Capítulo 22 – Única e última.

P.O.V. Edward.

- Eu... Acho... Que... Temos... Que... Conversar. – Eu disse entre beijos. Eu estava eufórico por ter Bella de volta, mas isso não alterava o fato de precisarmos conversar seriamente.

Entretanto, ao vê-la arfante e sorrindo para mim, enquanto mexia em meus cabelos e arranhava minha nuca, era impossível me controlar.  Beijei-a, estreitando ainda mais nossos corpos, acariciando sua cintura com uma mão, enquanto já infiltrava a outra embaixo da saia de seu vestido. Bella desceu seus beijos por meu maxilar, até meu pescoço, enquanto já abria os botões da minha camiseta.

- Bella... – Eu tentei chamar a sua atenção, segurando suas mãos. Ela olhou pra mim, e sorriu enquanto falava.

- Depois. – Ela disse com um olhar que passava urgência. – Depois conversamos o quanto, e tudo que você quiser. Mas agora eu preciso de você. – Ela colou mais o seu corpo no meu, e então, sem conseguir mais resistir, enlacei suas pernas em minha cintura e a levei até a cama.

Coloquei-a sentada no colchão, e ela tratou de tirar a parte de cima de seu vestido, me dando visão dos seus seios perfeitos. Coloquei minhas mãos em sua cintura e subi-as, enquanto encostei minha boca em sua clavícula e fui descendo em direção aos mamilos. Chupei um enquanto acariciava o outro seio com uma mão.

Com a outra mão fui abaixando seu vestido, e logo depois fiz o caminho com minha boca. Distribui beijos em sua barriga e pulei sua intimidade, indo direto para a parte interna da sua coxa. Ouvi um muxoxo, mas continuei provocando-a.

Terminei de retirar suas roupas e sapato, e voltei a beijar sua perna, subindo até chegar a sua intimidade. Assim que afundei minha boca ali, pude sentir seu mel escorrer. Bella gemia meu nome alto, e quando eu sentia que ela estava próxima, ela me puxou e me disse sensualmente:

- Eu preciso de você dentro de mim. Agora. – Naquele momento minha ereção se contorceu. De fato, precisava tê-la naquele instante.

Em meio segundo eu tinha me livrado das roupas que restavam, e então eu a joguei bem o meio da cama e me deitei em cima dela. Prendi seus braços acima de sua cabeça e encarei seus olhos, ali eu pude ver todo o desejo de suas lindas orbes castanhas refletindo o meu próprio desejo.

- Eu te amo Edward. – Ela me disse demonstrando toda a necessidade que tínhamos um pelo outro. Não era como se eu tivesse duvidas daquilo, ela falou mais como uma confirmação. – Me faça sua de novo. Pra sempre. – Tudo estava tão intenso que eu não pensei duas vezes, antes de beijá-la profundamente e entrar dentro dela.

Ela gemeu alto, mas começou a rebolar, me fazendo entrar mais ainda dentro dela. Era tudo tão visceral. Bella era parte de mim, e eu dela. Não era mais uma opção, tudo em nós nos juntava. Não era só sexo. Não era só amor. Era tão profundo que a única expressão que vinha em minha mente é alma gêmea.  

Ficamos ali a noite inteira, alcançando prazer após prazer. Nos amando em cada canto daquele quarto, de cada maneira que conhecida e desconhecida. E quando estávamos arfantes e cansados, tudo o que eu fazia era olhar nos olhos de Bella, ouvindo promessas mudas do nosso futuro.

Acordei com Bella, linda com os cabelos selvagens esparramados pelo travesseiro enquanto fazia carinho no meu rosto.

- Bom dia. – Ela disse baixo.

- Precisamos conversar. – Eu disse me virando para ela.

- Eu sei. – Ela disse envergonhada, enquanto olhava para baixo e enlaçava nossas mãos. – Sinto tanto Edward. Hoje me senti ainda mais estúpida e infantil. Mas acredite em mim Edward, eu mudei. Quero realmente ter algo sério com você.

- Você fez mesmo muitas coisas estúpidas e infantis. – Eu dei um risinho enquanto ela fez um bico. – Porem eu também tive minha quota de culpa, principalmente não contando quem eu verdadeiramente era logo no inicio. Mas se teve uma coisa que eu aprendi ficando longe de você, é que eu não posso mais fazê-lo. – Eu disse fazendo carinho em seus cabelos.

