The Stripper escrita por Annye, Raah Lima


Capítulo 25
Capítulo 24 – Adeus


Notas iniciais do capítulo

Olá!
É o penúltimo capítulo da fic. Ou melhor, dessa temporada. Ainda teremos mais um + o epílogo.
Tá gigante, para compensar o atraso, a amanhã eu já posto o ultimo.

Boa leitura.



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Capítulo 24 – Adeus

P.O.V. Rose

Tudo estava totalmente normal em minha nova rotina. Acordei ao lado de Emm, que apesar do tamanho, dormia feito um anjo. Ou melhor, feito um urso de pelúcia. Depois de tantos anos namorando Royce, era incrível ter Emmett.

Eu sempre tive um futuro em mente: namorar Royce, casar, ter filhos, e ser feliz para sempre, numa mansão em Bervely Hills, próxima aos meus pais. E aqui estou eu, morando no subúrbio, solteira e provavelmente não-grávida por um bom período, com um cara que é o total oposto de Royce, e, no entanto, com a vida que eu sempre quis. As pessoas costumam dizer que você só dá valor as coisas quando perde. Pois eu estou no momento do extremo oposto: só dei valor a minha vida, quando achei alguém bom o suficiente pra me ajudar a vivê-la.

É impressionante a rapidez que coisas boas e ruins acontecem em nossas vidas. Um dia eu estava sem saber para onde ir, sem noivo, sem amigas, sem família, sem dinheiro e acabei pedindo ajuda da pessoa mais improvável.  Agora eu tenho um namorado maravilhoso, voltei a falar com a minha família (inclusive visitei meus pais ontem, mas não tenho a intenção de voltar para casa), estou trabalhando no que eu mais gosto e nesse exato momento meu priminho e minha melhor amiga estão se resolvendo. Eu espero que eles fiquem bem de verdade. Bella era minha melhor amiga, e Edward era perfeito pra ela. Queria que meu contato com ele não tivesse sido rompido na adolescência, assim, quem sabe aqueles dois não estariam juntos há tempos?

Depois de me arrumar, voltei para o quarto, e Emm continuava nos braços de Morfeu, então decidi sair pra comprar nosso café.

Era muito estranho não ter que acordar ás oito pontualmente para tomar café da manhã, que já estaria posto, e quando eu voltasse para o quarto, a cama já estaria feita. Mas diferente do que todos podem achar eu não ligo. Juro. Me sinto tão bem que luxo virou supérfluo. Estranho, mas verídico.

Meus pais não acreditaram, é claro. Acharam que era orgulho. Mas não há nada que eu possa fazer. Só o tempo os fará ver que eu mudei de verdade.

Saí para comprar café. Eu tinha aprendido a fazer bacon com ovos, mas coar café sem que ele parecesse água suja estava fora da minha gama de habilidades. Não fui muito longe, a cafeteria ficava a duas quadras do meu apartamento.

Quando voltei, entretanto, tinha um carro estacionado em frente ao meu prédio. E eu sabia muito bem a quem ele pertencia. Ao me aproximar percebi que o dono não estava lá dentro, e então subi as escadas correndo.

Que diabo Jasper fazia ali? Não que eu tivesse algum problema em vê-lo, mas estava cedo, e ele deveria ter me ligado. Mamãe com certeza passaria meu novo número de telefone sem problemas. Será que agora não era mais considerado rude ir visitar alguém de surpresa numa casa que nem era realmente dela?

Quando eu entrei pude ver os cabelos loiros no encosto da poltrona que ficava virada pra porta. No sofá estava Emm, com uma cara de choque, e ao perceber minha entrada, direcionou um olhar pra mim e engoliu seco. O que tinha acontecido? Jasper não teria feito uma ceninha de irmão ciumento, certo?

Jasper seguiu o olhar de Emm, e quando me viu, levantou-se da poltrona e veio me abraçar. Ele estava acabado. Pálido como um fantasma, e com certeza tinha chorado. Será que tinha sido assaltado? Pobrezinho!

- O que aconteceu? – Perguntei o abraçando de volta, e olhando para Emm, que desviou o olhar.

- É melhor se sentar Rose. – Ele pediu quando me soltou do abraço. Naquele momento fiquei apavorada. Nunca um “é melhor sentar-se” é boa coisa. Nunca. Eu me senti extremamente nervosa, mas fiz o que ele pediu, sentando-me ao lado se Emmett. Então me liguei que eles não se conheciam. Provavelmente se conheciam agora, já que Emm o deixou entrar, mas eu queria o apresentar oficialmente.

- Esse é Emmett, Jazz. É o meu namorado. – Eu disse, e ele se aproximou sentando-se na poltrona novamente.

- Ele se apresentou. E... E... – E então ele deixou escapar um soluço baixo, mas conseguiu segurar o choro. - E... Nossos pais... Eles falaram que agora você está morando com ele. – Ele falou de forma estrangulada o “nossos pais” e ai eu senti meu estomago gelar. Não aconteceu nada com meus pais, certo?

- O que está acontecendo Jazz? – Perguntei sem rodeios. Emm segurou minha mão, o que me deixou ainda mais preocupada. O que aqueles dois sabiam e não me contavam?!

- Aconteceu um acidente Rose. – Jasper disse também sem rodeios. – Nós estávamos... Reformando a mansão. Coisa da Jéssica. – Torci o nariz ao ouvir esse nome. Depois do acontecido em minha festa de noivado, a ideia de Jasper com Alice nada me agradava; mas nem por isso eu aturava Jéssica. Ela era uma falsa também (e da pior marca). E saber que ela agora fazia reformas na minha mansão, e ainda por cima causava acidentes, me deixou puta.

- Que ótimo. Agora qualquer um pode fazer reformas na nossa mansão, é claro. E o que foi que aconteceu? Alguém se machucou? – Perguntei com desdém, esperando que fosse Jéssica, agora que eu sabia. Jazz ficou quieto. Parecia não ter nem palavras. Então Emm se adiantou.

- Rose, - Ele disse puxando meu rosto, para eu olhar em seus olhos. – Houve um acidente grave. Estavam reformando o andar de cima, e o teto da sala acabou ruindo e... E atingiu seus pais. Eles não resistiram Rose. Sinto muito. – Eu entrei em choque. As informações se perderam em algum lugar da minha mente. Sentia-me leve, e ao mesmo tempo pesada. Era um sonho onde em vez de acordar eu me afogava mais na inconsciência.

Não há palavras para descrever a dor de perder meus pais. Eu sei que isso é algo que deve ser esperado. Afinal, eles não são eternos. Mas eu esperava ter que lidar com isso daqui a muitos anos, de preferência quando eu já fosse tão velha que teria que me acostumar com a morte, por ela vir atrás de mim. Não agora. Não hoje.

Acho que o tempo é relativo. E perder alguém mostra isso. Eu mergulhei numa tristeza que eu jurava terem durado dias. Eu lembro-me de pouca coisa, basicamente falei que queria ver Bella, precisava de um ombro amigo; depois chorei. Só me dei conta que dormi quando já havia acordado. Estava no meu quarto, sozinha. Olhei no relógio da cabeceira e reparei que eram 15h. Eu me senti triste, mas não com vontade de chorar. Já tinha chorado meu máximo, eu acho. Levantei-me, e quando cheguei à sala Jazz estava adormecido no sofá. Não queria nem pensar no que ele tinha passado. Ele provavelmente deveria estar em casa...

