Always escrita por Jane Maddison


Capítulo 5
O palhaço e a chave!


Notas iniciais do capítulo

O capítulo ficou um pouco maior do que eu esperava, mas tudo bem.



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Os dias se passaram voando. Mellody estava se destacando muito durante as aulas, fazendo Tom Riddle se irritar um pouco, por estar perdendo aos poucos o “trono”. O baile de inverno seria em dois dias, e os alunos estavam afobados para encontrar seus parceiros, suas roupas e os preparativos para o baile já estavam quase prontos.

Havia ainda, mínimos alunos que não estavam se importando com isso, Mellody e Tom eram um desses.

Esses dois estavam sentados nas poltronas no Salão Comunal de Sonserina. Um estava bem longe do outro. Mellody estava sem seus fones de ouvido, e escrevia dois pergaminhos sobre Poções. Tom lia apenas um livro qualquer, que encontrou na biblioteca escondido na seção restrita. Não era nada demais para ele, já sabia de todos os feitiços que haviam lá.

- Então, como está seus preparativos para o baile, senhorita Avadak? - Tom perguntou, sem tirar seus olhos do livro, como se não se importasse.

- Na verdade, eu não vou ao baile.

- E posso perguntar-lhe o motivo? - Ele a fitou dessa vez.

- Ahn... Não sei. Ainda não achei um par, e não sou o tipo de garota que se importa com bailes! - Ela respondeu.

Tom murmurou algo que Mellody não entendeu, e nem se importou em decifrar. Ela precisava terminar aqueles pergaminhos para o dia seguinte. Ela já estava fazendo sua tarefa à noite, e apesar de estar muito cansada, precisava terminar.

- Podíamos ir juntos, se a senhorita quisesse... Também estou sem par, e bom, todos estranhariam se não fossemos. - Ele propôs.

Ela o olhou, assustada. Nunca esperava essa pergunta vindo de alguém como ele!

- Ahn... Pode ser. - Ela respondeu, com uma careta. - E por quê você convidaria logo eu? Há tantas garotas que ainda estão sem par, e que você provavelmente não as odeie. - Ela sorriu irônica

- Se você preferir, eu convido outra pessoa. E eu não te odeio, Avadak. - Ele disse retribuíndo o sorriso irônico

- Não, tudo bem. Eu... - Tom a interrompeu.

- Se eu estou fazendo isso, irei fazer da forma tradicional, se me permitir, claro. - Ela não respondeu, apenas assentiu com a cabeça.

Ele se levantou, andando graciosamente até ela. Puxou-a delicadamente para ficar de pé, e se ajoelhou. Mellody segurou o riso. Parecia um pedido de casamento! Ele tirou alguma coisa do bolso, e Mellody percebeu que era aquelas flores que os parceiros sempre colocam no pulso da garota, antes do baile.

- A flor será, por enquanto, branca. Quando eu souber a cor do seu vestido, mudarei de cor. - Ele explicou. - Mellody Avadak, você aceita ir no baile comigo, Tom Riddle? - Ele perguntou.

- Ahn... E-eu – Mellody tentou, mas não conseguiu segurar a risada. Ela se explodiu de gargalhar ali mesmo, de frente para Tom.

- Eu estou aqui, tentando te convidar para o baile e você começa a gargalhar? - Perguntou, se levantando bufando.

- Desculpe, Tom. É que... Você estava muito engraçado! Parecia que ia me pedir em casamento. Mas enfim, eu aceito ir ao baile com você.

Mellody sorriu graciosamente enquanto observava Tom colocar a flor em seu pulso com facilidade. Ela fez um cumprimento, puxando de leve a barra da sua saia e flexionando as pernas. Tom observou-a e comentou mentalmente, que parecia uma daquelas damas.

- Prometo que assim que comprar meu vestido, falarei-lhe a cor. - Ela disse sorrindo, observando a flor no seu pulso.

- Tudo bem, tente me avisar um dia antes do baile, de preferência. Fazer uma flor mudar de cor é simples, mas com todos esses pergaminhos a fazer.. Bom, não temos quase tempo. - Ele disse, olhando para seus pés.

Tom não estava acreditando que ele estava mesmo se interessando nesse baile! Sabia que não era por causa de Mellody, é claro. Ela, para ele, não bastava de uma garota que infelizmente entrou no seu caminho, mas que em breve sairia. Pelo menos, era isso que Tom pensava.

Mellody se despediu de Tom, e foi para seu dormitório. Guardou seus pergaminhos prontos, e deitou na cama, observando e brincando com a flor em seu pulso. Ela precisaria acordar bem cedo amanhã, e dar um jeito de sair do castelo.

O sol iluminou o quarto inteiro às 6 horas da manhã, em ponto. Mellody havia deixado a cortina aberta, para acordar assim que o sol se tornasse forte. Ela se levantou da cama, super disposta e foi tomar um banho demorado e relaxante. Fez suas higienes matinais, e assim que saiu do banho, colocou seu uniforme da Sonserina. Guardou a flor dentro de sua mala.