- De fato você deveria ter me contado a verdade quando começamos a sair. – Ela disse enquanto se virava. – Mas provavelmente as coisas perderiam a graça. Afinal de contas, minha total intenção era sair com um cara que fosse stripper, jardineiro e barman em quiosques de praia. – Eu pude ver o sorriso em sua voz, e então beijei seus cabelos. – Então está tudo bem, certo? – Ela disse me puxando, de forma que ficássemos de conchinha. Ponderei por um tempo.

- Quase. Eu acho que ainda falta algo. – Eu pude sentir sua inquietação.

- O que?

- Você deve desculpas... – Ela sorriu aliviada.

- Então me desculpe. – Ela disse pegando em minhas mãos e enlaçando nossos dedos.

- Não para mim Bella.

- Então pra quem? – Ela olhou para trás para ver meu rosto, e era visível uma ruga no meio de sua testa. Eu apenas levantei a sobrancelha, a olhando sugestivamente até ela entender.

- O quê? NÃO. Não. Não, não e não. – Ela disse se afastando de mim e sentando na cama. – Ela não tem nada a ver com isso Edward! Não vou pedir desculpas para aquela...

- Tânya também merece consideração Bella. – Eu falei interrompendo sua explosão. Mas parece que ela ficou ainda mais brava.

- Edward, Tânya não merece nada de ninguém. Ela é maldosa, e me fez sofrer por seis anos. Não vou me desculpar por uma coisa que fiz no ensino médio e não me orgulho! - Suspirei. Eu já sabia que aquilo seria difícil, mas era importante para mim. Então me sentei do lado dela e peguei seu rosto em minhas mãos.

- Bella, você prometeu que tinha mudado. Tânya carrega um trauma tão grande, que nunca nem comentou com ninguém porque tinha se mudado.  – Eu pude vê-la revirando os olhos. – Admita: você pegou super pesado com ela. – Ela ia formular mais uma resposta mal educada, mas antes que ela falasse eu resolvi apelar. – Tânya é uma grande amiga da minha família. Seria muito importante ver vocês, pelo menos se cumprimentarem. – Ela apenas suspirou pegando minhas mãos, tirando-as de seu rosto e entrelaçando em nossa frente.

- Edward, eu não quero falar dela. Por favor. A gente acabou de voltar e mesmo que ela fosse indiferente pra mim, falar da ex nunca é algo legal. – Eu dei um sorrisinho de lado, me distraindo com suas palavras.

- Nós acabamos de voltar? – Eu disse dando um sorriso sacana.

- Sim. – Ela se aproximou me abraçando. – E não é uma opção. Você é meu namorado e ponto. – Ela me beijou quando terminou de falar.

Eu sabia que não deveria, mas como eu poderia não me distrair com essa mulher? Ela me tinha nas mãos. Era burrice, e lógico que eu tinha medo de sofrer como eu sofri durante todo esse desentendimento. Mas não era algo que eu pudesse resistir. Bella era minha kryptonita, a única que virou meu mundo de cabeça pra baixo e fez eu me reencontrar mesmo estando perdido.

Eu deveria estar bem chateado com ela, eu sei. Eu fiquei pensando por muito tempo o que eu faria se quando estivéssemos e com filhos ela decidisse não me escutar novamente, causando essa grande confusão. No fim das contas, eu decidi que não importava a confusão que ela criaria, porque mesmo assim, ainda seria casado com ela e teria filhos com ela. Só isso me faria feliz o suficiente para agüentar suas loucuras por toda a eternidade.

-Edward, você é aqui de Nova York, não é? – Ela perguntou após algum tempo em silêncio.

- Sou. Porque, vai falar que nunca esteve em Nova York? – Perguntei já rindo. Aposto que Bella tinha um apartamento em Manhattan. E se não tivesse, uma ligação para Charlie resolveria.

- É claro que já estive em Nova York! – Ela revirou os olhos. Claro, minha mimadinha. – Mas do mesmo jeito que eu te levei comigo pra conhecer a Califórnia, a gente podia sair por ai em Nova York. Que tal? – Ela se virou, com uma cara maliciosa e me beijou.

- Eu gosto muito da sua idéia. – Continuei a beijando. – Mas você não tem compromissos? Sua vó me falou que o motivo de sua viagem foi trabalho.

- Já resolvi o que tinha que resolver. – Ela sorriu e me beijou mais uma vez.