E então lembrei: ele agora estava sem casa. Meus pais também não o queriam fora de casa antes de casar, e agora eu não o deixaria voltar para mansão. Imagina se acontece algo com ele? Estremeci com esse pensamento. Eu conversaria com ele depois, mas agora era melhor que ele descansasse. Não sabia que horas a tragédia tinha acontecido, mas fora desgastante pra ele, e dormir seria o melhor. Cogitei acordá-lo e mandá-lo dormir no quarto, mas ele parecia tão cansado que ele provavelmente estava melhor dormindo em qualquer lugar.

Fui então para cozinha, onde Emmett estava montando um prato. Ele deu um pulo de susto, acho que não esperava me ver, mas logo deixou o braço e veio me abraçar. Ele não falou anda, o que foi ótimo. Emm não era muito de pensar pra falar, então seu silencio representava o respeito que tinha.

- Você não comeu de manhã. Fiz o almoço. Coma um pouquinho, sim. – Ele pediu. Eu não tinha um pingo de fome. Não sentia necessidade, nem vontade. Mas se eu não comesse, ele ficaria preocupado, e eu queria evitar quaisquer problemas adicionais, então peguei um pouco de uma salada. Ele tinha feito outros pratos, mas não conseguiria mesmo comer algo mais pesado que uma salada.

Percebi então outra característica em Emm: quando ele estava nervoso cozinhava. Dei um pequeno sorriso de lado, ao constatar que cada dia (seja bom ou ruim) eu descobria coisas novas sobre ele, e cada vez eu ficava mais encantada.

Poucos segundos depois Jasper acordou e se juntou a nós em nossa pequena cozinha.

- Coma um pouco Jazz. – Pedi assim que ele se sentou a mesa. Ele hesitou um pouco, mas logo repetiu meu gesto, e pegou a salada. Comemos em silêncio, e algum tempo depois eu puxei assunto com Jazz. – Quem está cuidando das... Coisas.

- Na teoria eu. Mas quando começaram a mexer nos escombros... Dei meu número do celular para os pais de Kim. – Kim era uma empregada, mas não entendi a relação dos seus pais. Jazz ao ver minha confusão deu um suspiro cansado, e então me contou. – Paul foi atingido também. – Então eu entendi. Pobre Kim. Era casada com ele já fazia uns bons dez anos, e pareciam ser muito felizes juntos. Pelo que eu lembro tinham filhos. Céus, que barra!

Permanecemos em silêncio. Depois de um tempo Emm se pronunciou.

- Vocês não querem descansar mais um pouco? Edward não vai se importar de você dormir no quarto dele Jasper. E... – Ele hesitou. – Eu posso resolver as coisas por enquanto. Logo Edward estará aqui também, e poderá ajudar. – Jasper pareceu sem jeito, mas eu me senti emocionada. Emm era tão perfeito. Percebi que Jazz iria declinar, então o cortei.

- Você está cansado. Eu dormi de noite, já você não me parece ter tido um sono tranqüilo. Vai lá, descansa um pouco. – Por fim ele assentiu.

Fiquei na sala, deitada no colo de Emmett, e acabei adormecendo de novo. Acordei com uma ligação, que foi prontamente atendida.

- Celular de Jasper Hale. – Emm falou, e esperou um tempo. – Estou resolvendo esse assunto, pode falar. – Outra pausa, e logo Emm suspirou. – Claro. Até que horas podemos comparecer? ... Tudo bem. Muito obrigado. – E então desligou.  Ele pareceu refletir se me contava ou não, então decidi apressá-lo.

- Conte-me logo, Emm. Sem rodeios, é melhor.

- Precisam do seu irmão. Ele tem que prestar depoimento do acidente e fazer reconhecimento. – Suspirei. Porque tudo tinha que ser tão difícil? Seria horrível ver Jasper com esse fardo, mas provavelmente não iriam me chamar para fazê-lo. Então eu iria fazer o que era possível.

- Temos que cuidar do funeral. E do velório. – Foi então que eu refleti sobre a mansão. – Não queria que meus pais fossem velados numa igreja ou no cemitério. – Reprimi um soluço, não queria voltar a chorar.

- Vamos dar um jeito nisso. – Emm disse dando um beijo no topo da minha cabeça

- Eu vou acordar Jasper então. – Me levantei e fui em direção ao quarto e pude ouvir o celular tocar novamente.

Ao chegar ao quarto de Edward, lá estava Jazz dormindo. Aproximei-me lentamente e o acordei.

- Te chamaram para fazer o reconhecimento Jazz. Sinto muito. – Eu disse.

- Não se preocupe. A essa altura eu já esperava. – Ele disse se levantando da cama.

- Tem outra coisa. A casa está muito... Destruída?  

- Sim. Parece até que a parte de trás da casa foi implodida. Só aquela parte ruiu, mas da sala para frente tem poeira e pedaços do concreto. Nossos quartos se perderam, mas provavelmente as coisas deles estão inteiras. Talvez você consiga acesso ao quarto deles, mas não acho que é seguro.

- Darei um jeito. Enquanto você vai lá eu passo na mansão para escolher uma roupa pro velório...

- Tem isso ainda. Que droga, será impossível fazê-lo lá em casa...

- Vamos dar um jeito. – Eu falei e o abracei. Ficamos um tempo ali, até que Emm apareceu na porta (que estava aberta) e pigarreou para chamar nossa atenção.

- Há alguns minutos um homem chamado George Brandon ligou. Desejou os pêsames, e disse que queria falar com você, Jasper. – Pronto. Agora ainda teria que agüentar Alice rondando meu irmão no momento de fraqueza...

- Eu retorno pra ele, não se preocupe. Acho melhor agora nós irmos, temos coisas a resolver, e quanto mais cedo terminarmos, melhor. – Disse me levantando.

O fim de tarde foi lotado, acho que só isso define. Cansativo, emocionalmente instável, estranho, tudo junto.

Eu tinha retornado a ligação para George, e diferente do que eu imaginei, Alice nada tinha a ver, dessa vez. Eu até perguntei sobre ela, mas ele disse que ela estava viajando. Melhor assim, em momentos de fraqueza não pensamos no que fazemos, e Jazz estaria mal agora. George justamente queria saber onde seria o velório. Quando eu disse que não tínhamos lugar em mente, ele prontamente ofereceu sua casa. Dada a minha situação (somado ao fato que meus pais mereciam ser bem lembrados) eu aceitei. Era loucura eu sei, mas estando Alice viajando, não teria motivos para declinar, certo? George era um bom homem, e nunca destratou minha família.

Quando voltamos já era bem tarde. Ao passar na mansão constatei que eu e Jasper tínhamos perdido todos os nossos pertences mesmo, mas ele pegou roupas emprestadas de Edward. Foi difícil subir ao quarto dos meus pais, mais por motivos emocionais do que físicos; não demorei nem dez minutos na mansão, e aquela foi minha despedida. Nunca mais conseguiria pisar naquele lugar.

