Knives and Pens escrita por Prouvairee


Capítulo 31
Capítulo 31 - Real Love


Notas iniciais do capítulo

MEUS HOBBITS! ♥ -Q ~Como se eu fosse A ALTA~ ~Vêm, Ryan, me zoa logo e me chama de baixinha u_u~
FELIZ ANO NOVO ATRASADO!
NHAAAAAAAA NÃO ME MATEM!! GOMEN GOMEN GOMEN, EU NÃO QUERIA DEMORAR!!!
Mas, enfim, você me desculpam, nee? *cara de honey-senpai*
(http://media.photobucket.com/image/honey-senpai/chiriin/Ouran%20High%20School/1912.jpg VEJAM E MORRAM COM A FOFURA PS: ELE É UM ALUNO DO COLEGIAL)
...
Okay, okay! Olha, o cap. tá pequeno -NNNNNN Eu nunca fiz um capítulo tão grande, deram 15 páginas O_O UM ÚNICO CAP. COM 15 PÁGINAS! O QUE DIABOS ACONTECEU?? -Q
Enfim, vocês vão me matar por causa desse capítulo, porque está BEM trágico. Não é minha intenção traumatizá-las, mas é que eu amo misturar tragédia com romance *w* -q Eu amo sangue, btw, então tem muito nesse cap~ *le pedras voando*
Ah, e eu estava sem idéia para título, então peguei Real Love, dos Beatles e é... emocionante *-*
OKAY! Então, vão ler e peguem lencinhos -n (vai saber, né? eu já fiz gente chorar em capítulos bobos, não duvido nada desse aqui...)
Reviews de Help! pra cá respondidos ^^
Boa Leitura...



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Capítulo 31

Real Love


1º de Janeiro de 1997

Mais um ano havia se passado. Como de se esperar, os garotos passaram juntos, porém agora com a mãe de Frank, Ronnie, Zacky, Brian e Ray e a avó de Max. Aproveitaram os últimos minutos do ano e de suas férias juntos e não duvidavam que, a partir do ano que lhes esperavam, tudo mudaria para melhor.

Tudo parecia calmo naquela tarde de Janeiro. Frank e Mikey jogavam algum jogo na casa dos Way’s e Gerard havia saído – um pouco receoso, pois achara que estivera sendo observado quando fizéra – para comprar os tão conhecidos copos de café da cafeteria não muito longe de sua casa, aproveitando para pegar um novo gibi que lançara e que colecionava. Não demorara muito além de aproximadamente 30 minutos, pois a cafeteria, como de costume, encontrava-se com um grande número de pessoas, que costumavam ir ali para encontrar os amigos, ler, relaxar ou apenar tomar seu café ou qualquer outra bebida.

