado, amigo. - disse a Rich, sem dar bola pra mim. - Jackson a machucou, como fez com todas as outras sete aqui. E agora com ela.

– Hati não é vampira ainda. - disse Alisha.

– Quem é Hati?

– Hati significa oito, Charlote é a numero oito.

– Já tem até apelidinho! - Rex jogou as mãos ao céu. - Que ultraje.

Ela olhou para mim.

– 10 minutos e nada mais. - e sumiu.

– O que ela quis dizer?

– Só temos 10 minutos aqui até as outras noivas descobrirem. Agora me tirem daqui.

Rich parecia encabulado.

– É que...

– Ritchie. Fale.

– Bom, essas marcas no seu corpo parecem de troca de sangue. Jackson deve ter a hipnotizado para tomar o sangue dele. Provavelmente você não poderá sair daqui, está presa a esse castelo.

– Como isso?! - Rex parecia furioso.

– Foi um encantamento que ele e Alisha fizeram. Ela pensou que isso seria bom, mas afinal o feitiço voltou contra o feiticeiro. Em outras palavras, só matando meu irmão para todas... inclusive Charlote saírem daqui.

Rex pegou Rich pelo colarinho.

– Você disse que não havia provabilidade dele fazer isso.

– É, mas pelo jeito ela significa mais pra ele! Normalmente ele faz isso na hora de transformá-la, mas... Pelo que sei, meu irmão só tinha feito isso na Alisha e nem passava pela minha cabeça que ele ia fazer com...

– Desfaça isso.

– Não posso. Só matando meu...

– Então vamos matá-lo. - Rex pegou um galho afiado de uma árvore ali perto e seus braços começaram a tremer.

– Rex! - ele virou. - Rich, não vai fazer nada?!

– Meu irmão merece, embora eu odeie a ideia do meu melhor amigo matá-lo.

– Não o quer morto, Valentine?

Valentine? Então a coisa ficou séria.

– Quer dizer, eu quero sair daqui e tudo mais, mas a ideia de morte não me é muito agradável.

– Não tem que ser agradável.

– Rex...

– Quer sair daqui?

– Sim, mas...

– Quer se ver longe daqui e sem virar vampira?

– Sim, mas... - infelizmente sim, mas...

– Não gosta dele?

– Odeio, mas... Rex!

– Então discussão encerrada.

Corri e abracei-o pelas costas.

– Não o quero morto. Nenhum de vocês. Vão correr perigo lutando com Jackson e... apesar de tudo... foi ele que me mostrou que vampiros existem. Tecnicamente tenho uma dívida com ele.

Bufou.

– Dívida? Com ele? Valentine, você tem uma divida comigo. Venho atrás de você após anos, entrei nesse mundo não só porque eu sou lobisomem, mas para me inteirar e voltar com você. Agora vim te salvar e não ganho nem um mísero “obrigada”?

Quatro minutos...” pensei.

Fiquei frente a frente com ele.

– Tenho mais do que um “obrigada” para você.




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