Vida De Monstro - Livro Um - O Começo escrita por Mateus Kamui


Capítulo 10
X - Will


Notas iniciais do capítulo

Desculpem o atraso no post do capitulo galera, culpem o colégio que não me deixou respirar nem um segundo se quer então só tive tempo para escrever recentemente



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X – William

Meu dia não foi dos melhores, não consegue ainda chegar em uma conclusão plausível sobre a tal adaga e não posso entrar na biblioteca sem a permissão do diretor que, pelo discurso que fez, deixou bem claro que isso nunca vai acontecer, traduzindo, provavelmente nunca saberei a verdade sobre aquela coisa, mas como todo bom e orgulhoso demônio eu não vou desistir ate saber a verdade toda, esqueçam a parte do bom porque de bom não tenho nada.

Assim que sai da sala do diretor acompanhado dos irmãos Winchester Amy foi para o seu dormitório com uma cara de raiva que nunca vi nela então acabei seguindo para o meu também, mas nem consegui entrar no meu quarto, pois quando pisei no corredor um cheiro de sangue inundou meu nariz, era sangue humano então corre apressado para fora pensando que Amy pudesse estar machucada, mas o que encontrei foi um pouco diferente do que isso.

Michael estava no chão, ele estava realmente machucado, um ferimento grave na cabeça que fazia sangue jorrar, não em uma quantidade mortal, mas a longo prazo ele poderia morrer, mas o que me surpreendeu foi a criatura que o segurava, fazia tempo que não via um daqueles, um ogro, mas não era um ogro qualquer, ele devia ter dois metros e meio de altura, um amontoado de músculos gigantescos, presas enormes saindo de baixo e de cima da boca para fora, unhas que mais pareciam lâminas e sua pele era vermelho-amarronzado, aquele tipo de ogro era uma espécie de combatente viciado em sangue e carnificina e se alimentava basicamente do coração de outras criaturas, não preciso dizer que o tipo predileto era de humanos não é?

Ele já ia cravar suas enormes e potentes mãos no peito de Michael, mas antes dele fazer isso joguei uma misera labareda de fogo na cara dele e ele se virou na minha direção, sua cara era de ódio por atrapalhar sua refeição, mas ele não avançou na minha direção como esperava, ele só jogou Michael longe e foi andando calmamente na minha direção ate parar bem próximo de mim, a poucos centímetros, nossa diferença física era mais do que evidente quando éramos comparados e provavelmente era nisso que ele estava apostando naquele momento:

-Você deixou sua comida fugir – falei olhando nos olhos vermelhos da criatura que cheirava a sangue e suor

-Não se preocupe vou pega-lo depois, assim que acabar com você – ele disse com sua voz grossa e soltando uma baforada na minha cara com seu hálito horrível que quase me fez querer vomitar de nojo – assim que acabar com você

-Como entrou aqui?

-Da mesma forma que os dois anteriores entraram – ele disse exibindo um sorriso nefasto e suas enormes presas – com a ajuda do meu contratante que é uma pessoa bem generosa por sinal, ele me dera algumas boas gratificações caso eu mate os dois pirralhos Winchester

-Quem é esse tal contratante seu?

-Quem me dera soubesse, ele usa de sigilo máximo nas suas negociações e só fala o necessário sem jamais mostrar nenhuma parte do seu corpo, uma pessoa em interessante posso dizer, mas vamos deixar de conversa

Com um rápido movimento de braço ele desferiu um soco na minha direção, mas eu me esquivei para o lado e seu soco acabou partindo o chão em migalhas, mas antes deu conseguir mandar qualquer ataque ele rodou velozmente o braço e se não tivesse me abaixado ele provavelmente teria me acertado seu potente braço.

