Tom cedeu-me espaço ao seu lado na cama, deitei-me e encostei minha cabeça em seu peito. Eu podia ouvir seu coração bater, o que tranquilizava-me.

- Está ouvindo? - Tom perguntava.

- O que? - respondi confusa.

- Meu coração. - ele concluiu.

- Ah sim! - exclamei sorrindo.

- Saiba que ele só bate por você. - Disse e logo apos depositou um beijo leve em minha testa.

- Por acaso, hoje eu já disse que te amo?

- Não... não que eu me lembre. - Tom sorriu.

- Estranho, tive a sensação de que já havia dito pelo menos umas 100 vezes. - Comentei rindo.

- Pois bem, ainda não disse nenhuma vez.

- Eu te amo. - Olhei em seus olhos depositando um selinho em seus lábios. - Tom, me perdoa por ter sido tão boba e tê-lo deixado partir.

- Ann. - Ele apertou-me em seus braços. - Nos já conversamos com isso, e concordamos que deixaríamos o passado para trás, não precisamos falar sobre isso mais.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Bill adentrou no quarto seguido por um médio alto de cabelos grisalhos.

- Finalmente. Vejo que vocês se acertaram. - Bill comentou com um sorriso de orelha a orelha.
Tom e eu nada fizemos a não ser sorrir para ele. Me afastei da cama, onde Tom lançou-me um olhar desaprovando meu ato de me afastar, sorri para ele e balbuciei a frase 'ele vai te examinar agora'. Tom revirou os olhos, abrindo um sorriso estonteante em seguida.

- Bom rapaz, parece que está tudo bem com você. Já pode se trocar e ir para casa, não deixe de tomar esses remédios na hora certa. - O médico disse estendendo um papel para Tom, o que provavelmente seria o receituário.
Bill saiu do quarto acompanhado do médico.
- Quer me ajudar a tirar a roupa? - Tom sorriu de lado. Sua voz era provocante.

- Claro que sim. - Abracei-o e comecei a beija-lo. Puxando o seu conjunto de blusa e calça com o logo do hospital, mas não tirei-o. Conforme Tom me beijava eu empurrava seu corpo, fazendo-o dar passos para trás. Chegamos ao banheiro do quarto e quando soltei meus lábios de Tom ele começou a tirar sua blusa. Fechei a porta rapidamente e ouvi Tom soca-la.

- Te espero lá fora. - Disse em meio as gargalhadas, retirando-me do quarto.
- Você me paga Anikka Baker. Pude ouvir Tom gritando, parecia que também estava rindo.
Assim que sai do quarto deparei-me com Bill a frente da porta.

- Bill, você me assustou! - exclamei com o coração na boca.

- Desculpe Anikka, não foi minha intenção assusta-la.

- Tudo bem. - disse sorrindo.
Bill continuou parado a minha frente, sorrindo com os olhos brilhando, e eu claro, estava começando a ficar sem graça.

- Bill o que foi? - colei uma mexa de cabelo atrás da orelha e senti minhas maçãs do rosto rosarem e arderem.

- Tom não te contou? - Bill torcia o nariz brincalhão.

- Contou o que? - perguntei sorrindo de lado para demonstrar o mínimo de confusão possível que se formara em minha mente.

- Sobre o show! - Bill saltitou.
Pude ouvir a porta abrindo atrás de mim. E um braço forte encaixando-se perfeitamente ao redor de minha cintura. Não me dei o trabalho de olhar para trás, pois eu sabia que era Tom.

- Que show Bill? - perguntei encarando-o, pois sabia que mais cedo ou mais tarde Tom se colocaria no meio da conversa e me explicaria tudo, pelo menos era isso que eu esperava.

- Bill, não era para contar agora. Eu esperava contar quando chegassemos em casa. - Tom se prontificou.
- Será que dá pra um de vocês me dizer o que está acontecendo? - perguntei elevando o timbre vocal, eu já estava ficando cheia de tanto mistério.

- Anikka. - Tom disse suspirando e se colocando a minha frente. - Eu havia comentado com Bill que já que nós voltamos a namorar eu gostaria de te apresentar para as fãs num show. - Finalmente o mistério tinha acabado.

- Mas, mas, mas... - Gaguejei como de costume. - Você acha isso realmente necessário?

- Sim, até por que da ultima vez que nós tentamos foi algo muito radical e não deu muito certo. - Tom explicava-me. - Talvez se nós explicássemos que estamos juntos e que queremos o apoio delas, dê certo dessa vez.

- Tom, eu não sei...

- Nós só iremos fazer se você concordar. Disse Bill.

- Com certeza. - Concordou Tom.

- Bom, sendo assim... Eu concordou. - Bufei.

- Ótimo. - Bill saltitava pelos corredores. - Vamos, o jantar já está quase pronto.

- Jantar? Show... O que mais vocês combinaram sem que eu soubesse?

- Queremos que você conheça alguém especial, por isso Bill organizou um jantar para nós em nossa casa, e você é a convidada especial. - Tom olhava-me nos meus olhos do um jeito tão lindo que mesmo se eu não quisesse ir a esse jantar eu não seria capaz de dizer não e estragar aquele sorriso perfeito que emoldurava aquele rosto perfeito.

- Tudo bem, mas é hoje?

- Sim, hoje. Estamos indo para lá agora. - Tom comunicava-me.

- Tom, você está louco? Eu não posso ir vestida assim. - Olhei-me dos pés a cabeça e a roupa que eu vestia não era nem de longe adequada para a ocasião.

- Anikka, você está perfeita. - Tom sorria.

- Não Tom, se for para ir vestida desse jeito eu não vou. Bill e eu podemos ir para o Shopping, compramos alguma coisa e vamos para sua casa jantar.

- E posso saber o por que Bill foi escolhido para te acompanhar ao shopping? - Tom arqueava a sobrancelha direita.

- Claro meu bem. Não me leve a mal, mas Bill entende mais de moda que você.

- Bill sabe mais de moda que eu? -

- Sim. Tom, suas roupas, são meio... largas demais. Se você me ajudasse a escolher alguma coisa, eu sairia por ai vestida como eu saco de batatas ambulante. - Não resisti e ri da cara que Tom fez. - Amor, estou brincando. - Dei um selinho em seu lábio. - Só quero te fazer uma surpresa, já que esse jantar é tão especial.

- Tudo bem Ann. - Tom concordou com minha ideia.

- Nos vemos na sua casa então. Beijos.
Tom puxou-me pelo braço, colou-me bem perto de seu corpo.

- Depois de tanto tempo longe, você apenas me manda um beijinho? Se mandou ainda não chegou, se não chegou você tem que me entregar pessoalmente.
Nossos lábios se chocaram numa valsa perfeita de desejo. Cada movimento parecia ser ensaiado, e nossas bocas se encaixavam perfeitamente como se fossemos um só. Depois daquele beijo de tirar o fôlego, despedi-me de Tom no estacionamento. Como Tom havia batido de carro Georg se propôs a deixa-lo em casa, enquanto fui no carro de Bill em direção ao shopping.

Quem será a pessoa misteriosa com quem eu iria me encontrar hoje a noite?