- Nesse caso, eu gostei muito da idéia. – Sorri malicioso e a beijei de novo. – Vou te levar para meu lugar favorito, uma selva dentro da selva de pedra. Só precisamos passar em um lugar antes. – Ela sorriu assentindo.

- Nesse caso, vou para o meu quarto ouvir Alice sendo histérica e te encontro daqui umas duas horas, pode ser? – Foi minha vez de assentir. Ela então se levantou e começou a vestir suas roupas, mas de repente estancou. – Hum... Não estou voltando para o assunto, nem quero entrar em méritos. Mas só pra saber Edward, o que você falava com Tânya ontem? – Eu fiz uma careta interrogativa. Como ela sabia? – Alice viu. – Ela explicou, dando ombros.

- Na verdade, foi acaso. Mas eu ia pedir pra ela falar com você. E quem sabe conversando vocês duas não... – Eu ia começar um discurso de como elas poderiam se entender, mas Bella me cortou.

- Edward, eu não quero discutir, principalmente sobre isso. Sério. Vou pro meu quarto e daqui a pouco eu volto. – E então ele terminou de se vestir, me beijou e saiu. Suspirei. Eu me sentia um idiota por tê-la perdoado tão fácil, é claro. Mas ficar sem Bella não era uma opção. E eu esperava um dia colocar naquela cabecinha oca que era preciso engolir o orgulho e abaixar a cabeça de vez em quando. Mas por enquanto não vou negar, eu estou feliz só por estar com ela. Mesmo com erros, e tudo mais, ainda sim ela era minha Bella. Finalmente, minha.

P.O.V. Marie

Eu acordei feliz com a possibilidade de minha neta estar com o rapaz certo. Não sei ao certo por que, mas ele me cativou. Senti que ele fará muito bem para minha cabeça dura, fora que eles formariam um lindo casal.

O meu dia melhorou consideravelmente quando eu vi Charlie entrar bufando na sala de jantar.

- Sua vida está ruim genro? – Falei sorrindo.

- Jacob me ligou e disse que Bella voltou com aquele jardineirozinho mentiroso meia-boca. Aposto que você tem dedo nisso! – Ele acusou, mas eu fiquei tão feliz dele ter chegado a tempo que nem liguei para o mau-humor de Charlie.

- Você com certeza tem razão. Mas não foi nada pessoal com você dessa vez. Só penso no melhor da minha neta...

- Ah é? E porque você não pensa em sua filha, Marie? Rachel Black já me ligou dizendo que Jacob está super chateado, e que prefere que a partir de agora Renée mude de obstetra, para não ter problemas de um possível encontro entre ele e Bella. – Ele disse exasperado. – Renée vai ficar doida, ela não quer outro obstetra! – Ele disse dramaticamente me fazendo revirar os olhos. – Ah, pra você é fácil, não vai ter que contar isso pra ela. – Ele disse jogando pra mim.

- Então não se preocupe, eu falo com ela Lico. - Dei ênfase no apelido ridículo que Renée deu pra ele enquanto namoravam.

- Não me chame assim... – Ele me alertou.

- Por quê? Quer que eu diga para Renée que você não gosta? – Eu pude o ver respirando fundo, contando até o infinito e pensando todos os palavrões possíveis em sua mente. Ah, missão cumprida. – Bem, vou levar café da manhã para Renée. Com licença. – Me levantei e tenho certeza que ele deve ter me xingado pelas costas. Mal educado.

Cheguei ao quarto acompanhada de Maria, que trazia a bandeja.

- Bom dia querida. – Disse já me direcionando as janelas e abrindo as cortinas. Renée já estava acordada e lendo, então não preocupei em assustá-la ou algo parecido.

- Bom dia mãe. – Ela me cumprimentou, e eu fui ajudá-la a se levantar e fazer sua higiene matinal. Quando ela voltou a se sentar em sua cama, começou a tomar seu café, então achei oportuno avisá-la sobre sua mudança de médico.

- Filha, há noticias boas e ruins, e como seu marido é um covarde, cabe a eu contá-las. – Ela revirou os olhos para a parte que tocava seu marido mas apenas assentiu para eu prosseguir. – Primeiramente, pelo que eu entendi Bella está com Edward, sabe? Aquele menino do aeroporto que eu te contei. – Ela ficou chocada por um tempo, mas logo falou,

- Edward e Bella? Juntos? Nossa, você gosta mesmo de estragar os planos de Charlie em mamãe. – Ela disse rindo.

- Você devia dar uma bronca em seu marido desmiolado. Onde já se viu, tentar juntar de novo Jacob e Bella?!

