Praedestinatum Em Busca Do Sonho. escrita por vanessa-vvf


Capítulo 2
Se a lenda estiver certa, hoje ocorrerá um encontro memorável, quase perfeito_Thiago.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura



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Glossário:

1 Pacem: Paz.

2 Exercitus: Exército.

3 Somnium vastator: Destruidor de sonhos.

4 Interfectorem: Assassino.

5 Fraternitas: Irmandade.

6 Messor: Ceifeiro.

7: Elementorum Origo: Origem elementar

Capítulo 1: Se a lenda estiver certa, hoje ocorrerá um encontro memorável, quase perfeito_Thiago.

Quase dezessete anos haviam se passado desde o secreto encontro dos Líderes Elementares em Pacem[1]. E durante este tempo ocorreu mudanças extremas nas quatro regiões mundiais.

Entre uma das mudanças, foi necessária a criação do exercitus[2], uma liga militar da junção dos três elementos – Água, Ar e Terra – Que lutavam contra o pequeno e poderoso grupo comandado pela Somnium Vastator[3], uma organização que se rebelava contra o governo mundial. Por isto, todo o ano existia a prova para os alistados que queriam se transformar em interfectorem[4].

E aquele era o tão aguardado dia da prova do ano 524 de acordo com o calendário fraternitas[5].

Uma enorme área descampada com pelo menos 150 m² estava disponível para os alistados.

Observou-se ali um jovem rapaz descontraído, que possuía as mãos dentro do bolso da calça escura, embora analisasse atentamente seus concorrentes. Ele tinha cabelos curtos e loiros e seus olhos da cor branca prateada e com íris da cor preta. Aspectos físicos que atualmente eram tão raros.

– Merda – Ele resmungou ao perceber que havia mais concorrentes naquele dia da prova.

Todos sabiam que aquela era a prova mais difícil e concorrida do exercitus, que oferecia 10 vagas contra o número médio de 600 inscritos ao ano, todavia aquele ano demonstrava haver mais inscritos.

Mesmo sabendo disto, o rapaz loiro não se intimidou e exclamava mentalmente que ele deveria ser um entre os dez finalistas.

Assustou-se ao sentir levemente um tremor e ele não era o único que parecia surpreso. Ouviu um homem alto, e bem mais velho que si, ao seu lado exclamar:

– Eu não acredito, ele é um Messor[6]!

Surpreso, o loiro arqueou as sobrancelhas. Por qual motivo um Messor estaria ali? Queria descobrir sobre quem o homem ao seu lado se referia, porém não conseguia enxergar porque a multidão de inscritos tampavam o Messor, mas visualizou um homem sendo erguido, surpreendeu-se ao perceber qual era a maneira.

A terra sobre os pés do Messor erguia-se como uma coluna composta de pedra e terra. E assim, quando chegou a aproximadamente 15 metros de altura à coluna estagnou.

O loiro surpreendeu-se ao ver alguém usando um dos poderes elementares, que era um controle raro. Fazia muito tempo que não via algo como aquilo.

– Prestem atenção! Eu vou gritar nesse tom e se não estiverem ouvindo o problema é de vocês, não falarei mais alto do que isso!

Imediatamente o loiro foi empurrado para frente, a multidão de inscritos queriam se aproximar e prestar atenção nas instruções de seu superior.

– Insetos aí em baixo! - Exclama o Messor de olhos verdes, pele clara e cabelo curto de tom escuro - Prestem atenção em minhas palavras! Porque eu não vou repetir! Todos vocês vão fazer uma fila única em direção a mesa localizada à esquerda, as atendentes da mesa entregarão um papel para cada participante. Quando todos os alistados já tiverem pegado esse papel branco ele mudará de tonalidade. Os papéis que ficarem com a cor vermelha desclassificarão seu respectivo dono, os de coloração azul os classificarão, permitindo ir para a próxima fase. Boa sorte, insetos!!! - Exclamou com um sorriso sarcástico, mas o loiro podia jurar que ainda ouvia ele xingar novamente os alistados e nomeá-los novamente de “Insetos”.