Voltou para a casa como havia saído da mesma, com uma sensação estranha tomando seu corpo, e não sabia ao certo quais sentimentos eram os que a tal sensação trazia, apenas sabia que não tinha um bom pressentimento. Tentou afastar os pensamentos de sua cabeça, mas de nada adiantava, pois o silêncio da rua deserta fazia com que ouvisse os batimentos acelerados de seu coração; logo o pânico, a seu ver, sem motivo, tomava conta de si. Apressou os passos, fazendo marcas sobre a neve, e tentava tomar cuidado com os 3 copos quentes que estavam sobre o suporte, levando a sacola com o gibi em sua outra mão, fazendo com que seu pulso ficasse marcado e suspirou ao que lembrara que, se fosse a um tempo atrás, além do desespero, estaria com a dor das alças roçando em seus cortes fundos. Afastou os pensamentos, querendo esquecer o passado e ao mesmo tempo o estranho desespero que lhe dominava, achando que fosse apenas uma sensação passageira ou coisa de sua cabeça; Logo chegara em casa, os batimentos cada vez mais acelerados, assim como sua respiração. Olhara para o branco abaixo de seus pés e estranhara ao que pegadas iam em direção a casa e, se é que fosse possível, se desesperou ainda mais, pois sabia muito bem quem era o dono desta. Correu em direção a porta e a mesma estava trancada, sendo que quando saíra, deixou-a aberta. Por sorte, levava a chave consigo e abriu-a, se deparando com a sala vazia, a TV ligada, o tabuleiro ainda no chão e as peças do mesmo espalhadas. Caminhou receoso até a escada, tomando cuidado para não fazer algum barulho e arregalou os olhos ao que em cada degrau haviam manchas de sangue, como se alguém ferido fora arrastado para o andar de cima. Por mais que quisesse correr, caminhou devagar com medo de que as escadas de madeira fizessem algum rangido, seguindo a trilha de sangue. Seu destino fora o quarto abandonado - que se, caso não tivesse escolhido o porão, seria seu quarto -, Aonde o cheiro de sangue era ainda mais forte e se misturava com um perfume forte que lhe causava repulsa, ânsia e memórias, as piores possíveis. Não fizera cerimônia e logo abriu a porta; a respiração parara conforme o coração falhava diversas batidas e nada mais se passava por sua mente ao que encontrara os olhos de quem tanto amava, marejados e vermelhos, exprimindo dor. Frank possuía os braços amarrados por cordas grossas, assim como os pés e as pernas, da qual o menor sentava por cima, provavelmente obrigatoriamente. Sua boca encontrava-se amarrada por um pano branco, o mesmo era manchado de vermelho sangue, e que aparentava ser “fresco”. O cheiro de sangue e as marcas pela escada até o quarto vinham do garoto, que se encontrava ensangüentado, com diversos cortes pelo corpo; abaixo de si, uma poça do liquido vermelho, Ao seu lado, diversas facas afiadas. Gerard não conseguia pensar em nada, permanecia instável, sem reação alguma perante aquilo, até que decidira correr até o garoto, mas fora impedido pelo som de um tiro, o mesmo por pouco não lhe alcançara.

– Aonde pensa que vai, anormal? – Uma voz feminina fora escutava atrás de si, o que lhe tirara todas as dúvidas sobre quem seria o causador de tudo aquilo.

Gerard não ligara para o tiro que quase lhe acertara e se ajoelhou ao que chegou ao lado de Frank, abraçando o garoto pelo ombro, conforme o mesmo deitava a cabeça em seu peito, soluçando.

– QUAL O SEU PROBLEMA?! – se virou, gritando em direção a mulher loira que não via há tanto tempo. Seus olhos já estavam marejados e vermelhos, o que fez o sorriso da mulher aumentar ainda mais, conforme a mesma carregava a arma que segurava.

– Quanto tempo, não é mesmo? – disse ignorando a pergunta – por mais que a mesma fora retórica. – Veio salvar seu namoradinho? Tsc, perda de tempo... Logo ele já não estará mais nesse mundo, felizmente, ao contrario de você que foi incapaz de se matar... Deprimente... – riu com o nariz, conforme revirava os olhos.

– Você é deprimente, você que não deveria estar aqui, você que é incapaz de fazer qualquer coisa além de torturar as pessoas! – A cada palavra a fúria de Gerard aumentava, assim como sua preocupação com Frank que perdia muito sangue, o mesmo já sujava sua roupa, mas ele sequer ligava para aquilo.

– E lá existe algo melhor do que ver a dor alheia? Claro que não! Eu não estou fazendo nada além do que vocês merecem! A propósito, vocês merecem coisa pior, merecem a morte, o sofrimento, a dor, o desprezo! Vocês não passam de criaturas patéticas! Eu achava que não tinha como ficar pior, mas então descobri que você e essa criatura estavam juntos e haviam levado Michael para o mal caminho... Esse mundo está perdido, assim como o destino de vocês! – Donna dizia em um tom calmo enquanto mantinha um sorriso nos lábios pintados de vermelho vivo, ambos os atos consequentemente irônicos. Caminhava pelo lugar vazio, fazendo com que o som de seus passos sobre a madeira ecoasse pelo quarto quando o mesmo se encontrava em pleno silêncio. Mantinha a arma em sua mão e a fitava com certo brilho nos olhos azuis. Não era o tipo de brilho que se tem quando avistamos algo que nos alegra, que nos emociona, era o brilho que se tem perante algo que trás a dor a alguém; o brilho daqueles que sequer se importariam de tirar a vida da mais inofensiva criatura vivente neste mundo; um brilho carregado de ódio, de maldade; um brilho insano que deixava claro que nas mãos de alguém com os tais olhos, com o tal brilho, uma arma seria facilmente descarregada naquele que ousar aparecer em sua frente.

