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— Posso te chamar de Mellody? - Derick perguntou, sorrindo. Dei de ombros
— Como desejar.

Voltei minha atenção ao Professor, porém foi em vão. Um aviãozinho enfeitiçado parou diante da minha mesa. Derick reparou, mas não olhou ou perguntou nada. Abri o papel.

“ Se quer continuar viva, não se aproxime demais de Thorne. Ou então, se arrependerá amargamente. Continue com seus namoradinhos, o Riddle e o Malfoy. Você não precisa de um terceiro idiota na sua coleção.
— M. “

Joguei o papel dentro da minha bolsa, e prestei atenção na aula. Dessa vez consegui. Mas a aula parecia tão lenta, tão demorada. Talvez porque meus olhos sempre se prendiam em Tom e Rachel. Os dois sussurravam algo e parecia realmente divertido, pois Tom sorria diversas vezes. Aquilo estava me irritando completamente.
Quando Slughorn nos liberou, esperei a sala inteira sair e fui em sua direção.

— Professor? - O chamei delicadamente. Ele se virou curioso
— Ah, olá Srta. Avadak. Como posso ajudá-la?
— Queria conversar com o Sr. sobre a mudança de duplas. Eu realmente acho que o Sr. cometeu um grande erro e... - Ele me interrompeu
— Não cometi erro nenhum, Srta. Avadak. - Disse ríspido - Rachel é nova no colégio, ela precisa de ajuda e Tom é nosso melhor aluno. Você se dará bem com o Sr. Thorne, tenho certeza disso.
— Mas...
— Nada de mas, é minha decisão final.

Bufei, desistindo. Saí da sala e trombei com Tom, que me esperava do lado de fora.

— Ei, qual é o problema? - Ele perguntou me vendo irritada
— Nada, Tom. Nada!

Tom me parou, levantando meu rosto para olhá-lo.

— O que foi? Discutiu com o Thorne?
— Não. Eu só estava tentando fazer Slughorn me colocar de volta com você. Não quero fazer dupla com o Derick! - Cruzei os braços. Tom deu uma rápida gargalhada
— É só uma dupla, Mellody. Não é o fim do mundo. Vou dar uma passadinha na biblioteca agora, nos vemos mais tarde.

Tom depositou um beijo em minha testa e desapareceu pelos corredores. Teríamos o resto do dia livre hoje, então eu esperava incluir Tom nos meus planos. Procurei Harry ou Hermione em todo lugar, mas não os achei. Sentei no jardim e fiquei tentando desenhar alguma coisa com um graveto. Até que uma garota se sentou ao meu lado.

— Você é Mellody, certo? - Perguntou ela.
— Sim, e você é...?
— Sou Mônica Mary Diaz, mas me chame me Nik ou Mary - Ela deu de ombros.

Mellody então reparou na garota. Ela tinha uma pele clara, levemente bronzeada. Cabelos castanhos que formavam cachos, batendo um pouco abaixo de seus seios e tinha olhos verdes. Mary sorria gentilmente.

— Você é a noiva do Riddle, certo? - Perguntou ela novamente
— Sim. Espere! Como sabe que sou noiva dele?
— A escola inteira sabe. - Ela abriu sua bolsa e tirou um chocolate - Quer um pedaço?
— Não, obrigada. - Mellody sorriu sem graça
— Se eu fosse você, ficaria de olho no Riddle. Não exatamente nele, e sim nas pessoas ao seu redor. Riddle é um dos garotos mais desejados de Hogwarts e muitas fariam qualquer coisa para retirar você de perto dele. Eu sei disso, pois a pessoa que estou interessada é o segundo mais desejado. - Ela soltou um muxoxo baixo
— Quem?
— Por que eu lhe diria? Acabei de te conhecer. - Ela disse desconfiada
— Não vou falar para ninguém, prometo.
— Ok, ok. - Mary lançou-lhe um último olhar desconfiado, mas relaxou - Conhece Derick Thorne? - Mellody assentiu com a cabeça - Ele mesmo. Só que Derick é muito mulherengo, prefere não ter compromisso... Já tive algumas noites com ele, mas não foi nada demais. Acho que ele nem lembra meu nome mais.
— Então você está com sorte, Mary. Ele é minha dupla, em poções. - Respondi, entediada - Se quiser, falo com ele sobre você.
— É, eu sei. Tenho que confessar uma coisa... Fui eu quem te mandei aquele bilhete, na aula de Poções.
— Por que fez isso? Eu não estou nem um pouco interessada no Thorne!
— Eu percebi isso, Mellody. Realmente, me desculpe. Normalmente eu sou bem impulsiva. - Ela olhou ao redor. - Aquele é Derick? Vou até ele. Depois nos falamos.

Mary se levantou e andou sensualmente até Derick, que estava com seus dois amigos. Fiquei observando ela conversar com Derick por um tempo até ver Hermione se aproximar.

