Praedestinatum Em Busca Do Sonho. escrita por vanessa-vvf


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Esse prólogo ainda não esta diretamente ligado com a sinopse, mas com o longo da história sim. Espero que gostem!



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Glossário:

Pacem: Paz.Elementorum Origo: Origem Elementar.Patriam Tierra: País da Terra.Patriam Aqua: País da Água.Patriam Ventosa: País do Vento.Praedestinatum: Predestinado.


Prólogo

Naquele lugar a única coisa que restava era a vegetação de arbustos secos e de porte pequeno, a terra era cheia de erosão e o solo arenoso. Poucos répteis transitavam na calada da noite entre as pedras acinzentadas e usadas um dia para montar um palacete, embora hoje só existissem destroços e apenas demonstravam o que um dia aquilo significou.

O céu estava nublado e os sons de trovões ecoavam intensamente por qualquer caverna inabitada daquela região que permaneceu desta maneira a quase um ano até aquele dia.

Um homem andava com singelos passos até a frente do antigo palacete, assustando qualquer ser vivo da região, ele acompanhava, mesmo a distância, os movimentos rápidos de lagartos de tom acinzentado que se escondiam por de baixo dos destroços, assim como algumas aranhas e escorpiões. Nada passava despercebido dos olhos de cor verde claro. Seus trajes eram de tecidos grossos para suportar o frio da região da qual vinha, onde o casaco marrom, talvez de pele, esquentava suas mãos dentro do bolso.

Ao ver a ruína daquele antigo palacete o homem refletiu melancolicamente a destruição daquela cidade e que o solo infértil já fora um dos melhores para qualquer tipo de plantação. Região chamada por muitos de paraíso para qualquer povo e cultura, um local denominado como Pacem[1] na língua morta.

Aquele homem era conhecido como Marco, um Elementorum Origo [2] de Patrium Tierra,de olhos de um tom verde claro e cabelos lisos e negros.

Ele se sentou sobre uma enorme pedra, que talvez um dia tenha sido usada como alicerce de alguma antiga construção. Ele observava a área de destruição e desertificação. Sorriu melancolicamente, imaginando como o país mais fértil poderia ter terminado em ruínas. 

O seu momento de nostalgia terminou quando ele sentiu a presença de dois humanos se aproximando. Atitude que estranhou, ele estava sim esperando por duas pessoas, mas não que ambas viessem juntas. Aquilo significava mais uma traição? Seria ele o alvo desta vez?

Aos pouco se tornaram mais visíveis e audíveis os dois homens que se aproximavam. 

Adélio era o homem de estatura média, tinha cabelos curtos e cacheados, apesar de que alguns cachos displicentes teimassem em cair sobre os seus olhos, possuía também pele escura, assim como seus cabelos, já seus olhos eram da cor azul claro, mas que naquele dia, talvez pelo clima frio e nebuloso, estivessem acinzentados.

O outro era Fabiano, era o que parecia um pouco mais velho entre eles, tinha cabelo curto e loiro; já seus olhos eram de uma cor prateada e sua pupila negra. Este homem carregava algo em seus braços que era protegido por uma manta vermelha de veludo.

E era assim que se encontravam os três dos quatro líderes elementares de seus respectivos países. Marco era o líder do país Patrium Tierra [3]; Adélio o líder de Patrium Aqua [4] e Patrium Venosa [5].

Marco se sentia desconfortável ao desconfiar dos homens a sua frente, principalmente de Fabiano. Era irônico pensar que um dia eles se chamavam de irmãos, mas que agora pareciam desconhecidos um de frente ao outro. Ele tinha certeza que o Mestre se envergonharia deles ao verem se encontrar com tanta desconfiança.

Traição sempre aconteceu, mas Marco jamais imaginou de alguém tão próximo, nunca por um motivo tão sério. Marco não sabia mais em quem poderia confiar ou simplesmente gostaria de acreditar que tudo que passou era mentira, que por de trás de toda aquela história existia um mal entendido ou uma explicação mais plausível. Simultaneamente xingava-se mentalmente por ainda querer acreditar que as catástrofes que ocorreram possuíam alguma explicação.

Marco fez e sentiu o chão no qual eles estarem vibrarem em frações de segundos. Percebendo o tremor, Adélio e Fabiano ficaram atentos, já esperando por uma luta. O que Marco não esperava era que aquele tremor provocasse o choro alto e agudo de alguém. Surpreendeu-se ao ver que Fabiano segurava algo nos braços que se mexia, um recém-nascido. 

— Como você é cabeça quente. Já a fez acordar - Exclamou Fabiano movendo o embrulho nos braços.

Fabiano tentava de alguma maneira desengonçada cessar o choro do recém-nascido.

— Então finalmente conseguiu se tornar pai, mesmo depois do que você fez ao nosso?

Marco conseguia sentir o gosto amargo de suas palavras, assim como de suas lembranças. Analisou melhor a criança e encarou o seu antigo companheiro. Era triste saber que atualmente ele não sabia mais qual era a relação do quarteto. A única coisa que conseguia definir era que eles nunca mais seriam os adolescentes que lutavam pela paz.

— Sim, eu tenho um filho que nasceu a um ano atrás e não é essa criança, mas é por ela que eu chamei vocês dois. - Informou Fabiano, enquanto o desconforto pairava entre os três líderes.