– E DESDE QUANDO VOCÊ LIGA PARA NÓS? – Gerard aumentava cada vez mais o tom de sua voz e as lagrimas grossas deslizavam por seu rosto pálido cada vez mais rápido. Já havia desamarrado Frank e tirado o pano de sua boca; Os pulsos sangravam e não eram apenas devido às cordas, pois o mesmo acontecia com o resto de seus braços, diferente das canelas que, por sorte, apenas sangravam devido a força da qual foram amarradas. A boca do garoto possuía cortes, assim como o resto de seu rosto bonito, porém permanecia ressecada e sua parte não manchada de sangue era branca, ao contrario do que os lábios rosados costumavam ser. Apesar de agora ter possibilidade de falar, o garoto não conseguia, Estava fraco demais. Gerard entendera e apenas continuou abraçando o garoto contra seu peito. – VOCÊ NUNCA SEQUER QUIS SABER DE MIM E DE MIKEY! POR QUE DIABOS AGORA VOCÊ DECIDE APARECER EM NOSSAS VIDAS? JUSTO AGORA!

– Eu já planejava isso há muito tempo. Mikey nunca fora meu alvo principal, ao contrario de você. Desde que você era apenas um bebê, eu sempre desejei que você sumisse de minha vida, sempre desejei a sua morte, mas, infelizmente, aquela estúpida da sua avó sempre estava por perto, protegendo vocês de qualquer coisa...

– Quem é você para falar de minha avó dessa forma? A propósito, quem é você, o que demônios é você? Se minha avó sempre cuidou de nós dois, por que você não simplesmente nos abandonou com ela e fugiu com um de seus amantes, assim como meu pai provavelmente fez? Não precisávamos de ninguém, apenas ela. Ela era nosso pai, nossa mãe, ao contrário de alguém feito você!

– Acho melhor você fechar a boca se quiser seu amado vivo por mais alguns minutos... – disse fitando Gerard indiferente, o mesmo recusara olhar naqueles olhos cheios de ódio, mas não se calaria tão facilmente.

– Frank não tem nada a ver com isso! Faça o que quiser comigo, mas não ouse encostar se quer um dedo nele! – Dito isto, o menor, que segurava a mão de Gerard, apertara a mesma; Gerard apenas acariciou o cabelo do garoto, tentando acalmar o mesmo. – Calma, Frankie, vai ficar tudo bem. – sussurrou.

– Não tem nada a ver?! – Donna arqueou uma de suas sobrancelhas, questionando o filho – se é que se pode a considerar mãe – em um ar surpreso. – Que desinformado... Mas fique tranqüilo, não encostarei um dedo nesse ser, muito menos em você, não quero ficar doente feito vocês...

– A única doente aqui é você, Donna! – Gerard ia se pronunciar, porém uma voz feminina fora ouvida da porta, logo a imagem de Linda, pálida e com a feição que misturava preocupação, ódio e desespero, apareceu. A mulher se encontrava com o rosto manchado de lágrimas e com a respiração ofegante.

– Ora, ora, ora, se não é Linda Iero! – Donna disse ao se virar e deparar com alguém que já conhecia há tanto tempo. Fingiu um sorriso simpático, mas sua feição irônica e o brilho carregado de ira de seus olhos simplesmente não conseguiam enganar ninguém. – Espere, está me chamando de doente sendo que tem um filho como ele?! – Apontou para trás, com intenção de indicar Frank. O ódio de Linda aumentava cada vez mais.

– Não ouse proferir se quer uma palavra relacionada ao meu filho. – disse pausadamente, logo olhou a mulher a sua frente incrédula e desoladamente. – Você ainda não aprendeu, não? Não aprendeu a lidar com seu ódio, com seus problemas, com seu passado.

– E você não aprendeu que não deve se meter na vida dos outros, não é mesmo?