— Conversei com Dumbledore e ele disse que podíamos ficar no Caldeirão Furado, durante as férias. - Ela disse, sentando-se ao meu lado
— O Natal está chegando... Queria passar ao lado de Tom
— Chame ele, oras. - Ela deu de ombros
— Ele vive em um orfanato. Acha mesmo que irão liberá-lo?
— Não custa tentar, Mel. Dumbledore vai ao Caldeirão Furado hoje à tarde, para reservar um quarto para nós. Se importa em dividir o quarto comigo e com Harry? Estamos com pouco dinheiro e eu recusei aceitar dinheiro de Dumbledore.
— Não, está tudo bem.
— Ótimo. E a Nightmare? Anda causando problemas?
— Por enquanto, não. Ainda estou com o aparelho dela, no meu quarto. Toda noite aparece uma mensagem para ela, cada noite uma pessoa diferente. Aquele negócio está me irritando profundamente, ainda mais quando começa a fazer um barulho muito estranho toda manhã. - Comentei, irritada
— Quer que eu guarde ele? Posso dar um jeito de desligá-lo ou sei lá o quê.
— Acho que uma pessoa com dificuldades em dormir está suficiente.

Ficamos em silêncio por algum tempo. Hermione deitou-se na grama e começou à ler o livro de feitiços. Resolvi fazer meus deveres atrasados, já que Tom não aparecia.

— Mione - Chamei-a - Vamos na biblioteca comigo? Quero pesquisar uma coisa.

Ela assentiu com a cabeça, se levantando. Eu queria mesmo pesquisar uma coisa, mas meu objetivo real era observar o que tanto Tom fazia naquela biblioteca. Ele era muito estudioso, sim. Porém nunca passou tanto tempo preso na biblioteca.
Demoramos um pouco para chegar, já que Hermione foi parada por alguns colegas de casa. A biblioteca tinha poucas pessoas, e estava em um completo silêncio. Exceto pela última mesa, que sussurrava e ria baixinho. Olhei para lá e senti a raiva me consumindo. Rachel Nightmare estava próxima, próxima até demais de Tom. Hermione olhou para o mesmo local que eu e sussurrou um “Ihh”. Ela me puxou para a seção que queria e ficou escolhendo uns livros. Na minha cabeça, planejava vários e vários modos de matar e torturar aquela loira aguada.

— Será que a Seção Restrita está trancada? - Perguntei, num sussurro
— Provavelmente. O que quer lá? - Ela perguntou hesitante
— Nada. Será que eu consigo autorização?

Hermione deu de ombros e voltou sua atenção aos livros. Me despedi rapidamente de Hermione e segui à sala de Slughorn. Ele estava organizando os frascos nas suas estantes.

— Professor, posso lhe pedir um favor? - Perguntei, me aproximando.
— Claro, Mellody. O que foi?
— Queria pesquisar mais sobre poções, só que a maioria dos livros estão na Seção Restrita. O senhor poderia escrever uma autorização? - Perguntei, inocente.

Ele me lançou um olhar atento e hesitante.

— O diretor Dippet anunciou recentemente que autorizações para a Seção Restritas só devem ser dadas para trabalhos. Desculpe, Srta. Avadak. - Ele voltou sua atenção aos frascos

Eu já estava irritada de ver Rachel e Tom conversando naquela proximidade toda e parece que Slughorn percebe minha irritação e faz de tudo para aumentá-la ainda mais. Não pensei em nada, além da minha vontade de entrar na seção restrita.

— Eu não queria fazer isso, Professor. Mas você está me obrigando... - Sorri falso. Apontei minha varinha para ele, que tentou pegar a sua - Império!

Percebi que Slughorn parecia mais tranquilo, relaxado. Estava, de fato, sobre a maldição império.

— Assine a autorização para a seção restrita! - Ordenei, ríspida.

Slughorn pegou o papel com um sorriso bobo no rosto e assinou no lugar adequado. Parei de controlá-lo assim que fez.

— Obliviate

Assim que lancei o feitiço nele, saí da sala com a autorização na mãe. Voltei à biblioteca e vi Hermione sentada, lendo. Entreguei a autorização à bibliotecária e puxei Hermione para a seção restrita. Ela ficava logo atrás da mesa aonde Tom e Rachel estavam, o que era ótimo. Passamos por eles, que nos observaram curiosos. A bibliotecária abriu o cadeado e nos deixou entrar.

— O que você quer, exatamente? - Hermione perguntou observando aqueles livros.
— Ainda não sei. Algo relacionado à feitiços avançados, azarações... Essas coisas. - Dei de ombros
— Para lançar na Nightmare?
— Quem sabe... - Dei de ombros novamente.

Me afastei um pouco de Hermione para ver um livro que chamou minha atenção. O título era “A arte das trevas mais obscuras’’. Coloquei o livro na minha bolsa e Hermione não percebeu. Ela encontrou um livro de feitiços e azarações avançado e saímos da biblioteca. O livro da arte das trevas parecia pesar cada vez mais na minha bolsa. Subi direto para meu quarto e me tranquei lá. Deixei o livro de feitiços de lado e abri o da arte das trevas.