Ele abriu novamente o seu horrendo sorriso, provavelmente feliz por encontrar alguém que o divertisse em uma luta, uma pena que ele não riria tanto quando eu o destruísse, mas novamente antes de poder lançar qualquer ataque ele mandou um gancho de direita, eu pulei para trás, mas no mesmo instante um soco vindo da esquerda quase me acertou, tamanho força foi desferida que uma arvore que havia no caminho do soco esquerdo se partiu apenas com o vento causado pelo golpe, se tivesse me acertado eu provavelmente não estaria tão bem assim.

Ele sorriu ainda mais, ele percebeu que se não me desse nenhuma brecha não haveria ataques flamejantes, uma vantagem para ele, mas não necessariamente uma desvantagem para mim, ele avançou novamente com novos socos, mas eu me esquivei um por um e ao ver uma brecha na sequencia acertei um tiro de fogo direto na cara dele, fumaça cinza subiu do rosto dele e se não fosse pelos meus super-sentidos não teria percebido a aproximação de uma enorme clava de aço com espinhos.

Eu me abaixei e tive dois fios de cabelo arrancados, golpe não foi só veloz como mais forte do que qualquer soco anterior chegando a arrancar doze arvores que estavam a vários metros de distancia dali, depois de me recobrar do choque aparente olhei para o ogro, ele sorria ainda mais e segurava sua clava, que era quase da sua altura, como se não fosse nada, mas o que mais me surpreendia ali não era a força do monstro, mas da onde ele tirara a clava já que a única roupa que usava era um short sujo de sangue e rasgado e um anel na mão direita que era a mão que usara a clava.

Era um anel de prata com uma pedra roxa nele, era uma pedra de tamanho modesto, nem grande nem pequeno, e emanava uma aura bem estranha que parecia distorcer o espaço ao seu redor, então me toquei que anel era aquele:

-Um anel de invocação – falei – como conseguiu um desses? Essas coisas não são muito fáceis de serem achadas – na verdade minha família só tinha uma daquelas coisas

Eram anéis raríssimos feitos na época em que a magia ainda era permitida, magos poderosos usando feitiços bem complexos podiam manipular o espaço e usando de parte do seu poder faziam com que grandes armas, com aquela clava, coubessem dentro de pequenas pedras mágicas e com um simples acréscimo de poder mágico voltassem para seu tamanho original e então se retirava o poder e elas voltavam para o anel, era uma forma pratica, rápida e útil de se carregar armas complexas, grandes e pesadas sem fazer esforço e ser percebido:

-Meu contratante me deu como adiantamento do serviço – o ogro disse feliz – bem útil não é mesmo?

-Não para alguém morto – disse encarando o anel, quem quer que seja esse tal contratante ele não é alguém normal, um anel de pedra lunar, um anel de invocação e todos esses itens pertenciam, no caso do anel de invocação “ainda” pertence, a adversários de elevado nível, essa pessoa realmente não deve ser subestimada

Avancei novamente com toda a minha velocidade, não podia deixar brecha alguma nos meus ataques se quisesse vencê-lo facilmente, antes de conseguir chegar ate ele a clava veio novamente na minha direção, mas eu pulei em cima da mesma e com um rápido impulso acertei meu cotovelo no seu enorme nariz.

O ogro cambaleou para trás e colocou sua mão esquerda no nariz que escorria sangue, ele pareceu irritado com isso, mas então suas feições assumiram um sorriso enorme:

-Fazia tempo desde que alguém havia me feito sangrar demônio – ele disse tirando a mão do nariz e me encarando com seu horrendo sorriso – parece que vou me divertir como nunca me diverti antes

A criatura avançou novamente e aquilo já estava me deixando irado de raiva, no momento em que ele mandou sua clava em direção a minha cabeça eu parei a clava com as mãos nuas, o ogro pareceu espantado com o fato de alguém com um físico muito, muito mais fraco que o dele aparentemente ser capaz de parar o seu ataque.

A criatura ficou me olhando furiosa, o sorriso do ogro sumiu de seu horrendo rosto e no lugar surgiu uma feição de raiva ainda mais feia que as anteriores, ele tentou colocar ainda mais força no seu golpe, mas a minha força era infinitamente maior que a dele, não havia chances de um misero classe B me vencer em qualquer coisa, então aumentei minha força só mais um pouco e esmaguei a clava em milhares de pedacinhos.