– Donna, será que é tão difícil entender que nem tudo é como desejamos? Que sempre surgiram problemas, mas que devemos lidar com eles da mesma forma? Por que esse ódio todo por um motivo tão estúpido?! Eles não têm culpa de nada, nem Gerard, nem Mikey, nem Frank, nem ninguém! – disse calmamente, conforme balançava negativamente a cabeça. Gerard e Frank fitavam confusos tudo aquilo.

– “Nem Gerard, nem Frank”?! Haha! – riu ironicamente. – De fato, se você não tivesse apresentado seu filho a Gerard ele, provavelmente, não estaria metido nessa situação, porém acho que foi aquilo que chamam de destino, não? De uma forma ou de outra ele apareceria novamente, mas acho que se fosse dessa forma eu não teria o tratado como agora.

– Do que estão falando? Linda não apresentou Frank a mim, eu o conheci na escola, depois de terem me batido! – Gerard estava mais confuso ainda com a situação. – A propósito, desde quando vocês se conhecem?

Linda suspirou e Donna riu baixo em desdém, caminhando até uma cadeira velha de madeira clara, o único objeto naquele quarto exceto suas armas. Sentou-se ali e começara a fitar suas unhas.

– Nós nos conhecemos desde os 7 anos. Fomos amigas de infância até o colegial. – Linda disse calma e Gerard arregalou os olhos, mas assentiu com a cabeça para que a mesma continuasse. – Sempre estivemos juntas, éramos melhores amigas, como irmãs. Éramos diferentes das garotas daquele lugar, nós dávamos mais valor aos estudos e a amizade do que a aparência, isso fazia de nós duas as Nerds Excluídas que só tinham uma a outra como amiga, até que certo dia, nas primeiras semanas como colegiais, Donna decidiu deixar essa vida de lado e se juntar com as garotas más do colégio, esquecendo todo o passado, inclusive nossa amizade, pois não aceitei a proposta de se tornar uma delas. Às vezes nós nos falávamos, mas nunca nada fora como antes. No segundo ano, Donna conheceu Donald, um garoto que fazia parte do coral da escola e do clube de Artes. Ele não era muito popular, pois era um tanto quanto intelectual e isso era motivo de desprezo na escola, mas o fato de ele ter uma boa aparência e de seus pais serem donos de diversas galerias de artes e empresas relacionadas a publicidade, algo que dava dinheiro, era o suficiente para chamar a atenção. Mas ele não era como os outros garotos bonitos e ricos da escola, ele vivia como alguém normal, e fazia o máximo para se afastar dessas pessoas, tendo como amigo apenas Frank, o garoto que costumava fazer dupla comigo em todas as aulas e do qual eu sempre gostei desde o jardim de infância, sendo assim, logo depois que ficamos ainda mais amigos, Donald também se tornara. Muitas garotas desejavam Donald, principalmente Donna, e notei isso e, por mais ela tivesse esquecido nossa amizade e dado mais valor á popularidade, resolvi ajudar, apresentando Donna a Donald secretamente. Passado alguns meses, os dois começaram a namorar, assim com eu e Frank, mas parecia que o amor que Donna nutria por Donald não era verdadeiro, mas o garoto não notava tudo isso. Terminado o colégio, eu e Frank decidimos fazer faculdade de medicina, e assim foi, enquanto Donald decidira fazer faculdade de Artes. Donna, que não era mais a mesma, perdera os interesses em uma carreira digna de algo e seguira a vida em qualquer oportunidade que lhe aparecia. Quando tínhamos 24 anos, Donna engravidara alguns meses depois de mim. Donald já estava cansado do jeito ambicioso de Donna com o dinheiro, já estava cansado de nunca ter visto algo verdadeiro na relação dos dois e já não tinha o mesmo bom coração, que se tornou frio. Assim que Donna dissera que estará grávida, e fizera isso com certo desânimo, pois “não queria estragar o corpo” dizendo que queria dinheiro, Donald disse que estava a deixando com a casa em que moravam e um dinheiro para sustentar a criança, pois não agüentava mais aquilo. Aquilo revoltou Donna que pensara em abortar a criança, mas depois que soubera que grávidas possuíam certos privilégios em locais