CAPÍTULO 1.

“A ESPERANÇA NÃO É UM SONHO, MAS UMA MANEIRA DE TRADUZIR OS SONHOS EM REALIDADE.” - Suenes

PDV Isabella Swan

A minha vida definitivamente estava indo bem. Claro que eu me sentiria muito mais confortável se as coisas fossem mais simples e moralmente mais corretas, mas eu não podia reclamar.

Eu tinha a semana toda à minha inteira disposição, meu horário de trabalho eu mesma escolhia e só quando queria trabalhar. E obviamente eu estava juntando uma boa quantidade de dinheiro por vender meu corpo.

Sim, eu era uma prostituta.

Não me orgulho da profissão que escolhi. Na verdade, na época não tive muita escolha. Com meus pais mortos, sem parentes a quem recorrer em busca de ajuda, eu precisava me virar sozinha.

Foi quando conheci Jessica Stanley que percebi a chance de conseguir o dinheiro que eu precisava para seguir em frente com meus sonhos.

Hoje, aos vinte e três anos, já tinha uma ‘carreira’ estabelecida na prostituição, estava nesse ramo há exatos cinco anos. Começar nisso não foi fácil por vários motivos. Eu era virgem, nunca havia namorado, nunca havia beijado e nem sequer fazia idéia do que fazer com um homem.

Mas Jessica foi paciente e me instruiu perfeitamente. Depois, a prática levou à perfeição e hoje sou uma das mais procuradas na cidade.

Seattle não é tão grande, mas também não é um ovo como Forks, a cidade de onde eu vim. Aqui, as chances são grandes para quem se arrisca.

Eu tinha diversos clientes, todos ricos, profissionais competentes e muito bajuladores. Faziam de tudo para ter as melhores prostitutas em seus braços.

Nossa ‘casa’ dava um pouco mais de dignidade ao que fazíamos, se é que havia alguma dignidade em tudo isso. Carmen era uma anfitriã perfeita. Seus quarenta anos não eram entregues já que ela é extremamente bela. Ela era linda, educada, carismática e altamente sedutora com os homens que aqui vinham.

Ouso dizer que muitos deles aqui vinham para prestigiar a beleza e sensualidade de Carmen. Se eu já não havia aprendido tudo o que precisava com Jessica, Carmen sem dúvida me ensinou a ser uma das melhores no que fazia.

Porém, eu estava farta de vender meu corpo. Eu estava farta de andar pelas ruas da cidade rezando para que ninguém me conhecesse e gritasse: “Olha, aquela é uma das prostitutas da casa de Carmen!” Seria vergonhoso passar por isso.

Eu queria mais do que receber beijos pelo corpo, mãos me acariciando e gemidos enlouquecidos. Eu queria um amor de verdade, eu queria uma casa pra chamar de minha, eu queria um filho...

Eu queria uma vida e uma família.

Era pedir muito? Era querer demais?

Pra mim, não. Eu tinha esperanças de que esse sonho, esse desejo se tornasse realidade algum dia.

Então, decidida sobre o que eu queria, comuniquei Carmen sobre minha decisão.

- Tem certeza, querida?

- Carmen, eu realmente gosto daqui e gosto muito de você. Te conheço há cinco anos e te considero uma mãe pra mim, assim como todas as outras meninas que estão aqui. – suspirei – Mas eu tenho sonhos, Carmen. Tenho vontade de construir uma vida melhor que essa pra mim. Eu já juntei uma quantia enorme de dinheiro nesses cinco anos que estou aqui com você. Está na hora de agir.

- Querida, eu sei que você tem sonhos e eu realmente espero que você os realize. – ela sorriu pra mim – Não vou obrigá-la a ficar aqui, não poderia fazer isso com você e com nenhuma das mulheres desta casa. Acolho a todas as que querem trabalhar, mas não as impeço de viverem suas próprias vidas. Se quiser sair e viver tua vida como sonhou, só posso te dar meu apoio.

- Obrigada, Carmen. – levantei-me para abraçá-la – Sua opinião e apoio significam muito para mim.

- Faço apenas o que deve ser feito, filha.

- Obrigada. – limpei as lágrimas que se derramaram de meus olhos – Quero te dizer que ficarei aqui mais um mês, só depois disso irei embora. Nesse mês que estarei aqui, farei o que você pedir, atenderei quem você quiser, quando quiser.

- Obrigada, querida. É muita gentileza sua se colocar a disposição.

- É o mínimo que posso fazer, Carmen. Vou indo porque tenho um cliente logo mais.

- Ok. Boa noite, querida.

...

Conversar com Carmen e contar-lhe meus planos foi muito mais fácil do que eu imaginei. Carmen era uma excelente chefa e sempre nos deixava bem à vontade, ela dizia que nosso trabalho seria bem feito se nós estivéssemos confortáveis. Então, ela nos deixava passear, nos divertir, rir, brincar umas com as outras, nos dava carinho de mãe... Ela era nossa mãe aqui.

Como esse seria meu último mês aqui, com certeza haveria trabalho todos os dias e noites. Eu bem conhecia as pessoas dessa cidade. Aqui na casa, para os clientes, todas tinham nomes fictícios para preservar nossa identidade. Se soubessem que eu, a ‘Anabelle’, iria embora, muitos iriam querer me comprar ou me pedir para não partir.

Mas minhas metas e planos estavam estabelecidos e nada me faria mudar de idéia agora...