Jazz não contou como foi o reconhecimento, mas acho que eu não iria querer ouvir. Ele ficou perturbado, era possível perceber, mas achei melhor dar um tempo para ele assimilar as coisas. Jantamos comida japonesa que Emm comprou, e Jasper bebeu uma cerveja. Ele não era de beber, mas nessa situação, até eu estava considerando ir até a geladeira e pegar uma garrafa. Depois disso fomos tomar banho e descansar.

Já devia passar da uma da manhã quando Edward e Bella chegaram. Foi bom ter o apoio deles, mas foi melhor ainda ver como eles estavam bem juntos. Assim que tive a oportunidade, conversei a sós com Bella.

- Como você está? – Ela me perguntou.

- Cansada. Foi bem... Pesado. – Respondi me sentando na cama.

- Você, está certa, amanhã a gente conversa melhor amiga. Descanse. – Ela ia dizendo e saindo do quarto, mas não deixei.

- Não eu preciso desabafar.

Acho que ao contar como me sentia pra Bella, finalmente me libertei. Chorei mais um pouco, é claro, mas no fim me senti bem.

Dormi sozinha no quarto, e acordei ás 6h. O apartamento já estava com uma movimentação, Edward e Bella faziam atividades diferentes, mas era claro que eles estavam cuidando do velório e do funeral.

- Bom dia Rose. – Bella me viu primeiro. – Tem café na cozinha. Coma. - Ela pediu, e eu fui. Quando voltei me sentei no sofá ao seu lado, e pude ver que ela mandava e-mails avisando que o velório seria ás 18h. Suspirei alto.

- Onde está Emm? – Perguntei.

- Ele foi... Levar as roupas. – Ela me respondeu, delicadamente. Mas eu tinha entendido. Ele foi levar as roupas que meus pais usariam eternamente. Eu escolhi o vestido que eu mais gostava em minha mãe (o que ela tinha comprado para meu fracassado casamento, permanecendo então em desuso até o dia de hoje).

- Que bom. – Disse apenas. Edward estava no celular, e assim que desligou e veio falar comigo.

- Rose, eu consegui vagas no cemitério de Bervelly Hills. O velório foi marcado para as 18h, então marquei o sepultamento para ás 15h, amanhã. – Ele disse, pegando em minha mão, enquanto Bella me abraçava de lado. Eu estava realmente feliz em tê-los comigo, não podia imaginar como estaria perdida se estivesse sozinha.

- Nossa já são 9h. Tenho que ir, antes que meu pai venha atrás de mim com todo departamento da SWAT. – Bella disse, se levantando. – Você vai ficar bem Rose? – Ela perguntou me olhando.

- Claro que sim, Jasper está dormindo e Edward me fará companhia... – Então percebi uma troca de olhares, e logo entendi. – Ou não.

- Não. Eu posso ir depois... – Edward começou a falar, mas o cortei.

- Não você tem que ir agora. Posso me virar sozinha, eu já sou bem grandinha. E estou bem, juro. Daqui a pouco Jazz acorda, e Emm chega. – Bella se aproximou e me abraçou, e Edward repetiu o ato. – Fora que, tendo que falar com Charlie, sua situação está preta. – Brinquei com Edward, recebendo um sorriso de lado dele.

- É, estou me dando conta disso. Eu volto daqui a pouco, se não me arrancarem um órgão. – Ele disse saindo, acompanhado por uma Bella sorridente.

E mais uma vez eu era atingida por coisas boas e ruins. Eu estava sofrendo minha perca, mas era impossível não ficar feliz ao ver Edward e Bella. Era pra dar tão certo que chegava a ser estranho pensá-los separados.

E então me lembrei de outro casal que costumava ser assim... E lá estava metade deste ex-casal, assim que virei ás costas.

- Está melhor? – Perguntei me aproximando, enquanto ele sentava-se no sofá, até me sentar do seu lado.

- Na medida do possível. – Ele suspirou e me abraçou de lado. – Me sinto descansado pelo menos. Mas estou nervoso.

- Por quê? - Indaguei curiosa.

 - O velório vai ser mesmo na casa de Alice? – Fiz uma careta.

- O velório será na casa dos Brandon. Não fica fazendo isso com você Jasper, você merece algo melhor que Alice...

- Por que você é tão contra nós dois agora, hein?

- Porque agora eu sei quem ela realmente é... – Ele então me cortou.

- Por causa do seu noivado? Não sei se você se lembra, mas Bella, Edward e até mesmo eu me envolvi nisso.

- Sim, mas aposto um braço que a ideia começou em Alice. E aposto que foi ela que me expôs na frente de todos.  

- Não foi maldade. É apenas o jeito que ela faz as coisas...

- Eu sei que ela não é má. Mas ela não é pra você. Não só porque vocês pensam e agem de forma totalmente diferentes, mas levantando um histórico do relacionamento de vocês, é possível ver que iria acabar em fracasso. – Eu me aproximei dele. – Você, agora mais do que nunca vai precisar de alguém sempre do seu lado. E Alice sempre coloca os outros na frente. Você sabe que o relacionamento de vocês era sempre segundo plano. Por exemplo, quando e porque você começou a sair com Jéssica? – Perguntei, já imaginando a resposta.

- Ideia de Alice para descobrir mais de Lauren e Royce. – Ele respondeu de forma reflexiva.

- Jazz, vocês ficaram muito tempo juntos, e é lógico que é necessário tempo para esquecê-la. Mas terá de ser feito. Eu por exemplo, precisei terminar um relacionamento de anos e procurar num lugar inimaginável por minha alma gêmea.

- E o que você sugere? Largar tudo? – Ele disse irônico.

- E o que você tem a perder agora? Jéssica? – Disse também irônica. – Eu vou estar sempre aqui pra te dar apoio, mas nesse instante, você não tem nem casa Jazz. Acho que você deveria viajar por um tempo, dar uma volta por esse mundo e então, quando voltar vai ver que Alice foi momento.

Terminamos a conversa, pois Emm chegou.

Eu esperava que Jazz entendesse meu lado. Eu não a queria com meu irmão, e iria sim fazer de tudo para mantê-los separados. Eu o amava demais para deixá-lo ficar com ela. Ela tinha que aprender uma lição, e perder Jasper seria o melhor jeito de fazê-lo.

P.O.V. Charlie Swan

Eu tentei falar com Jasper e Rosalie, mas estava difícil estabelecer um contato. Pobres crianças, serem abandonados desse jeito...

O único lado bom dessa história foi que ela me fez refletir. Deus me livre, mas, caso eu parta agora, pretendo deixar tudo ajeitado para não dar trabalho nenhum para Bella e Renée.

Acordei cedo então, primeiro, porque estava inquieto com a demora de Bella. Dez horas seria o tempo limite, e já eram nove e dez. Segundo porque eu tratei de providenciar uma papelada de testamento e já queria organizar tudo.

Então, quando eu estava concentrado na papelada, me batem na porta. Nove e quarenta e cinco. Hm.

- Pode entrar. – Eu digo, esperando Bella. E é claro, que pra minha surpresa, ela decidiu trazer o safado mentiroso. Cerrei os olhos para aqueles dois, mas era bom porque eu tiraria a limpo essa história. – Sentem-se. – Eu disse ameaçadoramente, e o rapaz até engoliu em seco. Acho que isso iria ser divertido... – Então?

