Vida De Monstro - Livro Um - O Começo escrita por Mateus Kamui


Capítulo 13
XIII - Amy


Notas iniciais do capítulo

Consegui acabar esse capitulo bem mais rapido do que o esperado, entao ai esta



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XIII – Amy

Finalmente, depois de algumas horas em lojas de roupas e mais algumas tentando testando possibilidades, finalmente eu tinha conseguido achar o look perfeito para o complicado do meu irmão, e lhes garanto que não foi uma tarefa nem um pouco fácil.

A criatura criticava qualquer coisa:

–Essa blusa é grande demais

–Essa calça é colada demais

–Essa roupa é colorida demais

–Esses tênis são apertados demais

Eu jurava que se ele dissesse qualquer outro “demais” eu pegaria minha adaga e arrancava a língua dele, garoto complicado, mas no fim daquela longa batalha eu consegui convencê-lo a vestir o que mandei.

Era por volta das onze quando nos terminamos, ele ia se encontrar com a Ella por volta das onze e meia na biblioteca para irem ao evento, então Michael saiu do galpão e foi rumo à cidade, mas antes foi ate o quarto, passou alguns minutos e então saiu de lá com seu caderno do colégio em mãos.

Ele não sabia, e nem precisava saber, que eu estava seguindo-o, eu não ia o deixar estragar tudo depois de todo o esforço que eu tive pra arrumá-lo e fazê-lo parecer um cara legal, enquanto seguia ele ate vi algumas meninas olharem para ele de relance, significava que eu tinha conseguido meu objetivo, transformei ele em algo relativamente atraente.

Michael vestia uma blusa branca de manga longa e uma blusa comum preta por cima, uma calça jeans colada bastante desbotada e um tênis marrom, nada demais para uma pessoa qualquer, mas para alguém como o Michael aquilo estava muito acima da sua noção de como se vestir, aquilo era arrumado demais para ele, mas mesmo aquele pouco já era o suficiente para mostrar que o idiota do meu irmão era um cara bonito e não um protótipo de morto-vivo que só andava com roupas mal-passadas e as vezes ate sujas, ele queria sempre andar o pior possível, e acho que ele ate gostava disso.

Já fazia alguns minutos que estava seguindo meu irmão, já estávamos próximos do centro da cidade, muitas pessoas andavam pelas ruas e entravam nas lojas, boa parte das pessoas que andavam ali, pelo que pude observar, eram alunos do colégio, tinham ate alguns monstros por ali, todos estavam tentando aproveitar a pequena folga o máximo possível.

Aos poucos chegamos às áreas próximas da biblioteca, a biblioteca era uma estrutura bem grande já que ela não só servia como biblioteca, mas também como uma espécie de centro de eventos já que haviam três enormes salas de estudos que impediam a passagem de som para fora e para dentro onde podiam ser organizados pequenos eventos como uma tarde de autógrafos com um pouco mais de uma centena de pessoas. Ninguém podia reclamar da qualidade das bibliotecas da cidade, haviam algumas outras de níveis excelentes de cuidado e diversidade literária, mas a biblioteca central era de longe a melhor, sua arquitetura lembrava os prédios da época colonial brasileira, possuía três andares de altura e uma quantia de livros gigantesca que era bem distribuída pela estrutura, haviam dos títulos mais atuais ate os mais antigos e exotéricos, somente a biblioteca do colégio conseguia ser melhor do que a biblioteca central em quantia de livros, mas no colégio nos não tínhamos a salas de estudo anti-som. No inicio da biblioteca elas não haviam, obvio, mas após um problema envolvendo chuva a paredes infiltraram e acabaram tornando o terceiro andar inviável para guardar livros, então a prefeitura aumentou o espaço da biblioteca e transformou o terceiro andar num espaço de estudo construído as tão famosas três salas de estudos anti-som.

Alem disso na frente da biblioteca havia uma enorme praça onde varias pessoas passavam todo dia tanto para irem para a biblioteca quanto para apreciar as figuras que ali haviam, dezenas de pessoas faziam pequeno espetáculos de rua ali, existiam equilibristas, palhaços, um “mago”, alguns poucos vendedores e um comedor de fogo, andei em direção do comedor de fogo, meu parceiro de espionagem provavelmente estaria ali.

Um grupo de quinze pessoas observa o homem enquanto ele devorava algumas hastes banhadas em fogo e depois cuspia enormes jatos, e em alguns casos anéis, flamejantes. Todos gritavam de admiração ao verem as chamas subindo no ar menos um, um cara vestido com uma blusa preta, calça jeans cinzenta batida e um par de botas militares, ali estava meu companheiro espião e meu futuro marido, meu William.