– Isso é uma injustiça! - Falou um senhor ao seu lado. O loiro indagou como alguém como ele, com tal idade, ainda queria se alistar no exercitus – Eu nunca passo dessa fase! Sorte! Oras! Não é assim que deveria se escolher um Interfectorem. Há vinte e três anos me alisto nessa porra e nunca passo da primeira fase!

O loiro rapidamente se afastou do senhor, indignado com a ignorância do homem. Se ele não passou em vinte e três anos não passaria mais, afinal, como ele poderia dizer que aquela prova era sobre “Sorte”? Suprimiu a risada e se afastou daquele aglomerado de gente. Esperaria todos pegarem aquele maldito papelzinho para depois pegar o seu calmamente, e não naquele tumultuado de gente.

Sentou-se na grama fresca e olhou para o céu. Ainda era bem cedo, mesmo assim o sol já se mostrava bem presente e quente, aquele era um lindo dia, onde não existiam nuvens e o vento era constante. Agradeceu pela prova ser iniciada por um clima daquele.

Sabia que muitas pessoas de mau caráter e “burras” roubariam os papéis de outros participantes mais frágeis, começando assim uma enorme corrupção da população existente.

– Burros – Murmurou já visualizando o que havia imaginado.

Afinal, a quantidade de papéis não garantia a passagem para a outra fase, talvez até prejudicasse.

Percebeu que demoraria pelos menos uns quarenta minutos só para que 70% daquelas pessoas pegassem seus papéis, por isso deitou-se tranquilamente na grama, fechando os olhos e inspirando mais forte. Agradecia mentalmente por aquela brisa presente que sentia sobre o seu corpo e que o relaxava, havia viajado tanto para chegar até lá que o cansaço já lhe trazia suplícios de um cochilo, e foi o que fez, entretanto o sonho misturou-se com lembranças ruins. Lembranças no qual fugia.

Ele imediatamente abriu os olhos, assustado. Seu passado continha as piores lembranças de sua vida.

Embora mantivesse seus olhos abertos naquele instante, Lucas sabia que jamais conseguiria esquecer do que viveu e por isto os pesadelos nunca cessavam.

Aturdido, Lucas olhou em direção das mesas que distribuíam os papéis, percebeu que já estavam vazias. Ergueu-se e andou rapidamente até uma mesa, sem a necessidade de pegar fila, porque era o último inscrito que faltava para pegar o papel.

Parou na frente de uma mulher que talvez tivesse a mesma idade que ele. Percebeu que ela até que era bonita, com os seus cabelos castanhos curtos e olhos claros. Reparando no olhar do rapaz sobre si, ela sorriu, um sorriso até simpático de mais, logo depois ela entregou gentilmente o papel, tentando dizer com uma voz mais sensual que tinha:

– Boa sorte.

Ele pegou o papel sem nem olhar direito nos olhos dela ou retribuir o sorriso. Aquela mulher não chegava nem aos pés dos dela.

Observou que o papel em suas mãos já se encontrava com a coloração azulada.

– Nossa! Você é sortudo mesmo! - A garota tentava parecer mais simpática e gentil possível, embora ela realmente se surpreender com a rápida classificação dele.

Mas aquilo, somente ocorreu, porque o Messor acompanhou com o olhar o último participante, e assim que Lucas pegou o papel, o Messor estralou os dedos, e imediatamente as cores aparecem. Então iniciou-se o problema. Vários murmúrios de protestos contra o modo de seleção.

Lucas fitou a cor do papel azul e fez um singelo sorriso, encarou a moça que se ajeitou na mesa, mexeu em uma das mexas do cabelo e aumentou o sorriso. Mas ele não estava com um sorriso simpático, não, e a mulher não conseguia também perceber. Ele tinha um sorriso irônico.