Desceu para o Salão Principal, e engoliu seu café da manhã. Havia poucos alunos ali, ao todo, quatro, contando com Mellody. Assim que ela terminou, andou calmamente em direção do Professor Dumbledore.

- Bom dia, professor – Cumprimentou-o com um sorriso aberto no rosto

- Bom dia, Mellody. Como está se sentindo?

- Muito bem, obrigada. Eu gostaria de perguntar-lhe quando que poderei comprar meu vestido para o baile. Ainda não o tenho. - Ela sorriu mais abertamente.

- Ah, claro. Não sabia que iria ao baile... - Ele sussurrou para ele mesmo – Venha até minha sala, por favor. - Pediu.

Mellody o seguiu, até sua sala. Ele falou a senha, e a gárgula liberou a passagem. Os dois entraram na sala, totalmente iluminada e ventilada. Mellody se sentou na poltrona, de frente à mesa de Dumbledore. Ele se sentou no seu devido lugar, e pegou algo na gaveta.

- A senhorita deseja ir à uma loja, certo? - Ele perguntou, sem olhá-la.

- Ahn... Se possível, claro.

- Não sou muito bom com essas coisas de baile, devo admitir, Senhorita Avadak. Quando chegava essa época, eu me trancava no dormitório e tentava não manter contato com nenhuma garota. Da última vez que convidei uma garota para ir ao baile, bom, eu acabei derramando suco de abóbora nela, e não foi nada legal – Ele comentou, rindo de sua própria lembrança. - Mas chega de falar sobre meus desastres acadêmicos. Enquanto procuro a chave, posso saber o nome do sortudo que lhe convidou?

- Sim, foi Tom Riddle. - Ela disse, sorrindo.

- O QUÊ? - Ele gritou – Me desculpe. Mas, Tom Riddle a convidou?

- Sim, senhor. Qual o problema?

- Nada, senhorita. Ele só... Bom, não é normal vermos Tom nesses eventos especiais. - Ele respondeu, fingindo não ter visto o brilho no olhar de Mellody – Achei! - Ele disse animado, levantando uma pequena chave dourada e estranha – Essa chave é usava na passagem secreta. Embaixo de Hogwarts, há um túnel. Esse túnel é protegido por uma porta trancada, que não é possível abri-la através de magia. Somente essa chave a abre. Esse túnel te leva diretamente à Londres. Tome muito cuidado, Mellody. Sou o único que sabe sobre esse túnel, e sobre essa saída de Hogwarts. Se a senhorita não voltar até a hora do jantar, infelizmente terei de mandar alguém ir procurá-la e as coisas não terminariam boas para mim. - O professor entregou a pequena chave na delicada mão de Mellody.

- Obrigada, professor. Não sei o que faria se não fosse o senhor à me salvar! - Ela disse olhando para a chave admirada.

- Me chame de Dumbledore, querida. Se me permitir chamá-la apenas de Mellody...

- Claro, Dumbledore. Preciso ir. Muito obrigada novamente! Prometo que voltarei antes do jantar, sã e salva! - Mellody se levantou da confortável poltrona e o abraçou desajeitadamente.

Ele, um pouco surpreso, retribuiu o abraço. Mellody guardou a chave entre os seios, e caminhou dançando pelos corredores. Fechou os olhos e cantarolou uma alegre canção. Até que esbarrou em alguém, e os dois acabaram caindo juntos ao chão.

- Olhe para onde anda, Avadak! - Ela ouviu uma conhecida voz.

Levantou seus olhos, e encarou um Tom Riddle furioso. Mellody estava em cima de seu corpo, com o coração acelerado. Ela estava tão perdida em seus olhos esverdeados, que não percebera que Tom estava a chamando.

- Avadak! Saia de cima de mim, por gentileza. - Pediu Tom.

- Ahn... Desculpe! - Mellody pronunciou, saindo de cima do garoto. A fúria de sua expressão havia sumido, e tinha algo estranho em seu rosto, que Mellody não conseguia decifrar o que era.

- Está tudo bem. Posso saber qual o motivo de tanta felicidade? - Ele perguntou, estendendo-lhe a mão para ela se levantar

- Nada de mais. Só acordei mais disposta que o normal – Ela aceitou a ajuda, sem tirar os olhos do rosto do garoto.

Tom não respondeu. Ele quase se enforcou mentalmente por ter gostado de sentir o corpo quente de Mellody sobre o seu. Toda aquela proximidade que adquiriu com a garota, estava o mudando. Estranhamente, mas estava.

- Preciso ir, Sr. Riddle. Até mais tarde – Mellody disse, estendendo-lhe a mão. Tom olhou para sua mão sem entender.

- Ahn... Para quê isso, Senhorita Avadak? - Perguntou apontando para a estendida mão da morena.