Aproximei-me lentamente dele, ele olhava para o comedor de fogo com desgosto e como se estivesse sendo ofendido ao ver aquele espetáculo, eu cheguei às costas dele bem devagar e o mais silencioso possível, mas nem precisava, o barulho das conversas e gritos das pessoas na praça camuflavam o barulho dos meus passos, eu ia dar um susto nele quando ele falou:

–Não tente fazer isso

Dei de ombros e recuei, pensei que tinha conseguido passar despercebida pela super-audição dele, mas não tinha conseguido:

–Como você conseguiu me escutar? – perguntei e então ele se virou na minha direção

–Foi um pouco difícil, não dava diferenciar os passos das pessoas por culpa desse barulho incessante e alem disso o cheiro de fumaça dessas hastes malditas e o suor das pessoas quase me enganaram com relação ao seu cheiro, quase, quando você se aproximou um pouco mais ficou quase que impossível de não reconhecer esse perfume

Ele se aproximou e cheirou lentamente meu pescoço, eu me lembrava quando tinha feito isso da primeira vez, nos quase nos beijamos se meu irmão não tivesse atrapalhado, mas dessa vez ele só recuou alguns passos e observou enquanto o comedor de fogo engoliu duas hastes de uma vez e soltou duas argolas de fogo e depois um jato que atravessou ambas, ele era realmente incrível, nunca tinha visto alguém fazendo aquilo, mas William não estava gostando nem um pouco:

–O que foi? – perguntei, não gostava quando ele fazia aquela cara

–Nada – ele disse se virando na minha direção – só não gosto que pessoas brinque com fogo desse jeito, fogo não é um brinquedo que vocês humanos possam brincar desse jeito, ele é uma arma, uma poderosa arma, vocês podem pensar nele como algo bonito com esses espetáculos pirotécnicos ou que ele seja bom porque ilumina as noites obscuras, mas o fogo não é só isso, fogo também é destruição, fogo é morte, ele pode tão facilmente dar vida como tirá-la

Algo na voz do William me dizia que ele não falava apenas do fogo, mas de si mesmo, e agora com isso eu me lembrei novamente de um da noite em que quase nos beijamos, naquele instante ele era a criatura mais perfeita, educada e amável possível, mas no momento anterior ele tinha carbonizado uma vampiro com um estalar de dedos e a única coisa que ouvi na sua voz era uma mistura de prazer e contentamento por ver o vampiro morrer agonizando:

–Quem brinca com fogo se queima – falei mais para mim do que para ele, aquela parecia a frase perfeita pra mim, na verdade parecia mais um aviso agora que eu pare para pensar em tudo que já aconteceu, William era igual ao fogo que o comedor de fogo estava brincando, parecia algo calmo e facilmente domado, mas um único deslize e o homem poderia se queimar mortalmente e ate morrer de uma maneira bastante dolorosa e não haveria ninguém capaz de salvá-lo, eu fazia o mesmo, tratava o William como um cara legal, um deus encarnado de tão perfeito, mas ele não era isso, ele era um demônio, um poderoso e assustador demônio quando queria e poderia me matar num estalar de dedos e ninguém me salvaria caso isso acontecesse

–Não acho que me chamou aqui só para ver isso não é mesmo – ele disse me encarando e instantaneamente sua voz me tirou do transe que eu parecia ter me metido

–Não – balancei a cabeça tentando apagar aqueles pensamentos, William não era assim, ele podia ter feito aquelas coisas, mas ele fez para me ajudar, ele fez para me proteger não para me machucar e eu tinha que acreditar nisso – na verdade preciso da sua ajuda para um trabalho

–Trabalho?

–É, um trabalho no estilo 007

007? – ele perguntou com uma cara meio estranha

–A você nunca viu 007 não é? James Bond e tal?

–Não – ele disse arqueando uma das sobrancelhas

–James Bond é um espião, na verdade um agente secreto, mas isso não importa, o que importa é eu preciso da sua ajuda para espionar uma pessoa

–E quem seria essa pessoa?

