Fogo Grego escrita por Petrov


Capítulo 2
Capítulo 1 - Mundo Cinzento (parte I)


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo falando um pouco sobre Josh sua vida e suas estranhas habilidades abordando um pouco sobre sua relação um pouco diferente com a imortal Sellene.



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Josh nas ultimas semanas não se sentia muito bem, na verdade não se lembrava da última vez que esteve bem, talvez isso nunca tenha acontecido.Desde pequeno Josh sofria com coisas que as “pessoas normais” sempre acharam que era loucura ou apenas fruto de sua imaginação. Ele lembrava muito bem a primeira vez que coisas estranhas começaram a acontecer consigo. Tudo começou na noite de seu aniversário de 13 anos, quando ele começou a enxergar vultos e sombras e não soube dizer ao certo do que se tratavam. Só quando começou a sentir e enxergar certos espíritos, foi que ele se deu conta que ele não era como os outros garotos da sua idade. Ele sabia disso, ele sempre soube que ele era diferente, os sonhos, os dejà vu que eram freqüentes era como se ele tivesse vivido coisas de que ele não se lembrava e que ele nunca chegou  a fazer, simplesmente as imagem iam e vinham com facilidade e a qualquer momento, e muitas vezes isso apavorava Josh que se considerava uma aberração. Porém nas últimas semanas tudo havia piorado desde a morte de seu melhor amigo Blake até sua quase internação em um manicômio. Blake havia desaparecido da noite para o dia sem deixar pistas ou avisar alguém. A única coisa que a policia conseguiu encontrar foi uma enorme poça de sangue em seu quarto e a janela estilhaçada, deram Blake como morto, alegando que não havia nada a fazer a não ser procurar agora pelo suposto corpo que estava desaparecido, desde então Josh começou a sentir sensações estranhas como seu corpo que doía e era como se a capacidade dele de enxergar certas coisas tivesse aumentado, ele agora podia ver espíritos e podia conversar com eles também. A sensação desconfortável de estar sendo observado aumentou e logo Josh se sentia cada vez mais estranho e agora os sonhos eram cada vez mais freqüentes, imagens as quais ele nunca havia presenciado não saiam de sua cabeça, sangue, morte, pessoas desconhecidas, em especial a imagem de uma adolescente com cabelos prateados e olhos cinzentos era a que predominava em todos os sonhos. Em alguns ela tentava se libertar de uma câmara subterrânea, em outros ela tentava se livrar de seres que lhe drenavam até a morte em outros ela lutava e derrotava seus agressores. Tudo isso começava a deixar Josh cada vez mais preocupado e a cada dia que se passava Josh sentia-se isolado do mundo, das pessoas e de sua própria família. Josh tentava bloquear as imagens, às vezes ele conseguia outras ele conseguia mais eram os espíritos que apareciam e tentavam falar algo que Josh não conseguia entender.Sexta-feira, 02 de NovembroO céu estava encoberto por uma densa camada de nuvens e o sol tentava inutilmente banhar tudo com seus raios que às vezes com sucesso conseguiam se esgueirar por dentre a densa camada de nuvens cor de chumbo que davam a impressão de que o céu iria desabar a qualquer momento. Josh olhava pela janela e só conseguia enxergar a cinzenta e calada Londres com seu aspecto triste no fim da tarde, ele não sabia ao certo se o sol já havia se posto, era difícil dizer com o céu chumbo alaranjado ameaçando desabar sobre a cidade, Josh sabia que estava perto de anoitecer, pois o sol já estava se escondendo no horizonte dando lugar a uma noite que concerteza traria consigo chuva, o ar estava pesado e a sensação sufocante só aumentava com o passar dos minutos e Josh ainda não havia conseguido arrumar motivação para poder descer ou dar uma volta na rua. Tudo que