– Realmente, eu sou o mais sortudo para o azar - Disse com rispidez e sentindo o amargo na boca, um gosto que odiava, mas que nunca o abandonava.

– Ora, ora... Finalmente veio fazer a prova. – Afirmou alguém que se aproximava da mesa, Lucas surpreendeu em se virar e ver que o Messor que lhe dirigia a palavra. Observou melhor e percebeu que o homem não deveria ter mais que trinta anos, era bem mais alto que ele e também possuía músculos bem mais desenvolvido. Ambos se encararam - Já estava mais do que na hora de vir fazer a sua inscrição, seus tios ficarão muito felizes em descobrir que já passou da primeira fase. - Informou com um sorriso irônico. Lucas ainda estava confuso, questionando-se como aquele homem o conhecia - Conheci você ainda muito pequeno, muito mesmo. Em uma reunião com seu pai. - Informou como se pudesse ler a mente do loiro naquele instante.

O adolescente engoliu seco, somente por saber sobre quem o Messor se referia. O homem percebeu o desconforto do jovem, ficando também. Mas aquilo não duraria muito.

– Você! - Gritou um grandalhão em direção do Messor – Como eles... - E apontou as pessoas a sua volta, sabendo que haveria tanto pessoas que passaram quanto as que não passaram. Mas isso não importava, e sim, porque ele não havia passado. Pois achava que de todos, era o mais forte e assim o mais hapto.

O Messor girou os olhos, sabendo que aquilo ia acontecer igual a qualquer outro ano.

– Os brutamontes sempre são os piores. – Confessou em um murmurou o Messor, e Lucas segurou um riso em concordância.

Logo depois o chão começou a vibrar; assustando a maioria dos participantes, mais uma vez.

– Isso é só um alerta! Se alguém ainda é contra os métodos de desclassificação vai ter que passar por mim! Alguém se atreve!? - Desafiou o Messor, encarando principalmente o grandalhão.

Lucas observou que o grandalhão era quase um metro mais alto que o Messor, um de seus braços eram aproximadamente dois e meio do moreno, e as cochas então? Pelo menos umas três. O loiro nem quis comparar o porte físico do grandalhão com o dele, seria realmente humilhante. Mas ele sempre soube, aprendeu aquilo com a vida, tamanho realmente não significava força.

O grandalhão correu em direção do Messor que resmungou alguma coisa que o loiro não pode ouvir. O moreno esperou o brutamonte se aproximar, o restante não conseguiu acompanhar com os olhos. Quando percebeu o grandalhão já estava no chão desmaiado, com um rombo marcando perfeitamente um punho no abdômen e com a camiseta branca rasgada.

– Insetos... E eu ainda tenho que perder o meu tempo com eles. E aí! MAIS ALGUÉM QUER ME ENCARAR!? PORQUE EU NÃO TO DE BOM HUMOR AGORA NÃO! E EU VOU DESCONTAR NO PRÓXIMO! E AÍ!? VÃO AVACALHAR MESMO!? - Imediatamente o moreno viu os desclassificados desaparecem, umas multidões saindo apressadas, alguns ainda partiam reclamando em murmúrios, mas todos temiam um Messor, afinal é uma patente superior aos Interfectorem, e se eles julgavam que já era difícil se tornar um interfectorem imagine então um Messor. – Medrosos... Só porque eu queria bater em mais alguém. Você! - Apontou para um dos fiscais que trabalhava para o exercitus. – Pegue o corpo desse cara e tire-o daqui. – Dizia se referindo ao grandalhão desacordado - Deixe-me ver… Não é que nesse ano apesar de terem mais inscritos menos que 50% foram classificados. Tesc! A qualidade está caindo mesmo.