O ogro olhou-me estarrecido, ele provavelmente nunca imaginou que alguém pudesse quebrar a sua clava, mas então sua feição mudou para um longo sorriso, maior e muito mais feliz do que os anteriores, eu não entende o motivo do sorriso, ele parecia gostar da clava então por que ficaria feliz com o fato deu destruí-la? Eu então avancei em sua direção e acabei entendendo o porque do sorriso dele, meu corpo não se mexia nem mesmo um único centímetro:

-Há há há há – ria o ogro altíssimo – você caiu na armadilha pequeno demônio

Ele se aproximou de mim e me pegou pelo pescoço me levantando a meio metro do chão e me olhou bem nos olhos:

-Meu contratante me avisou da pessoa orgulhosa e impulsiva que você é então ele me deu uma nova clava bem especial se assim posso dizer, eu não sei como ele fez, mas de acordo com ele a arma tinha por dentro uma espécie de mini-câmara hermeticamente fechada e dentro da câmara tinha uma espécie de liquido venenoso com ponto de ebulição igual ao da temperatura que esta agora a noite, ou seja, quando você quebrou a clava liberou o gás no ar e então ele virou gás no mesmo instante e adivinha só o que aconteceu depois? Você respirou todo o gás

-Impossível – eu disse, mas meu corpo realmente não podia se mexer – então por que você consegue se mexer?

-Obvio não? Eu bebi o antídoto para o veneno, mas não se preocupe demônio ele só serve para paralisar os músculos, ou seja você ainda pode sentir coisas como dor

Ele me arremessou em direção ao chão com sua tremenda força, eu senti algo subir pela minha garganta, era sangue, então acabei cuspindo tudo, tentei falar algo, mas os músculos da minha boca lentamente paravam de funcionar e minha respiração começou a diminuir de ritmo, significava que meu diafragma e meus músculos intercostais também estavam falhando, se continuasse assim eu não poderia mais respirar, isso significava que ele afetava todos os músculos sem exceção, isso incluía o coração:

-Então demônio, já esta sentindo a falta de ar, quando sua respiração falhar totalmente só terá mais um minuto ate o veneno chegar ao coração e você já era, agora é melhor eu ir atrás dos Winchester ou então não recebo o resto do pagamento

No momento em que ele deu as costas para mim uma bala atravessou seu olho esquerdo indo para em um arvore próxima, o ogro gritou de dor colocando a mão sobre o olho perfurado, sangue escorria do buraco que havia sido bem grande, o monstro olhou em direção da onde veio o tiro, Michael estava em pé segurando suas duas armas de fogo e com sangue ainda escorrendo de suas feridas, ele já devia ter perdido uma boa quantia de sangue, mas mesmo assim insistia em ficar de pé, ele era orgulhoso e insistente demais, quase tanto quanto eu, quem dera pudéssemos ser amigos, mas eu não tenho e nem quero ter amigos.

O ogro tirou a mão do olho e avançou em direção a Michael que o recebeu com uma chuva de balas que acertaram todo o seu corpo, não desperdiçando uma única bala se quer, mas o ogro não parou por nada e acabou pegando Michael pelo pescoço, seu corpo estava cheio de tiros no abdômen e no peitoral e mais um no rosto, entre o nariz e o lábio superior deixando o monstro mais feio que antes:

-Maldito Winchester – falou o ogro – espero que o pagamento valha a pena

-Você não vai viver tanto para ver esse dinheiro – disse Michael

-É mesmo caçador? E quem vai me matar? Você? Suas balas mal afundam nos meus músculos, você só conseguiu me ferir porque pegou meu olho

-Então só tenho que pegar outra parte sensível do seu corpo, alem disso queima roupa deve ser mais efetivo não – Michael fez um rápido movimento com a mão e enfiou sua arma negra dentro da boca do ogro e deu um tiro