- Eu fazia isso com as pessoas antigamente. Cumprimentava-as na hora da despedida. - Ela riu – Você nunca fez isso, não é?

- Isso o quê? Cumprimentar as pessoas? Ora, é claro que já! Não sou um primitivo, Avadak. - Ele disse, se sentindo ofendido.

- Me desculpe, é que você é tão... Bipolar – Ela suspirou, não podendo controlar mais as palavras – Em um momento, age como se fossemos grandes amigos. Em outros, é tão frio e distante. Eu... Eu não entendo!

- Eu... Eu não devo explicações a ninguém! - Respondeu, frio. - Mas já que você insiste tanto, vou te cumprimentar somente para provar que não sou primitivo – Ele disse estendendo sua mão.

Mellody trocou olhares de seus frios olhos verdes à sua mão pálida e aparentemente fria. Ela estendeu sua mão também, e com muito cuidado encostaram as mãos. Mellody percebeu que a mão de Tom não era fria, muito pelo contrário, era extremamente quente, e que transmitia choques elétricos ao contato. Ela não foi a única que sentiu os choques. Tom arregalou os olhos rapidamente, mas não afastou as mãos. Ele parecia estar gostado daquela nova sensação.

As pessoas passavam aos seus lados, como borrões pretos. Era como estar dentro de uma bolha. O único barulho que os dois escutavam, eram de suas respirações descompassadas.

Mellody sentiu seu coração acelerar, mais que o possível, quando viu Tom se aproximando. Seus rostos estavam a poucos centímetros de distância, já podendo sentir a respiração quente do outro. Ele mergulhou naquele mar azul que era os olhos de Mellody. Uma parte de sua cabeça, o repreendia. Outra, dizia para ele aproveitar o momento. Fecharam os olhos, e seus lábios se tocaram. Ela não estava acreditando que estava mesmo beijando o futuro Lorde das Trevas.

- Mellody, antes de ir eu gostaria de... - Eles ouviram a voz do Professor Dumbledore, e se separaram no mesmo instante. - Oh! Me desculpem. Juro que não queria atrapalhar. - O professor disse, vendo as bochechas de Mellody adquirirem uma cor rosada. - Por que não leva Tom junto com você, Mellody? Acho que ele precisará de roupas também. E você irá precisar disso: Asa de morcego! - Dumbledore disse, voltando à sua sala cantarolando uma música qualquer.

- Para onde a senhorita vai? - Tom perguntou voltando à sua voz fria.

- Londres. Quer ir junto?

- Sim. Será bom sair dessa prisão um pouco! - Ele respondeu aliviado.

Mellody ainda sentia seu coração acelerado. Andou na frente, com passos longos e rápidos. Os outros alunos os olhavam discretamente. Desceram as escadas, que dava à uma espécie de porão. Estava tudo escuro, apenas iluminado pela varinha de Mellody. Continuaram andando naquele lugar, se deparando várias vezes com morcegos, ou aranhas grandes. Até que finalmente, chegaram à um enorme quadro. Era um palhaço, que usava as vestes de Hogwarts.

- O que alunos como vocês, fazem aqui no horário de aula?! - O palhaço gritou, expondo sua voz nervosa. - Ah, desculpem-me. Não sou acostumado a receber visitas... - Ele acalmou o tom de voz, e sorriu fraco. Mellody se segurou em dizer que aquele palhaço parecia um pouco com Tom.

- Nós trouxemos isto. - Mellody estendeu a chave. Os olhos verdes, escondidos pela escura maquiagem vermelha, do palhaço brilharam.

- Ah, claro! Vejo que Dumbledore gosta muito de vocês. Bom, suponho que devam saber aonde colocarão esta chave, certo?

- Desculpe, mas não. - Mellody disse, notando a expressão triste do palhaço.

Ele deixou uma lágrima escapar, e virou-se de costas. Mellody soltou um suspiro, e fechou os olhos. Tom observou aquilo horrorizado. No traseiro do palhaço, havia um buraco aonde deveria ser colocada a chave.

- Eu não vou fazer isso, não mesmo! - Mellody protestou, de olhos arregalados.

- Me dê isto aqui! - Tom disse, pegando a chave da mão da garota.

Ele se aproximou mais do quadro, e colocou a chave no lugar. O palhaço soltou um urro de dor, e uma porta apareceu misteriosamente aberta.

- Antes de irem, digam a senha. - O palhaço pediu, com a voz embargada.

- Ahn... Asa de morcego? - Mellody perguntou.

No túnel escuro, várias luzes se acenderam e Mellody notou uma movimentação no final. Tom guardou a chave em seu bolso, e seguiu Mellody.  

       A Mellody. 


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Notas finais do capítulo

Awwwwn, imagina que fofo será esse baile? KKK '
Ainda bem que Tom se precipitou à colocar a chave, não é? Eu também não faria aquilo! E vocês?
Revieeeews? *-*



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