Lucas observou o Messor se aproximar de alguns fiscais. Atento as palavras anteriores ele olhou ao seu redor. Realmente, antes aquele lugar tão cheio estava bem mais vazio, e confirmou que mais da metade dos concorrentes já haviam sido desclassificados. Reparou que havia apenas homens lá; não que fosse proibida a inscrição de mulheres, mas aquela não era uma profissão almejada pelas mulheres. Primeiramente o condicionamento físico sempre tinha que estar impecável, logo depois o psicológico. Afinal, uma profissão daquelas fazia-se o que era mandado e acompanhava-se casos que abalaria o psicológico de qualquer humano, então também não era raro existir boatos de Interfectorem que enlouqueceram, principalmente naquela época de guerra. Por estas razões tal cargo era maioritariamente ocupado por homens.

O Messor se aproximou de um homem baixinho e careca, com o rosto pouco proporcional e com olhos azuis bem claros, atentos a cada pessoa naquele lugar. O moreno parou ao lado do amigo, sentou-se na grama fresca e suspirou alto. Odiava ter que ficar naquele ano como fiscal da prova, bem, pelo menos odiava as primeiras fases, que eram sempre as mais chatas; porque as últimas eram mais interessantes e destacavam-se candidatos pródigos, por isto era até comum Messores e Interfectorem em folga aparecerem lá para presenciarem as provas finais. Mas para o moreno fazia anos que não aparecia ninguém que lhe surpreende-se, a última e única pessoa que fizera isso, havia se tornado uma Interfectorem na prova há dois anos, e ele sabia que mais ninguém o surpreenderia melhor do que ela. Mas seus pensamentos foram interrompidos com as palavras do amigo gorducho e careca:

– Duzentos e vinte alistados estão na segunda fase, senhor. E entre eles só existe uma garota; o senhor a conhece, na verdade, nós dois a conhecemos, mas não sei o motivo pelo qual ela está aqui, achei que o pai dela havia a proibido. – Alertou, olhando para os cantos, conferindo se não havia ninguém ouvindo a conversa.

– Eu que a trouxe aqui, Carlos – Confessou o Messor.

– Oras! Está louco, Thiago? - Rapidamente o careca articulava desengonçadamente preocupado por tal atitude de seu tão antigo amigo. Thiago se ergueu do gramado e colocou a mão no ombro de Carlos.

– Relaxa, ela é boa, sei que tem muito para aprender e seria melhor se já a tivessem lhe ensinado, mas se ela for tão boa quanto o pai, talvez, tenha um destino tão parecido quanto o dele.

– Oras, você não deveria se meter em assuntos que não é chamado! O líder da Terra irá te punir quando descobrir...

– Talvez, mas deixe-me conferir algo antes. Se a lenda estiver certa, hoje ocorrerá um encontro memorável, quase perfeito. Só está faltando uma única pessoa.

Mesmo o careca não entendendo muito bem as palavras do amigo que se afastava dele e ia em direção do centro daquela área, ele o encarava intrigado. O conhecia há muito tempo, sem contar é claro, que seu sexto sentindo - muito mais apurado que de qualquer outra pessoa comum - dizia que algo muito importante não demoraria a acontecer. Sabia que o intuito daquela prova não era mais escolher os próximos Interfectorem, havia um toque do destino maior que qualquer um poderia imaginar, ele conseguia sentir.

– Todos vocês! Se aproximem de mim! Vou dar as novas instruções para a segunda fase da prova! - Ordenou Thiago, o Messor.

Lucas se aproximou, calmamente, e diferente que da última vez, ninguém corria ou empurrava o outro para se aproximar do Messor, pareciam até mesmo muito autossuficientes para isso.