- Você que fez um escândalo pra eu estar em casa antes das dez, Charlie. Você começa. – Bella falou me desafiando, como sempre.

- Certo. Então do começo, porque você trouxe esse mentiroso pra debaixo do meu teto?

- Não começa Charlie. Ou você acha que foi legal me empurrar pra Jacob?

- Sou seu pai, tento fazer o melhor pra você.

- Senhor Swan, - O rapaz começou a falar, e eu lancei um olhar ameaçador, mas o deixei falar. – Por favor, me dê uma chance.

- Ah, por favor, não perca seu tempo com Charlie, querido. Bella já te deu uma chance. – Era Marie, que chegou de supetão na sala, atraindo os olhares.

- Mesmo assim. Eu queria conversar com você. Como namorado de Bella. – Ele pediu.

- Seria importante pra mim pai. – Foi à vez de Bella. Ótimo, todos contra mim.

- Sua mãe quer te ver, querida. – Marie disse chamando Bella. Ela deu um beijo no rapaz e foi embora. Esse mundo está perdido mesmo. Onde já se viu ficar agarrando o namorado na minha frente...

Ficamos a sós, então comecei.

- E então, Edward Antonhy Masen Cullen, certo? Não Edward Masen como você me disse. Edward Cullen.

- Eu tive motivos senhor Swan...

- E você pode me dizer? Porque razão um rapaz estudado em Columbia, filho de um dos maiores vendedor de ações da bolsa de Nova York passou meses cortando minha grama?

- É uma longa história...

- Você quer ficar com minha filha? Se sim, sugiro que comece agora, porque logo mais tenho compromisso com os Hale, que a propósito, são da sua família, não é mesmo? – Disse cruzando minhas mãos e esperando.

- Sim. Lilian é irmã do meu pai. Tudo bem, eu tentarei explicar resumidamente. Tudo começou... – Ele ficou hesitante, pensando de mais. Arqueei uma sobrancelha tentando apressá-lo. –Er... Aqui. É, eu e Bella nos conhecemos porque eu trabalhava de jardineiro... – E então ele contou toda sua história. Era até admirável sua forma de conseguir independência, e o fato dele ter corrido atrás de Bella mesmo eu tendo a jogado nos braços do ex, mostrava que ele gostava dela, mas eu não daria o braço a torcer. – E então, ela entendeu que eu não tinha nada a ver com a história, me perdoou e estamos juntos. Mas ai Alice estava conosco e viu a noticia sobre meus tios, então voltamos. Rose está morando em meu apartamento, aliás, ela namora meu amigo que a propósito divide o apartamento comigo. E é isso.

- Estou surpreso, de verdade. Enquanto você me contava, me dei conta que já devo ter te visto em alguma festa dos Hale ou do seu próprio pai, mas não te reconheci.

- É bem provável. Não me lembro de Bella, antes da despedi... Digo, de eu ter vindo trabalhar aqui.  – Encarei cerrando o olhar. “Despedi...” o quê? Se tratando de Isabella, era melhor eu nem perguntar, porque com certeza essa resposta iria me aborrecer. Muito. Ia finalizar logo esse assunto, pois se ele era próximo de Rose quanto falou, ia ser importante sua presença para ela agora.

- Agora que estamos esclarecidos vou ser bem direto e franco então: você não é bom pra minha filha. Ninguém nunca será, mas você especialmente é um dos piores. Entretanto, não adianta falar pra Bella, ela é teimosa e sempre reclama de eu me meter em sua vida. Então quero fazer um acordo. Primeiramente, você é um mentiroso patológico, afinal, ninguém inventa tantas coisas. Bella não parece ligar, mas eu sim. Então, se eu descobrir que você mente pra minha filha, você roda. – Disse o encarando.

- Você tem razão no que disse. Mas eu não vou mais mentir. Aliás, se menti foi mais por uma questão pessoal, enganar a Bella, e até vocês nunca foi minha intenção...

- Ótimo. – O cortei. Não queria ouvir desculpas. – E outra coisa, - Emendei assim que me lembrei dessa coisa de Rose morar com o tal amigo dele – Minha filha só foi morar sozinha enquanto estava solteira. E só sai da minha casa casada. Fui claro? – Eu não queria que eles se casassem agora, lógico, mas é bom para passar seriedade. Ele apenas assentiu. – E eu juro que se eu te pegar dormindo por aqui, ou Bella não dormindo em casa, vou aplicar algumas técnicas que eu aprendi quando caçava animais. E minha técnica favorita é castração. – De novo ele engoliu em seco. – Acho que terminei por aqui. Pode se retirar.

- Claro senhor Swan. – Ele disse se levantando e saindo rapidamente da sala.

Eu sei que Bella iria me ignorar grandemente, e amanhã eles estariam juntos no quarto dela. Mas pelo menos eu tinha tentando. E no fim até gostei de Edward. Ele era adequado quando se tratava de uma boa família e boa educação, mas tinha passado pelas durezas da vida, então sabia se virar.

Pela primeira vez cogitei que, se eu morresse, minha Bella seria bem cuidada, assim como eu cuidei de Renée.

P.O.V. Bella

Eu me sentia muito nervosa, afinal, por mais que eu não temesse Charlie, eu sabia que Edward enfrentaria maus bocados dentro daquele escritório. Espero que tudo se resolva, pois por mais que eu negasse, a aprovação da minha família era importante pra mim.

- Querida... – Minha vó chamou minha atenção no começo do corredor que levava ao quarto de minha mãe. Parei onde estava, e me virei para olhá-la. – Sua mãe está bastante abalada, por isso, Charlie e eu evitamos qualquer detalhe, alem de deixarmos o fato mais sucinto e leve o possível. Ela espera conseguir mais informações com você...

- Não se preocupe Marie. Vou pensar bem antes de dizer qualquer coisa, não quero Renée estressada. – A tranqüilizei, e caminhamos ao quarto.

Entrei sem bater, e vi minha mãe olhando ansiosamente para porta. Era visível sua fragilidade e instabilidade. Tinha enormes olheiras, vindas de uma noite mal dormida, e acariciava a barriga, que já estava mais que evidente.

- Bella! – Ela gritou meu nome, se pôs a chorar e estendeu os braços, ao mesmo tempo. Eu rapidamente corri o quarto, até chegar à cama e abraçá-la. Ver minha mãe daquele jeito era horrível. Ela estava quase tão mal quanto Rose. – Eu estava assistindo o jornal, mas seu pai e sua vó não me deixaram terminar de ver a matéria. O que aconteceu? Lily faleceu mesmo? – Ela me perguntou desolada.

Eu apenas assenti e a abracei mais apertado. Não sabia outro jeito de consolá-la, então optei por aquele que evitariam palavras dolorosas. Renée que me ensinara isso. Há quase vinte anos eu perdi meu avô, eu o amava muito, e foi uma perda horrível. Mesmo com sua dor, Renée teve compostura e sentou-se comigo para me explicar que a morte fazia parte da vida. E que, naquele momento, não haveria palavras para melhorar as coisas, só o tempo cura perdas como essa. E agora era minha vez de dar a ela seu espaço.

E então eu me dei conta que apesar das complicações em sua saúde, ela merecia ver a amiga pela ultima vez. Minha vó se aproximou da cama, e se sentou ao lado das pernas de Renée.

