∆ Suzannah Simon – Primeiro jogo com espadas da minha vida.

É isso ai! Nós estávamos caçando uma bandeira no meio de uma floresta. Com espadas. De verdade. Parece uma guerra isso aqui, mas por incrível que pareça eu era boa. Boa mesmo.

Sabia, sentia e impedia todos os movimentos inimigos. Enquanto estávamos procurando pela bandeira, Jesse e eu tínhamos uma ótima tática: eu desarmava o oponente e Jesse o impossibilitava de nos perseguir.

Corríamos até o outro lado da floresta lutando com todos de capacete vermelho. Luke e Rachel também estavam conosco. Demos uma parada atrás de uma grande rocha para observar: estava lá a grande bandeira vermelha com um javali pintado.

– Suze, você já tinha aprendido a lutar? Você desarmava os oponentes como uma profissional, uma semideusa. – aquela frase me incomodou um pouco. Em todos os lugares, me sentia como um peixe fora d’água. Nunca me encaixava em nenhum circulo social, mas quando cheguei a Carmel, de repente, tudo mudou. Eu sentia que aquela terra era meu lugar.

A mesma coisa no acampamento. Era tão familiar como uma foto de anos atrás. Sentia-me incomodada com as coisas que estava descobrindo. Eu lutando maravilhosamente com espadas, capaz de ultrapassar as fronteiras da colina, sem nenhum pingo de sangue imortal correndo pelas veias.

Ou será que não? O mundo olimpiano não me surpreendeu em nada, era como se eu já o conhecesse de antigamente. Mas como? Ao longo dos meus 16 anos nunca conheci nenhuma pessoa que acreditava nisso.

Tentei me fazer de desentendida para Rachel e respondi a sua pergunta casualmente:

– Deve ser minha habilidade para bater nas pessoas. Sempre fui assim, meio nervosinha. Minha mãe diz que meu defeito fatal é o rancor e nervosismo. Ela diz que não faz bem para a pele. – Luke me olhou com uma cara estranha e foi falando:

– Estranho. Esses são os defeitos mortais dos... – e foi interrompido por algo invisível que sibilava:

– Sh! Silencio! Percy está vindo por trás daquela árvore, vocês – e apontou para Rachel, Luke e Jesse – vão pela esquerda. Suze e eu vamos atacar e pegar a bandeira.

– Ahan, ok. Mas quem é você? – eu perguntei.

– Annabeth Chase, filha de Atena, deusa da sabedoria e da guerra entre outros. Por enquanto invisível, devido ao boné dos Yankees, presente de Atena e também sou namorada de Perseu Jackson, filho de Poseidon. Mais alguma informação? – eu ri baixo da informação e então vi Percy saindo de seu esconderijo.

Thalia e Nico chegaram bem atrás deles fazendo um sinal de ok com as mãos. Percy levantou a mão esquerda, marcou o tempo com os dedos:

Quatro, Três, Dois... Um!

– Agora! – eu gritei enquanto Percy, Thalia e Nico saiam do outro lado para onde estava a bandeira. Rachel, Luke e Jesse fizeram o mesmo. Quando eu ia começar a correr Annie segurou o meu braço e disse pra esperar.

Ela estava certa. Se eu saísse naquele exato momento, eu seria pega por 3 campistas que estavam a espreita. Quando quase todos estavam aparentemente imobilizados, eu corri e agarrei a bandeira. Quando ia retirá-la do chão para levar para o lado azul da Caça eu ouvi uma voz atrás da mim dizendo:

– Onde você pensa que vai com essa bandeira, mediadora? – ele cuspiu a ultima palavra de sua boca, como se aquilo fosse a coisa mais nojenta que ele já tinha visto. O sangue ferveu em meu corpo e eu gritei:

– Melhor dizendo, quem você pensa que você é pra falar assim comigo? – ele riu e me respondeu.

– Filho de Apolo. Hm, talvez depois do jogo você queira passar no meu chalé pra darmos uma voltinha. Ou prefere conhecer a minha cama?

– Estúpido. Você se acha demais, não é? O rei do pedaço, o cara que pega todas as garotas. Toma cuidado, porque algum dia você vai cair do trono. E pra sua informação, eu tenho namorado.

Ele me olhou com ar de raiva e impaciência. Será que todos os meios-sangues se acham desse jeito? Só porque são filhos de deuses? Não tive muito tempo pra pensar, pois ele gritou:

– Ah, estúpido eu? Olha quem fala! E, por falar nisso, eu devo ser muito melhor do que seu caubói espanhol de quinta.

– AH! NINGUEM PODE FALAR ASSIM DE MI HERMOSO, SEU IDIOTA! VOCE VAI VER AGORA O QUE É LEVAR UMA BELA SURRA! – tudo bem, essa cena de surto não foi nada bonita, mas fale mal de Jesse para ver o que acontece.

Eu deixei a bandeira de lado por um instante e comecei e investir contra o filho de Apolo. Ele era, com certeza, bom nos ataques, mas fraco na defesa. Usei isso a meu favor e consegui desarmá-lo rapidamente. Ele ainda tentava lutar sem a espada, mas eu dei um chute entre suas pernas.

– Ai. Meus. Deuses. – eu ri do duplo sentido da frase, mas não comentei nada.

– Vai falar do Jesse de novo? – ele fez que não com a cabeça e eu dei um tapa em seu ombro. – Ótimo. Continue assim.

Todos pararam de lutar e olharam o garoto cair no chão. As meninas me olhavam com um ar de “Ae! Acabou com o cafajeste!” e os meninos com “Ai! Isso deve ter doido!”. Peguei a bandeira do chão e fui andando, com o resto da equipe atrás.

Cheguei ao Punho de Zeus, todos estavam aglomerados em volta de nós para ver a bandeira se transformar [não entendi como, mas Rachel me explicou que, a cada pessoa que colocava a bandeira na posição de vitoria, o desenho se transformava com a representação de cada chalé correspondente. Pois é, é só ver para crer] no desenho que representava os mediadores.

Eu finquei a bandeira no local certo. De inicio nada aconteceu então o tom avermelhado e a cabeça de javali foram dando lugar a uma bandeira preta com uma espécie de capacete na frente.

– Mas... Como isso é possível? O símbolo deveria ser inédito não esse. O que isso significa? – Nico perguntou.

– O que é esse desenho na bandeira? O que ele significa? – eu perguntei assustada.

– O elmo das trevas. – Luke disse.

– E ele significa que, de alguma maneira, você é filha de Hades.

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