De Volta A Terra Das Sombras escrita por Mediators Demigods


Capítulo 33
Diário de bordo, parte 2.


Notas iniciais do capítulo

Oooooooi leitores!
Como estão? Bem? Espero que sim ^^.
Bem, quero dizer que eu estava bem inspirada [juntamente com a Bia linda] para escrever esse capitulo e espero que vocês aproveitem!
Até as notas finais!



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Σ Thalia Grace – Diário de bordo, parte 2: nunca vá dormir depois que alguém ameaça aparecer nos seus sonhos.

Quando disse que cair no sono foi meu pior erro era meio que mentira. O erro não foi cair no sono, foi sonhar. Isso sim é assustador.

Eu estava tendo um pesadelo horrível. Se você quer saber como foi, aqui está:

“– Paul? Onde está você?” – eu chamava, em vão, nome de Paul em meio à névoa que se impregnava em todos os cantos de um corredor escuro. Ah, deuses! Eu estava no mundo inferior! E, acredite em mim, se você vai ao mundo inferior em um sonho, não pode significar coisas boas.

“– Thalia? Eu estou aqui! Tem muita névoa, siga o som da minha voz!” – ele me disse, com o som vindo da minha direita. Eu tentava andar, mas meus passos pareciam pequenos, frágeis e lentos em meio daquele nevoeiro. Eu comecei a correr, quando vi uma sombra, que desapareceu rapidamente.

“– Thalia! Ajude-me, Thalia!” – a voz de Luke invadiu minha cabeça. E vinha exatamente do lado oposto da voz de Paul.

Sim, é isso que você está pensando. Eu teria que escolher um: Luke, meu melhor amigo, um amor do passado, o herói da profecia, ou Paul, o amor do presente, que é correspondido, o garoto que estava tentando mudar. Mudar por mim. Algo que ninguém havia feito. Até agora. Isso me acabava por dentro.

“– É isso que vai acontecer com você. Terá que deixar um para trás quando chegar ao Mundo Inferior carregando essa missão nas costas. Desista, vá embora com seus amigos e me deixem livre. A destruição chegará! Algum dia eu ainda despertarei! Tudo que você precisa é acordar...” – Uma voz sinistra em minha mente sussurrava essas palavras.

Não era uma voz comum. Era ancestral, quer dizer, parecia ser muito muito antiga pois o som que emanava em minha mente parecia de uma pessoa falando em meio a um vendaval de poeira, ou algo parecido.

– Quem está falando? DEIXE-ME EM PAZ! DEIXE-ME SALVÁ-LOS! SAI DA MINHA CABEÇA! – eu gritava enquanto a voz ainda sussurrava “Acorde Thalia... Tudo que precisa fazer é acordar...” e eu podia ouvir os sons de gritos de agonia de Luke e Paul.

“– Por que você não está aqui, Thalia?

– Onde está você?

– Por que não vem me ajudar?

– Não vê que eu estou morrendo?!”

Eu não conseguia mais pensar, eu estava tão aterrorizada que não tinha forças para acordar. Quando estava levantando a bandeira de rendição uma lembrança passou em minha cabeça: Meu pai. Eu sei que isso pode soar piegas, mas ele era realmente importante pra mim. Ouvi ele repetindo as palavras que disse para mim: “Não tenha medo.  Quebre as regras, lute, ame, viva intensamente sempre guiada pelos seus sentimentos”.

Eu senti a força de uma carga de energia me acertando e então fechei os olhos. Contei até dois, pois estava nervosa demais para chegar ao numero dez e abri os olhos:

– Thalia, graças aos deuses você está viva! Di immortales! Quer me mata... Esqueça, eu já estou morto!

– Luke! Ai, por Zeus! O que aconteceu aqui? – eu passei a mão no meu rosto e vi que as minhas bochechas estavam molhadas. Molhadas de lagrimas. Meu coração batia acelerado e minha respiração estava ofegante. Eu me levantei e perguntei: – O que aconteceu?

– Apenas ouça.