–Meu irmão

–Sabia que tinha sentindo o cheiro dele por aqui, mas por que precisa da minha ajuda pra isso

–Ta deixa eu te explicar, não devia ter te chamado sem ter explicado antes, meu irmão veio para uma espécie de seção de autógrafos e vai mostrar alguns desenhos dele para o cara que vai estar lá, mas ele não veio sozinho, ele veio com uma garota da classe dele, parece que a sala não permiti a passagem de som, mas acho que pela sua super-audição você consiga escutar

–Não garanto nada, em alguns castelos do inferno existiam prisões assim e era super difícil conseguir ouvir através delas mesmo para mim, posso tentar, mas dependendo da qualidade do isolamento acústico da sala eu posso não conseguir

–Não importa, contanto que você tente para vai ser ótimo

–Certo então

Eu e o William entramos na biblioteca trazendo o mínimo de atenção possível, eu não sabia onde o Michael estava exatamente e não podia deixar ele me ver ou então estragaria todo o plano, lentamente subimos as escadas e antes de chegarmos ao ultimo andar dei uma espiada rápida e subimos ainda mais lentamente, a sala onde seria a seção de autógrafos era a que ficava bem em frente à escada, mas por sorte todos estavam de costas para a escada e isso incluía meu irmão e a garota chamada Ella.

Nos dois entramos em uma das outras salas e ficamos a observar, alguns minutos depois entraram mais algumas pessoas e então a sala foi fechada, a sala era fechada, mas tinha algumas janelas por onde se podia observar o que ocorria lá dentro:

–Acha que consegue escutar daqui? – perguntei bem baixo para William

–Não, alem de lidar com o isolamento da sala onde estão tem este daqui também

–Vamos lá para fora então

Nos dois saímos lentamente evitando passar pelas janelas, então andamos para próximo de uma das paredes da sala e William colocou seu ouvido ali:

–E agora?

–Esta bem melhor, não conseguindo definir direito quem esta falando o que, mas já consigo dizer o que estão falando com uma precisão de 90%

–Ótimo, você acha que poderia conseguir algo aproximado se estivéssemos um andar abaixo

–O que quer dizer?

–É que as pessoas acham estranho verem dois adolescentes com os ouvidos colados em uma parede aprova de som

–Entendo, poderia tentar, mas conseguiria no máximo 70% de precisão e teria que me esforçar bem mais para isso

–Então acho que vamos ter que bancar os estranhos mesmo – disse mandando um sorriso e ele retribuiu com outro um pouco menor e mais sutil

Então colocamos nosso plano em ação, mas ao invés de deixar ele só escutando a conversa eu olhava de relance para a janela em alguns momentos para ver que estava falando para passar para ele a informação, assim seria mais fácil de distinguir caso o Michael falasse ou outra pessoa.

Pelo que William estava entendendo parecia que o homem estava dando diversas dicas sobre técnicas de desenhos e ele estava com mais dois ajudantes que demonstravam as técnicas que ele falava, parecia realmente algo legal, pelo menos pelo que eu podia ver, todos olhavam para os desenhos sem nem piscar e alguns ate faziam rabiscos em folhas a parte tentando recriar as técnicas e Michael era um deles.

Ele parecia feliz em estar ali naquele local, mesmo rodeado com pessoas que ele nunca viu na vida ele estava conversando com dois deles de uma maneira amigável demais, eu nunca vi ele daquele jeito, nunca, ele ate riu.

Depois das dicas começou a sessão de autógrafos e depois dos autógrafos muitas pessoas saíram dali, mas alguns poucos ficaram para mostrar seus desenhos e Michael e Ella estavam entre eles. Cada pessoa foi, mostrou seu portfólio, o desenhista fazia alguns comentários, e então assava para o próximo. O ultimo foi Michael e quando pensei que seria rápido, a dupla demorou bastante, pelo que William entendia o homem realmente tinha gostado dos traços dele e eles passaram longos minutos falando sobre a tremenda habilidade de Michael e sobre um possível estagio dele na escola de artes que o desenhista tinha, naquele momento eu posso dizer que foi a primeira vez que vi aquilo, um enorme sorriso na boca de Michael, mas era algo totalmente diferente de tudo, ele parecia com uma felicidade inigualável, eu quase pensei que ele fosse explodir, mas então o sorriso se desintegrou e ele fechou a cara:

–Eu não posso – disse de cabeça baixa

No fundo eu queria correr e fazer ele mudar de idéia, mas eu sabia o porque ele fez isso, ele era um caçador antes de qualquer coisa, e sabia que um estagio ou qualquer coisa do gênero poderia prejudicá-lo, ele perderia um tempo precioso de tempo e de pesquisa tendo que exercer o oficio que ele escolheu, raríssimos, dava ate para contar no dedo, era o numero de caçadores que conseguiam ter um trabalho estável, Michael não seria um deles:

–Desculpe

–Você deve ter seus motivos – o homem disse dando de ombros e visivelmente triste – se um dia mudar de idéia me procure

O homem entregou um cartão para ele e começou a arrumar as coisas, Michael e Ella lentamente saíram dali e pro sorte ele não se virou na nossa direção, ele só saiu de cabeça baixa rumo a escada e depois sumiu da vista.