- Marie, - Chamei sua atenção. Eu estava preocupada com Renée, e sei que não deveria alimentar suas esperanças e depois tirá-las. Mas eu estava disposta a fazer com que ela fosse ao velório de Lilian, e iria convencer meu pai e minha vó, ou então não me chamava Isabella Swan. – Eu acho que Renée deveria ir ao velório. – Como eu já esperava, minha ela arregalou os olhos, diferente da minha mãe, que sorriu docemente pra mim.

- Bella... – Minha vó começou bem hesitante.

- Não mãe, Bella está certa. Não vou seguir tranqüila se não a ver pela ultima vez. – Minha mãe disse bem firme.

- Pense bem Renée. Ao invés de uma despedida efêmera, não é melhor simplesmente relembrar de tudo o que já passou de bom ao lado dessas pessoas? Seria uma boa forma de respeitar e velar a alma deles, e para isso não teria que se locomover. Eu fico aqui com você. – A ideia de minha vó era boa, e fazia todo sentido. Mas aposto que Renée não daria o braço a torcer. E devo dizer que se fosse comigo, eu também não daria.

- Eu preciso ir mãe. Independente de minha condição, eu preciso vê-la pela ultima vez. – Renée explicou.

Não falamos mais nada por um longo tempo. Minha vó com certeza não tinha mudado de ideia, mas no fim ela sabia que estava derrotada, minha mãe já tinha minha aprovação e com certeza convenceria Charlie (e caso não conseguisse, eu conseguiria).

Depois de algum tempo Charlie entrou no quarto desacompanhado. Estranhei, mas antes mesmo que pudesse perguntar, ele deu de ombros para mim. Revirei meus olhos, me lembrando de um grande motivo para eu ter passado anos solteira.

- Vou atrás do meu namorado. – Eu disse dando um abraço e um beijo na testa da minha mãe, antes de soltá-la. Charlie atravessou o quarto e ficou no lugar que eu estava.

Andei pela casa atrás de Edward, e não fazia ideia de onde ele poderia estar. Segui então para o escritório do meu pai, resolvi começar a procurá-lo por lá (ou quem sabe, procurar provas de um homicídio). Segui em direção ao meu quarto, uma vez que ele era relativamente familiarizado com o local, então talvez se lembrasse como chegar lá. Mas estava vazio também. Fui então atrás de Maria, pois aquela mulher tinha onisciência de tudo que estava acontecendo pela casa. No entanto, não precisei falar com ela, pois quando cheguei ao corredor de seu quarto, vi que a sala de balé estava aberta.

Entrei sorrateiramente, e o vi sentado na cadeira atrás da mesa, encarando o espelho, enquanto o sapato descansava numa prateleira. Retirei meu sapato, e fui atrás dele.

- O que você está fazendo aqui? – Perguntei, me sentando em seu colo. Ele me deu o meio sorriso que eu adorava ver em seu rosto.

- Eu precisava pensar... – Ele desconversou, então arqueei uma sobrancelha em sinal de incredulidade. – Está bem, eu me perdi, então aproveitei que conhecia essa sala e entrei. – Eu ri.

- Você precisa aprender a andar por aqui. – Eu disse me aproximando mais e colando nossas bocas. Ele fechou seus braços em minha cintura e me beijou.

Era até ridículo pensar o quanto Edward e eu estávamos próximos por tantos anos, ligados por várias pessoas que poderiam nos apresentar. Talvez já tivéssemos nos visto por ai, apenas não tínhamos nos dado conta da verdadeira conexão que existia entre nós. O que não era surpresa, uma vez que demorou a cair a ficha, mesmo sendo obrigados a conviver diariamente.

Exatamente por esse motivo eu não fico mal em tê-lo conhecido há relativamente pouco tempo.  Edward deixou claro que era imaturo antigamente. E eu, bem, estava presa ao meu mundinho e ao meu passado. Talvez se nos conhecêssemos nessas condições não teria dado certo. Ou talvez fossemos almas gêmeas, e desse. De qualquer forma, eu que não queria correr o risco de nunca tê-lo, e estava bem feliz por estar junto dele agora.

- Sabe o que eu acabo de lembrar? – Ele disse, interrompendo o beijo e me dando selinhos. – Foi aqui que nos beijamos pela primeira vez. Sóbrios.

- Na verdade, eu estava alterada... – Disse fazendo graça com a cara dele, que me olhou ultrajado, mas logo mudou o olhar.

- Pensando bem, de fato você estava. Em que universo você conseguiria resistir ao meu beijo? – Ele disse fazendo carinho no meu rosto, e voltando a me beijar.

- Foi um dia difícil aquele. Não é fácil descobrir que está amando um jardineiro/stripper grosso. – Eu disse, puxando seu cabelo para afastar seu rosto do meu e olhando fundo em seus olhos. Ele abriu um sorriso, com certeza o mais lindo que e de tirar o fôlego que eu já havia visto até hoje. – O que foi? – Perguntei curiosa.

- Você acabou de dizer que me ama. – Ele disse em tom vitorioso. Abri minha boca e pulei de seu colo me levantando e colocando a mão em minha cintura.

- Eu... Não... Hã... – Enquanto eu lutava com as palavras, ele se levantou e se aproximou de mim, colocando suas mãos em cima das minhas. Eu o empurrei, para afastá-lo de mim. – Eu não disse nada, você que entendeu errado! – Falei de forma autoritária.

- Não, não, não. Tenho certeza que você disse que descobriu que me amava no mesmo dia que a gente se beijou nessa mesma sala, há alguns meses. – Ele disse se aproximando novamente de mim.

Eu fiquei sem saber o que fazer ou falar. Ainda era tão cedo, e as palavras tinham escapado sem nem mesmo eu perceber. Eu sabia que eu o amava, mas ele não precisava saber que eu sabia que o amava.

- Talvez então eu tenha dito a palavra errada. Gostar se encaixa melhor. – Expliquei um pouco mais séria. Não queria que ele achasse que eu era aquele tipo de louca carente, que depois de três dias já quer casar.

- É. Gostar é bom. Não é amar, mas serve. – Depois disso ele voltou a me beijar.

Como já esperávamos, Renée conseguiu convencer meu pai, que prontamente arranjou uma cadeira de rodas para que ela se locomovesse. Troquei-me, e voltei para o apartamento de Edward, pois pretendíamos chegar acompanhando Rose e Jasper. No entanto, quando chegamos lá os dois junto a Emmett já tinham saído.

- É melhor irmos então. Rose, Alice, Jasper e Jéssica sob o mesmo teto já é um problema, com nervos a flor da pele então... – Eu disse, assim que ele terminou de se trocar e foi para sala. No entanto, de repente parecia que ele estava agitado. Mas não por causa do velório em si, mas como se houvesse algo mais. – Está tudo bem? – Eu perguntei o puxando para se sentar ao meu lado no sofá.

- Besteira. – Ele falou chacoalhando a cabeça, e mexendo nervosamente nos cabelos. Não insisti. Ele já deveria estar nervoso de mais, e motivos para agitação tínhamos de sobra. Então decidi deixar por isso mesmo.