Ficamos em silencio. Gritos. Por todo o corredor onde estávamos hospedados. Eu não fui a única, aquilo estava atacando todos. Eu olhei para o outro lado da cama e Paul havia sumido. E era culpa minha. Eu vim atrás de Luke, ouvindo ele me chamar pelo subconsciente.

E deixara Paul pra trás.

Comecei a chorar.

– É, tudo culpa minha! Eu não devia ter deixado ele naquele sonho, sofrendo. Eu podia ter salvado! Podia ter salvado ele! É tudo minha culpa!

– Thalia, Thalia! Thalia ouça! – ele parou de falar por um tempo e continuou: – Paul pode estar por aqui! Nós vamos achá-lo! Mas nós temos que acordar os outros! Eu vim primeiro aqui por que... Bem, porque você gritava meu nome e você não estava acordando, continuava em transe... Seu coração estava parando de bater. Mas você está aqui e nós vamos acordar os outros.

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Corremos em direção do quarto mais próximo. Rachel estava deitada na cama, se debatendo, como se tivesse uma convulsão e gritava sem parar coisas aleatórias que não faziam sentido em minha cabeça. As lagrimas que caiam no rosto dela eram ainda piores que as minhas: dor, raiva, mágoa, desilusão.

Luke chegou perto dela, enquanto eu ainda estava em choque por ver o que os sonhos fizeram conosco. E isso ainda estava acontecendo. Ele segurou os braços dela delicadamente, mas ela chutava, gritava e se debatia, repetindo as mesmas palavras:

– POR QUE VOCÊ ME DEIXOU? POR QUÊ? EU ESTAVA LÁ PRA TE SALVAR, GASTEI TODAS AS MINHAS FORÇAS PRA ISSO! LUKE, POR QUE VOCÊ FOI ATRÁS DELA? POR QUÊ? – e nesse momento eu percebi que ela falava de mim.

– Rachel, eu estou aqui, você precisa acreditar em mim! Eu não vou deixar você sozinha, nunca. Vou estar com você sempre.

Ela parou de se debater e começou a ficar pálida. Ela não conseguia mais respirar direito e sua voz falhava ao dizer:

– Você me deixou. Estou confusa, Luke. Por que dizem para eu entrar na luz e fazer a escolha certa? É isso que devo fazer? Abrir uma das portas? Você vai estar do outro lado pra me receber?

– Rachel, você pode me ouvir? Aqui é o Luke falando. Não vá em direção das portas, vá para o lado mais longe possível delas. Feche os olhos e se concentre, volte pra mim, Rachel. Não se perca.

Ela não mais se moveu. Eu comecei a chorar. Ela não podia estar morta. Não podia. Então, a cor voltou ao rosto, o coração acelerou e a respiração não estava mais entrecortada. Ela abriu os olhos.

– AI, DEUSES! O que foi aquilo? Era horrível e... E... Eu achei... Achei que morreria, e você tinha me deixado. Foi horrível.

– Calma Rachel, nós precisamos saber o que foi que você sonhou. Esses sonhos foram mandados como avisos para nós, eu também tive um. – eu disse, abraçando-a. de inicio ela não confiou muito em mim, mas depois ela cedeu e começou a contar o sonho:

“Eu estava no acampamento em um dia normal, fazendo o papel de oráculo, quando fechei os olhos, o cenário todo mudou e eu estava em uma sala espelhada, onde eu não conseguia ver nada além do reflexo de mim mesma, e uma pessoa com capuz escondendo o rosto. Não havia como saber se era um homem ou uma mulher. Sempre que eu tentava sair da sala ou me aproximar dos espelhos a figura se aproximava mais.

Era inútil tentar fazer algo contra a imagem. Era inútil tentar tocá-la ou tentar destruí-la. A imagem gargalhou ao ver o meu esforço e começou a falar, com uma voz atemporal, algumas vezes me parecia masculina, algumas vezes feminina, de um modo sobrenatural para eu não reconhecer quem estava falando:

– Vai dizer que não sabe quem eu sou? Todos me conhecem mortal inútil!