Nem eu nem o William comentamos o ocorrido, não tinha o que falar, nos dois então saímos dali e continuamos a seguir a dupla, os dois andavam juntos e Michael queria seguir de volta para a academia e a Ella sendo do jeito que eu acho que ela era provavelmente ia seguir ele, mas eu não ia deixar o encontro dos dois morrer ali, haviam algumas pessoas distribuindo panfletos de um restaurante que prometia um novo menu com varias sobremesas e pratos bem exóticos, eu peguei um dos panfletos e arremessei na direção deles e Ella apanhou ele no ar:

–Ei Michael – ela falou pegando no braço dele

–Sim? – ele disse se virando na direção dela

–Que tal irmos aqui – ela levantou o panfleto bem na cara dele – parece ser muito bom

Michael parecia em duvida, mas depois de um tempo resolveu voltar, que bom que a barriga falou mais alto do que a cabeça, acho que ele já estava a bastante tempo sem comer para ir sem nem argumentar mais vezes.

Os dois andaram em direção ao restaurante, ele não era muito longe da onde estávamos, era bem grande e possui três andares, era um tipo de restaurante temático que era dividido em seis salões, dois por andar, cada um especializado em um tipo de comida, com exceção de um deles que era estilo mais liberal e você podia pegar um menu mais diversificado de diversos países diferentes, mas os outros cinco salões era divididos em comida japonesa, italiana, árabe, francesa e americana, a parte americana parecia mais um self-service enorme onde se faziam dezenas de tipos de hamburguês diferentes, mas também existiam alguns outros pratos.

Michael estava indo para a parte americana que ficava no piso, mas Ella puxou ele ate o primeiro andar onde ficava a parte japonesa e francesa, ela então o empurrou para dentro da parte japonesa e se sentaram em uma mesa no fim do salão, eu então peguei William e o levei ate a parte francesa e peguei uma mesa próxima da porta.

Nos dois nos sentamos em cadeiras belíssimas, eram quatro no total mas só precisaríamos de duas, a mesa era belíssima, feita de um tipo de mármore lustroso, quase dava para ver seu reflexo nele:

–Então William consegui ouvi-los daqui?

–Sem aquelas malditas paredes eu consigo fazer isso facilmente, e não me chame de William

–E como gostaria de ser chamado William? – falei a ultima parte em tom de brincadeira e olhando nos olhos dele

–Chame apenas de Will, toda a minha família me chama apenas de Will

–Certo então, Will – que bom, ele já me considerava parte da família dele, boa Amy, estava já um passo a menos de ser a senhora Maquiavel

–Então o que vamos comer? – ele perguntou, ele não parecia com fome, mas acho que usar sua audição de uma maneira tão forçada tenha cansado ele um pouco – não estou com tanta fome assim, só tenho que manter a barriga cheia pelo menos e me hidratar um pouco também seria bom

Eu também não estava com fome graças ao meu café da manhã turbinado que tomei mais cedo então quando o garçom se aproximou resolvi pedir apenas duas sobremesas, tanto por estar de barriga cheia quanto por causa do horário e fazia tempo que não comia algo doce:

–Dois parfait, por favor – eu disse então o homem saiu rumo a cozinha

Parfait? – Will me perguntou meio surpreso – o que é isso?

–É uma sobremesa francesa – ele me olhou com uma cara de como se dissesse “obvio, nos estamos num restaurante frances” – acho meio difícil de explicar, quando chegar você vai ver, é uma delicia, você não vai se arrepender

–Se você diz

Demorou um pouco ate a sobremesa chegar, vieram dois deles, Will estava meio receoso no começo, mas ao me ver comendo ele também começou a comer e na primeira colherada que colocou na boca abriu um enorme sorriso:

–Mas o que é isso? – ele perguntou de olhos esbugalhados

–O que foi? – tinha que admitir que era muito bom, e aquele lugar realmente fazia um parfait a altura, mas ainda não entendia o porque daquela cara – esta tão bom assim?

–Bom? – ele perguntou quase assustado – bom é pouco para isso

Eu já tinha terminado de comer e ele ainda estava na metade, cada colherada ele parecia ir para o céu, ele sumia do mundo e dava um longo suspiro antes de “voltar”, ele realmente tinha gostado e eu não podia culpá-lo por isso, cada um tem seu gosto e parecia que isso incluía demônios:

–Como um demônio do fogo gosta tanto de uma sobremesa gelada?