Quando chegamos ao velório, já havia dois caixões posicionados no meio da sala. Edward e eu não fizemos questão de ir imediatamente olhar os falecidos, então apenas ficamos no canto da sala da mansão. Ficamos abraçados em silêncio. Edward provavelmente pensava na perda dos tios, mas meus pensamentos eram justamente sobre ele. Na verdade, sobre nós.

Mesmo com a “aprovação” dos meus pais, ainda faltava alguma coisa. Não sei explicar, mas acho que me senti frustrada quando ele não me devolveu o “eu te amo”. Eu sei que eu não disse “eu te amo”, com todas as letras, mas se ele entendeu a mensagem o que custava devolver? Afinal, ele me amava certo?

Meus pensamentos foram interrompidos graças a um choro alto. Quando percebi, estava abraçada a Edward de tal forma, que meu rosto estava escondido em seu peito. Virei-me então em direção ao choro, e vi minha mãe chorando em sua cadeira de rodas, sendo acudida por meu pai e Jasper. Meu primeiro instinto era ir em direção a ela, mas e reparei que do outro lado do salão estava Allie, segurando um copo de água e olhando para Jasper. Edward também acompanhou meu olhar. Fiquei mal por ela, se eu tivesse visto isso antes, não a faria passar por aquilo. Mas Jasper já tinha visto, e com certeza sairiam várias fofoquinhas caso ela não entregasse o copo para minha mãe.

Fiquei com vontade de interromper quando Jéssica foi lá. Na verdade, queria dar um soco nela, mas Edward adivinhou minhas intenções e me segurou. Sorte a dela.

Assim que essa confusão passou me separei de Edward (que disse que iria atrás de Jasper que tinha saído da sala junto a Jéssica), e fui falar com minha mãe.

- Renée... – Eu disse, sendo interrompida.

- Não precisa se preocupar querida. Foi apenas um choque inicial. Era esperado. Vou ficar bem. – Ela garantiu pegando em minha mão. – Mas eu acho que tem alguém que precisa mais de você. – Ela me disse e olhou para Alice, em outro canto da sala, ao lado de seu pai. Os dois estavam bem quietos, e não faziam contato visual com ninguém. Fui então atrás da minha amiga.

- Allie, você está bem? – Eu já estava me acostumando com aquela frase, tantas vezes que a tinha dito em menos de 24 horas.

- Sim. – Ela disse assentindo, mas olhando em meus olhos, eu sabia que na verdade era um não. Como ela poderia estar bem vendo Jasper com outra? Suspirei fundo. Era péssimo não ter o que falar ou o que fazer.

Edward voltou sozinho, e veio em minha direção. Do outro lado, pude ver Rose e Emm, que estavam em outra sala, vir para sala principal. Rose tentava recompor-se após muitas lágrimas, então subtendi que ela já tinha chegado e visto os corpos.

Pedi licença para Alice, e desculpa com o olhar, e fui junto a Edward na direção de Rose, e tentei inutilmente consolá-la.

Edward e eu permanecemos nesse triangulo por horas, até que eu senti sede, e decidimos irmos juntos atrás de água. Quando voltamos, entretanto, Edward faltou cair pra trás. Em sua frente, ao lado de Rose e Emm estava sua mãe. Eu a conheci, mesmo que breve e em péssimo momento, eu sabia quem era ela. E do lado de sua mãe estava um homem, loiro, alto, e que parecia ter a idade de meu pai. Na verdade, se você prestasse atenção, veria que seus traços muito se assemelhavam ao de Lilian. A única coisa diferente era o olhar. Ele não tinha olhos azuis como Lilian, Rose ou Jasper. Muito menos olhos verdes como os de Edward e sua mãe. Ele possuía a íris de cor dourada, e seu olhar era felino; arrepiei-me quando me encarou diretamente, mostrando um sorriso com mais dentes que eu esperava (principalmente se tratando da situação).

- Querido! – A mãe de Edward, Esme, veio para nosso lado e o abraçou fortemente. Uma cena típica de velório. Não quis interromper uma futura conversa de mãe e filho, então caminhei até chegar ao lado de Emmett. O pai de Edward estava alguns passos de distância de Rose, que estava abraçada a Emm. Ele pigarreou e puxou assunto.

- Quem é está adorável moça, Rose? – Ele disse, e eu me senti incomodada. Ele não parecia estar triste de perder a irmã e o genro. Sei que cada um lida de uma forma diferente, mas ele parecia ser indiferente. Ou então insensível.

- É Isabella Swan. – Rose respondeu apenas, e olhou para mim, como um pedido mudo para eu tirá-la dessa.

- É um prazer, Sr. Cullen. – Eu disse, me aproximando e estendendo a mão para ele, que cumprimentou de volta.  

- Swan? Filha de Charlie? – Eu apenas assenti em resposta. – Interessante. Sabe o ditado não é mesmo? Filho de peixe... – Eu não entendi, e também não tive tempo de descobrir a charada, pois Edward se aproximou e me puxou.

- Temos que ir falar com sua mãe. – Ele falou me rebocando pela casa.

Eu deveria ficar brava, mas na verdade senti alivio em ficar longe de seu pai. Ele era ameaçador. Mas não o tipo de ameaçador que fica apenas na ameaça, como Charlie. Ficar perto dele me fazia sentir o perigo.

Pelo resto da noite, Edward ficou travando uma guerra de olhares com o pai. Até que eu não suportei mais e subi com ele escondido.

- Onde você esta me levando Bella? – Ele perguntou, enquanto andávamos no corredor escuro.

- No escritório do tio George. – Eu respondi, e ele imediatamente parou no lugar, me fazendo então virar para descobrir o que estava acontecendo.

- E o que você pretende? – Ele falou, num tom malicioso demais pra quem estava em um velório.

- Minhas intenções são as melhores. – Eu disse também, e terminei de guiá-lo para sala.

Quando cheguei, tratei de fechar a porta com chaves e Edward logo se sentou no sofá de couro que ali ficava.

Eu fui em direção da parede, tirei o quadro, revelando então um cofre. Olhei para trás e pude ver Edward arregalando os olhos, o que me fez revirar os meus. Exagerado.

- O que você pretende? Roubar os Brandon?

- Claro que não.  – Eu disse já colocando a senha no cofre. – Quando eu tinha dezessete, nós vínhamos para cá fazer festas do pijama. Tio George sempre estava viajando, e quando estava em casa, dormia cedo. Um dia Alice descobriu esse cofre e então, passamos três meses inteiros para tentar abri-lo. Conseguimos após muito esforço, e alguns truques de algum dos peguetes de Lauren. – Revirei meus olhos enquanto abria o cofre. – Enfim, achamos isso. – Eu disse tirando uma garrafa de uísque lá de dentro. Edward franziu as sobrancelhas e foi conferir o que tinha dentro do cofre.

- Ele guarda bebidas dentro do cofre? – Ele disse com incredulidade.

- Antigamente tinha uma arma, mas acho que ele percebeu que as bebidas andavam secando e tirou a arma. Uma pena, eu faria bom uso de uma arma agora. – Eu disse, enquanto abria a garrafa e bebia no gargalo. Depois de um gole Edward tomou a garrafa de minhas mãos e repetiu o gesto.

- Você fala como se tivesse coragem de atirar em alguém. – Ele disse, se sentando novamente no sofá. Dessa vez fui ao seu lado, e coloquei minha cabeça em seu colo.