públicos, desistiu da idéia, mas não esqueceu o ódio, mantendo aquilo consigo contra o primeiro filho. Quando faltavam apenas alguns meses até o nascimento da criança, Elena, a mãe de Donna, passara a morar com ela. Elena demonstrava ansiedade pelo fato de que agora teria um neto, ao contrario de Donna que só de imaginar que levava algo consigo que era fruto de seu “amor” com Donald, possuía mais repulsão perante o bebê. Eu e Frank a apoiamos também, por mais que achássemos aquilo errado depois de tudo que ela fizera e de concordar com Donald, mas não podíamos deixá-la de lado e eu pensei muitas vezes na possibilidade de nossos filhos virarem amigos, mas dependendo de Donna, nunca se podia ter certeza. Então, dia 4 de abril do ano de 1981, você, Gerard, nasceu. – Ela sorriu, suspirando. – e eu estava lá, ansiosa para que o que acontecera com Donna acontecesse comigo. Ela não ligou, e sequer queria chegar perto de você, mas eu, Frank e Elena tínhamos a reação completamente diferente, pois queríamos você conosco o tempo todo. Depois que já estava boa o suficiente para viver a sua vida normal, Donna deixava você com Elena e saia pelas ruas, as vezes só voltando semanas depois. Passado seis meses de seu nascimento, a melhor coisa ocorrera em minha vida, e então Frank nasceu. – Ela disse acariciando o rosto do filho que permanecia deitado no peito de Gerard, tomando cuidado para não encostar nos machucados. – e você estava lá com Elena, e sua reação quando viu Frank foi adorável, pois, por mais que você só tivesse 6 meses, seus olhos pequenos brilharam e sua mão foi em direção a de Frank. Você foi a primeira pessoa a segurar na mão dele. – Ela dizia com os olhos marejados, mas ainda sorria abertamente. Frank e Gerard se entreolharam impressionados, com os olhos brilhando radiantemente e apertaram mais a mão um do outro, carinhosamente. Sorriram e assentiram com a cabeça para Linda continuar. – Mas Donna nunca gostou de crianças, então simplesmente não ligou para nada daquilo que acontecia, e, sem sequer sabermos os motivos, ela quis que nós não deixássemos vocês dois juntos, e assim, infelizmente aconteceu. Passado um ano, Donald voltara para deixar mais dinheiro com Donna e a mesma lhe fez uma proposta de que se ambos tivessem apenas mais uma noite, ela não pediria mais dinheiro, e assim foi, porém algo inesperado aconteceu e então Donna engravidou novamente, dando a luz a Michael. Queríamos saber como era o irmão de Gerard, queríamos saber se ambos se pareciam, mas isso nunca fora possível devido o pedido de Donna. Mantínhamos contato com Elena e a mesma insistia para que fossemos ver as crianças, mas não aceitávamos desfazer uma “promessa” e assim se seguiram mais 4 anos. Por mais que éramos formados em medicina, eu e Frank trabalhávamos em um restaurante não muito longe de nossa casa. Eu trabalhava com garçonete e Frank cuidava das músicas e muitas vezes da comida; Levávamos Frank conosco pois meus pais não gostavam dele pelo fato de ele ser filho de Frank e vice-versa; nossa família não se dava bem... Coisas relacionadas a descendência e cultura. – Ela revirou os olhos, mas deu de ombros. – mas também pelo fato de Frank ter desde cedo uma paixão incontrolável por música, principalmente pelo Rockabilly e pelo Punk Rock, os estilos que mais tocavam na época. Como Frank já havia entrado na escola um ano antes, esse já era um motivo para as crianças não gostarem muito de sua companhia, fora que Frank sempre costumava se isolar e parecia que os únicos que ele queria ao seu lado era eu e Frank. Então, certo dia na tal lanchonete, alguém inesperado apareceu e fez com que eu sorrisse abertamente. Uma mulher entrara segurando um garotinho de cabelos castanho claro no colo e outro, que tinha cabelos castanhos quase negros, segurava em sua mão. Os olhos do garoto aparentemente mais velho que o outro era a prova de que eram realmente aqueles que a tanto tempo eu desejava ver. Logo a mulher colocou o menor no chão e o mesmo segurou na mão do irmão.

