A Guardiã Do Livro Oculto escrita por Lana


Capítulo 44
Capítulo 44


Notas iniciais do capítulo

Olá!
E com vocês, o PENÚLTIMO CAPÍTULO da história! É, o fim está mais próximo do que nunca... e já começo a agradecer de agora a todos que leram a fic.
Capítulo dedicado ao walterottilio pela recomendação maravilhosa!
Não sei se ficou bom, mas espero que gostem.
Divirtam-se..



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Capítulo 44

Pov Annabeth

E tudo pareceu se calar repentinamente.

Sean estava morto, e mais uma parte da profecia tinha se cumprido.  Lentamente, Thalia cobria o corpo inerte do garoto e pediu que Chris e Tyler o tirassem dali, para que tivesse ao menos um fim digno. Kevin também foi carregado por Nico e Percy para um lugar mais afastado, onde algum de seus irmãos lhe proporcionasse os devidos cuidados médicos.

Julie, Paige e Grover ajudavam os campistas feridos dando-lhes néctar e ambrosia. Por sorte, não eram muitos, já que foram brilhantemente treinados por Clarisse enquanto estávamos fora do acampamento, vivendo as reviravoltas dessa jornada inesperada.

Olhei para o garoto ao longe envolvido por um manto branco. Sua coragem admirável salvou a vida de Thalia dentro do castelo, e há pouco, devolveu a vida ao traidor arrependido, o neto do primeiro a tentar o roubo do livro. Com a morte de Sean, a missão parece ter perdido o sentido. A profecia diz que se a escolha correta fosse tomada pela Real Guardiã, o livro estaria seguro. Mas a escolha de Thalia foi a correta? Não há como saber por enquanto.

E o que seria feito agora? Deon respondeu minha pergunta.

- Meu filho está morto! Você passou de todos os limites Medéia. – ele esbravejou apontando o dedo na cara da feiticeira. A mesma apenas rolou os olhos. A ira transpassava os olhos do filho de Afrodite. Ele estava transtornado.

Christopher, que até então estava sumido, apareceu por trás de Deon e tentou afastá-lo da deusa. Mas ele se desvencilhou do lestrigão com um golpe com sua espada, e o seu próprio aliado explodiu em poeira dourada. Deon, totalmente irracional, continuou a uma distância perigosa de Medéia, e qualquer um dos dois poderia dar um golpe fatal a qualquer momento, já que depois de tudo, nada nos surpreenderia.

A feiticeira sorriu.

- Você esperava que eu tivesse alguma piedade meu caro Deon? Não sabes que matei meus próprios filhos no templo de Hera, só para punir Jasão. Ignorante! Eu não tinha porque poupar seu filho traidor.

- Cruel! Como você pode ser assim? – Deon rangia os dentes em ódio.

Medéia, pacientemente, respondeu.

-Não banque o inocente! Está claro que foi pelo ódio querido. Pelo poder que eu nunca tive e também para vingar a traição do seu amado filhinho. Achei que não se importasse com ele!

Deon bufou.

- Eu vou te matar! – ele avançou, mas a feiticeira sequer se moveu.

- Tente. Assim como seu filho, sou cria da deusa da magia, carcereira do mundo inferior, que por consequência, é meu território também. Eu passarei no máximo alguns dias no tártaro e depois votarei. Para começar tudo de novo. – ela deu uma risada maligna.

- Mas eu terei essa vingança. – ele sacou a espada e foi para cima dela, que ainda estava com a espada vingativa de Nêmesis nas mãos e conseguiu interceptar o golpe. O tilintar das espadas era o único som que se ouvia, pois todo o resto apenas assistia o único embate.

Os quatro deuses – Phobos, Deimos, Nêmesis e Hebe – apenas olhavam a luta, com feições indecifráveis em seus rostos. Parece que estavam em dúvida se queriam comprar uma briga com deuses, agora que estavam em desvantagem. Suas expressões denunciavam não saber a magnitude de suas ações. Pelo menos era o que parecia, mas não se pode confiar, talvez seja apenas um blefe.

Hebe recuou um passo, os outros permaneceram imóveis. Seus olhares dançavam entre si – de Nêmesis para Probos, e deste para Deimos, que em seguida voltava-se novamente para a deusa da vingança. Eles planejavam algo, e eu podia ter uma ideia do que era. Chacoalhei de leve a cabeça para afastar os pensamentos ruins, embora fossem passíveis de acontecer.