- Ele tem boas intenções mãe. E acha que se Bella casar com Jacob não vai para longe. Já avisei que é um engano de sua parte, mas fazer o que? Se tem uma coisa que Bella puxou de Charlie foi teimosia.  – Eu assenti. Minha neta era super geniosa, e tendo eu como avó e Charlie como pai, não era difícil entender o por que. – Bom, por sua cara imagino que essa seja a noticia boa. Qual é a má?

- Bem... Vamos dizer que sua obstetra não recebeu bem o pé na bunda que Bella deu no bebezinho dela. – Fiquei preocupada com a reação de Renée, mas ela apenas bufou indignada.

- Ah, típico da Rachel. Quando Bella levou um toco dele eu era exagerada, agora minha filha que está errada... Hum! – Ela resmungou. – Deixe-me adivinhar, ela não quer me atender mais?

- Exatamente querida. Mas não se preocupe, porque eu mesma tratarei de achar o melhor obstetra para acompanhar o nascimento de meu netinho. – Renée deu um sorriso emocionado. Charlie entrou bem na hora, um pouco agitado, provavelmente porque estava com medo da reação de Renée. Ela também deve ter percebido, porque foi logo o acalmando.

- Minha mãe já falou comigo, querido. Eu sei que Billy é seu amigo de infância, mas particularmente nunca fui fã numero um dos Black. – Charlie estava distraído, olhando para todos os lados, meio desnorteado. Aquilo era visível até pra mim, imagine para Renée que era muito mais perceptiva. – O que foi Charlie? Está tudo bem? – Ele arregalou levemente os olhos e respondeu rapidamente.

- Hã... Sim. Sim. Apenas preocupado, já que terá que escolher outra obstetra para sua gravidez. – Ele desconversou. – Marie, a propósito, posso conversar a sós com você? – Eu estranhei. E Renée estranhou muito mais essa atitude de Charlie, mas no fim o acompanhei até a saída do quarto.

- O que foi? – Perguntei quando já estávamos em seu escritório. Assim que saiu do campo de visão de Renée, ele ficou agitado, remexendo naqueles fios que ele chamava de cabelo e bufando alto.

- Vou ser direto. Fui chamado para fazer um reconhecimento de cadáveres. Mas sob hipótese alguma Renée pode saber. – Fiquei chocada. Céus, quem tinha morrido?

- Quem Charlie? Renée conhecia? – Perguntei desesperada. E ele apenas assentiu. Céus, não queria nem imaginar. Até porque a primeira imagem que me vinha era de minha neta, e ver minha pequena Bella morta, mesmo que num delírio horrível, me dava calafrios. Mas eu sabia que se fosse ela, ele estaria em ruínas, então rapidamente descartei a teoria e me acalmei. – Quem? – Perguntei novamente. Ele suspirou derrotado,

- Houve uma tragédia na casa dos Hale nessa madrugada. Três vitimas. – Hale? Não era o sobrenome do namorado da Alice? Céus, passei mal nessa hora. Será que tinha ocorrido algo de mau com ele?  - Não sei ao certo o que ocorreu, vou precisar ir na policia. Mas seja como for, não deixe que Renée assista TV. Não quero nem pensar no que uma bomba dessas faria com ela. – Eu apenas assenti, e ele se dirigiu a saída.

Tudo o que eu pensava era em Alice, e logo depois em Rose, a outra amiga da Bella que era uma Hale. Não podia ser ela, certo? Pensar em jovens cheios de vida partindo me fazia sentir uma tristeza estrema. Mas não iria me desesperar, ia apenas agradecer por nada de mal ter acontecido com meus netos, e ficar com Renée.

P.O.V. Alice

Eu visitei dois caras, mas ainda nada. Sabe aquela sensação de estar no lugar errado? Era isso que eu sentia. Suspirei. Estava decidido: voltaria para casa quando Bella regressasse ao hotel. Eu tenho certeza que meu irmão não está aqui, então não vou perder tempo.

Eu estava andando pelas agitadas ruas de Manhattan, quando esbarrei em um homem. Foi totalmente sem querer, mas o estranho me segurou firmemente.

- Me desculpe. – Pedi sem graça (mais por ele estar me segurando, do que pelo tropeção em si).

- Não foi nada não. Você é Alice, certo? – Ele perguntou com um sorrisinho sinistro e eu apenas arregalei meus olhos. Quem ela aquele estranho? – Acho que isso foi um sim. – Ele deu mais um sorriso e saiu andando.