- Certo, eu não teria. Mas seria muito engraçado ver Jéssica sair gritando e chorando... – Constatei, pegando a garrafa e tomando mais um gole.

- Posso não te conhecer a muito tempo, mas eu sei que você consegue pensar um jeito menos violento e mais traumático de fazê-lo. Talvez um ninho de baratas no travesseiro dela. – Ele disse, pegando a garrafa e bebendo.

- Seria divertido... – Eu confesso que imaginei, mas devido às prioridades, iria deixar o plano em arquivo. Um dia quem sabe... – Mas te trouxe aqui por outro motivo. – Eu disse olhando para ele, e tomando a garrafa de suas mãos. – Eu sabia que você tinha alguma briga com seu pai, mas pelo que eu vi, é muito mais sério do que eu esperava. O que acont... – Ele me cortou antes que eu terminasse.

- Bella, eu não quero falar sobre isso! – Ele disse se levantando, me fazendo cair no sofá e derramar um pouco da bebida em meu pescoço. Levantei-me, tentando tirar a bebida de forma que não a deixasse cair em minha roupa.  Quando olhei brava para Edward, ele estava rindo. – Me desculpa. Não esperava que isso fosse acontecer. – Ele disse se aproximando, mas quando ia me agarrar, eu o empurrei e coloquei a garrafa em cima da mesa.

- Não me venha com “me desculpa” mocinho. Isso só aconteceu porque você não me conta a verdade de uma vez. É “esquece!” daqui, “não quero falar disso!” dali... – Eu dizia nervosa, mas controlada. – Você não confia em mim? – Eu perguntei com os braços cruzados, olhando bem séria pra ele.

Ele suspirou alto, e levantou-se, vindo em minha direção e descruzando meus braços. Ele me abraçou e começou a beijar e lamber onde a bebida tinha caído.

- Eu confio em você Bella. – Ele disse indo em direção a minha orelha. – Mas algumas coisas não valem a pena serem ditas, principalmente para as pessoas que amamos e queremos proteger. – Ele disse a ultima parte olhando em meus olhos. Acho que eu já tinha entendido tudo. Sorri então.

- Hipoteticamente, se tivesse uma pessoa realmente perigosa ali em baixo, e a única forma de você proteger sua namorada e mãe hipotéticas fosse ficar quieto sobre alguma coisa que você descobriu há anos, você ficaria quieto, certo? – Ele apenas assentiu, não parecendo nada surpreso de eu ter adivinhado as coisas tão rapidamente. – E não há absolutamente nada que eu possa fazer?

- Não. – Ele abriu a boca pra falar mais alguma coisa, mas a fechou rapidamente, e apenas balançou a cabeça.

- Tudo bem então. - Eu disse colando nossas testas. Eu senti que o Sr. Cullen era bem perigoso, e sabia que daqui pela frente poderia vir problemas. Mas eu não iria me importar com aquilo. Não agora, que eu tinha muitas outras coisas para me preocupar antes disso.

Aquela conversa tinha sido tudo que eu precisava, e de repente, minha hesitação transformou-se em absoluta certeza.

- Vou ao quarto de Alice, pra tentar tirar o cheiro de álcool, você desce sozinho?

- Claro. – Ele disse e me beijou.

Saímos do quarto juntos, mas iríamos por direções diferentes. Então antes que ele seguisse, o puxei e disse:

- A propósito, você também disse que me ama. – E então caminhei para o quarto de Alice, olhando para trás uma vez e vendo ele ainda parado na porta do escritório, sorrindo.

Quando cheguei ao quarto de Alice, ia virar a maçaneta, mas ouvi uma voz masculina. E não qualquer voz masculina, mas a voz de Jasper. Concentrei-me então no conteúdo da conversa.

“Acha que um dia eu poderei superar sua perda, Alice?”

Eu mal acreditava! Será que aqueles dois estavam se acertando? Bom, eu garantiria que sim. Faria essa por tia Lily e tio John. Eles sempre cediam aos caprichos de Rose, mas duvido que eles realmente pensem que Allie e Jazz não devam ficar juntos.

Desci, procurando o que eu queria. Me dei conta, que as pessoas estavam prestando suas homenagens aos mortos, decidi que aquela era minha hora. Um homem que trabalhara com meu tio estava falando naquela hora, e eu esperei uma moça que estava na beira dos caixões sair, para falar com eles.

Foi um baque vê-los sem vida. É indescritível. Só quem já sentiu a sensação de ver um ente querido inerte e pálido sobre sua cama imortal, sabe o que eu senti naquele momento. Respirei fundo e comecei a sussurrar.

- Foram bons anos em sua mansão. Nunca vou me esquecer dos ótimos momentos, que vocês, de certa forma me proporcionaram. E não se preocupe tia Lily, prometo que vou casar seus dois filhos. E eles vão ser felizes. Minha palavra. – Disse por fim, saindo dali e dando lugar para o próximo.

- Você já se despediu de seus tios? – Perguntei pra Edward, que se encontrava no antigo lugar de Alice, bem afastado e quase fora do campo de visão de seu pai.

- Rapidamente. Tenho algumas palavras ainda, mas só vou falar ao amanhecer. Rose disse que é a tradição, pois sou da família. – Ele disse, se aproximando e fazendo carinho no meu rosto.

Encostei meu queixo em seu ombro que estava apoiado na parede, e falei baixo da forma mais escondida que eu podia.

- Alice e Jasper estão se acertando lá em cima. Quer ver a Bella do ensino médio agir? - Disse sedutoramente, e ganhei um olhar de duvida. Olhei então para Jéssica, que conversava animadamente com alguma perua, vez ou outra atrapalhando o senhor em seu discurso. Não tinha o mínimo de respeito mesmo!

Edward assentiu, com um sorriso malicioso se formando nos lábios. Ele se voltou para mim, se abaixando para cochichar em meu ouvido

- E o que você pretende? Aqui não tem baratas... – Ele disse zombeteiro, me fazendo rir.

- Eu sei. Mas tem algo melhor. Cordas! – Ele me olhou novamente em duvida. Revirei os olhos e falei. – Já te contei que eu fui escoteira?

Fui atrás da caixa de remédios na cozinha, e peguei o remédio de gripe que faria qualquer um ficar derrubado por umas boas 4 horas.

- Certo, e como faremos pra ela beber? – Edward me indagou.

- Bella?! – Merda. Lá estava ela, irritante e falsa como nunca. Joguei o remédio dentro da caixa e me virei automaticamente.

- Jéssica. – Disse o nome dela com indiferença.

A cozinha contava apenas com Edward, Jéssica e eu nesse momento, mas a qualquer segundo outra pessoa poderia aparecer. Então tinha que pensar bem. E rápido.

- Eu vim atrás de um analgésico. Sabe se tem algo para enxaqueca ai? – Perfeito. Uma enxaqueca era tudo que eu precisava. Controlei-me para não sorrir maliciosamente, ao contrario, fiz uma cara solicita e entreguei o remédio na mão dela. – Obrigada. As coisas estão bem loucas ultimamente.

Aguardei ela tomar o remédio, e só depois de um tempo dela me encarando que eu me lembrei que ele durava um bom tempo, mas o efeito não era instantâneo.