Fumaça subiu e o ogro largou Michael no chão e então caiu, fumaça não parava de sair da boca dele e dava para se ver uma pequena quantia de sangue escorrendo, Michael estava acabado no chão, ele provavelmente não conseguia mais se mexer de tanto sangue que perdeu, por um instante ele suspirou pensando que havia ganho o combate, mas então a criatura se levantou do chão e não parecia das mais felizes:

-Maldito Winchester! – o ogro gritou jorrando sangue – eu vou acabar com você

-Como é possível – Michael disse olhando para o monstro que tinha um buraco que ia da boca para o cérebro, o tido devia ter destroçado todo o cérebro do ogro reduzindo-o a purê, mas não aconteceu nada

-Vocês caçadores realmente pensão que são os melhores não é? Mas na verdade não são nada, minha pele é resistente, mas meus ossos são ainda mais que meus músculos, então quando você atirou a bala se chocou contra meu crânio que é o osso mais duro do meu corpo e perdeu tanta força e velocidade que só triscou no meu cérebro, mas não causou dano algum

-Desgraçado

-Eu vou acabar com você caçadorzinho

O ogro andou em direção a Michael mais uma vez, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa ele voou com uma bola de fogo que acertei nele, lentamente ele se levantou com o braço queimado e me olhou incrédulo, eu estava em pé com mais uma bola de fogo preparada e o ogro parecia surpreso com esse fato, mas pra mim não:

-Como você ainda pode se levantar depois de inalar aquela quantia de veneno, já era pra você estar morto pelo fato do seu coração e pulmões terem parado

-É você tem razão – disse me espreguiçando, os músculos ainda estavam dormentes então fiz um rápido aquecimento – se é claro o seu veneno ainda estivesse em mim

-O que quer dizer?

-Simples, parece que esse seu veneno vira vapor na temperatura ambiente e não gás como você disse

-E daí? – ele perguntou intrigado

-Simples, mas primeiro você teria que saber a diferença entre gás e vapor – ele me olhou ainda mais intrigado – você pode fazer um liquido virar vapor causando tanto uma mudança de temperatura quanto de pressão

-E daí?

-Com os gases a coisa é um pouco diferente, você só pode fazer um gás virar liquido causando uma mudança de temperatura

-E daí?

-Seu vapor venenoso funciona de uma maneira bem interessante, parece que o veneno só afeta o corpo se estiver no estado liquido, algo que não é muito difícil já que na pressão sanguínea que gira em torno de 120 à 70 mmHg o vapor volta a se tornar liquido pela diferença de pressão entre o meu corpo a pressão atmosférica que vale 760 mmHg

-E daí? – o ogro parecia perder seu interesse e estava ficando com raiva, ótimo pra mim

-Esse veneno exige uma pequena diferença de temperatura e de pressão para mudar de estado físico e isso também conta para ele ir de vapor para gás, é tanto que a apenas 40°C ele vira gás, e já que a temperatura interna do meu corpo gira em torno de 45 a 50°C seu veneno virou gás e como gases não mudam de estado físico pela diferença de pressão eu não preciso me preocupar com seus efeitos colaterais que sumiram alguns segundos depois de começarem

-Isso significa que meu veneno só funcionou com você por pouco tempo ate ele virar gás dentro do seu corpo?

-Exato

-Maldito demônio

Ele correu furioso na minha direção e com a boca aberta e mais lento, que imbecil, eu peguei a bola de fogo que tinha e arremessei bem na boca dele fazendo ela ficar mais queimada do que já estava e soltando mais fumaça, parecia que as balas haviam o deixado mais lento, ele caiu no chão e então se levantou meio tonto, quase caindo de novo:

-Parece que ter tanta fumaça na cabeça não ajuda não é – falei e ele pareceu me escutar

-O que quer dizer?