Estava em choque e tremendo de medo. Ali era movimentado, mas tive medo de pegar um taxi e ser seqüestrada por aquele estranho que sabia meu nome. Metrô, sem chance. Então só me restava uma coisa a fazer.

Eu não queria atrapalhar Bella, uma vez que ontem a noite eu vi Jacob voltar bufando e esbravejando para o andar que dividíamos, e ao perguntá-lo o que houve, ele apenas respondeu com ironia: “Sua amiga! Deseje felicidades a ela e ao ruivinho cabeçudo.”. Jacob partiu hoje de manhã, para sabe-se lá onde. Mas minha amiga não tinha voltado. Para me garantir que estava tudo bem, antes de sair do hotel, perguntei se Edward Cullen estava hospedado ali e se já tinha pedido o serviço de quarto hoje. O rapaz que ficava na recepção afirmou a primeira, e negou a segunda. Bella, depois que saí da seca não entra mais...   

 Enfim, graças ao meu medo de um suposto seqüestro, liguei para Bella, mesmo sabendo que poderia atrapalhar algo, a fim de pedir para buscar-me. Acho que ela já estava acordada e com o celular perto, porque atendeu no segundo toque.

- Alô? – Ela disse meio que gemendo. Hum safada, para pra atender o telefone pelo menos. Pensei.

- Bella? É a Alice. Estou próxima ao “Red Velved” e aconteceu um lance meio bizarro, e você precisa vir me buscar.

- O que aconteceu? – Ela perguntou preocupada, e eu expliquei a minha situação. – Ok Alice. Entra na cafeteria que é mais movimentado, e espera um pouco que eu já vou te buscar.  

- Ok. – E então desliguei o celular e entrei na cafeteria. Pedi um chá para me acalmar e sentei numa mesa.

Eu era oficialmente a pessoa mais azarada do mundo. Sem mãe, sem irmão, sem namorado, longe do pai e agora ameaçada por pessoas na rua, em uma cidade estranha. Talvez por isso eu seja tão grata por ter pessoas como os Swans, minha vida...

Suspirei alto e beberiquei mais um pouco do meu chá olhando distraidamente. E então a televisão prendeu minha atenção.

“... A esposa do empresário, Lilian Hale, não resistiu aos ferimentos e acabou falecendo,”. – Ao ouvir o nome de minha ex-sogra, e a palavra “falecimento” na mesma frase, me engasguei com o chá, vindo então um funcionário me acudir. Assim que eu melhorei, eu apenas pedi para que ele aumentasse o volume da TV e me aproximei.

“A tragédia improvável que acabou tirando três vidas continua sem suspeitos. A explicação mais plausível continua sendo um erro com a estrutura das pilastras da sala.” – Enquanto a repórter falava fotos dos meus ex-sogros (e algumas que tinham Rose e Jasper) passavam, e passou uma de Paul e sua mulher Kim, um casal de empregados da casa, provavelmente um deles deve ter sido a “terceira” vitima, mas eu não sabia quem. A chamada em vermelho apenas dizia: “Teto de mansão na Califórnia desaba sobre os donos.”

Eu estava em choque. Como estaria Jasper? E Rosalie? Quando dei por mim, vi que meus olhos já transbordavam água. E pensar que Lily morreu me odiando. Não consegui pensar, falar ou fazer nada. Só fiquei ali, estática olhando as cores da televisão.

- Allie? O que aconteceu? – Bella perguntou quando chegou ao meu lado junto com Edward. Na televisão não passava mais a noticia, então eu teria que me recompor para falar.

- Pre-pre-ci-sa-mos vol-tar. – Foi o que eu consegui dizer em meio a soluços.

- Como assim Allie, o que aconteceu? – Bella perguntou novamente, no mesmo instante em que o celular de Edward tocou. Ele atendeu no terceiro toque, para uma voz histérica que podia ser ouvida a distancia começar a falar.

Ele arregalou os olhos de tal forma, que eu sabia que ela tinha recebido a noticia. Então ele me abraçou, e eu comecei a chorar anda mais. Bella continuava confusa olhando para nós dois, até que Edward explicou.

- Era Rose. Na verdade Emmett. Os meus tios faleceram, Bella. – Ter essa confirmação fez-me sentir ainda mais fraca, e por fim, não agüentei e me deixei levar por um torpor. Eu estava desmaiando.