– Deveria parabenizá-los por terem passado daquela fase, mas não farei isso. Aquela fase é a mais ridícula que existe, onde vocês realmente precisam apenas ter o mínimo do mínimo para se tornar um Interfectorem! É agora que realmente começa a prova, e espero que estejam seguros de si e prontos o suficiente para passarem! – Ele ergueu o braço, fez um sorriso zombeteiro e estralou os dedos; depois fechou os olhos lentamente e todos sentiram o chão vibrando novamente, ficaram atentos a tudo e todos, não sabiam se aquilo já fazia parte da segunda prova, foi então que perceberam que a alguns metros do Messor a terra estava sendo demarcada por quadrados com áreas diversas e números inscritos em cada uma. Alguns participantes corriam do local demarcado, temendo que acontecesse algo inesperado no solo que estavam. Quando Thiago abriu os olhos o tremor acabou - Olhem para seus papéis, neles existirão uma numeração. Achem o quadrado com o seu número. Em cada quadrado demarcado haverá quatro participantes, e assim serão formados times, os seus times para a realização da segunda prova. Serão ao todo 55 equipes, e não esperem que foram escolhidos aleatoriamente, porque não foram, e sim, montados de acordo com o fluxo natural que identifiquei em cada um e montei uma coesão espiritual. - Explicou encarando a multidão de inscritos que permaneceram em absoluto silêncio - Mas o que vocês estão fazendo aí parados!? Vão atrás da numeração de cada quadrado que estão nos papéis! E rápido! Não temos à tarde inteira para isso!

Lucas resmungou algo como “Idiota” por reparar no caráter explosivo do Messor, que pelo visto era o líder dos fiscais e o responsável pela prova naquele ano. Sentiu um arrepio ao se lembrar que aquele homem sabia quem era e possivelmente de seu passado, odiava quando se encontrava com alguém que o conhecia.

Olhou para a pequena tira de papel azulada que ainda tinha e nela estava marcado em preto o número dezessete, ficou curioso em descobrir como o Messor controlava aquele papel, para ele já estava mais do que óbvio que o Thiago dominava o elemento terra. Julgou confiantemente que aquele era um dos Messores mais novos que existiam, provavelmente ele apenas tinha uns dez ou quinze anos a mais que Lucas, e sabia que muitos Interfectorem tentavam se tornar Messores a carreira inteira.

Percebeu que muitas pessoas ao redor já haviam partido a procura do quadrado com a sua numeração. Colocou o papel dentro do bolso, guardando-o.

Começou a procurar a sua área demarcada e reparou que as áreas dos quadrados estavam com tamanhos variados para comportar o espaço necessário de cada equipe, como no caso do grupo com quatro homens tão ou mais brutamontes do que aquele que havia desafiado o Messor, obviamente necessitando de uma área maior.

Finalmente Lucas localizou a sua área demarcada com o número dezessete e lá já se encontrasse os três integrantes de seu “time”.

Um era negro com o cabelo bem curto, quase raspado, e da cor castanha, já seus olhos eram de azuis médios com uma tonalidade arroxeada; tinha certeza, era um mestiço, e o mesmo exclamou:

– Chegou quem estava faltando! Olá, meu nome é Fernando! E o seu? - Perguntou simpaticamente indo em direção do loiro que o encarava com um olhar torto.

Fernando estendeu a mão na apresentação, mas a retraio quando viu a expressão séria e mal humorada do loiro, que permanecia com as mãos dentro dos bolsos.

– É só o que faltava, mais um mal humorado no grupo! Cruzes! O que aquele Messor maluco viu em comum na gente?

Foi só aí que Lucas começou a prestar atenção em todo o grupo, o tal Fernando, até parecia mais novo que ele, e realmente era. Entortou o nariz por isso; afinal ele mesmo esperou três anos para iniciar aquela prova. No alistamento não existia nenhuma cláusula sobre a idade dos participantes, mas todos sabiam que como era difícil até para homens bem treinados por volta de 25 à 30 anos, ele achou melhor se preparar fisicamente para a prova, treinando arduamente desde os 14 anos de idade; e lá estava ele, três anos depois. Sabia que seria um dos mais jovens alistados e realmente era. Mas se surpreendeu com a audácia de Fernando, quantos anos ele realmente deveria ter?