-O machucado na sua cabeça só tem uma entrada porque a bala não atravessou então toda a fumaça que saiu da bala junto da fumaça da minha bola da fogo junto do metais e pólvora que saíram do tiro estão dentro do seu cérebro nesse exato momento

O ogro cambaleou para trás pela tontura, ele devia estar sentindo colaterais bem grandes e não devia entender o porque, ele deve pensar que foi só pelo que eu disse, mas não é só isso, o caçadorzinho colocou uma espécie de entorpecente potente nas balas, elas não fariam efeito sem atravessar os músculos dele então ele se deixou pegar e acertou o tiro na cabeça para chegar mais rápido no cérebro:

-Malditos – o ogro dizia com fraqueza – malditos sejam vocês dois

-Que seja – falei – já estou cansado de você

Então estalei os dedos e o ogro entrou em combustão espontânea, ele se descontrolou com as chamas crescentes, mas não podia se mexer direito então as chamas o engoliram rapidamente:

-Maldito demônio, você ainda tinha essa carta na manga? – ele disse virando cinzas

-Você não entende mesmo não é – eu olhei para o amontoado de cinzas e andei ate lá – você nunca foi um adversário para mim

As cinzas então foram levadas pelo vento deixando ali apenas as balas dos tiros que ficaram alojadas no corpo do ogro e também o seu anel mágico, eu peguei o anel do chão e arremessei na direção de Michael, ele estava acabado e cheio de sangue seco no seu corpo, mas se mantinha consciente:

-É seu – falei dando de costas para o caçador, ele sobreviveria sem mim, ou pelo menos eu pensava que sobreviveria

-Por que eu ia querer isso?

-Assim da próxima vez não vai ter que ir ate seu dormitório todo machucado pra pegar essas drogas que chama de armas

-Preocupado comigo monstro? – ele disse se levantando com o anel em mãos

-Nem um pouco, só quero que viva tempo o suficiente para eu mesmo te destruir em um dia quando meu tédio for grande e eu não tiver nada pra fazer alem de matar um verme de baixo nível como você

Eu dei as costas para Michael e comecei a andar em direção ao dormitório e tinha certeza que as duas armas dele estavam apontadas para mim, mas continuei a andar e entrei no meu dormitório sem tomar tiro algum.

Entrei no quarto e fui direto para o computador, eu estava usando aquela maquina com uma freqüência maior do que gostaria, e comecei a pesquisar sobre possíveis pessoas capazes de contratar monstros e ainda possuir itens mágicos, mas não encontrei nada convincente o suficiente para ser o tal contratante, então fui para o banheiro e usando uma pequena faca que tinha nas minhas coisas cortei meus pulsos para deixar o sangue envenenado sair do meu corpo, não era bom deixar um veneno correndo nas suas veias mesmo que ele não te faça mal e já que eu não morreria por falta de sangue não me preocupei.

Depois que todo veneno saiu do meu corpo minhas feridas se fecharam instantaneamente e fui pra cama, meus dias naquele colégio estavam indo cada vez piores, mas ao menos aquelas lutas e a tal pesquisa sobre a adaga acabavam com meu tédio.

Só foi me deitar sobre a cama que adormeci, quando acordei já tinha que ir para a aula, fiz o mesmo de sempre e sai do meu quarto, quatro ogros jogavam futebol americano no corredor me lembrando da noite passada, passou por um segundo na minha cabeça a idéia de que eu deveria ter ficado com o anel, mas não importa agora, eu não tinha nenhuma arma mesmo, e nem precisava.

Andei e fui pra sala, como sempre ninguém ali, mas no momento em que coloquei minhas coisas no lugar Amy entrou em sala:

-Droga, será que nunca vou conseguir chegar antes de você?