– Boa Tarde. 3 sorvetes e uma água, por fa- a mulher arregalara os olhos quando os mesmos foram de encontro com os esverdeados e bonitos da mulher a sua frente. – Linda!? É Você??

– Tia Elena!! – Linda deu a volta pelo balcão e correu até a mulher, abraçando a mesma, que retribuiu. – Quanto tempo!! E... – Ela agachou até os garotos que lhe olhavam um pouco confusos. – Meu deus, como você cresceu, Gerard! E Você, Mikey! Finalmente pude te conhecer! E... – Ela parou, logo sorriu. Se virou para trás, aonde o marido conversava com alguns homens e o filho apenas observava as guitarras que os mesmo seguravam, com certo brilho nos olhos esverdeados parecidos com os da mãe. – Frankie, venha aqui, mamãe quer te mostrar algo. – Ela disse em um tom doce e o garotinho olhou confuso para ela, mas ansioso para saber o que era, portanto tentou ir rápido e ao se deparar com os outros garotos, arregalou os olhos brilhantes aos que esses foram de encontro com os do maior. – Acho que vocês não se lembram, mas se conhecem desde bebês. – Ela disse á Gerard e Frank, que se olhavam curiosos. – Gerard, esse é Frank. Frank, esse é Gerard e esse é Mikey, irmão dele.

– O-Oi. – Frank disse tímido e baixinho, se escondendo atrás da mãe. Gerard se aproximou com calma do garoto e o fitou por um tempo, logo sorriu.

– Olá! – disse calmo e estendeu a mão para Frank sair de trás da mãe e o mesmo, um pouco incerto, aceito corado. Gerard piscou algumas vezes ao que tocara a mão do menos e não fez questão de solta-la, logo se virou para Linda. – Eu lembro. – sorriu orgulhoso e Linda arregalou os olhos.

– Você se lembra?!

– Sim. Eu já segurei nessas mãos antes.

– I-Isso é incrível! Você foi mesmo o primeiro a segurar na mão dele, mas você tinha apenas 6 meses, é quase impossível lembrar!

– Mas eu lembro. Não é tão impossível assim. – Ele disse calmo e Linda riu.

– Oi. – Mikey disse sorrindo de leve. – Quer brincar de alguma coisa?

– D-De que? – Frank perguntou ainda tímido e cada vez mais corado, mas ainda assim não quisera soltar a mão de Gerard.

– Qualquer coisa. – Mikey riu, andando até o garoto. – Que tal esconde-esconde? Você e o Gee se escondem, e eu procuro.

– C-Certo, mas...

– 1, 2, 3... – Mikey já começara a contar. Gerard puxou a mão de Frank e os mesmos começaram a correr, o maior procurando um lugar para se esconderem.

Linda e Elena riram com a cena.

– Crianças ficam amigas tão rápido...

– Frank não é assim, para falar a verdade... Ele se isola das crianças da escola e elas nunca quiseram se aproximar dele, fora que ele costuma aparecendo com alguns machucados todos os dias...

– É exatamente o que está acontecendo com o Gerard, mas ele não conta o que é... Que bom que eles se deram bem, vejo uma longa amizade pela frente...

– Sim, sim... Espero que seja assim. – Linda sorriu. – Mas então, como vão as coisas? E Donna?

– Continua na mesma vida, com Repulsa dos filhos, principalmente Gerard. Ela não fica em casa, então eles raramente a vêem...

– Quando será que ela vai aprender?

– Provavelmente nunca...


– Então depois de vocês terem passado a tarde inteira brincando, tiveram que ir embora. Gerard morava um pouco longe dali, o que fez com que vocês nunca mais se vissem, e logo depois que Donna descobriu que vocês haviam se visto novamente, proibiu você de sair.

– Então quer dizer que já nos conhecíamos... – Gerard suspirou. – Então nossa amizade não foi tão rápida por um motivo qualquer...

– Mas da mesma forma, parecia que vocês dois já estavam destinados a estarem juntos, como amigos ou não. – Linda sorriu e Gerard retribuíra, mas logo ficara confuso.

– Então a senhora já sabia desde aquele dia em que eu apareci em sua casa?