– Você é Cronos? Co-co-c-como?

– Como já disse você é uma mortal inútil. Cronos faz parte de mim, de certa forma... Você não consegue se livrar de mim não é mesmo? Você não consegue se livrar e não se livrará tão cedo! Eu não sou Cronos. – e deu um pequeno sorriso sarcástico. – Eu sou você.

– NÃO! EU NÃO TE CONHEÇO! COMO VOCÊ PODE DIZER QUE SOMOS A MESMA PESSOA!?

– Não somos a mesma pessoa. Eu sou suas visões, suas lembranças, suas memórias de infância. Sou seu inconsciente, a parte obscura da sua mente, o lado que te atormenta, que te deixa confusa. Eu nunca irei te deixar e você ficará cada vez mais louca garota-oráculo!

– VÁ PARA O TARTARO!

– Aah, pequena menina, como você é tolinha... Você acha que fará alguma importância na vida dos semideuses e mediadores. Não! Você não é nada mais que uma mortal desesperada por atenção. Percy te deixou, ele te trocou por Annabeth, e agora, você acha que ele se importa com você? – a sala de espelhos ficou escura, com uma fraca luz, que deixava tudo mais sombrio. Algo foi atirado em minha direção e caiu ao meu lado.

As luzes se acenderam novamente. O objeto arremessado era minha escova.

Minha escova de cabelo azul.

A minha escova de cabelo azul que eu havia perdido no labirinto depois de jogá-la em direção a Luke.

Quando eu fui olhar os espelhos novamente, eu vi Luke preso. E ele não podia me ver. Ele gritava que queria sair eu batia debilmente com as mãos no espelho, mas nada acontecia. A pessoa do capuz apareceu e disse:

– Faça a sua escolha. Salve-o ou se salve. – e então desapareceu.

– Luke! Eu vou te salvar! – eu peguei a minha escova caída no chão e bati com a ponta dela no espelho. Cacos dele arranharam a minha pele. E então quando consegui sentir a mão de Luke na minha eu o puxei. Ele estava livre!

Mas ele não me olhou nos olhos, foi direto pra direção oposta, onde uma garota sorria. Thalia. Ele andou até lá e foi embora, se transformando junto com ela em um punhado de névoa, me deixando sozinha, sem saber como sair.

Eu comecei a chorar e tropecei e um caco de vidro, caindo bem em cima de uma ponta de espelho, que perfurou as minhas costas. Eu já estava desistindo de viver. A dor era muito grande.

– Aah, minha querida, eu não disse que você salvaria ele ou morreria? Por que escolheu a mais complicada? Por amor? Bem, se você quer acabar com essa dor... – e de repente nós estávamos em um corredor escuro cheio de nevoa com varias portas e uma luz brilhante ao fundo. – vá para perto da luz e abra uma das portas.

Eu não queria mais lutar. Senti o meu coração bater cada vez mais devagar.

Então a voz de Luke me trouxe de volta.”

O sonho dela também havia sido horrível, mas os gritos dos nossos amigos fizeram nos lembrar onde estávamos e que nós teríamos que salva-los.

– Calma ai, então Luke nos acordou antes dos nossos sonhos acabarem, por nós morreríamos no final? – Rachel perguntou e eu assenti.

Ela se levantou correndo e disse:

– Então precisamos ir logo, por que se isso podia acontecer conosco, se não impedirmos os sonhos dos amigos de chegarem ao final, eles também podem morrer.

Logo estávamos a caminho do quarto à direita, enquanto meus pensamentos ainda estavam voltados ao estranho sumiço de Paul.

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Notas finais do capítulo

Como vocês podem ter percebido, o nome desse capitulo ficou muito grande e então eu coloquei só a introdução dele como titulo!
E Então o que acharam?
Merecemos reviews e quem sabe uma recomendação?
O que vocês acham que aconteceu com o Paul? E os Outros, vão sobreviver?
Aaaaté o proximo capitulo!



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