Olhou melhor ao seu redor e viu outro homem que o observava atentamente, ele tinha cabelos castanhos médios e comuns olhos claros, o loiro não conseguiu definir se eram azuis ou verdes, mas isso não importava, deveria ser outro mestiço, mas tinha uma expressão tão observadora e séria quanto a dele; foi só aí que percebeu a comparação que o tal Fernando havia feito.

Ao lado daquele integrante, sentada ao chão, havia uma mulher, ou melhor, uma garota. Ela estava sentada abraçando seus próprios joelhos, pensativa de mais em seus pensamentos, pelo visto Lucas havia se enganado, porque das poucas alistadas do sexo feminino, uma havia passado para a segunda fase. Ela tinha uma pele bem clara, mas olhos com um tom verde extremamente claro; imediatamente concluiu que ela não tinha mistura de etnias no sangue, sendo então pertencente ao grupo social elementorum origo. Ela tinha uma estrutura muscular pequena e frágil de mais pra tentar se tornar uma Interfectorem, ela parecia muito mais uma garota mimada da família elementar perdida no mundo ou então querendo se passar por “adolescente rebelde” fugindo com o namorado de casa, do que uma assassina. Sim, ela ainda era uma adolescente, assim como cara ao seu lado. Não pareciam ser mais velhos ou mais novos do que Lucas, talvez a mesma idade.

– O que você está olhando?! - Indagou sério de mais o cara ao lado da garota, ainda de braços cruzados não gostando do olhar do loiro sobre ela, imediatamente percebeu que a garota e ele já se conheciam; deveriam realmente ser um casalzinho, Lucas concluiu.

Era só o que faltava. Aquele grupo só poderia ser formado para chacota, porque eram a equipe mais nova da prova, talvez até mesmo a mais jovem um dia já formada na história do exercitus, pensou Lucas. O loiro sentou aborrecido no chão, porque nenhuma orientação para a nova fase seria dada enquanto todos não se dirigissem até seus times e muitos alistados ainda perambulavam perdidos. Lucas, aborrecido de mais, reclamou por cair junto de uma “mimada”, um “namorado ciumento” e um “bebê”.

Como ele mesmo dizia: era o mais sortudo para o azar.

Mas ele nem percebia que o time 17 era atentamente observado, Thiago estava de pé com os braços cruzados, esperando que todos os alistados se organizassem em seus devidos grupos, enquanto isso observava atentamente o time 17, e sorriu abertamente. Percebeu a presença de seu amigo gorducho e careca ao seu lado, que finalmente entendera melhor as anteriores falas do amigo.

– Você os juntou de propósito ao escolher os times, Thiago?

O moreno negou com a cabeça, sorridente.

– Não, eu realmente escolhi de acordo com o entrosamento do fluxo natural, e os deles foram com os maiores níveis de entrosamento.

– São novos de mais... É uma pena, irão ver coisas que talvez não estejam amadurecidos para entenderem. Sinto uma energia tão estranha vinda deles... Mesmo com o toque do Destino – Imediatamente Thiago encarou aflito o amigo, Carlos era perceptivo e suas intuições quase sempre estavam corretas.

– Como assim? - Rapidamente perguntou, com seus olhos verdes levemente arregalados.

– Eu não sei direito o que é, quando descobrir, será o primeiro a saber.

Thiago afirmou com a cabeça e realmente esperava ser o primeiro a descobrir. Mas já sabia, o encontro daqueles quatro já estava predestinado.


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Notas finais do capítulo

Personagem da foto: Lucas, o imaginem de olhos brancos, prateados. Mas com presença de iris.
oiii desculpa a demora, tah pronto desde ontem, mas só consegui postar agora.
Espero que gostem, e meu! COmo é dificil escrever uma fic ORIGINAL! Nossa!
bjs nessa, mereço reviwe?