– Claro que sabia! Seus olhos foram o suficiente. – Ela riu. – Mas eu queria que a história ficasse mais clara no momento certo, por isso esperei.

Gerard assentiu com a cabeça e abraçou mais Frank contra seu peito, sorrindo.

– Viu? Eu sempre te amei e sempre irei te amar. – Ele disse baixinho com o rosto manchado e os olhos marejados, tomando cuidado, pois Frank ainda estava machucado. O menor sorriu de leve e se aconchegou mais no braço do outro. Mais uma lágrima deslizara e ele apenas sibilou um “Eu também”, mas isso fora o suficiente para os batimentos de Gerard acelerarem cada vez mais, para que o brilho em seus olhos ficasse mais intenso, mais logo ele ficara sério. Ia questionar algo, mas a voz de Donna fora ouvida.

– Certo, chega desses diálogos românticos! – Disse com tédio em sua voz, conforme levantava. - Isso já está me dando nojo...

– Você é que me dá nojo! – Gerard disse com desdém em sua voz. – Por que todo esse ódio por nós dois afinal? Por que quis que eu e Frank nos separássemos? Por que sempre me afastou de Mikey? Por que transformou minha vida em um inferno?

– Porque você transformou a minha vida em um! – Ela disse em um tom mais alto. – Porque você precisava sofrer, porque você sempre mereceu a solidão, porque você merecia o desprezo, a dor, a infelicidade! Vocês dois juntos só trariam de volta as memórias infelizes da minha vida! Por que você parecia aquele desgraçado!

– Então é isso? Todo esse ódio porque eu parecia com o meu pai?! – Gerard disse incrédulo. – A culpa foi toda sua! Você quis seguir esse caminho! Você que se esqueceu de tudo que realmente era importante! Você não deu valor àquilo que é mais precioso! Você simplesmente esqueceu o amor e a amizade para dar valor ao dinheiro e a popularidade!

– Claro que fiz isso! Quem precisa de amor quando se tem dinheiro? Quem precisa de verdadeiros amigos quando se é popular? Vocês são idiotas! Dão valor a coisas sem sentido!

– Você que não tem sentido! Nada que você diz tem! – Linda disse mais alto, se levantando do chão e seguindo até a mulher. – Você despresou seus verdadeiros amigos, desprezou alguém que realmente te amou, desprezou sua própria mãe, desprezou seus filhos! Desde quando alguém consciente faz isso?!

– e desde quando você tem direito a opinar sobre minha vida? Tudo que fiz foi mais que certo e eu deveria ter feito pior! Agora me deixe terminar meu trabalho, você está atrapalhando. – Donna segurou nos braços da mulher e a empurrou para fora do quarto, afinal, a porta estava a menos de um metro delas e aberta e Donna era mais forte que Linda, portanto fora fácil. Rapidamente trancara a porta enquanto Linda gritava do lado de fora, em desespero. Simplesmente deu de ombros e voltou para o meio da sala com o sorriso sínico nos lábios. – Ótimo, agora posso terminar meu trabalho.

– Não ouse chegar mais um centímetro perto de Frank!

– Não vai ser necessário... Ele já está chegando ao fim. – Sorriu e Gerard a fitou com mais ódio, apertando Frank em seus braços de forma protetora.

– Como pode ser tão...

– Cale a Boca! – gritou e um estrondo fora ouvido vindo da arma que a mulher segurava, enquanto Gerard possuía os olhos arregalados conforme ficava cada vez mais pálido. Não demorou muito para que logo uma grande quantidade de sangue se espalhasse abaixo de si e que o tecido de sua calça preta fosse tingido de vermelho, vermelho sangue. O tiro fora dado na perna do garoto. Donna começara a rir histericamente. Frank, com dificuldade, levantou um pouco a cabeça com um olhar preocupado, mas aos poucos sua visão ficava turva e embaçada devido às diversas lágrimas incontroláveis. Aproximou se de Gerard e logo selou seus lábios esbranquiçados, o garoto retribuiu liberando suas lágrimas, apertando mais a mão do garoto. Ficaram mais alguns segundos daquela forma, aproveitando cada segundo daquele beijo dolorido, mas que veio com mais emoções do que qualquer outro beijo. Afastaram-se lentamente e Frank sorriu de leve, com o rosto manchado de sangue e lágrimas. Gerard retribui o sorriso com o rosto também manchado, mas logo outros dois estrondos foram ouvidos e Frank arregalou os olhos, assim como Gerard que o fitou preocupado. Logo o menor começara a sentir o liquido quente escorrendo por seu braço e sua perna, acompanhado de uma dor intensa nas mesmas áreas. O coração falhava cada vez mais as batidas e uma ultima lágrima escorreu acompanhado de um pequeno sorriso conforme a visão do garoto ficava turva e embaçada, fazendo Gerard se desesperar mais.