- Eu vou atrás de Jasper. – Ela disse, se virando e caminhando lentamente em direção a porta. Olhei desesperada para Edward, que me respondeu dando de ombros com uma expressão também preocupada. Se ela saísse da cozinha e do nada desmaiasse de sono na sala, ela iria chamar a atenção. Tinha que fazer o remédio fazer efeito naquele instante. Então, agindo por extinto, fiz a primeira coisa que eu pensei.

Só reparei na merda que tinha feito, quando Jéssica caia no chão.

- Bella, me diz que você não deu com uma panela na cabeça da Jéssica. – Edward disse se aproximando e levantando-a do chão.

- Na verdade foi uma frigideira. – Eu disse dando um sorriso amarelo, e recebendo um olhar de incredulidade. Certo, prometo que é a ultima vez que eu faço algo que eu vi em um filme da Disney.

 – Uma coisa é ela tomar um remédio que pode ser comprado sem receita. Outra é aparecer com um galo. Pra onde a levaremos? – Ele perguntou, saindo pela porta dos fundos da cozinha. Tomei a frente, e mostrei um quartinho de limpeza que ficava ali atrás. Ele a colocou sentada no chão, e ela caiu para o lado.  – Tá, e agora? – Ele perguntou respirando fundo.

- Ali naquele armário de cima, atrás de todas as coisas, tem vários elásticos de ginástica. – Edward me olhou fazendo uma careta de indignação e dúvida. – Alice é compradora compulsiva, ela comprou um elástico para malhar, e mais sete de “reserva”.

- Loucura é algo transmissível nesse grupo? – Ele perguntou irônico.

- Edward, você me ajudou a seqüestrar alguém, trancá-la em um armário e amarrá-la. Tem alguma dúvida da minha influencia nas pessoas? – Disse séria, mas acabei rindo no final.  Ele negava com a cabeça.

- É uma mulher perigosa Swan... – Ele disse se aproximando, mas eu o parei com minha mão em meu peito.

- Os elásticos. – Falei e apontei para o armário.

Acho que toda aquela loucura não durou mais de trinta minutos. Eu e Edward resolvemos não trancá-la (segundo ele, na melhor das hipóteses, já pegaríamos anos de serviço comunitário se fossemos descobertos), deixando a porta aberta, e gosto de quem a visse daquele jeito soltá-la ou não.

Eu não fiquei preocupada, mas Edward ficou inquieto. Voltamos à sala principal e nos dirigíamos para ficar ao lado de Rose e Emm. Esme, a mãe de Edward lá estava, mas seu pai não. Alias, dando uma geral pela sala, ele não estava em lugar algum. Acho que daquele jeito seria melhor.

- Vocês viram o Jasper? – Rose perguntou, quando estávamos bem próximos.

- Não. – Disse rapidamente com a voz falhada. Pigarreei e tentei novamente, dessa vez mais firme. – Não. Não fazemos ideia de onde está Jasper. – Edward deu um risinho nervoso, concordando, chamando a atenção de sua mãe.

- E a namorada dele...? – Ela perguntou diretamente para Edward, parecendo ter telepatia. Apertei a mão de Edward, em um sinal para ele não contar o que sabia.

- Hã... Jéssica não está com ele... Porque ela está trancada no armário de limpeza. – Ele disse final correndo, me fazendo revirar os olhos. – Desculpa, mas eu não sirvo para ser criminoso.

- Você trancou Jéssica no armário de limpeza? – Rose perguntou, olhando apenas para mim.

- Não, o armário está destrancado... – Desconversei.

- Mas ela está amarrada. – Rose adivinhou.

- É. – Apenas assenti.

- Ótimo. Mais tarde se eu ficar deprimida, eu posso visitá-la. – Rose disse, já sorrindo de lado, como eu esperava.

- É sério, qual o problema de vocês mulheres?! – Edward perguntou revoltado. Nós três (minha sogra também se mostrou bem indiferente a garota presa no armário) apenas demos de ombros. Edward revirou os olhos, mas depois me abraçou e cochichou no meu ouvido ironicamente. – Vejo que você está saindo na vantagem de ficar comigo. Com tantos problemas judiciais pela frente, um advogado vai economizar boa parte da sua fortuna. – Eu dei um risinho e o abracei.

Soltaria Jéssica da próxima vez que eu me lembrasse dela (e eu acho que iria esquecê-la por um bom tempo).   

O clima voltou a ficar pesado quando eu vi Jasper descer as escadas correndo, passando reto por todos que tentavam falar com ele, e saindo da casa. Naquele instante fiquei muito preocupada. Será que ele e Alice tinham brigado ainda mais?

Soltei-me de Edward, e fui atrás de Alice. Se ao invés de as pazes, Jasper tivesse brigado com ela, ela estaria devastada agora.

Suspirei alto enquanto subia as escadas. Por que as coisas tinham que ser tão complicadas? Olhei para baixo, e tive um panorama da sala. Meus pais e minha vó em um canto. Edward e Rose em outro lado. E bem no centro da sala, o casal falecido. Além das pessoas que eu mais amava, a sala tinha muita gente. Alguns que eu conhecia e estimava. Outros a que eu era indiferente. Outros que eu mal tinha visto em toda minha vida. Dei-me conta que John e Lily tinham feito algo em vida para essas pessoas. Provavelmente coisas boas, coisas que marcaram.

Não existe hipocrisia na hora da morte. A pessoa não está mais ali, então não há nenhuma cobrança caso você não vá ao enterro. E enterros são coisas ruins. Ninguém preza ver alguém morto. Não é uma festa como um aniversário, onde todos querem comparecer. Apesar disso, ali estava um casal sem vida, e as várias pessoas que faziam questão de demonstrar o respeito que tinham por aqueles dois.

Aquilo me deu forças. Refleti que ainda havia muitas coisas a fazer, e muitas pessoas a cuidar, para merecer receber tanto respeito quanto aqueles dois. Seria fácil? Não. Tinha muitas coisas a resolver. Mas agora, mais do que nunca, eu estava disposta a enfrentar tudo e todos (e cometer muito mais loucuras) pela felicidade daqueles que amo.


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Notas finais do capítulo

Mereço Reviews?
Bom, a fic tá chegando ao fim. Terá outra temporada (até porque temos muitas coisas pra resolver), mas mesmo assim, estamos fechando um ciclo.
Mas a cada fim, existem novos começos. Por isso, quero convidar minhas leitoras a minha nova fic, postada há algumas semanas.
É bem diferente dessa, mas tão boa quanto. Escrevo ela com mais duas outras kandangas, minhas amigas lindas, que muito me apoiam e super se animara a escrever mais uma loucura.
Segue o link, e um trecho da sinopse abaixo, e será um prazer receber novas leitoras.

Drift Away - http://fanfiction.com.br/historia/346716/Drift_Away/
O sobrenatural nunca toca muitas vidas, certo? Então natural é que o inumano nunca se encontre com o humano. O imortal é intocável, impossível. Ou não. Afinal, quando o humano torna-se imortal, o destino dele o acompanha. E existe tempo para o destino?
[...]
Duas meninas que vivem numa situação comum. Humanas. Mas tudo muda, por causa de um simples tropeço...

É isso, até amanhã com o último capítulo.



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