A luta entre o filho de Afrodite e a feiticeira era intensa, e denotava habilidades que eu não imaginava que teriam. Um filho da deusa do amor que tenha jeito com espadas é realmente uma coisa a se admirar, da mesma maneira que a atitude da filha de Hécate ao não recorrer a magia pra vencer a luta. Enfim um pouco de civilidade naquela criatura.

Ambos estavam ofegantes e com raiva saltitando pelos músculos. Medéia era rápida e desenvolta, enquanto Deon era firme e esperto o suficiente para desviar dos golpes inusitados da bruxa, filha do Rei Eetes. Continuariam assim por um longo tempo, até que um recobrasse sua índole maligna e voltasse a trapacear.

Deon olhou diretamente nos olhos de Medéia enquanto lutavam:

- Largue a espada Medéia, se renda! – ele ordenou, com uma voz forte e inebriante.

Ela pareceu bambear as pernas diante da voz do adversário, contudo, um segundo depois gritou, raivosa:

- Nunca!  E seu dom não funcionará comigo Deon. Não perca suas forças tentando me hipnotizar. – ela disse aparentemente decida e ameaçadora.

Nada se falou a partir dali. Todos olhavam atentos cada movimento que os dois desferiam, e a maioria nem ousava se mexer. Parece que algo nos prendia naquela atmosfera pesada e sanguinária, onde o ar era difícil de se respirar depois do sacrifício de Sean pela vida de Kevin.

Olhei para trás em busca dos outros e vi Stormie com os braços levantados para o céu. Ela rezava a seu pai e também aos outros deuses? Não. Isso qualquer um de nós poderia fazer. Stormie é uma deusa, e estava na hora de que os seus poderes servissem na missão. Ela invocava uma tempestade capaz de destruir a floresta que estávamos, e também acabar com a luta dos malignos. Era de alto risco, mas talvez fosse a nossa chance de bater em retirada.

Seria algo digno? Sim. Salvar nossas vidas era mais do que digno.

...

Os pingos grossos de algo vieram ao encontro de nossas cabeças e se multiplicaram em uma velocidade desmedida, misturando-se ao suor impregnados em nossos corpos. Todos se surpreenderam quando junto com o primeiro trovão, ecoasse um grito que fizesse as árvores estremecerem.

Olhamos para o que acontecia à nossas costas: Medéia havia trapaceado, como se previa. Deon havia acabado de perder um braço na luta, em razão de um feitiço que ela jogou na espada de Nêmesis com a qual lutava, mas o filho de Afrodite conseguira desviar e desferir um golpe. Pouco tempo depois, se via uma espada atravessando as costas de Medéia.

A luta tinha acabado.

 Os dois jaziam agoniados ao chão, regados pela chuva incessante que agora deixava o ar gélido, e ninguém ousou aproximar-se para oferecer qualquer tipo de ajuda. Deon matou seu comparsa Christopher, e se negou a ajudar o próprio filho Sean, que provavelmente seriam os únicos a terem compaixão dele nesse momento. Medéia talvez esperasse que algum dos deuses de sua trupe a ajudasse, mas ela esqueceu que o egoísmo imperava dentre seus aliados, e deve ter concluído assim que fechou pela última vez os olhos, que sua morte de nada afetaria Phobos e Deimos, muito menos Nêmesis e Hebe. A espada vingativa repousou sobre o chão. O que está feito, já foi feito e não pode ser consertado.  Eles se despediam da vida, e de toda a perseguição pelo livro oculto.

O tão poderoso livro oculto, que agora estava abandonado em uma mochila qualquer jogada em qualquer canto dessa floresta. Antes isso do que ter que entrega-lo de mão beijada àqueles que  tem ânsia de descobrir o seu conteúdo, e é um alívio saber que dois deles eram levados ao mundo inferior neste exato instante.

Mais ainda sobravam quatro. Quatro deuses menores e invejosos, que postaram Deon e Medéia como bodes expiatórios para traçarem um plano às escondidas, plano este que aguardava a melhor oportunidade para ser executado.

Se já não tiver sido.

Ainda não chegou ao fim. Voltei-me para onde estavam e não vi mais ninguém.

- Stormie! O livro. Onde está o livro? – eu gritei desesperada.

Ela procurou por um instante a mochila vermelha onde havia depositado o artefato que nos causou tantos problemas. Revirou os entulhos trazidos pelos campistas e respirando fundo, levantou um pedaço de pano todo retalhado e...vazio.

- Roubaram o livro. – Stormie murmurou de cabeça baixa.