–... E-Eu te amo, Gee. – Frank disse rouco e baixo, ainda sorrindo conforme os olhos pesavam e começavam a se fechar lentamente. – E sempre irei. Obrigado por ter me feito feliz. Eu... Te amo... Muito... – e um ultimo suspiro fora ouvido antes dos olhos se fecharem por completo e o sorriso se desfazer conforme Frank amolecera nos braços de Gerard.

– Frank??? FRANK! POR FAVOR, NÃO! NÃO ME DEIXE FRANK! E-EU PRECISO DE VOCÊ COMIGO! POR FAVOR, EU TE AMO! I-ISSO SÓ PODE SER UM PESADELO, NÃO É REAL, NÃO, NÃO, NÃO! – Gerard gritava desesperado, liberando as diversas lágrimas grossas que deslizavam rápido sobre o rosto cada vez mais pálido enquanto abraçava o garoto com força, balançando negativamente a cabeça com os olhos fechados, até que novamente o ultimo estrondo fora ouvido e mesma dor que possuía na perna agora ele sentira no braço; o vermelho manchando a brancura da pele do maior. Logo sua respiração ia se acalmando aos poucos e a visão tornava-se turva. O coração falhava algumas batidas enquanto os olhos pendiam lentamente. Gerard abraçou Frank com mais força e segurou sua mão, entrelaçando seus dedos manchados de sangue, inclusive as alianças que nunca ousariam tirar.

– Aí está o que vocês realmente mereciam. – Donna disse calmamente, sorrindo. Logo seus passos foram ouvidos e o estrondo de algo caindo no piso de madeira fora ouvido, mas ninguém dera atenção.

– Eu... Sempre irei... Te amar, Frank... – e então seus olhos se fecharam juntamente do ultimo suspiro.


E eles se entregaram a escuridão. Uma escuridão bela, pois se entregaram juntos. E assim para sempre será. Para sempre eles estariam juntos. Juntos na felicidade, juntos na tristeza, juntos na dor, juntos na saudade, juntos na esperança, juntos no amor.



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Notas finais do capítulo

Certo, Certo, Esse desespero do Gerard foi meio Frodo "Oh, Sam, não me deixe Sam, fique comigo Sam, Oh Sam!" -Q (Por isso que dá pra shippar FrodoxSam desde o começo u_U
NÃO. ME. MATEM. POR. FAVOR. T__T PIEDADE DE MIM!
Olha, eu achei esse cap. ruim, se querem saber... Queria transmitir uma emoção maior, mas infelizmente não rolou..
Mas enfim, eu esqueci de fazer algo no post passado, então vou fazer neste.
WAYTOROIERO, MINHA LEITORA, SUA FOFA, OBRIGADA PELA RECOMENDAÇÃO ♥
e...
THE_POISON_1 SUA FOFA² OBRIGADA TAMBÉM *W* AISHITE VOCÊS ♥ -Q
Ah, e esse era pra ser o penúltimo cap né?
HÁ, IÉIÉ, PEGADINHA DO MALANDRO! -Q
Brincadeira, eu realmente achei que seria o penúltimo, mas ideias surgiram do nada, então eu acho que tem mais 2, incluindo o epílogo, MAAAAAAS, eu não sei se eu vou adicionar um outro, talvez sim, talvez não.
Enfim, desculpem o lixo e a quantidade de baboseiras. Proximo post não demora, pois eu não sou tão má assim, e talvez o ultimo seja no meu aniversário (o epilogo eu decido depois).
Ja Nee ;*