ele queria era ficar ali aproveitando os últimos minutos dos por do sol antes que o céu começasse a desabar aliviando assim a tensão que Josh sentia. Ele também gostaria de poder esquecer as imagens que vinham em sua mente, mesmo que por alguns segundos. Ele gostaria apenas de deitar e relaxar como qualquer garoto de 16 anos. Seu quarto era o verdadeiro caos, pilhas e mais pilhas de jogos se espalhavam pelo quarto, algumas revistas espalhadas pela cama e pelo chão e seus desenhos, os rostos com os quais ele sonhava toda noite, ele adorava desenhar essas pessoas desconhecidas, de certa forma isso aliviava Josh e o fazia se sentir um pouco melhor.Josh foi até seu armário e apanhou um casaco enquanto procurava suas luvas e se preparava para enfrentar o vento gélido do fim de tarde._Achei que você ficaria nesse quarto para sempre.Virando-se Josh deparou-se com Lizzie, sua melhor amiga e conselheira nas ultimas semanas e a única que não o achava esquizofrênico e que acreditava no que ele dizia._Talvez andar um pouco, possa fazer eu me sentir um pouco melhor._Parece que vai chover, preciso ir para casa. Posso te acompanhar? Se não for incomodar._Claro, por que não? Olhando pela janela Josh pôde ver o céu começar a se tornar cada vez mais escuro e trovões começarem a ribombar ecoando pela rua. _Vamos Josh, antes que comece a chover. Lizzie se apressava em colocar o casaco e descer as escadas, enquanto Josh parecia querer mudar de idéia em relação a sair._Não seria melhor eu deixar para sair amanhã?_Ok Josh, como você preferir, te vejo na escola amanhã. _Muito obrigada pelo dia de hoje, depois de semanas eu consegui sentir a vida correr pelas minhas veias outra vez.Josh e Lizzie deram um longo e forte abraço, que para os dois pareceu uma vida inteira._Se cuida rapaz. Lizzie sorriu e se dirigiu à porta da frente.Josh assentiu com um gesto de cabeça e ficou observando enquanto Lizzie saia pela porta o deixando sozinho no corredor dominado pela leve penumbra.Josh começou a pensar nas últimas horas que passou ao lado de Lizzie e como isso tinha feito bem a ele, Lizzie era sua amiga de infância, cresceu ao seu lado e ao lado de Blake, seu amigo morto o qual Lizzie e Josh sentiam falta. O trio havia se desmanchado após a morte de Blake, e desde o ocorrido foram raras as vezes que Lizzie deu um sorriso e que Josh conseguiu sorrir, porém naquele dia havia sido tudo diferente. Lizzie parecia renovada como se a alegria de viver houvesse inundado seu corpo outra vez e seus olhos voltaram a brilhar novamente, e essa sensação boa havia contagiado Josh nas ultimas horas, porém, agora tudo de esvaia lentamente, com a partida de Lizzie. Josh se agarrou ainda mais as conversas do longo dia que tiveram e das risadas que um conseguiu arrancar do outro.Estrondos ribombaram do lado de fora da casa trazendo por um breve momento Josh que estava imerso em uma maré de devaneios e lembranças que por incrível que parecessem, o estava fazendo feliz, algo que não ocorria fazia semanas. Josh subiu as escadas e entrou no seu quarto envolto pela penumbra, abrindo as espessas cortinas ele deixou o pouco de luz que restava inundar o quarto fazendo-o perder o ar fúnebre, Josh ligou o rádio e sem se importar com o volume aumentou um pouco e se sentou em frente a janela enquanto observava as primeiras gotas de chuva caírem fazendo com que o ar ficasse menos pesado e amenizando a sensação de sufocamento.Um novo flash rápido como o piscar de olho veio em sua mente e nele Josh pôde ver Sellene com o os olhos vermelhos e encharcada com a chuva que caia. Josh piscou, estava meio desorientado pela visão que teve e virou-se assustado quando ouviu um ruído quase imperceptível vindo da janela. 


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