Imediatamente todos nos voltamos para ela, parando abruptamente tudo o que faziam,  muitos com semblantes de derrotados. Tanto trabalho para proteger o tão precioso segredo dos deuses, para perdê-lo por pura displicência. A deusa da tempestade ameaçava chorar junto com a chuva que agora caía calma e tristonha. Ela sentia que tinha falhado, pois sendo a guardiã do livro oculto, era seu dever protege-lo.

Thalia aproximou-se dela:

- Você não tinha escolha! Se ficasse apenas protegendo o livro, teríamos morrido. Stormie, você é uma deusa, pode senti-los e descobrir para onde estão indo. Nós vamos pegar os idiotas! – ela gritou.

- Eles provavelmente procurarão um esconderijo para recrutar novos monstros e terem condições de invadir o Olimpo. Nós vamos impedí-los! – Julie.

Os que estavam em condições, levantaram-se e ajeitaram suas armaduras. Stormie pareceu encher-se de coragem e gritou com a lança erguida.

- Vamos atrás deles.

 A chuva, mesmo que fraca, embaçava minha visão, mas por uma pequena viela via-se alguns vultos que moviam-se sorrateiramente por entre as árvores. Percy virou-se para a tal viela e pelo jeito, viu a mesma coisa que eu.

- Eles estão ali! – sua voz murchou. Eles sumiram assim que Percy emitia a última palavra da frase. O tele transporte, claro. Poderiam fugir, mas não por muito tempo.

O corpo de Sean e os feridos seriam levados de volta ao acampamento através da biga encantada dos filhos de íris.

Corremos e nos agrupamos, montando em duplas nos pégasos e levantando voo no céu. Stormie estava na liderança, voando em Guido. Ela apontava a direção que devíamos ir e os pégasos  mergulhavam pelo ar em alta velocidade. Blackjack fazia manobras incríveis que qualquer um que nunca tivesse voado com ele ficaria com medo, mas eu e Percy não. Julie e Nico iam em Porkpie; Thalia e Paige voavam em Susi, o pégaso fêmea que foi dado a Filha de Poseidon por seu próprio pai. Os outros iam nos demais cavalos alados.

- Eles estão a oeste daqui, precisamos ser rápidos. – a deusa gritou. Sua voz tremia pela força do vento.

Os pégasos tomaram novo fôlego e partíamos as nuvens em velocidade extrema. Às vezes eu arriscava olhar para baixo, e realmente me surpreendi ao ver que estávamos a poucos quilômetros de Nova York.

- A presença está ficando mais forte. Vamos perder altitude agora! – ela disse enquanto baixávamos lentamente.

Não passou muito tempo até que Stormie gritasse novamente, assim que estávamos no coração da cidade mais comentada do mundo: o Central Park.

- É aqui! – Blackjack mergulhou e em poucos segundos resvalávamos no gramado.

Ao todo, éramos um grupo de vinte prestes a encontrar e lutar com quatro deuses menores. Ruim? Bem, podia ser pior.

Olhei em volta  e de repente se revelam quatro figuras conhecidas à nossa frente. Eram eles, todos com um olhar zombeteiro  e esnobe. O livro estava nas mãos de Deimos, o deus do pânico, filho de Ares.

- Chegaram rápido. Pena que já lemos boa parte do livro... muitos segredos foram revelados. – Phobos falou.

- Você está blefando! – Paige gritou com sua tradicional voz estridente.

- Tem certeza garotinha? – Phobos.

Instantes depois Paige ajoelhou com as mãos na cabeça e começou falar coisas desconexas. Ela chorava compulsivamente eu pude deduzir o que ele estava fazendo com ela. Na verdade, era o mesmo que fizera uma vez com Percy, ele estava mostrando todos os seus medos a ela. E teria continuado não fosse por um intervenção primordial, e literalmente divina.

Nesse mesmo instante, Paige recobrou o controle de seus pensamentos e foi amparada pelo irmão  e por mim, que observava atentamente todos os movimentos.

- Stormie, afaste-os. A briga agora é nossa. – decretou com sua voz retumbante o deus dos deusesdo alto de três metros de altura: Zeus, acompanhado de todos os outros olimpianos, inclusive Hades e Poseidon, que se prostravam ao seu lado.

Todos estavam com olhares apreensivos, afinal, como Phobos mesmo havia dito, eles já havia descoberto alguns dos pontos fracos dos deuses, restando saber se seria o suficiente para destrona-los.

Fechei os olhos com força. Esse seria o momento crucial, e também o derradeiro.


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Notas finais do capítulo

O que me dizem???
Nao deixem de mandar reviews hein!
Atenção: O último capítulo será postado no próximo domingo. Espero que todos vocês compareçam e deixem o review de despedida.
Obrigadíssima mais uma vez!
Beijinhooos



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