-Provavelmente não – disse me sentando no meu lugar, ela ficava linda pela manha, muito linda

Ela ajeitou suas coisas no lugar e poucos minutos depois os nerds humanos começaram a chegar também, e como sempre discutindo, agora era sobre qual a melhor empresa de quadrinhos, dc comics, marvel comics, ou vertigo, no mesmos segundo Amy se meteu na conversa defendendo a marvel, qual era o problema com esse povo? Eu fiquei só lá escutando os argumentos de cada falando sobre qual tinha os melhores heróis e outro dizendo que a vertigo não devia contar porque era parte da dc comics, já outro dizia que a marvel plagiava a dc e outro que a dc plagiava a marvel, e assim foi a conversa toda ate que algumas meninas entraram em sala e Amy correu para conversar com elas, ela conseguia mudar de assunto com uma velocidade espantosa e ela tinha algo que a fazia amiga de todos facilmente, algo que eu não tinha.

Peguei e coloquei meus fones de ouvido e comecei a escutar rock clássico, aquele vicio humano que eu não conseguia abandonar, maldito seja o rock, mentira ta não levam a serio essa parte, eu amo essa coisa humana, acho que das coisas que eu gosto o rock só perde para aquela garota que agora sorria na minha direção, e que sorriso, e que garota, Amy era quase uma deusa de tão perfeita.

Com o passar do tempo o professor entrou em sala e eu sem me importar acabei adormecendo, não sei quanto tempo, um segundo, um minutos, um dia, mas sei acordei com os alunos gritando feito loucos, pensei que o fim da raça humana tivesse chegado pelos gritos, finalmente, mas não era nada disso, era só uma questão de álgebra que o professor passara, mas para os alunos parecia o fim do mundo, parecia que quem não conseguisse responder não ia para o intervalo então presume que já estivéssemos na segunda aula do dia que é a que antecede o intervalo.

A questão era simples só aplicação pura de formula, mas para aquele povo parecia um inferno pessoal, mas nessa hora eu averigüei algo bem interessante, na hora do desespero humanos e monstros eram iguais, todos ficavam fazendo escândalos gigantescos e gritando em desespero, realmente a matemática humana era incrível pois conseguiu em um segundo fazer o que tentamos a milênios e milênios, acabar com essa intriga entre raças.

A aula acabou e somente eu, Amy e os nerds fizeram a questão, ainda digo que ela era fácil, mas o professor como boa pessoa que era liberou todo mundo mesmo assim, eu fiquei em sala só ouvindo musica e pensando em alguma forma de entrar na parte secreta da biblioteca que deveria conter o livro que falava sobre a tal adaga, mas nada vinha na minha cabeça no momento.

O tempo passava e aos poucos a sala foi se enchendo de novo para a próxima aula, e o resto da manha se seguiu calmamente, ao fim da aula fui falar com o diretor não podia deixar a chance de entrar na biblioteca lendária ir por água baixo, mas quando estava no corredor para ir para a sala do diretor Michael estava parado na frente da escada, ele usava uma atadura na cabeça e provavelmente uma no peito, ele também carregava o anel mágico no dedo anelar:

-Você não vai falar com o diretor – Michael disse

-E quem você pensa que é para falar isso?

-Estou falando isso pro seu bem, uma vez que ele diga não, é não

-E por que esta falando isso? Não vai amolecer comigo só por causa do presente vai?

-Presente? Fala desse anel, eu nem mesmo consigo usá-lo então me é inútil, eu só o uso porque eu quero e outra, não vou te parar pelo seu bem, mas sim pelo meu, se o diretor ficar com raiva não é só você que vai sofrer sabia?

-Que seja – continuei a andar ignorando o aviso dele, mas então o diretor desceu as escadas e me olhou nos olhos, eu me sente um pequeno verme perante aquele olhar, ele parecia uma montanha e eu uma misera formiga

-Para sua pergunta a resposta é não – ele disse rispidamente – e para a segunda, tenho minhas duvidas

Esse diretor era bom, normalmente quando você tem sua mente lida por alguém se ele for mais fraco você consegue perceber isso, quando é do seu nível e você é bem treinado pode perceber com dificuldade, mas quando é por alguém mais forte então você não percebe nada a não ser que ele queira e normalmente quanto mais fundo você vai na mente mais demora e mais fácil fica de perceber a leitura, mas esse cara leu meus pensamentos mais profundos em menos de um segundo e eu nem em toquei:

-Então porque não me diz sua hipótese?