–Não sei – ele disse voltando do céu dele – só não consigo resistir a essa coisa

–Você desenha Will? – perguntei tentando não fazer a conversar morrer ali come ele surtando pelo seu parfait

–Eu nunca desenhei – disse colocando a sobremesa de lado – minha mãe me forçou a aprender a pintar quadros quando pequeno, mas só isso, não tinha muito para se desenhar ou pintar no inferno alem de paisagens destruídas mescladas com gritos e torturas que geravam um clima de dor e sofrimento incessantes, não é só porque eu só porque sou um demônio que gosto dessas coisas, mas não vou mentir que em alguns momentos gosto bastante, faz parte da minha natureza infernal gostar dessas coisas, mas não exclusivamente delas

A ultima frase ele disse pegando o parfait de volta e tomando mais uma parte dele, a cada colherada ele parecia mais feliz chegando a abrir um sorriso de orelha a orelha ao enfiar a colher na boca, é parecia que não era só de dor e sofrimento que ele gostava, eu sabia que ele não era mal, ele também tinha um lado bondoso, e viciado em parfait.

Quando ele terminou de comer voltou a espionar a dupla, mas algo me dizia que ele queria era comer outro daqueles, no fundo eu também, mas tínhamos um trabalho a fazer antes.

Os dois comiam um pequeno grupo composto de alguns sushis e sashimis e conversavam como estava sendo o dia ate agora, se você olhasse de longe pareciam ate um casal, eu me perguntei se eu e o Will também não parecíamos.

Quando terminaram de comer pagaram a conta e saíram dali, chamei o garçom e pedi a conta, mas Will não me deixou pagar, ele pegou um maço de dinheiros do bolso e pagou por mim, um total cavalheiro:

–Vou me lembrar desse lugar – ele disse antes de sairmos dali

Depois daquilo os dois resolveram irem de volta para a academia e uma vez, dessa vez eu não interferi, os dois não estavam mais calados e sim ficaram conversando o caminho inteiro, eu fiquei feliz ao vê-lo daquele jeito então pensei em não interferir mais.

Eu e o Will tambem voltamos para academia, não teria mais muito o que fazer agora que o casal estava voltando para lá e não ia criar um encontro forçado com o Will, mesmo que eu tenha feito isso indiretamente a tarde inteira.

Em pouco tempo a gente estavade frente para o portão do colegio, meu irmao e Ella já haviam voltado para seus dormitorios, agora só faltavam eu e o Will, no fundo eu não queria que nosso dia temrinasse ali, mas eu não tinha escolha.

O sol estava se pondo quando, depois de eu conseguir enrolar bastante, resolvemos entrar, ele andou do meu lado o caminho todo, e quando finalmente chegamos na porta do dormitorio feminino resolvi falar alguma coisa mesmo que fosse um adeus:

–Tchau Will – disse acenando mesmo ele estando do meu lado

–Você age como se não fossemos nos ver amanhã – ele disse mostrnaod um curto sorriso, ele realmente parecia feliz, parece que comer algo doce e gelado fazia bem para alguem como ele

–Nunca se sabe não é, vai que de um dia para o outro voce deixa de gostar de mim – falei mais em um tom de brincadeira do que serio

–Não fale isso nem brincando – Will disse se aproximando de mim, nos ficamos tao perto que dava para sentir a respiração e o calor dele – eu jamais faria isso

Quando ele terminou de falar o sol se pos totalmente e lentamente algumas estrelas surgiram no céu:

–Eu realmente gostei de hoje – ele continuou a falar bem proximo de mim – queria que todos os dias fossem assim

Eu pensei que ele fosse me beijar, mas ele recuou e andou nja direçao do dormitorio, eu fiquei com a maior cara de lesada que voces podemimaginar, eu jurava que ele ia me beijar, mas ele simplesmente saiu sem dizer nada, eu realmente não entendi aquilo, tinha alguma coisa errada, a poucos segundos ele estava normal e agora fazia isso, eu gostaria de correr ate ele e pedir uma explicação melhor, mas me controlei e andeio ate o quarto, como ele mesmo disse, nos iriamos nos ver amanhã mesmo.



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Notas finais do capítulo

Para os que não sabem isso é um parfait:
http://img4-2.myrecipes.timeinc.net/i/recipes/sl/07/09/chocolate-parfait-sl-1654595-l.jpg
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