A criança aos poucos foi parando de chorar, Fabiano a ajeitava em seu colo, protetoramente e encarou aqueles dois homens que um dia foram tão importantes que daria a sua vida por qualquer um. Era mórbido saber que aquilo mudara. O mestre deles estava morto e ele se culpava por isso. Sem o mestre os quatro estavam desorientados, principalmente Rodrigo, aquele que não estava presente naquele reencontro e havia perdido completamente a razão do que era certo ou errado.

Fabiano sentiu uma enorme tristeza ao se lembrar dos acontecimentos dos últimos 4 anos. Como poderiam saber que Rodrigo, o menino na qual ele crescerá junto, assim como Marco e Adélio, tornar-se-ia o Líder do Fogo, frio e autoritário de hoje? Como ele poderia saber que seu irmão de olhos oblíquos seria capaz de fazer aquelas atrocidades?

Aprenderá muito com a vida, mas nunca imaginou que tudo terminaria assim. Pensou em todo o seu processo de amadurecimento e agora com quase trinta anos concluiu que nada havia sido como eles imaginavam. Principalmente pela traição de Rodrigo.

Seus pensamentos foram interrompidos quando viu Adélio se aproximar dele e perguntar:

— Então essa criança é filha de quem?

Um trovão ecoou alto no céu. Fabiano cobriu melhor a criança com a manta de veludo vermelha que tinha, tentando protegê-la das fortes rajadas de vento que surgia.

— Ana - Respondeu Fabiano sussurrando melancólico e observando o bebê que tinha nos braços - Ela morreu um pouco depois do parto.

—  C-como!? - Adélio exclamou gaguejando, dando um passo para trás, surpreso. Colocou uma mão na cabeça, pensando em várias coisas ao mesmo tempo, aquilo não fazia sentido para ele. – Isso deve ter destruído ele!

— Pensei que soubesse que Rodrigo mudou, não é mais o nosso antigo “irmão” – Disse Marco à Adélio com pesar.

Marco encarou Fabiano e se aproximou para analisar a criança, e ver, assim como imaginou, que ela tinha olhos negros, iguais ao de seu pai. 

— Ele sabe sobre a criança? - Questionou Marco

— Ele nunca a viu, mas sabe sobre ela. Chamei vocês dois aqui hoje para informá-los sobre um novo problema. A criança possui a marca do escolhido entre os "Praedestinatum"[5]. 

Adélio sentiu sua respiração aumentar, surpreso e assustado. Deu passos trêmulos para trás até sentir sua panturrilha tocar em uma enorme pedra, sem pensar duas vezes sentou-se nela, ainda aturdido demais. Olhou para Marco, esperando que homem de cabelos escuros longos ficasse tão surpreso como ele, mas ele não estava, parecia até que conseguia compreender.

— Rodrigo sabe disso?! - Perguntou astutamente Marco.

— Não, e nunca poderá descobrir.

— E o que faremos... Com a criança? Quero dizer, ela será poderosa, assim como seus ancestrais, mas... O escolhido só será dominado por alguém que possui o seu sangue... E isso é muito perigoso, talvez quem tenha esse poder seja o Rodrigo. – Apesar de ainda abalado, Adélio tentava raciocinar e achar uma solução lógica para mais um possível problema.

— Ou meu - Rapidamente Fabiano completou. – Não se esqueça que Ana era uma “elementorum origo”[2] da minha família, mesmo que em uma proporção diferente de genes sanguíneos comparados com o de Rodrigo, é uma porcentagem pequena, mas possível. Talvez essa criança predestinada possa ser controlada por mim e essa probabilidade pode aumentar se ela tiver mais contato comigo. Por isso estou aqui, para alertá-los sobre a criança e avisar que ela estará sobre a minha supervisão.

— Ela poderá ser uma arma contra Rodrigo... – Completou Marco, encarando os irmãos.

Adélio, ainda sentado, colocou as mãos na cabeça pensativo e aflito. 

— Assim como também possa estar a favor... É um jogo arriscado.

— Mas é tudo que temos. Vocês sabem o que o Líder do Fogo fez, não? Bem, apesar dele nem ser mais chamado assim, não mais na nova tribo na qual ele mesmo criou. Fiquem em alerta, ele já atacou várias das minhas tribos depois que aleguei não estar com ele, principalmente pelo que ele fez ao nosso mestre. Já perdi muitos civis em ataque diretos dele, e aviso, ele está ainda mais forte quanto destrutivo; e não irá demorar em que ele ataque vocês também. - Informou Fabiano. Ele encarou a criança em seus braços e pensou que aquele inocente bebê nem poderia imaginar o que o aguardava; um poder inimaginável, um destino já traçado, mas que nem sempre terminava bem. Afinal, ninguém gostava de ser manipulado e aquela criança não seria uma exceção. Por isso, se lembrou da promessa que fez a mãe daquele bebê.

— Eu vou cuidar da criança e depois a criarei junto de meu filho. – Afirmou Fabiano.


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Notas finais do capítulo

OIII!

Bem, espero que gostem, sei que é bem pequeno esse capítulo. mas é so no comecinho e sem nenhuma grande emoçãoo, mas espero que gostem :D
Deixem reviwes! Todos sempre são bem vivos e me deixam bem feliz!
bjs nessa!