-Hipótese sobre o que? – perguntou Michael

-Sobre quem esta contratando esses caras que vem aqui – falei

-Sim isso mesmo, existem duas probabilidades e lhe garanto que nenhuma das du me agrada

-Fale logo então – fui mal-educado, mas a tensão estava me matando

-Primeiro, uma outra família de caçadores

-Só pode estar brincando – disse Michael visivelmente irritado – nenhuma família atacaria outra, iria contra o tratado dos caçadores que diz que nenhum caçador pode ferir outro

-Exato, nenhum caçador, mas eles poderiam contratar algum monstro para fazer o serviço sujo, só não sei porque eles machucariam logo uma das três grandes famílias, mas ai vem a segunda e mais provável e a que eu menos gostaria, um grupo que realmente quer o fim da sua família a cima de tudo, principalmente o seu

-E quem seria esse grupo? – Michael perguntou intrigado

-The Killers – esse daí eu conhecia bem 

Os the killers eram um grupo de monstros todos da classe B e com três lideres classe A que eram odiados por todos, monstros e humanos, pelo fato de tentarem dominar ambos os domínios, eles nunca conseguiriam, ninguém conseguiria, mas mesmo assim eles geravam vários problemas pelo mundo tanto humano quanto dos monstros:

-Por que os the killers iam querer os winchester mortos? – perguntei

-Simples, a pouco tempo atrás mandei o vice diretor, pai de Michael e Amy, ir num trabalho, cuidar de uma provável base dessa organização onde provavelmente estaria um dos lideres do grupo

-Entendo, se o líder dói morto, ou simplesmente ferido eles vão querer vingança e a melhor forma disso é matar o lado fraco da família, ou seja, os dois caçadores mais novos e obviamente mais fracos

-Exato, esses caras devem ser membros do grupo ou foram contratados por eles

-Discordo nos dois pontos – falei olhando para o diretor que em olhou com uma cara de surpresa

-Por que você discorda senhor Maquiavel?

-Primeiro ate onde eu saiba os caras que vieram aqui deixando bem claro que foram contratados por algo ou alguém e ate onde eu saiba the killers não contratam terceiros para fazerem seus trabalhos sujos

-Você tem razão nos seus pontos, mas ai sobra o que eu não gostaria que fizesse isso, uma outra família da caçadores confrontar outra, já faz séculos desde do ultimo combate entre elas, o combate que por acaso definiu as três grandes famílias atuais, então só me resta acredita que é obra do the killers

-Se o senhor diz

Eu então saí dali, ele deixou bem claro que não ia me deixar entrar por nada nesse mundo então teria que encontrar o meu próprio jeito, algo que eu já estava esperando.

Fui direto para a biblioteca e entrei na parte particular dos monstros, só haviam alem de mim mais dois ali, continuei a busca por alguma pista para resolver todos os problemas que me atormentavam, mesmo sabendo que se houvesse uma resposta para eles não estaria naquele local.

Passei a tarde na biblioteca novamente e nada de chegar a um resultado plausível sobre a adaga, então desisti disso e saí da biblioteca, faltava pouco tempo para anoitecer e então vi Amy vindo do portão do colégio, isso significava que ela tinha saído e estava voltando de algum lugar, minha curiosidade foi maior do que meus movimentos e quando percebi já estava de frente para ela.

Ela pareceu assustada com meu súbito aparecimento, eu então a estude de cima para baixo, ela vestia a roupa do colégio como sempre, mas o que ela tinha em mãos me deixou bem surpreso, era um livro, em grosso, com a capa dura e de couro e com um nome escrito, diário.


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Notas finais do capítulo

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